Elenco: François Civil, Vincent Cassel, Romain Duris, Pio Marmaï, Eva Green, Louis Garrel, Vicky Krieps, Lyna Khoudri, Jacob Fortune-Lloyd, Eric Ruf, Marc Barbé, Patrick Mille, Julien Frison, Ivan Franek, Gabriel Almaer, Thibault Vinçon, Raynaldo Houy Delattre, Olivier Le Montagner, Vincent Schmitt, Philippe Ziegler-Paldauf-Di Ciocco, Charlotte Ranson, Dominique Valadié, Romain Bertucca, Thomas Dedeken, Alain Grellier, Laurent Claret, Patrice Dozier, Dominique Daguier, Louis-Marie Audubert, Nicolas Vaude, Christophe Prévost, Antoine Cholet, Geert van Herwijnen, Arnaud Cassand, Frédéric Merlo, Jean-Paul Roy, Jacques Guillet, Mark Harris, Jehanne Baraston, Loic Parize, Nicolas Beaubaton, Martial Bergier, Christian Starr Lassen, Mehdi Bilel Haouat, Frédéric Laforet, Christel Chagnot, Jicey Carina, François Rémond, Pascal Fonta, Max Lobjois, Tony Martone, Christophe Dimitri Réveille.
Ano: 2023
Sinopse: Nascido em Gasconha, sul da França, D’Artagnan é deixado para morrer depois de tentar salvar uma jovem de ser sequestrada. Ao chegar em Paris, tenta por todos os meios encontrar seus agressores. Ele não sabe que sua busca o levará ao centro de uma guerra real em que o futuro da França está em jogo. Aliado à Athos, Porthos e Aramis, três mosqueteiros do Rei com uma temeridade perigosa, D’Artagnan enfrenta as maquinações sombrias do Cardeal de Richelieu. Mas é quando se apaixona perdidamente por Constance Bonacieux, a confidente da Rainha, que D’Artagnan se coloca verdadeiramente em perigo. É essa paixão que o leva ao rastro daquela que se torna sua inimiga mortal: Milady de Winter. Adaptação do best-seller de Alexandre Dumas.
Elenco: Alyssa Sutherland, Lily Sullivan, Morgan Davies, Gabrielle Echols, Nell Fisher, Mirabai Pease, Richard Crouchley, Anna-Maree Thomas, Noah Paul, Billy Reynolds-McCarthy, Tai Wano, Jayden Daniels, Mark Mitchinson, Melissa Xiao.
Ano: 2023
Sinopse: O retorno à icônica franquia de terror Uma Noite Alucinante desloca-se da floresta para a cidade. A Morte do Demônio: A Ascensão conta a perturbadora história de duas irmãs distantes, cujo reencontro é interrompido por demônios devoradores de carne que aparecem de repente, levando-as a uma batalha primal pela sobrevivência, enfrentando a versão mais assustadora que se possa imaginar de uma família.
Elenco: Okado do Canal, Cíntia Lima, Cláudia Santos, Carlos Francisco, Nash Laila, Thassia Cavalcanti, Amanda Gabriel, Edilson Silva, Suzy Lopes, Mariah Teixeira, Clébia Sousa, Matheus Félix, Vinícius Lima, Samuel Mucão, Tanit Rodrigues, Antônio V. Medeiros, Wei Yu Hsiu Feng, Kenneth Wei, Maita Melo, Arthur Canavarro, Ernesto José, Luany França, João Rick, Ronaldo Patrício, Cláudia Conceição, Felipe Galdino, Cristiano José, Dandara de Morais, Gheuza Sena, Olga Ferrário, Una Martins, Maristella Soares, Carlos Eduardo Ferraz, Hermínia Mendes, Rubens Santos, Julya do Nascimento, Cora V. Fernandes.
Ano: 2021
Sinopse: Tiago é um jovem trabalhador que descobre a identidade do pai ausente quando conhece as suas meias-irmãs, fato que o leva a questionar a sua própria identidade às vésperas de completar 28 anos. Morando em Rio Doce, na periferia de Olinda, região metropolitana do Recife, ele luta para encontrar seu lugar no mundo. Nesse processo, ele fortalece laços afetivos, transformando assim sua forma de ser e de ver o mundo.
*Filme visto no 10º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba.
O Festival de Cinema de Tribeca reúne artistas e diversos públicos para celebrar a narrativa em todas as suas formas, incluindo cinema, TV, música, áudio, jogos e realidade virtual. Com fortes raízes no cinema independente, o evento é sinônimo de expressão criativa e entretenimento.
Fundado em 2001 por Robert De Niro, Jane Rosenthal e Craig Hatkoff com a intenção de estimular a revitalização econômica e cultural de Manhattan depois dos ataques ao World Trade Center, o festival defende vozes emergentes e estabelecidas, descobre talentos premiados, organiza experiências inovadoras e apresenta novas ideias por meio de estreias, exposições, conversas e apresentações ao vivo exclusivas.
Neste ano, em sua 22ª edição, o Festival de Tribeca acontecerá entre os dias 7 e 18 de junho em Nova York com uma programação que conta com 109 longas-metragens de 127 cineastas, vindos de 36 países. A seleção inclui 93 estreias mundiais, 43 diretores estreantes e 29 cineastas retornando ao festival; 41% dos longas são dirigidos por mulheres e, pela primeira vez, mais da metade dos longas-metragens da competição, somando 68%, são dirigidos por mulheres. Além disso, 36% dos títulos são realizados por cineastas BIPOC (negros, indígenas e povos de cor, na tradução).
O cinema brasileiro ganha destaque no Festival de Tribeca 2023 com Estranho Caminho, do cineasta cearense Guto Parente, na mostra International Narrative Competition, que quebra fronteiras geográficas acolhendo realizadores do exterior em uma plataforma global do cinema mundial contemporâneo. O filme é um drama fantástico que acompanha a trajetória de David, um jovem cineasta que, ao visitar sua cidade natal, Fortaleza, é surpreendido pelo rápido avanço da pandemia de Covid-19 e se vê obrigado a procurar o pai, Geraldo, um sujeito peculiar com quem não fala ou tem notícias há mais de dez anos. Após o reencontro dos dois, coisas estranhas começam a acontecer.
O elenco conta com Lucas Limeira, Carlos Francisco, Tarzia Firmino, Rita Cabaço, Renan Capivara, Ana Marlene, Fab Nardy, Noá Bonoba, Jennifer Joingley, Déo Cardoso, Larissa Goés, Mumutante, Solon Ribeiro, David Santos, Pedro Breculê e Gabriel de Sousa.
