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Prêmio Grande Otelo 2024: conheça os vencedores

por: Cinevitor
Arlete Salles: melhor atriz coadjuvante por Tia Virgínia

Foram anunciados nesta quarta-feira, 28/08, os vencedores da 23ª edição do Prêmio Grande Otelo, antes chamado de Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, conhecido como a mais importante festa do audiovisual brasileiro.

Neste ano, Pedágio, dirigido por Carolina Markowicz, se destacou com os prêmios de melhor longa-metragem de ficção, melhor direção e melhor roteiro original. O filme O Sequestro do Voo 375, de Marcus Baldini, levou o maior número de troféus Grande Otelo da noite: seis, entre eles, melhor roteiro adaptado.

Realizada anualmente pela Academia Brasileira de Cinema, a cerimônia aconteceu na Cidade das Artes Bibi Ferreira, no Rio de Janeiro, com apresentação de Dira Paes e Toni Garrido. O evento foi transmitido ao vivo para todo o país pelo Canal Brasil e pelo YouTube da Academia.

Foram anunciados 30 prêmios para longas-metragens, curtas e séries brasileiras: 29 produções escolhidas por profissionais associados à Academia Brasileira de Cinema, além do prêmio de melhor filme pelo Júri Popular, que teve votação do público pelo site da instituição. Como é tradição, a abertura dos envelopes foi ao vivo, auditada pela PwC Brasil. A lista de finalistas reuniu este ano mais de 200 profissionais, 39 longas-metragens brasileiros, 5 longas ibero-americanos e 15 curtas-metragens brasileiros.

O Cinema Novo foi o grande homenageado da edição de 2024, quando se comemora os 60 anos do filme Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha. Com projeções e performances musicais, a cerimônia, dirigida por Batman Zavareze e com roteiro de Bebeto Abrantes, levou o público a revisitar obras emblemáticas que marcaram a história do Brasil. Representantes do Cinema Novo, os cineastas Cacá Diegues, Ruy Guerra, Walter Lima Jr. e Zelito Viana, assim como a produtora Lucy Barreto, subiram ao palco para receber seus troféus Grande Otelo das mãos dos dois mais icônicos atores do Cinema Novo: Antonio Pitanga (o inesquecível Firmino, de Barravento) e Othon Bastos (o eterno Corisco, de Deus e o Diabo na Terra do Sol, ambos de Glauber Rocha). 

A noite de celebração ao movimento que renovou a linguagem cinematográfica brasileira nos anos 1960 e 1970 teve performances musicais dos compositores e instrumentistas Pedro Luis e Yuri Queiroga, que apresentaram temas marcantes e trilhas, como a composição de Sérgio Ricardo para Deus e o Diabo na Terra do Sol; e Joanna Francesa, canção de Chico Buarque para o filme homônimo de Cacá Diegues. A cerimônia também contou com a performance de Toni Garrido, Pedro Luis, Ava Rocha e Caio Prado interpretando Macunaíma (1975), samba-enredo da Portela, com a intervenção da guitarra de Yuri Queiroga.

Renata Almeida Magalhães, presidente da Academia Brasileira de Cinema, falou sobre a mudança de nome da premiação, que até o ano passado se chamava Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, e celebrou a importância histórica do Cinema Novo: “Esse ano, nosso Grande Prêmio do Cinema Brasileiro passou a se chamar Prêmio Grande Otelo: assim celebramos o nome do nosso troféu. Grande Otelo, nosso eterno Macunaíma, passeou das Chanchadas ao Cinema Novo, sem nenhum preconceito e sempre brilhante. E hoje a homenagem da Academia Brasileira de Cinema é ao Cinema Novo, que mudou definitivamente nosso cinema. Orgulho eterno e sempre um farol para que a gente jamais deixe de lembrar o que nosso cinema foi, é e ainda pode ser: aquele que só precisa de uma câmera na mão, uma ideia na cabeça e, claro, muita liberdade”.

