A organização da 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado, que acontecerá entre os dias 11 e 19 de agosto, acaba de anunciar o primeiro nome dentre os homenageados deste ano: a atriz brasileira Alice Braga, que receberá o troféu Kikito de Cristal. Com sólida carreira no cinema nacional e internacional, Braga já participou de mais de trinta produções, atuando ao lado de nomes como Anthony Hopkins, Margot Robbie e Matt Damon.
O laço de Alice Braga com o mundo das artes vem de berço. Filha de pai jornalista e mãe atriz, acompanhava a rotina de gravações de sua mãe, Ana, e tia, Sonia, ao lado da irmã, a produtora Rita Moraes. Teve sua estreia nas telas ainda adolescente, em 1998, no curta-metragem Trampolim, de Fiapo Barth.
Em 2002, atuou no longa Cidade de Deus, que lhe rendeu indicação ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. Sua estreia em filmes estrangeiros aconteceu em 2006, ao lado de Brendan Fraser, Mos Def e Catalina Sandino Moreno, em 12 Horas até o Amanhecer. Atuou em filmes como Entre Idas e Vindas, Os Amigos, Ensaio Sobre a Cegueira, O Cheiro do Ralo, Muitos Homens Num Só, Cabeça a Prêmio, A Via Láctea, Eu Sou a Lenda, A Cabana, Elysium, O Ritual, Os Novos Mutantes, O Esquadrão Suicida, entre outros.
Entre 2016 e 2021, protagonizou a série Queen of the South, baseada no romance La Reina Del Sur, exibida originalmente pelo canal USA Network. Em 2020, deu voz à personagem Jerry na animação Soul, da Pixar. Em 2022, protagonizou, ao lado de Gabriel Leone, o consagrado longa Eduardo e Mônica, inspirado na canção composta por Renato Russo, e dirigido por René Sampaio. Por sua atuação, recebeu o Prêmio APCA de melhor atriz; em 2006 recebeu o mesmo prêmio por Cidade Baixa, de Sergio Machado.
Ao longo da carreira, coleciona vitórias em alguns dos mais prestigiados festivais e premiações de cinema do Brasil e do mundo, incluindo Verona Love Screens Film Festival, Festival do Rio, Miami International Film Festival, Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro, Festival de Cinema de Punta del Este e Cine PE. Além disso, Alice Braga faz parte do elenco de Hypnotic, novo filme de Robert Rodriguez, recentemente exibido no Festival de Cannes.
A homenagem será entregue durante a programação do Festival de Gramado e Alice participará do rito de confecção do troféu, esculpido em cristal, que será entregue ao homenageado da próxima edição. A solenidade, única no mundo, coloca os agraciados em contato com a composição da honraria.
Selton Mello e Matheus Nachtergaele em O Auto da Compadecida
A cidade de Cabaceiras, localizada no Cariri paraibano, fica na área mais baixa do Planalto da Borborema. Com pouco mais de cinco mil habitantes, predomina o clima tropical semiárido e é composta de caatinga arbustiva. Sua história conta que foi fundada em 1735, mas só recebeu o título de cidade em novembro de 1938.
Entre belas paisagens, artesanatos, iguarias bodísticas e festividades, como a Festa do Bode Rei, Cabaceiras já foi conhecida como o município que menos chove no Brasil. Porém, em 1999, um acontecimento cinematográfico colocou a cidade do Nordeste em evidência: as filmagens da consagrada série O Auto da Compadecida, baseada na obra de Ariano Suassuna e exibida na Rede Globo, que logo virou filme.
Dirigido por Guel Arraes, o longa foi um sucesso de crítica e público; foi visto por mais de dois milhões de espectadores, sendo o filme brasileiro de maior bilheteria do ano 2000. Considerado um grande sucesso comercial no país, arrecadou mais de onze milhões de reais e foi premiado em quatro categorias no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro.
A obra conta as divertidas aventuras de João Grilo, papel de Matheus Nachtergaele, e Chicó, vivido por Selton Mello. O elenco reúne também Fernanda Montenegro, Diogo Vilela, Denise Fraga, Rogério Cardoso, Lima Duarte, Marco Nanini, Enrique Diaz, Paulo Goulart, Luís Melo, Maurício Gonçalves, Virgínia Cavendish, Aramis Trindade e Bruno Garcia. O diretor é também o coautor da adaptação ao lado de Adriana Falcão e João Falcão. Recentemente, uma continuação do longa-metragem foi confirmada: O Auto da Compadecida 2 tem estreia prevista para 2024.
Por conta do sucesso da obra, Cabaceiras passou a receber turistas do mundo todo. Conhecida como a Roliúde Nordestina, com direito a um letreiro que faz referência à Hollywood, hoje, a Rota Cinematográfica é um dos atrativos da cidade, que fica a 180 km de João Pessoa, capital da Paraíba.
Mas, a sétima arte já se destacava na região há muitos anos: em 1924, Walfredo Rodriguez, considerado o pai do cinema paraibano, começou a rodar pela região o documentário Sob o Céu Nordestino, que só foi concluído em 1928. O filme é considerado pela crítica como um marco etnológico do cinema brasileiro por ter sido o pioneiro a retratar a cultura nordestina sem a ótica do exoterismo.