Realizado inteiramente na cidade Fortaleza, financiado pela Secretaria de Cultura do Ceará por meio de recursos da Lei Aldir Blanc, o longa, que será distribuído pela Embaúba Filmes, foi rodado entre maio e junho de 2021 com uma equipe formada majoritariamente por profissionais cearenses, como: Guto Parente no roteiro e direção; Ticiana Augusto Lima na produção; Linga Acácio na direção de fotografia; Taís Augusto na direção de arte; Lucas Coelho no som e Thais de Campos no figurino; Noá Bonoba na preparação de elenco; e Uirá dos Reis e Fafa Nascimento na trilha musical.
Além disso, o festival deste ano também inclui um número notável de filmes dirigidos por atores, como: First Time Female, de Chelsea Peretti; Maggie Moore(s), de John Slattery; Bucky F*cking Dent, de David Duchovny; Downtown Owl, de Lily Rabe e Hamish Linklater; Eric LaRue, de Michael Shannon; Fresh Kills, de Jennifer Esposito; The Listener, de Steve Buscemi; Shortcomings, de Randall Park; entre outros.
A seleção traz 53 documentários, entre eles, a estreia mundial da primeira obra documental da Marvel: Stan Lee, dirigido por David Gelb, que narra a trajetória do consagrado editor-chefe e presidente da Marvel Comics, que morreu em novembro de 2018. A lista traz também filmes de Waad al-Kateab, Julie Cohen, Morgan Neville, Sam Pollard, Rob Epstein e Jeffrey Friedman, além de títulos que abordam a guerra na Ucrânia, bem como o silenciamento de artistas no Irã.
Outros destaques do 22º Festival de Tribeca são: o documentário All Up in the Biz, de Sacha Jenkins, que traz entrevistas com celebridades, filmes raros, encenações e animações lúdicas sobre o rapper Biz Markie, que deixou sua marca na história do hip-hop; a ficção Cinnamon, de Bryian Keith Montgomery Jr., protagonizado por Pam Grier e Damon Wayans, sobre o movimento cinematográfico Blaxploitation; e Gloria Gaynor: I Will Survive, documentário dirigido por Betsy Schechter, que narra a trajetória da lendária cantora, que fará uma apresentação especial depois da exibição na mostra Spotlight.
Em comunicado oficial, Jane Rosenthal, cofundadora do Tribeca Festival, disse: “O festival é um evento comemorativo que homenageia artistas e eleva os participantes. Este ano não será diferente com uma programação de 109 longas-metragens de 127 cineastas. Ao longo de 12 dias emocionantes, convidamos o público a explorar a magia de contar histórias como uma ferramenta poderosa de democracia, ativismo e consciência social. Também estamos orgulhosos de destacar o 50º aniversário do hip-hop como um gênero definidor de cultura que se originou bem aqui na cidade de Nova York, com estreias mundiais perspicazes sobre lendas do beatbox e apresentações ao vivo dos melhores músicos da atualidade”.
Neste ano, o Human/Nature Award, prêmio criado para ampliar um filme que melhor exemplifique a narrativa ambiental voltada para soluções, será entregue para Common Ground, de Rebecca Harrell Tickell e Josh Tickell, que fará sua estreia mundial no festival.
Além dos longas, o festival apresentará 12 programas de curtas-metragens com histórias diversificadas e criativas. A programação traz 76 títulos, de 91 cineastas vindos de 25 países: 62 curtas em competição, oito videoclipes e seis curtas em exibição especial.
Com um total recorde de 8.096 inscrições, as categorias de curtas-metragens são selecionadas em programas temáticos que destacam amor, relações familiares, histórias LGBTQ+, expressões da liberdade negra, América Latina, resiliência e muito mais.
O CCBB SP, Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo, receberá, entre os dias 22 de abril e 14 de maio, a terceira edição da Mostra de Cinema Árabe Feminino, que conta com uma seleção de 34 obras cinematográficas dirigidas por mulheres e apresenta a diversidade do cinema árabe contemporâneo para o público brasileiro.
A programação gratuita reúne filmes de diversos formatos e gêneros, como curtas, médias e longas-metragens de ficção e documentários, que trazem à tona a multiplicidade dessas cinematografias através do olhar de mulheres de diversos países e regiões, como: Egito, Líbano, Palestina, Sudão, Iêmen, Síria, Argélia e Marrocos.
Questões políticas, críticas sociais, vivências LGBTQIAP+, utopias, memória, tempo, família e masculinidades permeiam as produções e somam-se a uma programação que inclui também sessões comentadas, mesas redondas e uma masterclass, no dia 6 de maio, com a premiada cineasta palestina Jumana Manna, que vem ao Brasil especialmente para o evento.
A 3ª Mostra de Cinema Árabe Feminino começa no dia 22 de abril, às 14h, com a exibição de Miguel’s War, de Eliane Raheb, filme inédito no Brasil, que estreou na mostra Panorama do Festival de Berlim, em 2021, e ganhou o Teddy Award de melhor longa-metragem; outro longa de Rehab que está na programação é Blessed Blessed Oblivion. De Jumana Manna, a mostra apresenta Foragers, que traz os dramas em torno da prática de busca e coleta de plantas silvestres comestíveis na Palestina/Israel, com humor sarcástico e um ritmo meditativo.
Outro destaque da programação é Nezouh, da premiada diretora síria Soudade Kaadan. O drama apresenta a história de Zeina, de 14 anos, e sua família, que são os últimos a permanecer em sua cidade natal, Damasco, na Síria. O longa foi vencedor do Prêmio do Público da mostra Orizzonti Extra e Lanterna Mágica no Festival de Veneza, em 2022, e do Prêmio Direitos Humanos da Anistia Internacional, no Med Film Festival 2022, em Roma.
Também inédito no Brasil, a mostra exibe o longa-metragem Lift like a girl, da diretora egípcia Mayye Zayed. O documentário, premiado com o Golden Dove no festival DOK Leipzig, acompanha uma garota egípcia de 14 anos que treina no local de treinamento das campeãs de elite do Egito para competir internacionalmente com levantamento de peso.
Cena de Miguel’s War, da cineasta libanesa Eliane Raheb
Outros longas da programação que estreiam no Brasil: Purple Sea, de Amel Alzakout e Khaled Abdulwahed, documentário que traz o percurso de bote da Turquia para a Grécia realizado pela diretora; The Zerda and the Songs of Forgetting e La Nouba des Femmes du Mont-Chenoua, ambos os filmes da importante escritora argelina Assia Djebar, que faleceu em 2015 e é homenageada nesta edição; e The hour of liberation has arrived, da diretora libanesa Heiny Srour, considerado o primeiro longa-metragem de uma mulher árabe a ser selecionado para o Festival de Cannes, em cópia restaurada. Entre os 21 curtas exibidos, 14 são estreias no país, como As If No Misfortune Had Occurred in the Night, realizado pela renomada diretora palestina Larissa Sansour e o filme The Window, da libanesa Sarah Kaskas.