O secretário Municipal de Cultura do Rio, Marcelo Calero, esteve na cerimônia e destacou a importância do audiovisual nacional na expressão da diversidade da cultura brasileira: “O Prêmio Grande Otelo é não só um tributo aos profissionais do cinema brasileiro, mas também um símbolo de resiliência de uma indústria que não se curva diante das adversidades”

Conheça os vencedores do 23º Grande Prêmio do Cinema Brasileiro:

MELHOR LONGA-METRAGEM | FICÇÃO
Pedágio, de Carolina Markowicz

MELHOR LONGA-METRAGEM COMÉDIA | VOTO POPULAR
Pérola, de Murilo Benício

MELHOR LONGA-METRAGEM | DOCUMENTÁRIO
Elis & Tom, Só Tinha de Ser com Você, de Roberto de Oliveira e Jom Tob Azulay

MELHOR LONGA-METRAGEM ANIMAÇÃO
Perlimps, de Alê Abreu

MELHOR LONGA-METRAGEM INFANTIL
Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo, de Mauricio Eça

MELHOR DIREÇÃO
Carolina Markowicz, por Pedágio

MELHOR PRIMEIRA DIREÇÃO DE LONGA-METRAGEM
Silvio Guindane, por Mussum, o Filmis

MELHOR ATRIZ | LONGA-METRAGEM
Vera Holtz, por Tia Virgínia

MELHOR ATOR | LONGA-METRAGEM
Ailton Graça, por Mussum, o Filmis

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE | LONGA-METRAGEM
Arlete Salles, por Tia Virgínia

MELHOR ATOR COADJUVANTE DE LONGA-METRAGEM
Jorge Paz, por O Sequestro do Voo 375

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Pedágio, escrito por Carolina Markowicz

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
O Sequestro do Voo 375, escrito por Lusa Silvestre e Mikael de Albuquerque; adaptado do documentário Sequestro do Voo 375, de Constâncio Viana

MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA
O Rio do Desejo, por Adrian Teijido

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
O Sequestro do Voo 375, por Rafael Ronconi

MELHOR FIGURINO
Mussum, o Filmis, por Cassio Brasil

MELHOR MAQUIAGEM
Mussum, o Filmis, por Mari Pin e Martín Macías Trujillo

MELHOR EFEITO VISUAL
O Sequestro do Voo 375, por Marcelo Cunha e Joaquim Moreno

MELHOR MONTAGEM
O Sequestro do Voo 375, por Lucas Gonzaga e Gustavo Vasconcelos

MELHOR SOM
O Sequestro do Voo 375, por Sérgio Scliar, Miriam Biderman e Ricardo Reis

MELHOR TRILHA SONORA
Aumenta que é Rock’n Roll, por Dado Villa-Lobos

MELHOR CURTA-METRAGEM FICÇÃO
A Menina e o Mar, de Gabriel Mellin (RJ)

MELHOR CURTA-METRAGEM DOCUMENTÁRIO
Thuë pihi kuuwi: Uma Mulher Pensando, de Aida Harikariyoma Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami e Roseane Yanomami (RR)

MELHOR CURTA-METRAGEM ANIMAÇÃO
Mulher Vestida de Sol, de Patrícia Moreira (BA)

MELHOR LONGA-METRAGEM IBERO-AMERICANO
A Sociedade da Neve, de J.A. Bayona (Espanha/Uruguai/Argentina/Chile); indicação: Academia de las Artes y las Ciencias Cinematográficas de España

MELHOR SÉRIE | FICÇÃO | PRODUÇÃO INDEPENDENTE | TV ABERTA, PAGA OU STREAMING
Cangaço Novo (Prime Video)

MELHOR SÉRIE | DOCUMENTÁRIO | PRODUÇÃO INDEPENDENTE | TV ABERTA, PAGA OU STREAMING
O Caso Escola Base (Canal Brasil)

MELHOR SÉRIE | ANIMAÇÃO | PRODUÇÃO INDEPENDENTE | TV ABERTA, PAGA OU STREAMING
Esquadrão do Mar Azul (TV Rá Tim Bum)

MELHOR ATRIZ | SÉRIE DE FICÇÃO
Alice Carvalho, por Cangaço Novo

MELHOR ATOR | SÉRIE DE FICÇÃO
Julio Andrade, por Betinho: No Fio da Navalha

Foto: Bruno de Lima.

Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro exibirá filmes paraibanos em Los Angeles e San Diego

por: Cinevitor
Cena da animação Era uma Noite de São João, de Bruna Velden

O cinema paraibano será celebrado em dois eventos programados para os dias 27 e 29 de agosto, respectivamente em Los Angeles e no campus da San Diego State University, na Califórnia. Tudo isso sob a chancela do Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro, que esse ano chega à sua décima nona edição.

Convidado da instituição acadêmica estadunidense, o professor do Departamento de Mídias Digitais da UFPB, Universidade Federal da Paraíba, Lúcio Vilar, produtor e curador do mais antigo festival paraibano, estará presente neste intercâmbio para exibições especiais, debates e para oficializar uma política de cooperação entre as duas universidades. Ambas as ações têm o selo do Centro de Estudos Brasileiros Behner Stiefel, através da docente Kristal Bivona (Phd), da American Cinematheque, e do Consulado-Geral do Brasil em Los Angeles nos Estados Unidos.

A Mostra Aruanda Los Angeles/San Diego ocorrerá no tradicional cinema de rua Los Feliz 3, fundado em 1934, em que serão exibidos os seguintes filmes: a premiada animação paraibana Era uma Noite de São João, da estreante Bruna Velden, e o longa-metragem Desvio, do cineasta e professor universitário Arthur Lins, vencedor do Fest Aruanda 2019. Depois das sessões, será realizado um debate sobre essas produções que são expressão do que ficou conhecido como primavera do cinema paraibano, dada a quantidade de filmes produzidos e lançados entre 2018/2019, sobretudo de longas ficcionais.

Em San Diego, serão exibidos fragmentos do primeiro longa-metragem produzido por Walfredo Rodriguez na Paraíba, Carnaval Paraibano e Pernambucano, de 1923, localizado na Cinemateca Brasileira em 2015 e telecinado a partir de pesquisa e tese de doutorado defendida pelo professor Lúcio Vilar na ECA-USP, Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo.

Além desse evento, Vilar deverá fechar parceria para que filmes de realizadores de curtas-metragens do curso de cinema da San Diego State University participem de uma mostra especial no Fest Aruanda deste ano, agendado para o período de 5 a 11 de dezembro: “Será o momento de coroamento e materialização de um protocolo de intenções que foi assinado em 2022 entre a UFPB, via Fest Aruanda, e a San Diego State University, através de ponte feita por Kristal Bivona. Abrimos uma nova janela no intercâmbio audiovisual que contará, em dezembro, com filmes da instituição estadunidense no Fest Aruanda, redimensionando seu caráter internacional”, sintetizou o produtor do Fest Aruanda.

Kristal Bivona, da San Diego State University, também se pronunciou: “Nós da Universidade Estadual de San Diego estamos muito empolgados com esses novos passos na parceria com a UFPB e o Fest Aruanda. O intercâmbio audiovisual é uma ferramenta importante na troca de culturas e saberes. Que incrível poder trazer o audiovisual da Paraíba para Califórnia e que oportunidade bela poder exibir cinema dos estudantes da SDSU na próxima edição do festival!”.

Em comunicado oficial, Mariana Benevides, Vice-cônsul do Brasil em Los Angeles, disse: “No dia 27 de agosto, em parceria com o Consulado-Geral do Brasil em Los Angeles e com o Behner Stiefel Center for Brazilian Studies da San Diego State University, a American Cinematheque exibirá a Mostra Festival Aruanda com filmes premiados no festival de cinema da Paraíba, que destaca produções cinematográficas regionais do nordeste brasileiro”.

Sobre os filmes que serão exibidos, Arthur Lins, diretor do longa Desvio, falou: “A exibição em um cinema de Los Angeles fortalece o processo de internacionalização do cinema paraibano. Motivados por políticas públicas e pelo fortalecimento profissional do setor, tivemos nos últimos anos um avanço nas produções audiovisuais do Estado. O próximo passo é este: de ampliarmos nossas janelas de exibição. Neste sentido, a sessão promovida pelo Fest Aruanda é importante também na medida em que fortalece o vínculo do festival com a produção local e abre uma nova perspectiva de intercâmbio cultural”.