Depois de O Auto da Compadecida, outras tantas produções foram rodadas por lá, entre elas, Por Trás do Céu, de Caio Sóh; Canta Maria, de Francisco Ramalho Jr.; Cinema, Aspirinas e Urubus, de Marcelo Gomes; Tempo de Ira, de Marcélia Cartaxo e Gisella de Mello; a novela Aquele Beijo, escrita por Miguel Falabella; a supersérie Onde Nascem os Fortes; e recentemente, Cangaço Novo, de Aly Muritiba e Fábio Mendonça, que estará disponível na Amazon Prime Video no segundo semestre. Além disso, os cabaceirenses não só recebem as equipes de filmagens como também trabalham nos filmes, propagandas, novelas e séries em diversas funções.
Além do Centro Histórico e do letreiro, o Lajedo de Pai Mateus é outro atrativo turístico que virou cenário de diversas obras audiovisuais. O local trata-se de um lajedo contendo centenas de matacões, rochas em formatos arredondados, que pesam toneladas; algumas com pinturas rupestres. A Pedra do Capacete, por exemplo, é um dos pontos que mais atraem os turistas.
Para falar mais sobre a cinematográfica Cabaceiras, desembarcamos na Roliúde Nordestina e gravamos um programa especial pela cidade e região. Passamos pelo famoso letreiro e visitamos o Centro Histórico, que também se destaca pelas locações de O Auto da Compadecida. Além disso, relembramos nossa entrevista com Matheus Nachtergaele sobre o sucesso do filme, e que foi exibida em outubro de 2020. Também conhecemos as belas paisagens do Lajedo de Pai Mateus e conversamos com Gerson Lima, guia de turismo, que contou histórias de algumas produções rodadas por lá, entre elas, a mais recente, a série Cangaço Novo, e falou da lenda sobre possíveis visitas extraterrestres.
Elenco: Halle Bailey, Melissa McCarthy, Javier Bardem, Jonah Hauer-King, Noma Dumezweni, Art Malik, Daveed Diggs, Jacob Tremblay, Awkwafina, Jessica Alexander, Martina Laird, Emily Coates, Christopher Fairbank, John Dagleish, Matthew Carver, Jude Akuwudike, Lorena Andrea, Simone Ashley, Karolina Conchet, Sienna King, Kajsa Mohammar, Nathalie Sorrell, Jodi Benson, Julz West, Russell Balogh, Adrian Christopher, Leon Cooke, Tarik Frimpong, Chris George, Yasmin Harrison, Jon-Scott Clark, Craig Stein, David Stokes.
Ano: 2023
Sinopse: A adorada Ariel é uma bela e espirituosa jovem sereia com sede de aventura. A mais nova das filhas do Rei Tritão, e a mais rebelde, anseia por descobrir mais sobre o mundo além do mar e, ao visitar a superfície, se apaixona pelo elegante Príncipe Eric. Embora as sereias sejam proibidas de interagir com os humanos, Ariel deve seguir seu coração e, para isso, faz um acordo com a malvada bruxa do mar, Úrsula, que lhe dá a chance de viver em terra firme; mas acaba colocando sua vida, e também a coroa de seu pai, em perigo.
Zafreen Zairizal em Tiger Stripes, de Amanda Nell Eu
Foram anunciados nesta quarta-feira, 24/05, os vencedores da Semana da Crítica, mostra paralela ao Festival de Cannes, que concentra-se na descoberta de novos talentos. Desde que foi criada pelo Syndicat Français de la Critique de Cinéma, em 1962, busca explorar e revelar cineastas inovadores do mundo todo.
Neste ano, em sua 62ª edição, a Semaine de la Critique teve a cineasta francesa Audrey Diwan como presidente do júri; o diretor de fotografia português Rui Poças, o ator alemão Franz Rogowski, a jornalista indiana Meenakshi Shedde e a programadora americana Kim Yutani, do Festival de Sundance, completavam o time de jurados.
O terror Tiger Stripes, dirigido pela cineasta malaia Amanda Nell Eu, venceu o prêmio principal da competição. O longa conta a história de Zaffan, que aos 12 anos de idade luta contra a puberdade ao desvendar um terrível segredo sobre seu físico.Suas tentativas fracassadas de esconder o inevitável levam seus amigos a descobrir quem ela realmente é, e eles a atacam.Como Zaffan é ainda mais provocada por sua própria comunidade, ela logo descobre que abraçar seu verdadeiro eu é a única resposta para sua liberdade.
O cinema brasileiro marcou presença na competição com o longa-metragem Levante, dirigido pela cineasta Lillah Halla, que passou pela Semana da Crítica em 2020 com o curta Menarca; mas, infelizmente, não foi premiado. O filme conta com Ayomi Domenica Dias, Loro Bardot, Grace Passô, Gláucia Vandeveld, Rômulo Braga, Suzy Lopes, Rejane Faria, Lara Negalara, Vinicius Meloni, Ernani Sanchez, Onna, entre outros, no elenco.
Conheça os vencedores da Semana da Crítica 2023:
GRANDE PRÊMIO Tiger Stripes, de Amanda Nell Eu (Malásia/Taiwan/Singapura/França/Alemanha/Holanda/Indonésia/Qatar)
PRÊMIO DO JÚRI Il pleut dans la maison, de Paloma Sermon-Daï (Bélgica/França)
PRÊMIO LOUIS ROEDERER FOUNDATION | REVELAÇÃO Jovan Ginić, por Lost Country
MELHOR CURTA-METRAGEM Boléro, de Nans Laborde-Jourdàa (França)
PRÊMIO GAN FOUNDATION DE DISTRIBUIÇÃO Inshallah a boy (ان شاء الله ولد), de Amjad Al Rasheed (Jordânia/França/Arábia Saudita/Qatar) (Pyramide Films)
PRÊMIO SACD (Society of Dramatic Authors and Composer) Le Ravissement, escrito por Iris Kaltenbäck (França)
PRÊMIO CANAL+ | CURTA-METRAGEM Boléro, de Nans Laborde-Jourdàa (França)
Paulo Phillipe e Sophia Williams no curta paraibano Pedra Polida, de Danny Barbosa
A Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais divulgou recentemente os indicados ao primeiro turno do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2023, que acontecerá no dia 23 de agosto no Rio de Janeiro e homenageará o cineasta Vladimir Carvalho. Os títulos serão avaliados pelos membros da Academia, que depois escolherão os finalistas da 22ª edição em mais de 30 categorias.