A vasta programação inclui, ainda, focos às realizadoras: Meriem Bennani, artista visual marroquina que trabalha com animação e arte contemporânea; Azza El Hassan, diretora palestina que, além da realização, fundou o projeto de restauração fílmica, curadoria e produção chamado The Void Project; e Basma Alsharif, artista visual e diretora de origem palestina. De Meriem Bennani, a mostra exibe a sua trilogia Life on the Caps e seu curta-metragem 2 Lizards, todos inéditos no Brasil. Da palestina Basma AlSharif, três curtas-metragens: Home Movies Gaza, A field guide to the ferns e We began by measuring distance. A diretora palestina Azza El Hassan é representada por seus dois longas-metragens: News Time e Kings & Extras.
A curadoria desta terceira edição é das brasileiras Analu Bambirra, Carol Almeida e da egípcia Alia Ayman: “Em sua terceira edição, a mostra reafirma seu interesse em apresentar um recorte da produção cinematográfica árabe. Nesta edição, além de percebermos a interseção entre o cinema e as artes visuais (através de diretoras como Meriem Bennani, Basma Alsharif, Larissa Sansour e Jumana Manna), reforçamos o quão diverso e rico é o cinema árabe, indo de narrativas tradicionais até novas formas e experimentos cinematográficos. Os filmes que apresentamos representam imagens ‘frescas’, imagens às quais acreditamos que pessoas brasileiras deveriam ter mais acesso”, disseram as curadoras.
A 3ª Mostra de Cinema Árabe Feminino é uma realização da Partisane Filmes, com patrocínio do Banco do Brasil e apoio da Arsenal – Institut für Film und Videokunst. Clique aqui e confira a programação completa.
Foram anunciados nesta segunda-feira, 17/04, os filmes selecionados para a Semana da Crítica 2023 (Semaine de la Critique), mostra paralela ao Festival de Cannes que concentra-se na descoberta de novos talentos. Desde que foi criada pelo Syndicat Français de la Critique de Cinéma, em 1962, busca explorar e revelar novos cineastas inovadores do mundo todo.
Em sua 62ª edição, a Semana da Crítica, que acontecerá entre os dias 17 e 25 de maio, terá a cineasta francesa Audrey Diwan como presidente do júri; o diretor de fotografia português Rui Poças, o ator alemão Franz Rogowski, a jornalista indiana Meenakshi Shedde e a programadora americana Kim Yutani, do Festival de Sundance, completam o time de jurados.
Neste ano, o cinema brasileiro marca presença com o longa-metragem Levante, dirigido pela cineasta Lillah Halla, que passou pela Semana da Crítica em 2020 com o curta Menarca. Neste novo filme, a história se passa às vésperas de um importante campeonato de vôlei, no qual a promissora jogadora Sofia enfrenta uma gravidez indesejada. Buscando uma rescisão ilegal, ela se torna alvo de um grupo fundamentalista determinado a detê-la a qualquer custo. O futuro da garota, que enfrenta a proibição do aborto no Brasil, está nas mãos de todos, porém, ela recebe ajuda de alguém inesperado.
Levante conta com Ayomi Domenica Dias, Loro Bardot, Grace Passô, Gláucia Vandeveld, Rômulo Braga, Suzy Lopes, Rejane Faria, Lara Negalara, Vinicius Meloni, Ernani Sanchez, Onna, entre outros, no elenco. O roteiro é assinado por Lillah Halla e María Elena Morán; a fotografia é de Wilssa Esser e a trilha sonora de Maria Beraldo Badsista. A edição é assinada por Eva Randolph, Jeanne Oberson e Lillah Halla; a direção de arte é de Maíra Mesquita e o som de Waldir Xavier.
Sobre o filme, Ava Cahen, diretora artística da Semana da Crítica, disse: “A diretora brasileira Lillah Halla se opõe ao conservadorismo que atormenta seu país com uma visão queer e mobilizadora”. Levante foi realizado com apoio do programa Critics Week’s Next Step, que colabora com cineastas, que exibiram anteriormente seus curtas na mostra, no desenvolvimento de seus longas.
O pôster desta 62ª edição presta homenagem ao longa Aftersun, de Charlotte Wells, que recebeu o Prêmio do Júri no ano passado e teve uma carreira premiada ao longo do ano. Inclusive, o protagonista Paul Mescal foi indicado ao Oscar na categoria de melhor ator.
Conheça os filmes selecionados para a Semana da Crítica 2023:
COMPETIÇÃO | LONGA-METRAGEM
Il pleut dans la maison, de Paloma Sermon-Daï (Bélgica/França) Inshallah Walad, de Amjad Al Rasheed (Jordânia/França/Arábia Saudita/Qatar) Jam, de Jason Yu (Coreia do Sul) Le Ravissement, de Iris Kaltenbäck (França) Levante, de Lillah Halla (Brasil/Uruguai/França) Lost Country, de Vladimir Perišić (França/Sérvia/Croácia/Luxemburgo) Tiger Stripes, de Amanda Nell Eu (Malásia/Taiwan/Singapura/França/Alemanha/Holanda/Indonésia/Qatar)
SESSÕES ESPECIAIS | LONGAS
Ama Gloria, de Marie Amachoukeli (França) (filme de abertura) La fille de son père, de Erwan Le Duc (França) (filme de encerramento) Le Syndrome des Amours Passées, de Ann Sirot e Raphaël Balboni (Bélgica/França) Vincent doit mourir, de Stéphan Castang (França)
COMPETIÇÃO | CURTA-METRAGEM
Arkhé, de Armando Navarro (México) Boléro, de Nans Laborde-Jourdàa (França) Contadores, de Irati Gorostidi Agirretxe (Espanha) Corpos Cintilantes, de Inês Teixeira (Portugal) I promise you Paradise, de Morad Mostafa (Egito/França/Qatar) Krokodyl, de Dawid Bodzak (Polônia) La saison pourpre, de Clémence Bouchereau (França) Prava istina priče o Šori, de Andrea Slaviček (Croácia/Espanha) Via Dolorosa, de Rachel Gutgarts (França) Walking With Her into the Night, de Hui Shu (China)
SESSÕES ESPECIAIS | CURTAS
Midnight Skin, de Manolis Mavris (Grécia/França) Pleure pas Gabriel, de Mathilde Chavanne (França) Stranger, de Jehnny Beth e Iris Chassaigne (França)
CONVIDADOS | Festival International du Film de Morelia
El cortometraje, de José Luis Isoard Arrubarrena (México) Ir y Volver, de José Permar (México/Bélgica/Hungria) Las cosas que te digo, de Daniela Silva Solórzano (México) Una Mano Bajo la Nieve, de José Esteban Pavlovich (México)
A quinta edição do Curta na Serra – Festival de Cinema ao Ar Livre, que acontecerá entre os dias 29 de setembro e 1º de outubro, promoverá três dias de programação gratuita e aberta ao público no distrito de Serra Negra, em Bezerros, Pernambuco.