Para finalizar, Bruna Velden, diretora da animação Era uma Noite de São João, comentou: “O Fest Aruanda conseguiu a façanha de levar uma animação paraibana independente para a terra dos maiores estúdios de animação do mundo… Muito ansiosa pra ver como vai ser essa troca cultural”.

Foto: Divulgação.

Motel Destino

por: Cinevitor

Direção: Karim Aïnouz

Elenco: Nataly Rocha, Iago Xavier, Fabio Assunção, Renan Capivara, Yuri Yamamoto, Fabíola Líper, Isabela Catão, Jupyra Carvalho, David Santos, Bruna Beserra.

Ano: 2024

Sinopse: Sob o céu em chamas numa beira de estrada do litoral cearense, o Motel Destino é palco de jogos perigosos de desejo, poder e violência. Uma noite, a chegada do jovem Heraldo transforma em definitivo o cotidiano do local.

*Filme visto no 52º Festival de Cinema de Gramado

*Clique aqui e assista ao programa especial sobre o filme com entrevistas com o elenco em Gramado: Nataly Rocha, Iago Xavier e Fabio Assunção.

Nota do CINEVITOR:

O Agente Secreto, com Wagner Moura: terminam as filmagens do novo longa de Kleber Mendonça Filho

por: Cinevitor
Wagner Moura e Kleber Mendonça Filho nos bastidores

Diretor de longas nacionais premiados, como O Som ao Redor, Aquarius, Bacurau e Retratos Fantasmas, Kleber Mendonça Filho acaba de finalizar as filmagens de seu novo projeto: O Agente Secreto, protagonizado por Wagner Moura e estrelado por Maria Fernanda Cândido, Gabriel Leone, Isabél Zuaa, Rubens Santos, Hermila Guedes e Alice Carvalho.

O longa também marca o reencontro de Kleber com Udo Kier, Thomás Aquino, Suzy Lopes, Buda Lira, Carlos Francisco e Wilson Rabelo, que participaram de Bacurau, codirigido com Juliano Dornelles, e foi visto por mais de 750 mil espectadores nos cinemas.

Rodado entre a capital pernambucana e São Paulo, O Agente Secreto, sexto longa de Kleber Mendonça Filho, teve dez semanas de filmagens. Com previsão de estreia nos cinemas em 2025 pela Vitrine Filmes, o filme é um suspense ambientado entre Recife e São Paulo dos anos 70.

Depois de dez anos, Wagner Moura volta a filmar no Brasil como ator, desta vez interpretando Marcelo, um especialista em tecnologia que chega no Recife em 1977 à procura de um pouco de paz, mas logo se torna um agente do caos na cidade. Para Wagner, filmar O Agente Secreto foi o resultado de uma longa espera para trabalhar com Kleber: “Foi uma das melhores experiências que tive. Artisticamente, Kleber é gênio, pessoalmente, um cara massa demais; ele e todos os seus, essa gente foda de Pernambuco. Recife é tão importante na minha vida… eu, Lázaro, Vladimir e Gustavo ali meninos fazendo A Máquina no Armazém 14. Fechou-se um ciclo e abriu-se, claro, outro. Porque essa relação, Kleber, Emilie, Recife, pra mim, é pra sempre”.

Kleber também comentou: “Concluir as filmagens é sempre uma conquista. Estamos nesse processo de produção desde janeiro e agora concluindo os dois meses de filmagem. Agradeço ao grande artista e pessoa que é Wagner Moura, para quem escrevi o papel principal durante os últimos três anos. A todo o elenco marcante de 70 atores e atrizes, à equipe espetacular, à grande produtora que é Emilie Lesclaux, aos amigos que apoiaram sempre todo o processo. Que experiência forte foi rodar O Agente Secreto”.

O filme é uma coprodução internacional com produção da CinemaScópio e tem como coprodutora a francesa mk2 Films, a alemã One Two Films e a holandesa Lemming, com distribuição no Brasil pela Vitrine Filmes.

