Cena do longa Quando Falta o Ar, de Ana Petta e Helena Petta: premiado
Foram anunciados nesta quarta-feira, 28/06, os vencedores da nona edição do Santos Film Fest – Festival de Cinema de Santos, que aconteceu em 13 espaços da cidade litorânea, com sessões esgotadas e presenças de artistas de várias partes do país.
A cerimônia de encerramento, realizada no Open House Idiomas, destacou 24 premiados, divididos entre: Prêmio Cinefilia, uma novidade do festival que agradece aos espectadores mais assíduos; Mostra Animação, Mostra de Terror, Mostra Regional e Mostra Nacional de curtas e de longas.
O documentário Quando Falta o Ar, de Ana Petta e Helena Petta, foi o grande vencedor deste ano e recebeu o troféu de melhor longa-metragem nacional. O júri foi formado por: Andrea Pasquini, Diego da Costa e Jamer Guterrez de Mello na Mostra Competitiva Nacional; Tamirys O’Hanna, Márcia Okida e Wanderley Camargo nas mostras Regional e Animação; e Rogério Ferraraz, Leandro Cesar Caraça e Ondina Clais na Mostra de Terror.
O Prêmio Cinefilia, entregue pela presença constante nas atividades do Santos Film Fest 2023, foi para Fabrício de Lima Luiz, Renata Luiz Nogueira e Rodrigo dos Santos Rema. Neste ano, o tema escolhido foi Levanta, Sacode a Poeira e dá a Volta por Cima e os homenageados foram: o cantor e ator Paulo Miklos e a atriz Tamirys O’Hanna, do longa O Homem Cordial, que abriu o evento.
Conheça os vencedores do 9º Santos Film Fest:
MOSTRA NACIONAL | LONGAS-METRAGENS
Melhor Filme: Quando Falta o Ar, de Ana Petta e Helena Petta (SP) Melhor Filme | Voto Popular: O SKT Me Levou, de Lecuk Ishida (SP) Menção Honrosa: Rio Negro, de Fernando Sousa e Gabriel Barbosa (RJ) Melhor Direção: Filipe Gontijo, por Capitão Astúcia
MOSTRA NACIONAL | CURTAS-METRAGENS
Melhor Filme: Provisório, de Wilq Vicente (SP) Melhor Filme | Voto Popular: Rock Pé Vermelho, de Letícia Tonon e Wagner Tonin (SP) Menção Honrosa: Caquinho, de Denise Szabo (SP) Melhor Direção: Anderson Bardot, por Procuro Teu Auxílio para Enterrar um Homem (ES)
MOSTRA ANIMAÇÃO
Melhor Filme: O Futuro que me Alcance, de Nat Grego (SP) Menção Honrosa: Cem Pilum – A História do Dilúvio, de Thiago Morais (AM) Melhor Direção: Rafael Valles, por Ensaio Sobre o Grito Melhor Roteiro: Jussara, escrito por Camila Ribeiro
MOSTRA DE TERROR
Melhor Filme: Lobo, de Giovani Beloto (SP) Menção Honrosa: Voa Passarinho, de Otto Cortes (DF) Melhor Direção: Danny D. Weirdo e Thais de Almeida Prado, por B – Há Algo de Errado com Charlie Melhor Roteiro: Noites em Claro, escrito por Celina Ximenes e Elvis Alves
MOSTRA REGIONAL
Melhor Filme: Se trans for mar, de Cibele Appes Melhor Filme | Voto Popular: Parabéns, Aline, de Fabrício De Lima Menção Honrosa: Por Trás do Congá, de Lara Freire Melhor Direção: Cibele Appes, por Se trans for mar Melhor Roteiro: Parabéns, Aline, escrito por Nilma Nunes
Uma história de amizade que se transforma em força de superação e conquista
Dirigido por Eduardo Albergaria e produzido por Leonardo Edde, o longa Nosso Sonho divulgou seu primeiro teaser com uma prévia do que o público poderá ver a partir de 21 de setembro nos cinemas. O vídeo revela trechos da emocionante história da dupla Claudinho e Buchecha, que começa com uma amizade ainda na infância, em uma comunidade de Niterói, até conquistar o Brasil todo com a poesia da periferia.
Também resgata a história por trás da fama que poucos conhecem, as dificuldades enfrentadas no caminho para o sucesso, os desafios e dramas pessoais, e mostra os familiares e amigos que marcaram a trajetória dos músicos. Os protagonistas Lucas Penteado e Juan Paiva dão vida a Claudinho e Buchecha na tela grande e cantam sucessos da dupla como Só Love, Coisa de Cinema e a icônica Nosso Sonho, que dá título ao filme.
Com distribuição da Manequim Filmes, a trama é contada a partir do ponto de vista de Buchecha e destaca a força de superação da dupla diante dos dramas e tragédias. O público também conhecerá como foram compostas algumas das canções que conquistam gerações até hoje.
No elenco se destacam Tatiana Tiburcio e Nando Cunha, que interpretam Dona Etelma e Souza, os pais do Buchecha; Lellê Landim e Clara Moneke são Rosana e Vanessa, as namoradas dos músicos; e Vinicius Boca de 09 e Gustavo Coelho interpretam Claudinho e Buchecha na infância, respectivamente. O filme conta ainda com participações especiais de Antonio Pitanga como Seu Américo; Isabela Garcia como Dona Judite; Negão da BL como DJ do baile; e FP do Trem Bala e Gabriel do Borel como a dupla Cidinha e Doca.
A produção musical do longa é do cantor Buchecha e da agência Atabaque, que também está desenvolvendo com a produtora Urca Filmes a trilha sonora com uma série de lançamentos reunindo diferentes gerações de funkeiros.
Marcélia Cartaxo no longa O Seu Amor de Volta (Mesmo que Ele Não Queira)
Em 2023, o Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro, que acontece em João Pessoa, na Paraíba, completa 18 anos. Com isso, realizará a primeira edição da Mostra Aruanda SP entre os dias 20 e 26 de julho no CineSesc, um dos mais tradicionais cinemas de rua de São Paulo. A programação contará com um panorama do novo cinema paraibano, que desembarca na capital paulista com sessões sempre a partir das 20h30.
A seleção traz 14 filmes em exibição, entre curtas e longas-metragens, produzidos no período entre 2018 e 2022; todos premiados no Fest Aruanda e em outros festivais do país, com grande parte das obras inéditas no Sudeste. São títulos que trazem no DNA a marca do que foi nomeada pelo crítico de cinema Luiz Zanin Oricchio, do Estadão, como a ‘primavera do cinema paraibano’, em um balanço que fez da edição de 2018 em que esteve presente, e testemunhou a emergência dessa nova tendência cinematográfica.