No ano passado, o longa Marighella, de Wagner Moura, foi o grande vencedor com oito troféus, entre eles, o de melhor longa-metragem de ficção. Os curtas premiados em 2022 foram: Ato, de Bárbara Paz; Yaõkwa, Imagem e Memória, de Rita Carelli e Vincent Carelli; e Mitos Indígenas em Travessia, de Julia Vellutini e Wesley Rodrigues.
Neste ano, a Academia repete a parceria com o site Porta Curtas e os indicados ao Troféu Grande Otelo nas categorias de curta-metragem neste primeiro turno estão disponíveis gratuitamente para o público (clique aqui). A seleção apresenta alguns dos filmes mais instigantes da última temporada, compondo um panorama diversificado da rica produção de curtas do ano que passou; são 59 filmes brasileiros entre ficção, documentário e animação.
Vale destacar que os filmes Big Bang, de Carlos Segundo, e Curupira e a Máquina do Destino, de Janaína Wagner, também foram selecionados mas não estão disponíveis para exibição por questões contratuais.
Conheça os curtas selecionados para o primeiro turno de 2023 e disponíveis no Porta Curtas:
FICÇÃO
A Última Valsa, de André Srur (GO) Adão, Eva e o Fruto Proibido, de R.B. Lima (PB) Ainda Restarão Robôs Nas Ruas do Interior Profundo, de Guilherme Xavier Ribeiro (SP) Andrômeda, de Lucas Gesser (DF) Bicho Azul, de Rafael Spínola (RJ) Blackout, de Rodrigo Grota (PR) Corpo Celeste, de Renata Paschoal e André Sobral (SP) Da Janela Vejo o Mundo, de Ana Catarina Lugarini (PR) Ela Mora Logo Ali, de Fabiano Barros e Rafael Rogante (RO) Escasso, de Clara Anastácia e Gabriela Gaia Meirelles (RJ) Fantasma Neon, de Leonardo Martinelli (Brasil) Infantaria, de Laís Santos Araújo (AL) Manhã de Domingo, de Bruno Ribeiro (RJ) Meio Ano-Luz, de Leonardo Mouramateus (Brasil, CE/Portugal) Pedra Polida, de Danny Barbosa (PB) Quanto Mais?, de Lucas de Jesus Ferreira (BA) Sobre Amizade e Bicicletas, de Júlia Vidal (PR) Último Domingo, de Renan Brandão e Joana Claude (RJ)
DOCUMENTÁRIO
A Ordem Reina, de Fernanda Pessoa (SP) A Última Praga de Mojica, de Cédric Fanti, Eugenio Puppo, Matheus Sundfeld e Pedro Junqueira (SP) Através da Cidade Invisível, de Paulo Grangeiro (SP) Cantos de um Livro Sagrado, de Cesar Gananian e Cassiana Der Haroutiounian (SP) Carta para Glauber, de Gregory Baltz (RJ) Chaguinhas, de Diego Hajjar e Fernando Martins (SP) Contragolpe, de Victor Uchôa (BA) Curió, de Priscila Smiths e P.H. Diaz (CE) Deus Não Deixa, de Marçal Vianna (RJ) Madrugada, de Leonardo da Rosa e Gianluca Cozza (RS) Medo na Minha Pele, de Braion Souza (SP) Meus Santos Saúdam Teus Santos, de Rodrigo Antonio (PA) Mutirão: O Filme, de Lincoln Péricles (LKT) (SP) Muxima, de Juca Badaró (BA) Nossos Passos Seguirão os Seus…, de Uilton Oliveira (RJ) Peixes Não Se Afogam, de Anna Azevedo (RJ) Solmatalua, de Rodrigo Ribeiro-Andrade (SC/RJ/SP) Tekoha, de Carlos Adriano (SP) Território Pequi, de Takumã Kuikuro (MT) Transviar, de Maíra Tristão (ES/Alemanha) Trópico de Capricórnio, de Juliana Antunes (SP) Xar: Sueño de Obsidiana, de Fernando Pereira dos Santos e Edgar Calel (SP)
ANIMAÇÃO
A Árvore de Alfajor, de Marcela Soares (SC) A Menina Atrás do Espelho, de Iuri Moreno (GO) Anantara, de Douglas Alves Ferreira (SP) Cadê Heleny?, de Esther Vital (MG) Coelhitos e Gambazitas, de Thomas Larson (SP) Em Busca da Terra: Música Prometida, de Gabriel Bitar (SP) Emaranhamento & Dissolução, de Rafael Clemente (SP) Essas Coisas que Queimam Devagar, de Affonso M. Cordeiro (SP) Ewé de Òsányìn: O Segredo das Folhas, de Pâmela Peregrino (BA) Last Sip, de Gabriel Bitar (SP) Meu Nome é Maalum, de Luísa Copetti (RJ) My God, It’s Full Of Stars (The Universe in Verse, Part 2), de Daniel Bruson (SP) Nonna, de Maria Augusta Vilalba Nunes (SC) O Autor, de Luiz Máximo (MG) O Destino da Senhora Adelaide, de Breno Alvarenga e Luiza Garcia (MG) O Senhor do Trem, de Aída Queiroz e Cesar Coelho (RJ) Selfie, de Alex Sernambi (RS) Tá Foda, de Aline Golart, Denis Souza, Fernanda Maciel, Icaro Castello, Ligia Torres e Victoria Sugar (RS) Tamo Junto, de Pedro Conti (SP)
Cena do documentário Nação Lakota Contra os EUA: filme de abertura
Depois de divulgar os títulos em competição, a 12ª edição da Mostra Ecofalante de Cinema, que acontecerá entre os dias 1º e 14 de junho, em São Paulo, anunciou novas obras em sua programação: a seleção completa traz 101 filmes, entre premiados em grandes festivais, pré-estreias mundiais e inéditos no Brasil.