A sinopse diz: Brasil, 1977. Fugindo de um passado misterioso, Marcelo, um especialista em tecnologia, na casa dos quarenta, volta ao Recife em busca de um pouco de paz, mas percebe que a cidade está longe de ser o refúgio que procura. 

O elenco conta também com Laura Lufési, Robério Diógenes, João Vitor Silva, Tânia Maria, Ítalo Martins, Igor de Araújo, Geane Albuquerque, Roney Villela e Luciano Chirolli. A direção de fotografia é de Evgenia Alexandrova e a direção de arte é assinada por Thales Junqueira. O figurino é de Rita Azevedo com caracterização de Marisa Amenta; o som é assinado por Moabe Filho e Pedrinho Moreira.

Foto: Victor Jucá.

Conheça os vencedores do 52º Festival de Cinema de Gramado

por: Cinevitor
Juliana Rojas: diretora do premiado Cidade; Campo

Foram anunciados neste sábado, 17/08, no Palácio dos Festivais, os vencedores da 52ª edição do Festival de Cinema de Gramado. Estômago 2: O Poderoso Chef, de Marcos Jorge, se destacou com cinco kikitos, entre eles, o de melhor longa brasileiro pelo Júri Popular.

A noite de premiação ainda consagrou outros títulos, como: o western Oeste Outra Vez, de Erico Rassi, que foi eleito pelo Júri Oficial como o melhor longa brasileiro e recebeu outros dois kikitos; a ficção retrata a fragilidade de homens brutos abandonados pelas mulheres que amam no sertão de Goiás. Destaque também para Cidade; Campo, de Juliana Rojas, e o potiguar Filhos do Mangue, de Eliane Caffé, que receberam dois prêmios cada.

Nicola Siri, que recebeu o kikito de melhor ator em prêmio dividido com seu colega João Miguel por Estômago 2: O Poderoso Chef, agradeceu: “João, esse é de nós dois! Prêmios individuais no cinema não são prêmios individuais, são prêmios do cinema, de cada filme que está aqui. É uma delícia ver todos vocês aqui. É fundamental continuar investindo, fazendo sempre o cinema, viva a arte, viva a cultura”, comemorou. 

Recebendo o kikito de melhor atriz por Cidade; Campo, Fernanda Vianna comemorou o prêmio agradecendo ao festival e aos colegas de trabalho: “Queria agradecer muito ao Festival de Gramado pela resiliência e dizer que eu estou muito feliz e muito orgulhosa de estar aqui ao lado dos meus colegas de trabalho, de cena e de cinema, porque eu realmente acho que a gente faz parte da turma que vai mudar esse mundo. Viva o cinema!”.

A noite especial do audiovisual brasileiro ainda prestou uma homenagem ao apresentador Silvio Santos, com o público de pé aplaudindo o apresentador que faleceu na data de encerramento do festival, em decorrência de uma broncopneumonia após infecção por Influenza. 

O curta-metragem gaúcho Pastrana, de Melissa Brogni e Gabriel Motta, foi eleito o melhor filme da categoria; a produção ganhou ainda como melhor montagem e melhor fotografia. O filme já havia vencido entre os curtas gaúchos com os prêmios de melhor produção e melhor filme pelo Júri da Crítica.

Além disso, a noite de encerramento também foi marcada pelo anúncio da atriz Camila Morgado como curadora da próxima edição; ela se une ao time já formado por Marcos Santuario e Caio Blat. A revelação aconteceu no tapete vermelho com a presença de Rosa Helena Volk, presidente da Gramadotur, que também anunciou a data da 53ª edição do evento: de 14 a 23 de agosto de 2025.

A mostra de longas-metragens gaúchos e o Prêmio Assembleia Legislativa Mostra Gaúcha de Curtas foram anunciados anteriormente em cerimônias separadas. Com carreira sólida como ator de teatro e cinema e um dos profissionais mais requisitados na composição de música para o teatro, Álvaro RosaCosta recebeu o Troféu Sirmar Antunes; a honraria é entregue desde 2023 e carrega o nome de um dos mais emblemáticos atores gaúchos, que faleceu em 2022.