“Foi uma efetiva virada de página na cinematografia paraibana marcada por uma hegemonia de filmes documentais ao longo do século 20, e que a partir dos anos 1990 registra incursões no terreno ficcional (curta-metragem). Mas foi o Fest Aruanda 2018 o divisor de águas do novíssimo cinema paraibano que pedia passagem, com uma substancial safra longas-metragens ficcionais”, destaca Lúcio Vilar, fundador e produtor executivo do festival que assina a curadoria.
Na noite de abertura da Mostra Aruanda SP, serão exibidos fragmentos de fotogramas salvos da extinção do filme Carnaval Paraibano e Pernambucano, dirigido pelo cineasta paraibano Walfredo Rodriguez, em 1923, no contexto do cinema silencioso brasileiro da época. O material foi localizado na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, a partir de pesquisa de doutorado do jornalista e professor Lúcio Vilar. Serão conhecidas as imagens que foram telecinadas de 35mm para o digital e que chamam a atenção pela riqueza do documento histórico.
Na ocasião, também serão exibidos o curta-metragem Era Uma Noite de São João, uma animação da diretora estreante Bruna Velden, e o longa-metragem Jackson: Na Batida do Pandeiro, que tem direção de Marcus Vilar e Cacá Teixeira, sobre o icônico personagem paraibano que influenciou várias gerações de músicos e compositores da MPB. Para o diretor do filme, a oportunidade oferecida pelo Sesc é de fundamental importância: “Essa exibição dos filmes produzidos na Paraíba, em São Paulo, no CineSesc, vem na hora certa, já que temos poucas janelas de exibição e temos que mostrar essa produção que pulsa e cresce a cada dia, e vem dando continuidade à tradição do cinema paraibano, que é reconhecida nacionalmente e internacionalmente, tendo como nosso marco maior o filme Aruanda, de Linduarte Noronha”, pontuou Marcus Vilar.
Sobre sua participação, disse se sentir muito honrado com o filme na sessão de abertura, uma obra que tem direção compartilhada com Cacá Teixeira e produção de Heleno Bernardo: “Especialmente por saber que Jackson do Pandeiro teve uma relação com São Paulo muito estreita, além de ser uma exibição inédita na cidade”, destacou Vilar.
Para Bruna Velden, diretora da animação que será exibida na primeira noite, a mostra faz “pelo nosso cinema algo quase inédito: levar para o Sudeste o que é produzido no Nordeste, na contramão do que acontece mais comumente. É um intercâmbio cultural valioso, onde todos os realizadores (sejam da Paraíba ou de São Paulo) vão sair muito enriquecidos! Só tenho a agradecer por essa oportunidade”, disse.
Ao longo da programação, a Mostra Aruanda SP exibirá uma sessão por dia composta por um curta e um longa-metragemparaibanos. Destaca-se também o documentário híbrido O Seu Amor de Volta (Mesmo que Ele Não Queira), do diretor Bertrand Lira, e que tem Marcélia Cartaxo, Zezita Matos e Danny Barbosa no elenco: “Trata-se de uma janela necessária para o cinema paraibano frente ao gigantesco iceberg das salas comerciais que dificultam esse acesso”, disse o cineasta, que também é professor universitário da UFPB e pesquisador do campo audiovisual.
Na mesma linha, se coloca a diretora Kalyne Almeida ao reiterar que a mostra será “uma janela mais que importante e urgente porque se faz necessário ocuparmos os espaços de exibições de filmes, sobretudo, porque temos os cinemas brasileiros, produzidos por pessoas plurais, corpos plurais, lugares diferentes. E isso precisa estar nas telas de todo o país”.
A programação contará também com o bate-papo Conversas sobre o Novo Cinema Paraibano, no dia 21 de julho, às 19h, sobre os 100 anos do primeiro longa-metragem (1923) e a contemporaneidade do cinema paraibano (2023) em filmes, críticas, pesquisas e leituras. Com mediação de Amilton Pinheiro, a mesa contará com Lúcio Vilar, Marcus Vilar, Bruna Velden, Marília Franco e Luiz Zanin.
O evento é uma parceria do Sesc São Paulo com a Bolandeira Arte & Films, produtora responsável pelo festival paraibano que completa 18 anos de existência em 2023 e tem sede em João Pessoa.
Conheça os filmes que serão exibidos na 1ª Mostra Aruanda SP:
ABERTURA Carnaval Paraibano e Pernambucano, de Walfredo Rodriguez (1923)
LONGAS-METRAGENS Aponta pra Fé ou Todas as Músicas da Minha Vida, de Kalyne Almeida (2020) Beiço de Estrada, de Eliézer Rolim (2018) Bia, de Taciano Valério (2022) Desvio, de Arthur Lins (2019) Jackson: Na Batida do Pandeiro, de Marcus Vilar e Cacá Teixeira (2019) Miami Cuba, de Caroline Oliveira (2021) O Seu Amor de Volta (Mesmo que Ele Não Queira), de Bertrand Lira (2019)
CURTAS-METRAGENS Animais na Pista, de Otto Cabral (2020) BOYZIN, de R. B. Lima (2021) Era uma Noite de São João, de Bruna Velden (2022) Faixa de Gaza, de Lúcio César Fernandes (2019) Não Existe Pôr do Sol, de Janaína Lacerda (2022) O que os Machos Querem, de Ana Dinniz (2021) Seiva, de Ramon Batista (2019)
A 22ª Goiânia Mostra Curtas, que acontecerá entre os dias 3 e 8 de outubro, no Teatro Goiânia, selecionou 67 filmes para as quatro categorias competitivas do festival: Curta Mostra Brasil, Curta Mostra Goiás, Curta Mostra Animação e Mostrinha; a Curta Mostra Especial não é competitiva e será divulgada em breve.
São 31 curtas de ficção, 10 documentários, 14 animações e 12 experimentais, sendo produções de 16 estados brasileiros e do Distrito Federal. Além disso, outras dez estarão na Curta Mostra Especial. Ao todo, a programação conta com 77 filmes que serão exibidos gratuitamente.
A curadoria da Goiânia Mostra Curtas 2023 foi formada por: Rafael de Almeida na Curta Mostra Brasil; Fabio Rodrigues Filho na Curta Mostra Goiás; Cesar Cabral na Curta Mostra Animação; Lorenna Rocha e Luiz Fernando Moura na Curta Mostra Especial; e Gabriela Romeu na Mostrinha.