Contemplando produções audiovisuais de todo o país, o festival irá premiar filmes nas categorias de curta-metragem nacional, curta-metragem pernambucano e videoclipe. As inscrições podem ser realizadas, gratuitamente, entre os dias 15 de abril e 15 de maio, por meio do regulamento e do formulário disponíveis no site oficial: clique aqui.
Segundo o idealizador e produtor executivo do festival, Marlom Meirelles, a programação do V Curta na Serra receberá inscrições de curtas-metragens que tenham sido finalizados a partir do ano de 2021, produzidos em qualquer formato de captação de imagem, de qualquer gênero, com duração máxima de 20 minutos: “Os filmes serão selecionados através de uma proposta curatorial que abrange diferentes gêneros como animação, documentário, ficção, experimental e videoclipe. As sessões serão realizadas ao ar livre no distrito de Serra Negra, município de Bezerros, no agreste pernambucano”, explica Marlom.
Em formato híbrido, além das sessões presenciais, o festival promoverá também a exibição on-line de filmes em seu site. A curadoria será assinada por Vitor Búrigo, editor chefe do CINEVITOR e membro da Abraccine, Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Para a quinta edição do Curta na Serra, cada realizador poderá concorrer com até dois filmes. A cada ano, a curadoria do evento busca selecionar curtas-metragens que dialoguem com a cultura regional à nacional, de diferentes realizadores, promovendo a reflexão, o lazer, o conhecimento e, acima de tudo, a integração dos indivíduos com suas identidades culturais.
No meio do corredor agrestino, entre Gravatá e Caruaru, encontra-se Bezerros, com uma população de aproximadamente 60 mil habitantes. Cidade reconhecida pelo carnaval, considerado um dos melhores do Estado, se destaca ainda pelo seu polo gastronômico e é palco para a produção de grandes artistas, como Lula Vassoureiro e J. Borges. No alto da cidade, encontra-se a Serra Negra, um de seus distritos mais conhecidos. Situada a uma altitude de 960 metros, com temperatura que chega até 9º C, o lugar é um grande centro turístico, que além de abrigar um parque ecológico, movimenta o comércio cultural na região.
É neste cenário que ocorre o Curta na Serra – Festival de Cinema ao Ar Livre com o objetivo de difundir a cultura do cinema ao público da região. O evento traz consigo não só a oferta de experiências cinematográficas, mas também abriga atividades musicais, formativas e gastronômicas, abrangendo uma cadeia produtiva cada vez mais diversificada.
Segundo longa-metragem de Daniel Gonçalves, do premiado Meu nome é Daniel, Assexybilidade traz histórias sobre a sexualidade de pessoas com deficiência e a pluralidade de experiências através da vivência de cada uma delas. O diretor, produtor e roteirista busca desmistificar o tabu do sexo, com todas as delícias e prazeres envolvidos. O documentário revela também as dores, como a luta diária contra a invisibilidade, ou a ideia preconceituosa de que não sentem desejo como todas as pessoas.
O longa tem uma proposta inclusiva, não só na temática, como também no processo de realização, e contou com algumas pessoas com deficiência em sua equipe, a começar pelo diretor, que tem uma deficiência de origem desconhecida que afeta sua coordenação motora. Em seu primeiro documentário, Meu Nome é Daniel, Gonçalves, através de vasto material em arquivo em VHS e de cenas gravadas nos dias de hoje, revê sua trajetória e busca compreender sua condição. Já em Assexybilidade, Daniel se inclui em cena, como mais um personagem desta história, mas também dá a palavra a diversos entrevistados e entrevistadas que refletem sobre o sexo e sobre como este campo de suas vidas é afetado pelo preconceito com que lidam diariamente em uma sociedade capacitista.
Antes de chegar em sua última versão, assinada pelo próprio diretor e por Vinicius Nascimento, o roteiro passou por vários laboratórios de desenvolvimento, nacionais e internacionais. O primeiro deles foi o Visões Lab 2018, que ocorreu no Festival Visões Periféricas, no Rio de Janeiro, e lhe rendeu o prêmio de melhor projeto. Em 2021, dentro da programação do Brasil CineMundi, em Belo Horizonte, participou do Doc Brasil Meeting e venceu o prêmio Nuevas Miradas, o que lhe garantiu a oportunidade de participar do Festival Cubano em 2022, no qual recebeu o prêmio Docs MX, para participar do Docs Lab, no México.
Também no ano passado, participou do American Film Showcase. De volta ao Brasil, participou do CineMundi, desta vez, para exibição do primeiro corte para uma plateia de convidados do audiovisual mundial e, mais uma vez, saiu premiado. Em seguida, foi convidado a participar do Rough Cut Lab no Forum RIDM, no Canadá.
Assexybilidade fala sobre flerte, beijo na boca, namoro, masturbação, capacitismo e, é claro, sexo. A maior força do documentário é precisamente ouvir das pessoas com deficiência coisas que a sociedade não espera que elas digam e façam. A proposta é mudar a ideia de que são seres assexuados, angelicais, especiais e, até mesmo, desprovidos de desejos.
Atualmente, em fase de finalização, Assexybilidade é uma produção SeuFilme e TvZero, em coprodução com a Globo Filmes, GloboNews e RioFilme. Com previsão de lançamento para o segundo semestre de 2023, tem distribuição nacional da Olhar e vendas internacionais da The Open Reel. Já o longa anterior, Meu Nome é Daniel, foi exibido em mais de 20 festivais e recebeu prêmios na Mostra de Cinema de Gostoso, na Mostra Tiradentes, no Festival de Cartagena e no Los Angeles Brazilian Film Festival.