A programação dedicada aos realizadores gaúchos no Festival de Gramado contou também com a entrega do Troféu Leonardo Machado para o ator e diretor porto-alegrense Nelson Diniz. Pela primeira vez, os Prêmios Iecine foram divididos em três categorias: diretor, produtor e animador com mais de três décadas de trabalho no audiovisual, José Maia recebeu o Prêmio Legado; Aleteia Selonk, sócia-diretora e produtora executiva da Okna Produções, recebeu o Prêmio Inovação; e o Prêmio Destaque foi entregue a Alexandre Mattos, membro-fundador da Moviola Filmes e membro do Macumba Lab: Coletivo de Profissionais Negres do Audiovisual do RS.

Conheça os vencedores do 52º Festival de Cinema de Gramado:

LONGAS-METRAGENS BRASILEIROS

Melhor Filme: Oeste Outra Vez, de Erico Rassi (GO)
Melhor Filme | Júri da Crítica: Cidade; Campo, de Juliana Rojas (MS/SP)
Melhor Filme | Júri Popular: Estômago 2: O Poderoso Chef, de Marcos Jorge (PR)
Melhor Direção: Eliane Caffé, por Filhos do Mangue
Melhor Ator: João Miguel e Nicola Siri, por Estômago 2: O Poderoso Chef
Melhor Atriz: Fernanda Vianna, por Cidade; Campo
Melhor Atriz Coadjuvante: Genilda Maria, por Filhos do Mangue
Melhor Ator Coadjuvante: Rodger Rogério, por Oeste Outra Vez
Melhor Roteiro: Estômago 2: O Poderoso Chef, escrito por Bernardo Rennó, Lusa Silvestre e Marcos Jorge
Melhor Fotografia: Oeste Outra Vez, por André Carvalheira
Melhor Direção de Arte: Estômago 2: O Poderoso Chef, por Fabíola Bonofiglio e Massimo Santomarco
Melhor Montagem: Barba Ensopada de Sangue, por Karen Akerman
Melhor Trilha Musical: Estômago 2: O Poderoso Chef, por Giovanni Venosta
Melhor Desenho de Som: Pasárgada, por Beto Ferraz
Prêmio Especial do Júri: O Clube das Mulheres de Negócios, de Anna Muylaert (SP)

CURTAS-METRAGENS BRASILEIROS

Melhor Filme: Pastrana, de Melissa Brogni e Gabriel Motta (RS)
Melhor Filme | Júri da Crítica: Fenda, de Lis Paim (CE)
Melhor Filme | Júri Popular: Ana Cecília, de Julia Regis (RS)
Melhor Direção: Lucas Abrahão, por Maputo
Melhor Ator: Wilson Rabelo, por Ponto e Vírgula
Melhor Atriz: Edvana Carvalho, por Fenda
Melhor Roteiro: A Casa Amarela, escrito por Adriel Nizer
Melhor Fotografia: Pastrana, por Livia Pasqual
Melhor Direção de Arte: Maputo, por Coh Amaral
Melhor Montagem: Pastrana, por Bruno Carboni
Melhor Trilha Musical: Ponto e Vírgula, por Liniker
Melhor Desenho de Som: A Menina e o Pote, por Felippe Mussel
Menção Honrosa: Ressaca, de Pedro Estrada (MG), Via Sacra, de João Campos (DF), Navio, de Alice Carvalho, Larinha R. Dantas e Vitória Real (RN) e Maputo, de Lucas Abrahão (SP)
Prêmio Especial do Júri: Ponto e Vírgula, de Thiago Kistenmacker (RJ)

PRÊMIO CANAL BRASIL DE CURTAS
Maputo, de Lucas Abrahão (SP)

LONGAS-METRAGENS DOCUMENTAIS
Clarice Niskier, Teatro dos Pés à Cabeça, de Renata Paschoal (RJ)

MOSTRA UNIVERSITÁRIA | Prêmio Edina Fujii CiaRio
Melhor Filme: A Falta que Me Traz, de Laura Zimmer Helfer e Luís Alexandre (Universidade de Santa Cruz do Sul)