O número significativo de obras audiovisuais recebidas nesta edição demonstra a força da produção audiovisual brasileira, mesmo diante dos desafios impostos pelo desmonte e escassez de políticas públicas em prol da cultura.
Conheça os filmes selecionados para a 22ª Goiânia Mostra Curtas:
CURTA MOSTRA BRASIL
12 Minutos de Crepúsculo para Orientar a Navegação, de Amanda Copstein (RS) 15 quase 16, de Thais Fujinaga (SP) A Espiral do Retorno, de Victor Furtado e Gabriel Silveira (CE) A Velhice Ilumina o Vento, de Juliana Segóvia (MT) Apocalypses Repentinos, de Pedrokas (CE) Aqui Onde Tudo Acaba, de Cláudia Cárdenas e Juce Filho (SC) Arrimo, de Rogério Borges (SP) As Inesquecíveis, de Rafaelly (La Conga Rosa) (DF) As Miçangas, de Rafaela Camelo e Emanuel Lavor (DF) Ave Maria, de Pê Moreira (RJ) Big Bang, de Carlos Segundo (MG) Cabana, de Adriana de Faria (PA) Cama Vazia, de Fábio Rogério e Jean-Claude Bernardet (SP) Casa de Bonecas, de George Pedrosa (MA) Casa Segura, de Allan Ribeiro (RJ) Conserva, de Diego Benevides (PB) Do Tanto de Telha no Mundo, de Bruno Brasileiro (CE) Febre, de Marcio Abreu (MG) Filhos da Noite, de Henrique Arruda (PE) Garotos Ingleses, de Marcus Curvelo (BA) Grandes Senhoras, de Milena Manfredini (RJ) Lubrina, de Leonardo Hecht e Vinícius Fernandes (DF) Mãri hi: A Árvore do Sonho, de Morzaniel Ɨramari (RR) Nem o Mar Tem Tanta Água, de Mayara Valentim (PB) O que Vi, de Victor Abreu (SP) Ode, de Diego Lisboa (BA) Os Animais Mais Fofos e Engraçados do Mundo, de Renato Sircilli (SP) Pirenopolynda, de Tita Maravilha, Izzi Vitório e Bruno Victor (GO) Procuro Teu Auxílio para Enterrar um Homem, de Anderson Bardot (ES) Ramal, de Higor Gomes (MG) Remendo, de Roger Ghil (ES) Rosa Neon, de Tiago Tereza (MG) Solos, de Pedro Vargas (SP) Teatro de Máscaras, de Eduardo Ades (RJ) Thuë pihi kuuwi: Uma Mulher Pensando, de Aida Harika Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami e Roseane Yariana Yanomami (RR) Todas as Rotas Noturnas Conduzem ao Alvorecer, de Felipe André Silva (PE) Último Domingo, de Renan Barbosa Brandão e Joana Claude (RJ) Vãnh gõ tõ Laklãnõ, de Barbara Pettres, Flávia Person e Walderes Coctá Priprá (SC) Verde, de Rodrigo Ribeyro e Gustavo Auricchio (SP) Virtual Genesis, de Arthur B. Senra (DF) Visão do Paraíso, de Leonardo Pirondi (SP)
CURTA MOSTRA GOIÁS
À Beira do Rio das Almas, de Taize Inácia A Jornada, de Mateus Rosa Afro X, de Gleyde Lopes Anomalia, de Raio Avôa, de Lucas Mendes Chuva: Este Filme Não é Meu, de Antônio Fabrício Entredentes, de Daniel Souza Duarte de Sena O Clube do Filme do Mundo, de Jarleo Barbosa Pirenopolynda, de Tita Maravilha, Izzi Vitório e Bruno Victor Por Onde Eu For Não Haverá Rastros, de Daniel Pires
CURTA MOSTRA ANIMAÇÃO
A Menina Atrás do Espelho, de Iuri Moreno (GO) Coelhitos e Gambazitas, de Thomas Larson (SP) Ciranda Feiticeira, de Lula Gonzaga e Tiago Delácio (PE) Ensaio Sobre o Grito, de Rafael Valles (RS) Ernesto, de Fernanda Roque (MG) Máquina Dançante, de Stefano Nogueira de Azevedo (SP) Mulher Vestida de Sol, de Patricia Moreira (BA) O Buraco, de Victor Lima e Ricardo Graça (RJ) O Caçador e a Mula Sem Cabeça, de Silas Marciano (SP) O Cacto, de Ricardo Kump (SP) Palavras Mágicas, de Carlon Hardt (PR) Pressure, de Che Marcheti (SP)
21ª MOSTRINHA
Cósmica, de Ana Bárbara Ramos (PB) Ciranda Feiticeira, de Lula Gonzaga e Tiago Delácio (PE) De Onde Nasce o Sol, de Gabriele Stein (ES) Jussara, de Camila Cordeiro Ribeiro (BA) O Futuro que me Alcance, de Nat Grego (SP) Trinca-Ferro, de Maria Fabiola (ES)
CURTA MOSTRA ESPECIAL | DE LUGAR NENHUM
A Lenda do Galeto Vegano, de Sosha e Amandla Veludo (2016) (PE/RJ) A Terra Segue Azul Quando Saio do Trabalho, de Sergio Silva (2021) (SC/SP) Abá, de Raquel Gerber e Cristina Amaral (1992) (SP) Allegro ma non troppo, de Everlane Moraes (2016) (BA/Cuba) Anatomia do Espectador, de Ana Carolina (1975) (RJ) Brainstorm: Chuva na Vidraça da Mente, de Odilon Lopez (2001) (RS/MG) O Trabalho Enobrece o Homem, de Lincoln Péricles (2013) (SP) Resgate Cultural, o Filme, de Telephone Colorido (2001) (PE) Um clássico, dois em casa, nenhum jogo fora, de Djalma Limongi Batista (1968) (SP) Vexations, de Leonardo Mouramateus (2022) (CE/Portugal)
Nesta segunda-feira, 26/06, último dia da 18ª CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto, os Encontros de Arquivos e os Encontros de Educação apresentaram os resultados finais de uma semana intensa de debates, discussões e aprimoramentos de seus trabalhos. Diversas novidades foram anunciadas e reforçadas e um contato direto entre entidades dos dois setores e o Governo Federal foi realizado no intuito de levar ao poder público as definições e perspectivas de áreas essenciais no desenvolvimento do país.