Na sessão de abertura, exclusiva para convidados, será exibido Nação Lakota Contra os EUA, de Jesse Short Bull e Laura Tomaselli, que narra a jornada dos indígenas Lakota para recuperar Black Hills, terra sagrada que foi tomada à força pelo governo norte-americano apesar da existência de tratados que garantiam a eles a posse desta terra. A obra, que passou pelos festivais de Tribeca, Cleveland e Denver, utiliza rico material de arquivo e entrevistas íntimas com ativistas veteranos e jovens líderes.
Na mostra Panorama Internacional Contemporâneo serão exibidos 27 filmes, de 26 países. A seleção traz títulos que abordam sobretudo questões ligadas ao racismo, mas que também não deixam de falar do legado do colonialismo e suas muitas consequências socioambientais presentes até os dias de hoje. Destacam-se: Recursos, de Hubert Caron-Guay e Serge-Olivier Rondeau, elogiado no IDFA; O Último Refúgio, de Ousmane Samassekou, premiado no festival dinamarquês CPH:DOX; e Xaraasi Xanne (Vozes Cruzadas), de Bouba Touré e Raphaël Grisey, consagrado no Cinéma du Réel, na Suíça.
A Mostra Histórica é dedicada este ano ao tema Fraturas (pós-)coloniais e as Lutas do Plantationoceno e traz 17 títulos icônicos realizados entre 1966 e 1984, que discutem a herança do colonialismo em diferentes partes do planeta. Cunhado nos anos 2010 pelas teóricas norte-americanas Donna Haraway e Anna Tsing, o termo Plantationoceno, que está no título da mostra, se contrapõe ao difundido Antropoceno ao reconhecer os fundamentos coloniais e escravagistas da globalização e do sistema socioeconômico hegemônico hoje. Vale destacar a presença de A Batalha de Argel, de Gillo Pontecorvo, que a mostra exibe em versão restaurada em 4K pela Cinemateca de Bolonha e Instituto Luce Cinecittà; o filme, que foi proibido pela censura da ditadura militar brasileira, ganhou o Leão de Ouro no Festival de Veneza e foi indicado ao Oscar, em 1969, nas categorias de melhor filme estrangeiro, direção e roteiro.
Além disso, a programação também é dedicada às estreias mundiais em salas de cinema de três títulos brasileiros que abordam o embate entre indígenas e garimpeiros, queimadas em quatro biomas do país e deslocamento de toda uma população.
Completam a seleção: estreias mundiais; uma sessão especial e um programa infantil; um trabalho em realidade virtual; uma série de atividades paralelas que incluem uma masterclass com o pensador martiniquês Malcolm Ferdinand, que também explora em sua obra o conceito de Plantationoceno; e uma oficina de cinema ambiental com Jorge Bodankzy; além de um ciclo de debates.
A Mostra Ecofalante de Cinema, considerada um dos maiores festivais do Brasil e o mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado a temas socioambientais, acontecerá no Espaço Itaú de Cinema Augusta, Centro Cultural São Paulo, Cine Olido e Biblioteca Roberto Santos. Completam o circuito de exibição unidades do Centro Educacional Unificado (CEU), Casas de Cultura, Fábricas de Cultura e Centros Culturais.