Em 2023, o Festival de Cinema de Vitória completa 30 anos de existência. Para comemorar a data, o evento promove uma série de exibições especiais que apresentam um recorte de filmes exibidos nas últimas três décadas. Essa é a proposta da Mostra Comemorativa 30 Anos Festival de Cinema de Vitória, que acontecerá entre os dias 14 e 18 de junho, no Sesc Glória, no centro da capital do Espírito Santo.
O público vai conferir, durante os cinco dias de festival, uma programação que apresenta um panorama do cinema brasileiro. Na programação da tarde serão exibidos 20 curtas-metragens, com sessões sempre a partir das 15h. Nas exibições noturnas, que tem início às 19h, serão exibidos dois filmes: um longa-metragem e um curta-metragem capixaba.
Ao todo, a programação conta com 25 curtas-metragens e cinco longas-metragens que apresentam um recorte simbólico da produção audiovisual brasileira, e que reafirmam o caráter contemporâneo e atento do Festival de Cinema de Vitória ao acompanhar as transformações culturais e sociais, por meio de sua produção audiovisual, que aconteceram no país.
Para Lucia Caus, diretora do Festival de Cinema de Vitória, a Mostra Comemorativa reafirma o talento dos profissionais que produzem no Brasil: “São três décadas de Festival de Cinema de Vitória. Foram 30 anos de inúmeros desafios, tanto para nós que realizamos o festival, quanto para quem produz cinema no Brasil. Mas, ao mesmo tempo, foram tempos de luta, realizações e alegrias. Esse recorte, que será apresentado na Mostra Comemorativa 30 Anos, é uma prova da força do audiovisual brasileiro. Da criatividade de seus realizadores e suas equipes, que com suas produções originais, emocionantes e divertidas, contam a história do nosso país”.
Durante os trinta anos de existência, o Festival de Cinema de Vitória tem sido uma importante janela de fomento para o cinema brasileiro. Neste período, o público pôde conferir gratuitamente aproximadamente dois mil curtas-metragens selecionados, além de mais de 180 longas-metragens, vindos de todas as regiões do Brasil.
Foi a partir deste material que a Comissão de Seleção escolheu os filmes que fazem parte da Mostra Comemorativa 30 Anos. A Sessão de Curtas contou com a curadoria da cineasta, produtora e curadora Flavia Candida; do cineasta, curador, escritor, pesquisador na área audiovisual e professor da Ufes, Erly Vieira Jr; e do mestre em Cinema e Artes do Vídeo, curador e produtor do programa TV É Cinema, Waldir Segundo. A Sessão de Longas teve a seleção de Gilberto Alexandre Sobrinho, que é pesquisador na área do cinema e audiovisual e professor do Instituto de Artes da Unicamp.
Conheça os filmes selecionados para a retrospectiva:
LONGAS-METRAGENS
A História da Eternidade, de Camilo Cavalcante (PE) (2014) (exibido no 21º FCV) Corumbiara, de Vincent Carelli (RR) (2009) (exibido no 16º FCV) Ela Volta na Quinta, de André Novais Oliveira (MG) (2014) (exibido no 22º FCV) O Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho (PE) (2012) (exibido no 19º FCV) Quase Dois Irmãos, de Lucia Murat (RJ) (2004) (exibido no 11º FCV)
CURTAS-METRAGENS
A Festa e os Cães, de Leonardo Mouramateus (CE) (2016) (exibido no 22º FCV) A Morte Branca do Feiticeiro Negro, de Rodrigo Ribeiro-Andrade (SC) (2020) (exibido no 27º FCV) Alma Bandida, de Marco Antônio Pereira (MG) (2018) (exibido no 25º FCV) Angelo Anda Sumido, de Jorge Furtado (RS) (1997) (exibido no 4º FCV) Castelos de Vento, de Tânia Anaya (MG) (1998) (exibido no 6º FCV) Chupa Cabras, de Rodrigo Aragão (ES) (2005) (exibido no 13º FCV) Eclipse Solar, de Rodrigo de Oliveira (ES) (2016) (exibido no 23º FCV) Ensaio de Cinema, de Allan Ribeiro (RJ) (2009) (exibido no 16º FCV) Kbela, de Yasmin Thayná (RJ) (2015) (exibido no 23º FCV) Meninos, de Ursula D’Art (ES) (2009) (exibido no 16º FCV) Na Missão, com Kadu, de Aiano Benfica, Kadu Freitas e Pedro Maia Brito (MG/PE) (2016) (exibido no 23º FCV) No Devagar Depressa dos Tempos, de Eliza Capai (SP) (2014) (exibido no 21º FCV) No Princípio Era o Verbo, de Virgínia Jorge (ES) (2005) (exibido no 12º FCV) O Duplo, de Juliana Rojas (SP) (2012) (exibido no 19º FCV) Perifericu, de Rosa Caldeira, Vita Pereira, Sthefanny Fernanda e Nay Mendl (SP) (2020) (exibido no 27º FCV) Praça Walt Disney, de Renata Pinheiro e Sérgio Oliveira (PE) (2011) (exibido 18º FCV) Quinze, de Maurílio Martins (MG) (2014) (exibido no 21º FCV) Rap, o Canto da Ceilândia, de Adirley Queirós (DF) (2005) (exibido no 13º FCV) Sweet Karolynne, de Ana Bárbara Ramos (PB) (2009) (exibido no 16º FCV) Virgindade, de Chico Lacerda (PE) (2014) (exibido no 22º FCV)
CURTAS-METRAGENS CAPIXABAS
A Cor do Fogo e a Cor da Cinza, de André Felix (2014) (exibido no 21º FCV) Inabitáveis, de Anderson Bardot (2020) (exibido no 27º FCV) O Projeto do Meu Pai, de Rosaria (2016) (exibido no no 23º FCV) Para Todas as Moças, de Castiel Vitorino (2019) (exibido no 27º FCV) Perto da Minha Casa, de Diego Locatelli e Carol Covre (2013) (exibido no 20º FCV)
Organizada pela La Société des réalisateurs de films (la SRF), desde 1969, a Quinzena dos Realizadores (Quinzaine des Cinéastes), mostra paralela ao Festival de Cannes, colabora com a descoberta de novos cineastas independentes e contemporâneos.
Com o objetivo de ser eclética e receptiva a todas as formas de expressão cinematográfica, a Quinzena destaca a produção anual de filmes de ficção, curtas e documentários no cenário independente e também popular, com cineastas talentosos e originais.
Neste ano, em sua 55ª edição, que acontecerá entre os dias 17 e 26 de maio, o cineasta maliano Souleymane Cissé, de A Luz, Waatie O Ka, será homenageado com o Carrosse d’Or na cerimônia de abertura. Diretor, produtor, roteirista e exibidor, tornou-se, em 50 anos de carreira, o símbolo da liberdade criativa, tanto poética quanto política.