Na Carta de Ouro Preto da ABPA, Associação Brasileira de Preservação Audiovisual, a entidade exalta duas iniciativas lançadas durante a CineOP: a criação, por parte do Ministério da Cultura, de uma diretoria de Preservação e Difusão Audiovisual; e a fundação do Fórum Brasileiro de Museus da Imagem e do Som (MIS) em rede.
Além disso, a Carta reforça a atualização do PNPA, Plano Nacional de Preservação Audiovisual, documento desenvolvido durante vários anos em encontros da CineOP e que seria protocolado no Governo Federal em 2016, quando o setor foi surpreendido pelo impeachment de Dilma Rousseff, e o posterior descaso das gestões federais com a área de preservação audiovisual. Com a recriação do Ministério da Cultura em janeiro de 2023, a ABPA encontrou novos canais de diálogo, que culminaram em um novo Plano e sua ocasional entrega ao governo.
“Após seis anos de ataques à democracia e violência contra valores fundamentais da sociedade, como a cultura e a educação, apresentamos o Plano Nacional de Preservação Audiovisual na sua versão atualizada e aprovada em Assembleia Geral ordinária da ABPA. Trata-se de um documento essencial para subsidiar as políticas públicas voltadas para a área de preservação audiovisual no Brasil e promover o desenvolvimento do setor”, destaca a Carta.
Por sua vez, a Carta de Ouro Preto apresentada pelo Encontro da Educação e XV Fórum da Rede Kino chamou atenção para a implantação de uma nova PNED, Política Nacional de Educação Digital: “Nosso diagnóstico revela a necessidade de uma PNED que inclua o audiovisual como um de seus eixos estruturantes, tendo em vista que 82% do conteúdo digital que circula na internet é audiovisual. Dessa forma, com base em nossa experiência, um eixo audiovisual atua na transversalização, descentralização e territorialização da educação digital em todo o Brasil, tendo potencialidade de incentivar a adoção de leis e políticas semelhantes em outros países latino-americanos”, registram os educadores.
Neste cenário, pensa-se “uma educação digital que não sirva estritamente aos interesses de uma inovação industrial e mercadológica, à compra e venda de novos aparelhos tecnológicos, forçando uma obsolescência programada com impactos ambientais irreversíveis e um excessivo consumo de energia que coloca em risco a sustentabilidade da vida planetária”, mas sim, “o acesso básico da escola pública a equipamentos, formação e tecnologias assistivas e, especialmente, uma educação digital crítica alinhada a processos criadores e inventivos de mundos mais justos, menos desiguais e menos violentos”. Clique aqui e leia as cartas na íntegra.
Joelma Gonzaga, Secretária do Audiovisual
Outro momento importante da CineOP 2023 foi a presença de Joelma Gonzaga, Secretária do Audiovisual do MinC. A retomada do Ministério da Cultura tem causado um impacto positivo, depois de anos de dificuldades do setor de preservação audiovisual por conta da ineficiência das políticas públicas nos últimos seis anos. A perspectiva na área, enfim, é de esperança, como disse a professora e pesquisadora Laura Bezerra na mesa Memória e criação para o futuro, que aconteceu na sexta-feira, 23/06.
“É um momento de comemorar e de reconhecer a existência de uma SAv, Secretaria do Audiovisual, atenta e preocupada com a preservação e com os caminhos a serem construídos”, disse Bezerra. Isso porque, minutos antes, a Secretária do Audiovisual, Joelma Gonzaga, em Ouro Preto representando a ministra Margareth Menezes, garantiu que a preservação “é uma prioridade na atual gestão do MinC”.
Joelma aproveitou o Encontro de Arquivos e Educação, fórum que reúne profissionais das duas áreas durante a CineOP, para anunciar a volta da revista Filme Cultura, cuja edição 64 deverá ser publicada em versão impressa nos próximos meses, além de planos de ações voltados à preservação audiovisual: “É urgente traçar políticas estruturantes para que a preservação seja tratada com a importância que ela tem”, afirmou.
Outras novidades da Secretaria do Audiovisual anunciadas na CineOP foram: suplementação de 70% do valor do contrato de gestão da Cinemateca Brasileira; regulamentação do Plano Nacional de Preservação Audiovisual, que foi retrabalhado e atualizado durante a Mostra; instituir a Rede Nacional de Acervos e Arquivos Audiovisuais; levantamento de equipamentos culturais e seus acervos audiovisuais; e inserção da preservação na Lei Paulo Gustavo.
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A programação da Mostra Histórica da 18ª edição da CineOP enfatiza a presença da criação musical de artistas pretas e pretos nas trilhas sonoras e nos elencos de filmes e novelas, como personagens em ficção, documentários, videoclipes e performatividades variadas.
Um dos destaques desta seleção da Mostra de Cinema de Ouro Preto foi o longa Uma Nega Chamada Tereza, de Fernando Coni Campos e lançado em 1973, um clássico perdido do cinema brasileiro. Inédito há décadas, a comédia ficcional mostra o cantor Jorge Ben Jor na história de um casal de africanos que vem participar de um festival da canção no Brasil. O filme é, possivelmente, entre todos os títulos programados para o segmento histórico da CineOP, o de exibição e conhecimento mais raro.
Há pouco material escrito sobre o título, mesmo em seu ano de lançamento. Não é uma das obras mais celebradas de seu importante diretor e também não está colado diretamente à imagem de Jorge Ben Jor. O filme foi realizado num contexto de época em que músicos de grande popularidade eram chamados para serem personagens principais em filmes nos quais eles faziam versões ficcionais de si mesmos (o caso mais conhecido é o de Roberto Carlos e sua trilogia dirigida por Roberto Farias nos anos 1970).
A sessão de Uma Nega Chamada Tereza na CineOP aconteceu no sábado, 24/06, no Centro de Convenções da UFOP, e foi apresentada pela pesquisadora Isabel Mello. No palco, ela relembrou que Coni Campos, cineasta reconhecido por filmes reflexivos e existenciais, foi procurado pela produtora Aurora Duarte com o roteiro pronto, já pensado para Jorge Ben. Diversos problemas e desentendimentos de produção provocaram a insatisfação do realizador com o resultado do trabalho: “O Coni se dizia chateado porque não teve ingerência no corte final e não gostou de como o filme acabou sendo feito”.
E completou: “É um filme com algumas questões bem visíveis que estão muito envolvidas com o próprio processo de produção. A Aurora Duarte tem uma versão sobre isso e o próprio Coni Campos tem a sua. Eu consegui acompanhar tudo isso através da troca de correspondência e também pela trajetória crítica nos jornais, além do processo de exibição e distribuição do filme”, disse Isabel.