Conheça os filmes selecionados para a 12ª Mostra Ecofalante de Cinema:
PANORAMA INTERNACIONAL CONTEMPORÂNEO
A Apropriação (The Grab), de Gabriela Cowperthwaite (EUA) A Felicidade Vale 4 Milhões (Happiness is £4 Million), de Weixi Chen e Kai Wei (China/EUA) A Máquina do Petróleo (The Oil Machine), de Emma Davie (Reino Unido) Águas do Pastaza (Waters of Pastaza), de Inês T. Alves (Portugal) Amianto: Crônica de um Crime (The Asbestos Grave: Chronicle of a Disaster Foretold), de Marie-Anne Mengeot e Nina Toussaint (Bélgica) Amor e Luta em Tempos de Capitalismo (A Guide to Love and Fighting Capitalism), de Basile Carré-Agostini (França) Aralkum, de Daniel Asadi Faezi e Mila Zhluktenko (Alemanha/Uzbequistão) Davi e Golias: O Caso de Dewayne Johnson contra Monsanto (Into the Weeds: Dewayne “Lee” Johnson vs. Monsanto Company), de Jennifer Baichwal (Canadá) Deep Rising: A Última Fronteira, de Matthieu Rytz (EUA) Delikado, de Karl Malakunas (EUA/Reino Unido/Filipinas/China/Austrália) Duas Vezes Colonizada (Twice Colonized), de Lin Alluna (Groenlândia/Dinamarca/Canadá) Filhos do Katrina (Katrina Babies), de Edward Buckles Jr. (EUA) Forrageadores (Al Yad al Khadra), de Jumana Manna (Palestina) Free Money, de Lauren DeFilippo e Sam Soko (EUA/Quênia) Girl Gang, de Susanne Regina Meures (Suíça/Alemanha) Good Life, de Marta Dauliute e Viktorija Šiaulyte (Suécia/Lituânia/Finlândia) Lixo Fora do Lugar (Matter Out of Place), de Nikolaus Geyrhalter (Áustria) Nação Lakota Contra os EUA (Lakota Nation V United States), de Jesse Short Bull e Laura Tomaselli (EUA) Nada Dura para Sempre (Nothing Lasts Forever), de Jason Kohn (EUA) Para Além de Estradas (Not Just Roads), de Nitin Bathl e Klearjos Eduardo Papanicolaou (Índia/Suíça/Alemanha) O Cuidado em Tempos Impiedosos (Armotonta Menoa – Hoivatyön Lauluja), de Susanna Helke (Finlândia) O Retorno da Inflação (The Return of Inflation), de Matthias Heeder (Alemanha) O Sonho Americano e Outros Contos de Fadas (The American Dream and Other Fairy Tales), de Abigail Disney e Kathleen Hughes (EUA) O Último Refúgio (Le Dernier Refuge), de Ousmane Samassekou (Mali/França/África do Sul) Recursos (Resources), de Hubert Caron-Guay e Serge-Olivier Rondeau (Canadá) Uma História de Ossos (A Story of Bones), de Joseph Curran e Dominic Aubrey de Vere (Reino Unido) Xaraasi Xanne (Vozes Cruzadas) (Xaraasi Xanne – Les Voix Croisées), de Bouba Touré e Raphaël Grisey (França/Alemanha/Mali)
BRASILEIROS INÉDITOS
Cinzas da Floresta, de André D’Elia Escute, A Terra Foi Rasgada, de Cassandra Mello e Fred Rahal Mauro Parceiros da Floresta, de Fred Rahal Mauro
MOSTRA HISTÓRICA: FRATURAS (PÓS-)COLONIAIS E AS LUTAS DO PLANTATIONOCENO
A Batalha de Argel (La Battaglia di Algeri), de Gillo Pontecorvo (1966) (Argélia/Itália) A Zerda e os Cantos do Esquecimento (La Zerda et les Chants de l’Oublie), de Assia Djebbar (1982) (Argélia) Cabra Marcado para Morrer, de Eduardo Coutinho (1982) (Brasil) Community Control, de Newsreel Collective (1969) (EUA) El Coraje del Pueblo, de Jorge Sanjinés (1971) (Bolívia) El Pueblo se Levanta, de Newsreel Collective (1971) (EUA) Emitaï, de Ousmane Sembene (1971) (Senegal) Estas São as Armas, de Murilo Salles (1978) (Moçambique) Etnocídio (Etnocidio: Notas sobre El Mezquital), de Paul Leduc (1977) (México) Eu, Sua Mãe (Man Sa Yay), de Safi Faye (1980) (Senegal/Alemanha) Festival Pan-africano de Argel (Festival Panafricain d’Alger), de William Klein (1969) (França/Alemanha/Argélia) I Heard It through the Grapevine, de Dick Fontaine (1981) (EUA) Na Selva Há Muito por Fazer (En la Selva Hay Mucho por Hacer), de Walter Tournier (1974) (Uruguai) Nossa Voz de Terra, Memória e Futuro (Nuestra Voz de Tierra, Memoria y Futuro), de Marta Rodríguez e Jorge Silva (1982) (Colômbia) O Tigre e a Gazela, de Aloysio Raulino (1977) (Brasil) Quilombo, de Vladimir Carvalho (1975) (Brasil) Terra dos Índios, de Zelito Viana (1979) (Brasil)
SESSÃO ESPECIAL Mulheres na Conservação, de Paulina Chamorro e João Marcos Rosa (Brasil)
REALIDADE VIRTUAL Amazônia Viva, de Estêvão Ciavatta (Brasil)
INFANTIL A Viagem do Príncipe (Le Voyage du Prince), de Jean-François Laguionie (França)
*Clique aqui e confira a seleção da Competição Latino-Americana e Concurso Curta Ecofalante.
Elenco: Vin Diesel, Jason Momoa, Michelle Rodriguez, Jason Statham, Jordana Brewster, Tyrese Gibson, Ludacris, Nathalie Emmanuel, Charlize Theron, John Cena, Sung Kang, Helen Mirren, Brie Larson, Scott Eastwood, Alan Ritchson, Luis Da Silva Jr., Daniela Melchior, Leo Abelo Perry, Joaquim de Almeida, Rita Moreno, Jaz Hutchins, Pete Davidson, Miraj Grbic, Meadow Walker, Michael Irby, Shahir Figueria, Ben Santos, Debby Ryan, Joshua Dun, Isabelle Bernardo, David A. Chang, Alexandre Chen, Calvin Chen, Gal Gadot, Dwayne Johnson, Dan Matteucci, Tony Morgan, Justin Price, Michael Rooker, Amber Sienna, Luka Hays, Alexander Capon, Shadrach Agozino, Luca De Massis, Sofia Fernlöf, Michael K. Fox, Cory McClane, Clément Osty, Younes Rocks, Ludmilla.