Em comunicado oficial, Julien Rejl, diretor artístico da Quinzena dos Realizadores, disse: “A Quinzena dos Realizadores nasceu quando uma comunidade de realizadores se uniu com o desejo de criar um espaço independente que encorajasse o surgimento da produção cinematográfica gratuita; independentemente da proveniência geográfica ou de qualquer outro critério limitador. Escolhemos 30 filmes que, através da sua linguagem própria, incorporam um espírito de resistência a qualquer forma de ideologia e às narrativas dominantes”.
O pôster deste ano presta uma homenagem ao cineasta português Manoel de Oliveira com uma imagem do seu filme Val Abraão, lançado em 1993, que destaca a atriz Leonor Silveira. O longa, que comemora 30 anos, é inspirado em Madame Bovary, de Gustave Flaubert, e ganhará uma exibição especial no evento.
Confira a lista completa com os filmes selecionados para a Quinzena dos Realizadores 2023:
LONGA-METRAGEM
Agra, de Kanu Behl (Índia) Bên trong vỏ kén vàng, de Thien An Pham (Vietnã) Blackbird Blackbird Blackberry, de Elene Naveriani (Geórgia) Blazh, de Ilya Povolotsky (Rússia) Conann, de Bertrand Mandico (Bélgica/França/Luxemburgo) Creatura, de Elena Martín (Espanha) Déserts, de Faouzi Bensaïdi (Bélgica/Dinamarca/Alemanha/França/Marrocos) In Flames, de Zarrar Kahn (Paquistão/Canadá) L’autre Laurens, de Claude Schmitz (Bélgica/França) Le Livre des solutions, de Michel Gondry (França) Le procès Goldman, de Cédric Kahn (França) (filme de abertura) Légua, de Filipa Reis e João Miller Guerra (Portugal/França/Itália) Mambar Pierrette, de Rosine Mbakam (Camarões/Bélgica) Riddle of Fire, de Weston Razooli (EUA) The Feeling That the Time for Doing Something has Passed, de Joanna Arnow (EUA) The Sweet East, de Sean Price Williams (EUA) Un Prince, de Pierre Creton (França) Val Abraão, de Manoel de Oliveira (Portugal/Suíça/França) (exibição especial) Woo-Ri-UI-Ha-Ru, de Hong Sang-soo (Coreia do Sul) (filme de encerramento) Xiao Bai Chuan, de Zihan Geng (China)
CURTA-METRAGEM
Axxam Yaṛɣa, Maqaṛ Ansaḥmu, de Mouloud Aït Liotna Dans la tête un orage, de Clément Pérot-Guillaume (França) Il Compleanno di Enrico, de Francesco Sossai (Itália) J’ai vu le visage du diable, de Julia Kowalski (França) Lemon Tree, de Rachel Walden (EUA) Margarethe 89, de Lucas Malbrun (Alemanha/França) Mast-Del, de Maryam Tafakory (Irã) Oyu, de Atsushi Hirai (Japão) The Red Sea Makes Me Wanna Cry, de Faris Alrjoob (Jordânia) Xia Ri Fu Ben, de Yue Pan (China)
O Festival de Cannes 2023, que acontecerá entre os dias 16 e 27 de maio, anunciou nesta quinta-feira, 13/04, em uma coletiva apresentada por Iris Knobloch, presidente do festival, e Thierry Frémaux, diretor geral, os filmes selecionados para sua 76ª edição.
Neste ano, o cinema brasileiro ganha destaque com o documentário Retratos Fantasmas, quinto longa-metragem do cineasta e roteirista pernambucano Kleber Mendonça Filho, que será exibido fora de competição na mostra Sessões Especiais. O filme tem como personagem principal o centro da cidade do Recife como local histórico e humano, revisitado através dos grandes cinemas que atravessaram o século 20 como espaços de convívio. Foram lugares de sonho e de indústria; e a relação das pessoas com esse universo é um marcador de tempo para as mudanças dos costumes em sociedade.
Produzido por Emilie Lesclaux para a CinemaScópio Produções e coproduzido pela Vitrine Filmes, de Silvia Cruz e Felipe Lopes, o filme é fruto de sete anos de trabalho de pesquisa, filmagens e montagem: “Palácios de Cinema em centros de cidades são comuns em muitos outros lugares no mundo, mas ocorre que eu sou pernambucano, recifense, e parti para mostrar essa geografia da cidade com um ponto de vista pessoal. Recife é também uma cidade que ainda desfruta de um cinema espetacular como o São Luiz, um palácio de 1952. Hoje, são poucas as cidades no mundo que ainda sabem o que isso representa”, disse o diretor.
Cerca de 60% de Retratos Fantasmas é composto por material de arquivo, com fotografias e imagens em movimento encontradas em acervos pessoais, na produção pernambucana de cinema, televisão e de instituições como a Cinemateca Brasileira, o CTAv, Centro Técnico do Audiovisual, e a Fundação Joaquim Nabuco.
O trabalho de montagem, ao lado de Matheus Farias, reúne imagens dos mais variados formatos: “É uma felicidade e uma honra estar de volta ao Festival de Cannes com um projeto que é um trabalho diferente dos filmes de ficção que já apresentamos do ponto de vista da produção, mas que é tão pessoal quanto Aquarius e Bacurau. Retratos Fantasmas traz temas que atravessam toda a obra de Kleber. Inclusive seu primeiro longa-metragem é o documentário Crítico”, disse a produtora Emilie Lesclaux.
Em um post no Instagram, Kleber, premiado em Cannes, em 2019, com Bacurau, disse: “Retratos Fantasmas, meu quinto longa-metragem, é um documentário e terá a sua estreia mundial na Seleção Oficial do 76º Festival de Cannes em Sessão Especial, fora de competição. A notícia foi anunciada por Thierry Frémaux na coletiva de imprensa do festival, agora há pouco em Paris. O filme se passa no centro do Recife, no passado e agora, entre o Cinema Veneza, em duas pontes e o Cinema São Luiz. É o meu quarto filme em Cannes depois de Vinil Verde, Aquarius e Bacurau. Uma honra e uma alegria. Obrigado, Emilie Lesclaux, Matheus Farias, Silvia Cruz, Vitrine Filmes e aos amigos que vêm acompanhando de perto! Que o Cinema São Luiz esteja já reaberto à sociedade no segundo semestre para podermos exibir Retratos Fantasmas no Recife”.