Jorge Ben Jor e a produtora e atriz Aurora Duarte nos bastidores
Coni Campos faleceu em 1988 e foi representado, em Ouro Preto, por seu filho, o músico Ruben Campos. Logo após a sessão, ele conversou com o público e relembrou a dificuldade do pai em ter autonomia no projeto de Uma Nêga Chamada Tereza porque o contrato não permitia mudanças no roteiro, que ele considerava ruim. “É um filme bem louco, como todos repararam. Meu pai foi convidado para dirigir um roteiro, que ele próprio constatou, infilmável por questões técnicas e por ser uma história fraca. Ele tinha um outro filme na cabeça e que gostaria de fazer, que se chamaria Tupi or not Tupi, um filme bem oswaldiano”. A gravidez da atriz Pepita Rodrigues antes das filmagens acabou forçando a produção a alterar alguns rumos da história, e Coni aproveitou para inserir novos personagens que dessem outros fluxos ao enredo.
Lançado no ápice da ditadura militar, o filme sofreu cortes da censura federal: “A ditadura não deixou passar muita coisa que falava de racismo. O governo queria manter a falsa ideia de que a questão racial era coisa dos EUA, não do Brasil”, contou Ruben Campos. Segundo o filho, Fernando Coni cogitou retirar o próprio nome do filme, por não ter nem visto a montagem definitiva, mas acabou mantendo: “Assistindo hoje, percebemos muitas questões atuais, até mais do que na época em uma série de camadas”, finalizou.
Em Uma Nega Chamada Tereza, exibido em Ouro Preto com cortes da censura militar, Jorge Ben interpreta a si mesmo e também a um sósia do cantor Jorge Ben envolvido numa série de confusões para levá-lo a um festival de música. O elenco tem ainda Antonio Pitanga como um homem vindo da África para ensinar aos brasileiros de que forma pensar a cultura e relevância negra no país; e Marlene França, Carlos Alberto Batista, Lirio Bertelli, Arnaud Rodrigues, Irene Kramer, Marina Montini, a própria Aurora Duarte, entre outros.
Outro título que se destacou na programação da CineOP foi a nova versão digital de A Rainha Diaba, clássico de Antonio Carlos da Fontoura, lançado em 1974, que foi exibido no mesmo dia, só que na Mostra Preservação, e contou com a presença do diretor. Coordenado pela preservadora audiovisual Débora Butruce, o projeto de digitalização 4K, realizado em 2022, destaca a atualidade desta obra referencial do cinema brasileiro prestes a completar 50 anos. A nova cópia digital foi apresentada em fevereiro na programação do Festival de Berlim.
O diretor Antonio Carlos da Fontoura no Encontro de Arquivos
No palco, antes da sessão, Antonio Carlos da Fontoura discursou: “A Rainha Diaba, que fiz há 50 anos, se tornou o meu mais novo filme. E isso é muito interessante. Todo o potencial do filme, que foi muito forte nos anos 1970, encontra agora um novo público, que dá uma nova feição. Os olhos de quem assiste é que fazem os filmes”, disse.
Protagonizado por Milton Gonçalves, que foi premiado como melhor ator no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, em 1975 [o longa também levou o Candango de melhor fotografia para José Medeiros], a sinopse diz: do quarto dos fundos de um bordel, a cruel Rainha Diaba controla o tráfico de maconha. Para livrar da prisão um belo protegido, a Rainha ordena que Catitu, seu braço direito, envolva em uma onda de crimes o ingênuo Bereco, gigolô da cantora de cabaré Isa, para entregá-lo à polícia. A situação sai do controle da Rainha e tudo se decidirá de maneira sangrenta.
O elenco conta ainda com Odete Lara, Stepan Nercessian, Nelson Xavier, Yara Cortes, Wilson Grey, Edgar Gurgel Aranha, Haroldo de Oliveira, Geraldo Sobreira, Kim Negro, Sidney Becker, Zezé Motta, Hilton do Prado, Procópio Mariano, Selma Caronezzi, Samuca, Marquinhos Rebu, Arnaldo Moniz Freire, Lutero Luiz, Arthur Maia, Fabio Camargo e Carlos Prieto.
No dia seguinte à exibição, aconteceu, com mediação de Fernanda Coelho, curadora da Temática Preservação, o Encontro de Arquivos: Case de Restauro. Participam da mesa o diretor de A Rainha Diaba, Antonio Carlos da Fontoura; Débora Butruce, preservadora audiovisual e coordenadora técnica da digitalização; e Aarão Marins, supervisor técnico do escaneamento.
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Neste sábado, 24/06, foi exibido, em pré-estreia mundial, na programação da CineOP, dentro da Mostra Contemporânea, o documentário Lô Borges – Toda Essa Água, dirigido por Rodrigo de Oliveira, dos premiados Todos os Paulos do Mundo e Os Primeiros Soldados.
O longa, produzido por Vania Catani, da Bananeira Filmes, acompanha Lô Borges enquanto trabalha em um novo disco de músicas inéditas e circula pelo Brasil com a turnê que resgata o repertório que compôs em 1972 para os míticos Clube da Esquina, com Milton Nascimento, e o Disco do Tênis, seu primeiro disco solo.
Entre o garoto de 20 anos e o experiente músico que acaba de ultrapassar os 70, uma trajetória de brilhos, medos, sonhos e o eterno desejo pela estrada e pela aventura da composição. Além de Lô Borges, o elenco traz também Milton Nascimento, Beto Guedes, Márcio Borges, Tavinho Moura e Nelson Angelo.
Com a Praça Tiradentes lotada, a equipe apresentou o filme no palco: “Eu tô muito feliz esta noite. Eu falei da minha vida o filme inteiro, encontrei muita gente querida. E quero muito ver esse filme!”, disse Lô Borges. Ao final da sessão, em um momento de muita emoção, o artista foi ovacionado pelo público presente: “A primeira sensação que me provocou uma coisa extraordinária depois dessa exibição foi o tamanho que eu me vi. Nunca me vi tão grande! O filme foi muito bem produzido, fiquei super feliz! É um retrato da minha vida e eu ainda tive a oportunidade de reencontrar amigos, familiares e público”, disse sob muitos aplausos.
A equipe do filme durante a coletiva de imprensa
O diretor Rodrigo de Oliveira, também muito emocionado e acompanhado dos pais, falou sobre a primeira exibição pública do longa: “Faz muito sentido que um filme sobre Lô Borges nasça numa praça pública, em Minas Gerais, de onde ele vem. Foi uma sensação incrivelmente emocionante. Esse final de sessão parecia o final de um show”. A produtora e codiretora Vania Catani também marcou presença, assim como Joelma Gonzaga, atual Secretária do Audiovisual, e produtora executiva do filme.