Ano: 2023
Sinopse: Ao longo de muitas missões e contra todas as possibilidades, Dominic Toretto e sua família resistiram, contornaram e superaram todos os adversários que cruzaram o seu caminho. Agora, eles enfrentam o mais letal de todos os seus oponentes: Dante, um inimigo aterrorizante que emerge das sombras do passado, alimentado por um desejo sanguinário de vingança e determinado a destruir, para sempre, a família Toretto; tudo e todos a quem Dom ama. A estratégia de Dante é separar a família de Dom, de Los Angeles às catacumbas de Roma, do Brasil a Londres e de Portugal à Antártida. Novos aliados serão cooptados e antigos inimigos vão voltar à ativa. Mas tudo muda quando Dom descobre que seu próprio filho de oito anos é o alvo final da vingança do inimigo.
Milton Gonçalves em A Rainha Diaba: cópia restaurada em 4K
Com sete programas cuidadosamente selecionados, a Cinelimite apresentará, entre os dias 19 e 28 de maio, na Cinemateca Brasileira, a Mostra Cinelimite, que traz mais de quarenta títulos brasileiros recém-digitalizados e prontos para serem redescobertos pelo público.
A mostra abarca uma ampla variedade de tópicos e temas, como documentários sobre a classe operária, obras raras do cinema queer brasileiro, animações e filmes caseiros. Cada exibição contará com apresentações especiais de cineastas e pesquisadores de cinema; a programação é gratuita e os ingressos são distribuídos uma hora antes de cada sessão.
A Cinelimite é uma organização sem fins lucrativos, criada em 2020 com o objetivo de promover o cinema clássico brasileiro e oferecer serviços de digitalização para filmes e cineastas brasileiros historicamente negligenciados. Em 2022, a Cinelimite lançou a IDFB, Iniciativa de Digitalização de Filmes Brasileiros, um projeto que fornece acesso a serviços de digitalização de filmes no Brasil para filmes órfãos, filmes feitos por membros das comunidades LGBTQ+ e PPI, filmes feitos por mulheres, filmes caseiros e filmes não comerciais.
De setembro de 2022 a fevereiro de 2023, a IDFB embarcou em uma missão para digitalizar obras do patrimônio cinematográfico brasileiro de regiões com acesso limitado a esse serviço. Usando um scanner portátil de 2K para filmes de 8 mm e Super 8, o projeto, denominado Digitalização Viajante, cobriu seis estados brasileiros do Norte e do Sudeste, em colaboração com a ABPA, Associação Brasileira de Preservação Audiovisual. A iniciativa foi um sucesso surpreendente, resultando na digitalização de mais de 350 filmes brasileiros em apenas três meses.
Cena do filme Sulanca, de Katia Mesel
A programação da Mostra Cinelimite contará com exibições de: Sulanca, de Katia Mesel; A Entrevista, de Helena Solberg; O Ciclo do Caranguejo, de Elisa Cabral; Duas Vezes Mulher, de Eunice Gutman; Vila da Barca, de Renato Tapajós; Robin Hollywood, de Amin Stepple; Era Vermelho Seu Batom, de Henrique Magalhães; Perequeté, de Bertrand Lira; Amazônia, de Maria Tereza Paes Leme Freitas; Baltazar da Lomba, dirigido pelo Grupo Nós Também; Closes, de Pedro Nunes; entre outros.
No programa Mestras do Cinema Documental Brasileiro, a Cinelimite se une à revista digital feminista Verberenas para apresentar obras de quatro documentaristas excepcionais: Helena Solberg, Eunice Gutman, Katia Mesel e Elisa Cabral; a sessão Redescobertas no Cinema Documental Brasileiro apresenta três filmes raros nas filmografias de importantes profissionais do documentário e do cinema brasileiro como um todo; a Retrospectiva Amin Stepple destaca o trabalho do jornalista, crítico, roteirista e diretor que marcou profundamente o cinema experimental no Nordeste do Brasil.
A seleção traz também: o programa A Onda de Filmes Queer em Super-8 da Paraíba, que destaca produções de um cinema superoitista, realizado entre 1979 e 1984, que introduziu a discussão LGBTIA+ e foi batizada de Cinema Guei; o programa Novas Descobertas em Animação do Projeto Digitalização Viajante; Filmes Domésticos e Filmes Amadores do Projeto Digitalização Viajante, que apresenta 90 minutos de diferentes filmes domésticos de seis diferentes cidades brasileiras; e a exibição especial do longa A Rainha Diaba, de Antonio Carlos Fontoura, em cópia 4K.
Vencedor do Prêmio do Público de melhor ficção brasileira na 46ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, O Mestre da Fumaça chega aos cinemas nesta quinta-feira, 18/05, com direção de André Sigwalt e Augusto Soares.
O ator brasileiro Daniel Rocha e o ator chinês Tony Lee protagonizam a ação, que narra a jornada de dois irmãos amaldiçoados pela máfia chinesa com a temida Vingança das 3 Gerações. A única maneira de sobreviver é aprender os segredos do Estilo da Fumaça, uma arte marcial ensinada por um mestre singular.
Com trilha sonora original assinada por André Abujamra, em parceria com Eron Guarnieri, a produção é completamente independente e traz todos os elementos de um filme épico, com uma mistura de gêneros inusitada. Apesar da ênfase no Kung fu, inspirada no cinema de Hong Kong dos anos 1960 e 1970, é, ao mesmo tempo, uma comédia stoner, baseada nos filmes da contracultura americana de 1970 a 1990.