Enquanto isso, o cineasta brasileiro Karim Aïnouz, premiado em Cannes com A Vida Invisível, em 2019, está na disputa pela Palma de Ouro, prêmio máximo do festival, com o drama Firebrand, anunciado em 2021. Com fotografia de Hélène Louvart, o filme, protagonizado por Alicia Vikander e Jude Law, narra o casamento de Catarina Parr, Rainha Consorte do Reino da Inglaterra e Reino da Irlanda, com o rei Henrique VIII. O longa é produzido pela Brouhaha Entertainment, MBK Productions e Magnolia Mae Films.
Na mostra paralela Un Certain Regard, destaque para A Flor do Buriti, dirigido pelo português João Salaviza e pela brasileira Renée Nader Messora, de Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos, que recebeu o Prêmio Especial do Júri nesta mesma mostra, em 2018. Novamente com os Krahô, no norte do Tocantins, o filme traz um dos temas mais urgentes da atualidade: a luta pela terra e as diferentes formas de resistência implementadas pela comunidade da aldeia Pedra Branca.
“O filme nasce do desejo em pensar a relação dos Krahô com a terra, pensar em como essa relação vai sendo elaborada pela comunidade através dos tempos. As diferentes violências sofridas pelos Krahô nos últimos 100 anos também alavancaram um movimento de cuidado e reivindicação da terra como bem maior, condição primeira para que a comunidade possa viver dignamente e no exercício pleno de sua cultura”, disse a codiretora Renée Nader Messora.
O longa, produzido por Ricardo Alves Jr. e Julia Alves, por meio da produtora mineira Entre Filmes, que será distribuído no Brasil pela Embaúba Filmes, atravessa os últimos 80 anos dos Krahô, trazendo para a tela um massacre ocorrido em 1940, onde morreram dezenas de pessoas. Perpetrado por dois fazendeiros da região, as violências praticadas naquele momento continuam a ecoar na memória das novas gerações. “Filmar o massacre era um grande dilema. Se por um lado é uma história que deve ser contada, por outro não nos interessava produzir imagens que perpetuassem novamente uma violência. Percebemos que a única forma de filmar essa sequência era a partir da memória compartilhada, a partir de relatos, do que ainda perdura no imaginário coletivo desse pessoal que insiste em sobreviver”, conta a diretora.
O filme apresenta uma história de resistência do povo Krahô
A Flor do Buriti foi rodado durante quinze meses em quatro aldeias diferentes, dentro da Terra Indígena Kraholândia, e assim como em Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos, a equipe era muito pequena e se dividia entre indígenas e não indígenas. Relatos históricos baseados em conversas e a realidade atual da comunidade serviram de base para a construção da narrativa do filme: “A gente não trabalha com o roteiro fechado. A questão da terra é a espinha dorsal do filme. Propusemos aos atores trabalhar a partir desse eixo, criar um filme que pudesse viajar pelos tempos, pela memória, pelos mitos, mas que ao mesmo tempo fosse uma construção em aberto que faríamos enquanto fossemos filmando. A narrativa foi sendo construída com a Patpro, o Hyjnõ e o Ihjãc, que assinam o roteiro”, explicou João Salaviza.
As manifestações em Brasília durante a votação do Marco Temporal e as ameaças que a Terra Indígena vem sofrendo nos últimos anos, como roubo de animais silvestres, extração de madeira e reativação de uma barragem ilegal, são absorvidas pelo filme, em uma narrativa onde passado e presente coexistem e formam um corpo só: “Os desafios que os Krahô enfrentam hoje ecoam em todo o nosso continente. O que contamos aqui, em um contexto extremamente específico e peculiar, é também a História dos povos indígenas sul-americanos desde a invasão. Se as formas de violência são múltiplas e capazes de aniquilar nações inteiras, as formas de resistência são ainda mais potentes, vibrantes e reinventadas diariamente”, conta Renée.
A seleção do filme para Cannes mostra que o mundo está realmente de olho nas questões dos povos originários no Brasil: “A importância dos povos originários não reside apenas no conhecimento ancestral, mas também na elaboração de tecnologias totalmente sofisticadas de defesa da terra. Eles ocupam radicalmente a contemporaneidade. O festival também será importante como lugar para se formar novas alianças, usar da sua capacidade de sedução cultural que possam ser reativadas no futuro. De fato, o bolsonarismo foi um verdadeiro massacre, tanto na destruição dos povos e seus direitos, como da terra. Agora, o que acontece é uma contraofensiva muito mais bela e forte. O mundo está de olho nos Krahô. É muito bom para nós, cineastas e aliados, ver o lugar que o filme pode ocupar”, ressalta João.
Sonia Guajajara, que também aparece no filme, é figura de admiração de mulheres de todas as aldeias, que vêem nela um modelo de referência: “Ela aparece em um discurso em Brasília sempre como ativista e hoje é uma Ministra, depois de décadas de militância. Vemos que há uma realidade muito rica e muito vibrante, com pouca visibilidade que é aquilo que acontece em cada aldeia. E é onde as comunidades organizam sua resistência, e isso hoje vem com tudo. E é um rio imparável que vai confluir. E a melhor notícia que o Brasil poderia ter depois desses quatro anos é a presença cada vez mais forte dos povos indígenas ocupando lugares de poder”, reflete João.
Ainda na mostra Un Certain Regard, vale destacar a presença de Los Delincuentes, de Rodrigo Moreno, uma coprodução entre Argentina, Brasil, Luxemburgo e Chile; a equipe traz a brasileira Julia Alves, da Sancho & Punta, na produção. E mais: La chimera, de Alice Rohrwacher, que disputa a Palma de Ouro, conta com a atriz brasileira Carol Duarte, de A Vida Invisível, no elenco.
A 76ª edição do Festival de Cannes, que terá o cineasta sueco Ruben Östlund como presidente do júri, anunciará novos títulos na programação em breve.