Horas antes da sessão, em uma coletiva de imprensa realizada no Centro de Convenções da UFOP, a equipe do documentário conversou com jornalistas: “Esse filme foi um grande presente. A Vania Catani me convidou depois de ver meu show no Circo Voador. Eu topei correndo. Logo entrei em contato com o Rodrigo e começamos a filmar. Conciliamos as agendas e marcamos encontros muito interessantes com amigos maravilhosos. Foi um presentaço! É um passeio pela minha vida. É muito bom trabalhar com pessoas que lhe passam confiança e são competentes”, disse Lô Borges.
Rodrigo de Oliveira completou: “Espero que o filme passe a intimidade da nossa dinâmica. É a história de alguém que está ao mesmo tempo olhando de novo para esse começo da vida e absolutamente ativo no ofício da composição e da música”, finalizou.
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A cerimônia de premiação foi apresentada por Alissa Azambuja, diretora de comunicação da Associação Cultural Panvision, e Marilha Naccari, diretora de programação da Associação Cultural Panvision. Além disso, foi exibido como filme de encerramento o longa Diálogos com Ruth de Souza, de Juliana Vicente.
Meibe Rodrigues, diretora do curta Nunca Pensei que Seria Assim, que recebeu o Troféu Panvision e o Prêmio Apoiador de empresas parceiras, disse: “Quero agradecer ao universo e aos que vieram antes de mim, por causa deles estou pisando aqui. O prêmio é para cada um de vocês, acredite na história da sua vida. A minha podia ser mais uma história de dor e tristeza ou servir como força para cada pessoa. Onde eu for, vou falar: ganhei meu prêmio lá no FALA São Chico”.
O cineasta Uri Bezerra, premiado com o curta Esquecimento, discursou no palco ao lado de seu pai: “Esse prêmio é da minha família, da minha cidade, do meu estado, minha universidade e do meu irmão Miguel. Eu juro que não imaginava receber um prêmio assim tão cedo”.
O Júri Oficial do 2º FALA São Chico foi formado por Cristiano Gomes, Kátia Klock, Marianna Corrêa, Marx Vamerlatti e Sergio Anansi. A organização do festival decidiu ainda que o filme colombiano Chagra de la Vida: El Camino de las Mujeres Sabedoras, de Edgar Medina Fetecua, irá compor a programação do FAM 2023, 27º Festival Internacional de Cinema Florianópolis Audiovisual Mercosul. O diretor comentou: “Quando soubemos deste festival, tivemos um desejo profundo de estar aqui, queremos continuar a fazer o que nos une como latino-americanos”.
Tiago Santos, diretor executivo da Panvision, também discursou: “Estou muito feliz. Agradeço ao público por ter vindo todos os dias, de outras cidades, daqui da Praia da Enseada, de outros bairros, os apoiadores e parceiros locais que estiveram junto. O FALA é de São Francisco do Sul. Desejo que a cidade seja um polo de cinema e que as produções venham filmar aqui”.
Marilha Naccari agradeceu os voluntários, equipe e os integrantes da Associação Cultural Panvision, que tem 27 anos de história: “Essa união com o público, com a equipe, preenche nosso coração, faz a voz tremer. Teremos dias melhores porque estamos juntos, sentimos isso nessa comunidade que nos acolheu tão bem”.
Ao todo, o FALA São Chico 2023 exibiu 26 filmes de nove países, selecionados entre quase 400 inscritos. A programação incluiu apresentações artísticas culturais, Palco Aberto, Feira Junina, 40 horas de oficinas e ações da prefeitura nas comunidades. Além da CineTenda, o festival também ocorreu nos espaços da EEB Professor Nicola Baptista e no Instituto Federal Catarinense.
Conheça os vencedores do 2º FALA São Chico:
MOSTRA CURTAS CATARINENSES E LATINOS | JÚRI OFICIAL Nunca Pensei que Seria Assim, de Meibe Rodrigues (Brasil, MG)
MOSTRA CURTAS CATARINENSES E LATINOS | JÚRI POPULAR Mulheres de São Chico, de Ney Inacio (Brasil, SC)
MOSTRA CURTAS CATARINENSES E LATINOS | PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI | PERSONAGEM Bruno Joanne, de Allan Constancio (PR)
MOSTRA INFANTOJUVENIL | JÚRI OFICIAL Esquecimento, de Uri Bezerra Soares (Brasil, MT)
MOSTRA INFANTOJUVENIL | JÚRI POPULAR Flores da Macambira, de Crianças e Adolescentes da Comunidade de Macambira; Projeto Animação Ambiental (Brasil, RN)
PRÊMIO SELEÇÃO FAM 2023 Chagra de la Vida: El Camino de las Mujeres Sabedoras, de Edgar Medina Fetecua (Colômbia)
Depois de passar por diversos festivais, o documentário Lupicínio Rodrigues: Confissões de um Sofredor, dirigido por Alfredo Manevy, foi exibido nesta sexta-feira, 23/06, dentro da programação das mostras Contemporânea e Histórica da 18ª edição da CineOP.
Com roteiro de Alfredo Manevy, Marcia Paraiso e Armando Almeida, o filme celebra o legado poético de Lupicínio Rodrigues, investigando a contribuição musical e o contexto histórico desse compositor nascido no Rio Grande do Sul e autor de sucessos que ultrapassam gerações.
No palco da Praça Tiradentes, Rubens Fabricio Anzolin, assistente de curadoria da Mostra de Cinema de Ouro Preto, apresentou o filme: “É uma alegria passar esse filme aqui, que integra tanto a Mostra Histórica como a Mostra Contemporânea. Porém, a parte da Mostra Histórica é muito mais por conta de uma lacuna que esse filme preenche de memórias de uma música preta brasileira”, disse.
Logo após, o diretor também discursou: “É emocionante exibir o filme para vocês nesse lugar tão especial”. E completou: “A memória preta, de grandes artistas, é muito frágil ainda. O filme é uma contribuição nesse sentido. Lupicínio Rodrigues talvez seja um dos criadores que deixou mais legado no imaginário popular brasileiro. É difícil encontrar alguém que não conheça uma música dele. Mas é muito difícil encontrar alguém que saiba que Lupicínio é do sul do Brasil, da fronteira com a Argentina”.
E finalizou seu discurso: “Ele é uma figura enigmática e nós não nos propomos a decifrar o enigma, mas, sim, de trazer pistas sobre esse grande criador, que lá do sul conseguiu interferir na indústria musical do seu tempo e deixar uma marca profunda na nossa sensibilidade coletiva”.