Para o longa, foi criada uma arte marcial inédita: o Estilo da Fumaça, baseada no universo da cannabis e em estilos de lutas chinesas que existem há centenas de anos, como Baguazhang, Xing Yi Quan e Bajiquan. O Estilo da Fumaça possui oito conjuntos de movimentos específicos e é totalmente aplicável na vida real. O elenco foi especialmente preparado para atuar e lutar em cena utilizando esse estilo; o longa tem 15 sequências de lutas e a penúltima cena conta com 21 pessoas lutando ao mesmo tempo por 3 minutos e meio.
A forma pela qual a maconha é abordada no filme é diferente da comumente mostrada no cinema. Na trama, a maconha e sua utilização têm poderes sagrados e podem contribuir para a vida de quem a estuda e a utiliza. Além disso, a necessidade do auto cultivo, bem como a urgência da legalização da cannabis, estão também presentes no enredo, porém de forma natural.
O filme também é repleto de citações, referências e hidden gems, desde os filmes clássicos de Kung fu, como A Fúria do Dragão, com Bruce Lee, e O Mestre Invencível, com Jackie Chan, passando por O Grande Lebowski, Rocky: Um Lutador, Karatê Kid, Queimando Tudo, da dupla Cheech & Chong, Segurando as Pontas, Star Wars, Scarface e muito mais.
O Mestre da Fumaça também passou pelo Fantaspoa, maior festival de cinema fantástico da América Latina; foi exibido no Amazing Stoner Movie Fest, na Tailândia, evento dedicado a filmes canábicos, no qual recebeu o Golden Ganja Award de melhor filme; e também se destacou no Rio Fantastik Festival, Festival Internacional de Cinema do Balneário Camboriú, Festival de Cine Punta del Este, DC Independent Film Festival, entre outros.
O elenco conta também com Luana Frez, Thiago Stechinni, Tristan Aronovich, Cleber Colombo, Paula Zago, Yasmin Thin Qi, Ravel Andrade, Natallia Rodrigues, Angela Dippe, Ye Xin, Pedro Hórak, Michelle Rodrigues, Jean-Paul Kinfoussia, Jimmy Wong, Caroline Hirose, Caio Mutai, entre outros.
Para falar mais sobre o filme, conversamos com o protagonista Daniel Rocha, que falou sobre sua preparação para as cenas de luta, entrosamento com o elenco, presença da comunidade asiática na equipe, desafios em cena, bastidores, entre outros assuntos. Também batemos um papo com os diretores sobre o processo de criação, referências e expectativa para o lançamento.
Cícero Lucas em Marte Um, de Gabriel Martins: dois prêmios
Foram anunciados neste sábado, 13/05, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, em cerimônia apresentada pela atriz Larissa Nunes, os vencedores do Prêmio ABC 2023, realizado pela Associação Brasileira de Cinematografia.
Nesta 23ª edição, os filme Marte Um, de Gabriel Martins, e Racionais: Das Ruas de São Paulo pro Mundo, de Juliana Vicente, se destacaram com dois prêmios cada; a série Manhãs de Setembro também foi premiada em duas categorias.
Durante a cerimônia, que também foi transmitida pelo YouTube, foi realizada uma homenagem aos profissionais do cinema e audiovisual que nos deixaram no último ano, além do anúncio das sócias e sócios que recebem o direito de assinar os seus trabalhos com a sigla ABC. Considerado um dos principais fotógrafos e diretores da cinematografia brasileira, Walter Carvalho, sócio fundador e ex-presidente da ABC, foi o grande homenageado deste ano.
A Associação Brasileira de Cinematografia, hoje presidida por Mustapha Barat, foi fundada em 2 de janeiro de 2000 e reúne profissionais do audiovisual brasileiro, especialmente diretores e diretoras de fotografia, com o objetivo de incentivar a troca de ideias e informações para democratizar e multiplicar o aperfeiçoamento técnico e artístico da categoria.
Conheça os vencedores do Prêmio ABC 2023:
MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA | LONGA-METRAGEM | FICÇÃO Marte Um, por Leonardo Feliciano
MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA | LONGA-METRAGEM | DOCUMENTÁRIO Segredos do Putumayo, por André Lorenz Michiles e Fabio Bardella
MELHOR DIREÇÃO DE ARTE | LONGA-METRAGEM | FICÇÃO Carvão, por Marinês Mencio
MELHOR MONTAGEM | LONGA-METRAGEM | FICÇÃO Noites Alienígenas, por André Sampaio
MELHOR MONTAGEM | LONGA-METRAGEM | DOCUMENTÁRIO Racionais: Das Ruas de São Paulo pro Mundo, por Washington Deoli
MELHOR EQUIPE DE SOM | LONGA-METRAGEM | FICÇÃO Marte Um, por Marcos Lopes e Tiago Bello
MELHOR EQUIPE DE SOM | LONGA-METRAGEM | DOCUMENTÁRIO Racionais: Das Ruas de São Paulo pro Mundo, por Andressa Clain Neves, Hyran de Mula, Ruben Valdes, Marilia Mencucini e Daniel Turini
MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA | CURTA-METRAGEM O Afinador de Silêncios, por Paul Bessa
MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA | SÉRIE DE TV Manhãs de Setembro (episódio 3), por Lito Mendes da Rocha
MELHOR DIREÇÃO DE ARTE | SÉRIE DE TV Turma da Mônica – A Série (episódio 1), por Mariana Falvo
MELHOR EQUIPE DE SOM | SÉRIE DE TV Manhãs de Setembro (2ª temporada, episódio 1), por Evandro Lima, Gabi Cunha, Miriam Biderman e Ricardo Reis
MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA | VIDEOCLIPE AMEIANOITE, de Pabllo Vittar e Gloria Groove; por Adolpho Veloso
MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA | FILME ESTUDANTIL Afluências, por Iasmin Soares (Universidade Federal da Paraíba)
MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA | FILME PUBLICITÁRIO Natura Essencial, por Alex Akira Vecchi
Os atores Douglas Silva e Fernanda Paes Leme farão o primeiro papel como dubladores em Transformers: O Despertar das Feras, da Paramount Pictures, que chega aos cinemas brasileiros no dia 8 de junho. Eles darão voz aos personagens Mirage e Arcee, novos Autobots que serão apresentados neste sétimo filme da franquia.