[POST ATUALIZADO EM 24/04]
Confira a lista completa com os filmes selecionados para o Festival de Cannes 2023:
COMPETIÇÃO OFICIAL
Anatomie d’une chute, de Justine Triet (França) Asteroid City, de Wes Anderson (EUA) Banel & Adama, de Ramata-Toulaye Sy (Mali/Senegal/França) Black Flies, de Jean-Stéphane Sauvaire (EUA) Club Zero, de Jessica Hausner (Áustria) Elementos, de Peter Sohn (EUA) (filme de encerramento) (fora de competição) Fallen Leaves, de Aki Kaurismäki (Finlândia) Firebrand, de Karim Aïnouz (Reino Unido) Il sol dell’avvenire, de Nanni Moretti (Itália) Jeanne du Barry, de Maïwenn (França/Reino Unido) (filme de abertura) (fora de competição) Jeunesse, de Wang Bing (França) Kuru Otlar Üstüne, de Nuri Bilge Ceylan (Turquia/França/Alemanha/Suécia) L’été dernier, de Catherine Breillat (França) La chimera, de Alice Rohrwacher (Itália/França/Suíça) La Passion de Dodin-Bouffant, de Trần Anh Hùng (França) Le retour, de Catherine Corsini (França) Les Filles d’Olfa, de Kaouther Ben Hania (Tunísia) May December, de Todd Haynes (EUA) Monster, de Hirokazu Koreeda (Japão) Perfect Days, de Wim Wenders (Japão/Alemanha) Rapito, de Marco Bellocchio (Itália/França/Alemanha) The Old Oak, de Ken Loach (França) The Zone of Interest, de Jonathan Glazer (Reino Unido/Polônia/EUA)
UN CERTAIN REGARD
A Flor do Buriti (Crowrã), de João Salaviza e Renée Nader Messora (Brasil/Portugal) Augure, de Baloji Tshiani (Bélgica/Holanda/Congo/Alemanha/África do Sul) Goodbye Julia, de Mohamed Kordofani (Sudão/Suécia) Hopeless, de Kim Chang-hoon (Coreia do Sul) How to Have Sex, de Molly Manning Walker (Reino Unido) If Only I Could Hibernate, de Zoljargal Purevdash (Mongólia) Kadib Abyad, de Asmae El Moudir (Marrocos) Le règne animal, de Thomas Cailley (França) (filme de abertura) Les meutes, de Kamal Lazraq (França) Los Colonos, de Felipe Gálvez (Chile) Los Delincuentes, de Rodrigo Moreno (Argentina/Brasil/Luxemburgo/Chile) Only the River Flows, de Wei Shujun (China) Rien à Perdre, de Delphine Deloget (França) Rosalie, de Stéphanie Di Giusto (França/Bélgica) Salem, de Jean-Bernard Marlin (França) Simple comme Sylvain, de Monia Chokri (Canadá) Terrestrial Verses, de Ali Asgari e Alireza Khatami (Irã) The Breaking Ice, de Anthony Chen (China) The New Boy, de Warwick Thornton (EUA) Une nuit, de Alex Lutz (França) (filme de encerramento)
FORA DE COMPETIÇÃO
Cobweb, de Kim Jee-woon (Coreia do Sul) Indiana Jones e a Relíquia do Destino, de James Mangold (EUA) Killers of the Flower Moon, de Martin Scorsese (EUA) L’Abbé Pierre – Une vie de combats, de Frédéric Tellier (França) The Idol, de Sam Levinson (EUA)
CANNES PREMIÈRE
Bonnard, Pierre et Marthe, de Martin Provost (França) Cerrar los ojos, de Víctor Erice (Espanha) Eureka, de Lisandro Alonso (Argentina/França/Portugal) Kubi, de Takeshi Kitano (Japão) L’amour et les forêts, de Valérie Donzelli (França) Le temps d’aimer, de Katell Quillévéré (França/Bélgica) Perdidos en la Noche, de Amat Escalante (México/Holanda/Alemanha)
SESSÕES ESPECIAIS
As Filhas do Fogo, de Pedro Costa (Portugal) Anselm (Das Rauschen der Zeit), de Wim Wenders (Alemanha) Bread and Roses, de Sahra Mani (Afeganistão) Le Théorème de Marguerite, de Anna Novion (França/Suíça) Little Girl Blue, de Mona Achache (França/Bélgica) Man in Black, de Wang Bing (EUA) Occupied City, de Steve McQueen (Reino Unido/Holanda) Retratos Fantasmas, de Kleber Mendonça Filho (Brasil) Strange Way of Life, de Pedro Almodóvar (Espanha)
SESSÃO DA MEIA-NOITE
Acide, de Just Philippot (França/Bélgica) Hypnotic, de Robert Rodriguez (EUA) Kennedy, de Anurag Kashyap Omar la fraise, de Elias Belkeddar (França) Project Silence, de Tae-gon Kim (Coreia do Sul)
Realizado em Manaus, capital do Amazonas, o Olhar do Norte chega à quinta edição em 2023 e anuncia uma nova fase e conceito artístico. O evento, realizado de forma independente pela Artrupe Produções, passa a ser chamado de Festival de Cinema da Amazônia – Olhar do Norte.
Além do novo nome e identidade visual, o evento amplia a participação da principal mostra competitiva para todos os estados da Amazônia Legal. Filmes de todo país podem participar em outras categorias, como ocorreu nos anos anteriores. As inscrições estão abertas entre os dias 12 de abril e 9 de junho através do site oficial; clique aqui.
No 5º Festival de Cinema da Amazônia – Olhar do Norte, a mostra competitiva principal passa a se chamar Mostra Amazônia, incluindo agora filmes do Maranhão e Mato Grosso, além de obras de todos os outros sete estados da região Norte. Desde sua primeira edição, conforme o regulamento, apenas filmes em curta-metragem podem se inscrever: “Nosso principal norte passou a ser um festival de cinema que se interessa pela arte que tem origem na Amazônia, em um sentido amplo. Estamos num lugar de destaque no mundo e neste momento da História em que vivemos, compreendemos que assumir nosso protagonismo amazônico é um fator que nos leva a ser do tamanho do nosso potencial”, disse Diego Bauer, um dos diretores do evento.
Neste ano, conforme o regulamento, podem se inscrever nas mostras oficiais filmes de até 25 minutos de duração, produzidos a partir de 1º de janeiro de 2022. Filmes de longa-metragem entram na programação apenas como convidados. A divulgação do programa completo será anunciada no segundo semestre de 2023.
As produções da Mostra Amazônia disputam os seguintes prêmios: melhor filme do júri e do público, direção, dois prêmios de atuação, roteiro, direção de fotografia, montagem, direção de arte e som. O festival aceita filmes em live-action e animação para todas as categorias. O evento será realizado em Manaus no segundo semestre deste ano em datas e locais a serem anunciadas em breve.
Obras dos demais estados do Brasil podem participar de outras mostras, como: a Mostra Outros Nortes recebe filmes de todos os gêneros e classificação indicativa; a Mostra Olhinho é destinada para filmes voltados para o público infantojuvenil. Os filmes da Mostra Outros Nortes disputarão os prêmios de melhor filme e até duas menções honrosas do júri a ser formado por integrantes do Cine Set, parceiro de mídia do festival, formado por críticos de cinema e jornalistas especializados.