A equipe do documentário conta com Isabel Castro na montagem; Anderson Capuano e Ralf Tambke na direção de fotografia; Cacá Machado na trilha sonora; Katia Dotto na mixagem; e foi produzido pela Plural Filmes e Canal Curta!.
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Tony Tornado, 93 anos: carinho e reconhecimento do público
A cerimônia de abertura da 18ª CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto aconteceu nesta quinta-feira, 22/06, na Praça Tiradentes, com destaque para a temática deste ano: Música Preta no Brasil. Com trilha ao vivo da banda Diplomattas e do DJ Black Josie, a noite contou com performances audiovisuais entre músicas de congado e referências ao soul.
Para abrir o maior evento dedicado ao patrimônio audiovisual no Brasil, Raquel Hallak, coordenadora geral da Universo Produção, fez um discurso emocionante: “Estamos reunidos aqui, hoje, em nome do cinema patrimônio. O cinema brasileiro que merece tombamento, que revela nossa identidade, que integra nossa história e que conecta com a educação. Obrigada a todos que compartilham dos nossos ideais, que renovam compromisso com a cultura, com o patrimônio audiovisual brasileiro e que viabilizam essa edição da CineOP. Ninguém faz nada sozinho. Esse trabalho não é meu, é de todos nós”.
Na sequência, a emoção seguiu com a homenagem ao cantor e ator Tony Tornado, que, aos 93 anos, recebeu o Troféu Vila Rica das mãos de seu filho, Lincoln Tornado, e se emocionou com o carinho do público: “É muito emocionante receber esse carinho! Só faltam sete anos para eu chegar ao 100, né? Rumo aos 100! Eu espero estar vivo até lá para celebrarmos outra vezes. Cinema é minha paixão, mas não sei contar quantos filmes eu fiz. Porém, fiz filmes muito bons, outros nem tanto… e alguns realmente horríveis, muito ruins”.
E completou: “Mas, fiz coisa boa, como Quilombo, do Cacá Diegues, um filme muito importante, que eu representei o Brasil no Festival de Cannes [o longa disputou a Palma de Ouro, em 1984]. E fiz Pixote: A Lei do Mais Fraco [do diretor Hector Babenco], também! Viva o cinema nacional! Que honra, que honra!”.
Pai e filho no palco: ovacionados pelo público
Em um vídeo apresentado pouco antes da homenagem, produzido pelo Canal Brasil, Tony Tornado apareceu em depoimento gravado para a Universo Produção reforçando suas raízes negras. Também por vídeo, a Ministra da Cultura, Margareth Menezes, fez uma aparição surpresa. Impossibilitada de vir à CineOP por motivos de agenda, ela gravou um depoimento, exibido no telão. Em poucos minutos, exaltou a homenagem a Tony Tornado e disse que “há boas notícias para o cinema no Brasil”. A Secretária do Audiovisual, Joelma Gonzaga, representou a ministra e também subiu ao palco para discursar antes da homenagem.
Logo em seguida à cerimônia, foi exibido o documentário Baile Soul, dirigido por Cavi Borges. Ao longo de 80 minutos, o público ouviu histórias sobre a ascensão da black music no Rio de Janeiro, a popularização do imaginário visual e social negro vindo dos EUA a partir do sucesso de James Brown e ainda a perseguição dos bailantes pela ditadura militar, municiada de racismo, opressão e preconceito.
No palco, para apresentar o filme, Cavi contou com a presença do homenageado Tony Tornado: “Não percam! É a nossa história”, disse. O diretor também comentou: “É uma honra abrir o festival com esse filme. Já estive aqui algumas vezes, com curtas, médias, longas, palestras e cursos. E, agora, inaugurar o festival com meu novo filme é especial!”.
Depois da cerimônia de abertura, a noite encerrou no Centro de Convenções de Ouro Preto com o show da banda Diplomattas, que, junto ao multiartista Maurício Tizumba, tocou um repertório inteiramente dedicado e referenciado à black music.
*Clique aqui e assista aos melhores momentos da homenagem a Tony Tornado
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Fotos: Leo Lara e Jackson Romanelli/Universo Produção.
Foram anunciados nesta sexta-feira, 23/06, os vencedores da 15ª edição do In-Edit Brasil, Festival Internacional do Documentário Musical. Com um total de 68 títulos, entre longas e curtas, nacionais e internacionais, inéditos no circuito comercial, a programação apresentou filmes com personalidades como Tom Jobim, Elis Regina, Syd Barrett, Pink Floyd, Chiquinha Gonzaga, Lupicínio Rodrigues, Omara Portuondo, Letrux, David Johansen, entre outros.
O longa paraense Terruá Pará, de Jorane de Castro, foi o grande vencedor deste ano e será exibido na edição do In-Edit Barcelona 2023 com a presença da diretora. O filme conduz o espectador a um profundo mergulho na diversidade da música amazônica, proporcionando momentos de encantamento e emoção, a partir de depoimentos de personagens fundamentais, entre eles, Dona Onete, Manoel Cordeiro e Pio Lobato.
Segundo o júri, formado por Affonso Uchôa, Elisabete Pacheco, Graziela Marcheti, Joyce Prado e Rodrigo Carneiro, “o vencedor foi escolhido por mostrar a cara menos conhecida, porém mais emblemática, do Brasil utilizando uma linguagem cinematográfica de grande beleza. A união entre o entorno natural e as diferentes manifestações musicais apontam o Pará como o futuro da música brasileira”. Além disso, foi considerado pelos jurados que a região Norte é pouco reconhecida em sua importância para cultura nacional e que o prêmio para esta obra constitui um reconhecimento político da situação vivida na região no que se refere ao desmatamento.
O júri concedeu ainda uma Menção Especial para Peixe Abissal, de Rafael Saar, pela coragem de mergulhar na vida e obra de um personagem pouco conhecido, controverso e passível de preconceito. Utilizando linguagem cinematográfica rica e diferenciada, o filme entra no submundo da cultura gay para retratar os diferentes perfis do protagonista.
Neste ano, o convidado do festival foi o cineasta e produtor canadense Ron Mann, que apresentou seu trabalho, entre eles, o longa Imagine the Sound (1981), considerado por diversos críticos como um dos mais importantes filmes sobre jazz já feitos, que reúne em entrevistas e apresentações os principais inovadores do free jazz dos anos 1960 como Paul Bley, Cecil Taylor, Archie Shepp e Bill Dixon.