Douglas conta que cada momento do processo é um desafio: “Apesar de emprestar minha voz para o personagem, eu tenho que colocar algumas nuances diferentes de como eu falo e isso para mim foi o mais desafiador”, explicou. Já Fernanda comenta que dublar era um desejo antigo: “Eu tinha muita vontade e, como a minha voz é muito marcante, eu queria que essa primeira experiência fosse em algo grandioso. Acho que a Arcee tem muito a ver comigo e depois dessa experiência fiquei com vontade de dublar mais coisas ainda”.
Douglas Silva dubla o personagem Mirage
Os dois atores se juntam a um time de peso: além da direção de dublagem assinada por Wendel Bezerra, Guilherme Briggs é a voz oficial de Optimus Prime na versão brasileira. No idioma original, a produção também conta com um elenco estrelado de dubladores, incluindo Michelle Yeoh, Pete Davidson, Peter Dinklage e Michaela Jae Rodriguez.
Em Transformers: O Despertar das Feras, o público vai acompanhar uma aventura com os Autobots nos anos 1990 e conhecerão uma nova geração de Transformers: os Maximals, que serão aliados na batalha contra os Decepticons para salvar a Terra. O longa é baseado na temporada Beast Wars da animação e apresentará o vilão Unicron, um Decepticon capaz de destruir planetas inteiros.
O filme é dirigido por Steven Caple Jr., de Creed II, e produzido por Lorenzo di Bonaventura, de Megatubarão e Bumblebee; o elenco ainda conta com Ron Perlman, Cristo Fernández, Anthony Ramos, Peter Cullen, John DiMaggio, Dominique Fishback, entre outros.
Depois de lançar O Último Cine Drive-in, o cineasta Iberê Carvalho volta aos cinemas com O Homem Cordial, que estreia nesta quinta-feira, 11/05, com distribuição da O2 Play. Segundo o diretor, a motivação inicial do projeto era tratar da injustiça social.
O longa traz como protagonista o músico e ator Paulo Miklos, que levou o kikito de melhor ator no Festival de Gramado, em 2019; o filme também venceu na categoria de melhor trilha musical para Sascha Kratzer. Na trama, Miklos interpreta Aurélio, o líder de uma banda de rock fictícia chamada Instinto Radical, que traz em suas músicas questões sociais. Ela foi concebida como se fosse uma das muitas bandas de rock que fizeram sucesso nos anos 1980 e 1990 no Brasil. Para isso, era preciso criar músicas de poucos acordes, refrão de fácil assimilação e um discurso político um tanto quanto ingênuo.
Até que Aurélio se envolve em um incidente, no qual um policial acaba morto e um vídeo viraliza na internet. No início da trama, não sabe-se muito bem o que realmente, mas o músico se torna alvo de um julgamento e cancelamento na internet, colocando até mesmo sua vida em risco.
Sociólogo por formação, Iberê Carvalho escreveu o roteiro em parceria com o uruguaio Pablo Stoll, do filme Whisky, e o que os guiava era o desejo de escrever uma história que se passasse em uma única noite e que levantasse questões, de forma crítica, sobre a sociedade brasileira atual. O outro tema central do filme entra logo em seguida em cena, quando se descobre que o incidente também envolve um garoto negro.
O Homem Cordial, que também foi exibido no Cairo International Film Festival, tem como um de seus temas principais o racismo, a partir de um ponto de vista que busca discutir a branquitude como uma raça. Para escrever o filme, os roteiristas pesquisaram sobre a origem e os casos contemporâneos de linchamentos (virtuais e/ou físicos), sobre os casos de violência policial que tiveram crianças como vítimas, sobre racismo estrutural e também sobre o rock brasileiro dos anos 1980.
Outro elemento importante na narrativa é a cidade de São Paulo, que entra quase como uma personagem. Na fotografia, assinada por Pablo Baião, o diretor desenvolveu o conceito de câmera que é muito diferente de tudo que havia experimentado até então em sua carreira.
Além de Paulo Miklos, o elenco conta também com Thaíde, Dandara de Morais, Thalles Cabral, Theo Werneck, Fernanda Rocha, Bruno Torres, Murilo Grossi, Mauro Shames, Felipe Kenji, Tamirys O’Hanna, André Deca, entre outros.
Para falar mais sobre O Homem Cordial, conversamos com os atores Paulo Miklos, que completa sua sétima entrevista no CINEVITOR, e Thaíde sobre seus personagens, o poder da internet, os temas abordados no filme, e que seguem cada vez mais atuais, e expectativas para o lançamento. Já o diretor Iberê Carvalho falou do seu processo de criação, fotografia, fake news, escolha do elenco, filmagens e narrou a sensação de lançar o longa quatro anos depois da sua primeira exibição pública em festival.