LONGAS-METRAGENS GAÚCHOS | Prêmio SEDAC/IECINE

Melhor Filme: A Transformação de Canuto, de Ariel Kuaray Ortega e Ernesto de Carvalho (São Miguel das Missões)
Melhor Filme | Júri Popular: Infinimundo, de Bruno Martins e Diego Müller (Lajeado/Santa Cruz do Sul/Sinimbu)
Melhor Direção: Ariel Kuaray Ortega e Ernesto de Carvalho, por A Transformação de Canuto
Melhor Ator: Fabrício Benitez, por A Transformação de Canuto
Melhor Atriz: Cibele Tedesco, por Até que a Música Pare
Melhor Roteiro: Memórias de um Esclerosado, escrito por Thais Fernandes, Rafael Corrêa e Ma Villa Real
Melhor Fotografia: A Transformação de Canuto, por Camila Freitas
Melhor Direção de Arte: Até que a Música Pare, por Adriana do Nascimento Borba
Melhor Montagem: Memórias de um Esclerosado, por Jonatas Rubert e Thais Fernandes
Melhor Desenho de Som: Memórias de um Esclerosado, por Kiko Ferraz
Melhor Trilha Musical: Memórias de um Esclerosado, por André Paz

PRÊMIO ASSEMBLEIA LEGISLATIVA | MOSTRA GAÚCHA DE CURTAS

Melhor Filme: Chibo, de Gabriela Poester e Henrique Lahude (Tiradentes do Sul)
Melhor Direção: Rodrigo Herzog, por Está Tudo Bem
Melhor Roteiro: Posso Contar nos Dedos, escrito por Victoria Kaminski e Rubens Fabrício Anzolin
Melhor Atriz: Jéssica Teixeira, por Noz Pecã
Melhor Ator: Victor Di Marco, por Zagêro
Melhor Fotografia: Cassino, por Eloísa Soares
Melhor Direção de Arte: Posso Contar nos Dedos, por Denis Souza, Victoria Kaminski e Nadine Lannes Maciel
Melhor Trilha Sonora: Não Tem Mar Nessa Cidade, por Edneia Brasão e Pedro Erler
Melhor Montagem: Zagêro, por Marcio Picoli e Victor Di Marco
Melhor Desenho de Som: Flor, por Fábio Baltar
Melhor Produção Executiva: Pastrana, por Graziella Ferst e Marlise Aúde
Prêmio ACCIRS: Pastrana, de Melissa Brogni e Gabriel Motta (Novo Hamburgo)

*Clique aqui e conheça os jurados do Festival de Gramado 2024

*O CINEVITOR está em Gramado e você acompanha a cobertura do evento por aqui, pelo canal do YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.

Foto: Edison Vara/Agência Pressphoto.

Festival de Locarno 2024: conheça os vencedores

por: Cinevitor
Akiplėša (Toxic), de Saulė Bliuvaitė: melhor filme

Foram anunciados neste sábado, 17/08, os vencedores da 77ª edição do Festival de Cinema de Locarno, considerado um dos principais festivais de cinema autoral do mundo. O Leopardo de Ouro, prêmio máximo do evento, foi entregue para Akiplėša (Toxic), de Saulė Bliuvaitė.

Protagonizado por Vesta Matulyte e Ieva Rupeikaite, o drama lituano narra a história de duas meninas de 13 anos que sonham em escapar da desolação de sua cidade natal industrial. Elas criam um vínculo em uma escola de modelos, onde a promessa de uma vida melhor leva as meninas a violar seus corpos de maneira cada vez mais extrema. O júri da Competição Internacional foi presidido por Jessica Hausner e contou também com Diana Elbaum, Payal Kapadia, Luca Marinelli e Tim Blake Nelson.

Neste ano, o cinema brasileiro estava na principal mostra competitiva com o longa-metragem Transamazonia, dirigido pela sul-africana Pia Marais, uma coprodução entre França, Alemanha, Suíça, Taiwan e Brasil (pela Cabocla Filmes e O Par; com produção associada da Matizar Filmes). Além disso, o Brasil também marcou presença com outras produções nesta 77ª edição.