O 15º In-Edit Brasil chega à sua reta final com uma grande homenagem à cantora Rita Lee, que faleceu no dia 8 de maio. O festival convida o público para soltar a voz no Karaokê Especial Rita Lee, a partir das 17h30, na Cinemateca Brasileira, e apresenta, às 18h30, o pocket show Viva Rita Lee! com três importantes nomes da cena musical: Fabio Tagliaferri, Mario Manga e Ana Deriggi. Depois do show, será exibido o longa Ovelha Negra, dirigido por Roberto de Oliveira, o primeiro da trilogia que o diretor realizou para contar a vida da maior roqueira brasileira de todos os tempos, desde os primeiros tempos da cantora: a infância, a família, a escola, Os Mutantes, o Tropicalismo e o Tutti Frutti.
Além disso, entre os dias 26 e 28 de junho, o 15º In-Edit Brasil apresenta, no CineSesc, em São Paulo, as sessões Bônus Track com 9 títulos da programação, incluindo os vencedores.
Conheça os vencedores do 15º In-Edit Brasil:
MELHOR FILME Terruá Pará, de Jorane de Castro (PA)
MENÇÃO ESPECIAL Peixe Abissal, de Rafael Saar (RJ)
Cena do longa cearense Quando Eu Me Encontrar, de Amanda Pontes e Michelline Helena
Foram anunciados nesta quarta-feira, 21/06, no Cine Passeio, os vencedores do 12º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, que contou com 87 filmes na programação. Neste ano, pela primeira vez, o evento premiou categorias técnicas na Competitiva Brasileira, além de trazer de volta o Prêmio do Público para melhor curta-metragem.
Dirigido por Fernanda Faya, Neirud recebeu o Prêmio Olhar de melhor filme da Competitiva Brasileira de longas. O documentário, com traços performáticos, busca a personagem título, tia da diretora, que trabalhava no circo e era presença marcante nas festas da família, mas de quem pouco se sabia. O filme também recebeu o prêmio de melhor montagem.
O mineiro Ramal, de Higor Gomes, retrato da juventude da periferia da cidade de Sabará, em Minas Gerais, onde jovens e suas motos passam o tempo, foi o vencedor do Prêmio Olhar de melhor filme da Competitiva Brasileira de curta-metragem. Além disso, Cemitério Verde, de Maurício Chades, recebeu o Prêmio Especial do Júri.
O júri de longas-metragens foi formado pelos atores Fabrício Boliveira e Guilherme Weber; pelo codiretor artístico do RIDM, Rencontres Internationales du Documentaire de Montréal, Hubert Sabino-Brunette; pela diretora e montadora Jéssica Queiroz; e pela crítica e curadora Nanako Tsukidate.
Os escolhidos do público nesta 12ª edição do Olhar de Cinema foram: o longa-metragem Anhell69, de Theo Montoya, e o curta Uma Espécie de Testamento, de Vuillemin Stephen. O filme de Montoya, ficção que se mistura à realidade para buscar a cena queer de Medellín, na Colômbia, também foi o escolhido pelo júri para receber o Prêmio Olhar de melhor filme na Competitiva Internacional de longa-metragem.
A produção chinesa Fuga de Visão, de Peng Zuqiang, foi eleita o melhor filme da Competitiva Internacional de curta-metragem. O júri foi formado pelo programador Antoine Thirion, pelo pesquisador e professor Bernardo Oliveira, e pela curadora e escritora Chloe Roddick. O time também foi responsável pelos prêmios das mostras competitivas brasileiras e internacionais de curtas-metragens e Novos Olhares.
A produção paranaense se destacou com o Prêmio AVEC-PR, que neste ano homenageou Solange Stecz, importante nome da preservação e formação audiovisual no estado. O vencedor foi Midríase, de Eduardo Monteiro, que tem como protagonistas dois seres que residem em um mundo isolado e artificializado. Já o Prêmio Abraccine, concedido pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema, foi concedido para o longa-metragem cearense Quando Eu Me Encontrar, de Amanda Pontes e Michelline Helena, e para o curta-metragem Ramal, de Higor Gomes.
Conheça os vencedores do Olhar de Cinema 2023:
COMPETITIVA BRASILEIRA | LONGAS
PRÊMIO OLHAR | MELHOR FILME Neirud, de Fernanda Faya
MELHOR DIREÇÃO Suellen Vasconcelos e Tati Franklin, por Toda Noite Estarei Lá
MELHOR ROTEIRO Quando Eu Me Encontrar, escrito por Amanda Pontes e Michelline Helena
MELHOR ATUAÇÃO Mel Rosário, por Toda Noite Estarei Lá
MELHOR DIREÇÃO DE ARTE Zé, por Oswaldo Lioi
MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA O Estranho, por Camila Freitas
MELHOR SOM O Estranho, por Gustavo Nascimento, Léo Bortolin e Vitor Moraes
MELHOR MONTAGEM Neirud, por Yuri Amaral
COMPETITIVA BRASILEIRA | CURTAS
PRÊMIO OLHAR | MELHOR FILME Ramal, de Higor Gomes
PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI Cemitério Verde, de Maurício Chades
COMPETITIVA INTERNACIONAL
PRÊMIO OLHAR | MELHOR LONGA-METRAGEM Anhell69, de Theo Montoya (Colômbia/Romênia/França/Alemanha)
PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI Lugar Seguro (Sigurno Mjestro), de Juraj Lerotić (Croácia)
PRÊMIO OLHAR | MELHOR CURTA-METRAGEM Fuga de Visão (瞥漏), de Zuqiang Peng (China)
NOVOS OLHARES
PRÊMIO OLHAR | MELHOR LONGA Mudos Testemunhos (Mudos Testigos), de Jerónimo Atehortúa e Luis Ospina (Colômbia/França)
OUTROS PRÊMIOS
PRÊMIO DO PÚBLICO Melhor longa: Anhell69, de Theo Montoya (Colômbia/Romênia/França/Alemanha) Melhor curta: Uma Espécie de Testamento (Un Genre de Testament), de Vuillemin Stephen (França)
PRÊMIO ABRACCINE Melhor longa: Quando Eu Me Encontrar, de Amanda Pontes e Michelline Helena Melhor curta: Ramal, de Higor Gomes
PRÊMIO AVEC-PR SOLANGE STECZ Melhor Filme: Midríase, de Eduardo Monteiro Menção Honrosa: A Trilha Sonora de um Bairro, de Carlos Alberto Moura e Danilo Custódio
*Clique aqui e confira nosso vídeo especial com os melhores momentos do festival
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