Com onze mostras, sendo três competitivas, o festival suíço explora o cinema sob todas as perspectivas, selecionando cuidadosamente filmes realizados para inspirar, surpreender, abrir a mente e questionar seus pressupostos.

Conheça os vencedores do 77º Festival de Cinema de Locarno:

COMPETIÇÃO INTERNACIONAL

LEOPARDO DE OURO | MELHOR FILME
Akiplėša (Toxic), de Saulė Bliuvaitė (Lituânia)

PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI
Mond, de Kurdwin Ayub (Áustria)

MELHOR DIREÇÃO
Laurynas Bareiša, por Seses

MELHOR INTERPRETAÇÃO
Gelminė Glemžaitė, Agnė Kaktaitė, Giedrius Kiela e Paulius Markevičius, por Seses
Kim Minhee, por Suyoocheon

MENÇÃO ESPECIAL
Qing chun (Ku), de Wang Bing (França/Luxemburgo/Holanda)
Salve Maria, de Mar Coll (Espanha)

CONCORSO CINEASTI DEL PRESENTE

LEOPARDO DE OURO | MELHOR FILME
Holy Electricity, de Tato Kotetishvili (Geórgia/Holanda)

PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI
Kouté vwa, de Maxime Jean-Baptiste (Bélgica/França/Guiana Francesa)

MELHOR DIREÇÃO EMERGENTE
Denise Fernandes, por Hanami

MELHOR INTERPRETAÇÃO
Callie Hernandez, por Invention
Anna Mészöly, por Fekete pont

MENÇÃO ESPECIAL
Fekete pont, de Bálint Szimler (Hungria)
Kada je zazvonio telefon, de Iva Radivojević (Sérvia/EUA)

PARDI DI DOMANI | COMPETIÇÃO INTERNACIONAL

LEOPARDO DE OURO | MELHOR CURTA-METRAGEM INTERNACIONAL
WAShhh, de Mickey Lai (Malásia/Irlanda)

LEOPARDO DE PRATA
Gimn chume, de Ataka51 (Alemanha/Rússia)

MELHOR DIREÇÃO
Joel Alfonso Vargas, por Que te vaya bonito, Rico

MEDIEN PATENT VERWALTUNG AG AWARD
The Form, de Melika Pazouki (Irã)

MENÇÃO ESPECIAL
Freak, de Claire Barnett (EUA)

PARDI DI DOMANI | Concorso Corti d’autore

LEOPARDO DE OURO
UPSHOT, de Maha Haj (Palestina/Itália/França)

MENÇÃO ESPECIAL
Gwe-in esi jeongche, de Syeyoung Park (Coreia do Sul)

CURTA-METRAGEM CANDIDATO AO EUROPEAN FILM AWARDS
La Fille qui explose, de Caroline Poggi e Jonathan Vinel (França)

*Clique aqui e confira a lista completa com os vencedores do Festival de Locarno 2024

Foto: Divulgação.

Barba Ensopada de Sangue, de Aly Muritiba, encerra a mostra competitiva de longas do 52º Festival de Cinema de Gramado

por: Cinevitor
Equipe do filme no tapete vermelho de Gramado

Para encerrar a mostra competitiva de longas-metragens brasileiros da 52ª edição do Festival de Cinema de Gramado, Aly Muritiba subiu ao palco na quinta-feira, 15/08, para apresentar Barba Ensopada de Sangue, filme inspirado no livro homônimo do escritor gaúcho Daniel Galera.

A sinopse diz: após a morte de seu pai, Gabriel, interpretado por Gabriel Leone, parte para a praia da Armação, em Santa Catarina, em busca de suas origens. O que ele acaba encontrando é uma trama complexa em torno da figura misteriosa de seu avô, um esqueleto de baleia e uma cidade que quer enterrar seu passado a qualquer custo.

Com Thainá Duarte, Roberto Birindelli, Ivo Müller, Ricardo Blat e Teca Pereira no elenco, Aly Muritiba, que apresentou o primeiro episódio da série Cidade de Deus: A Luta Não Para no sábado, 10/08, em Gramado, voltou ao Palácio dos Festivais com Barba Ensopada de Sangue: “Fico muito feliz em exibir o filme mais gaúcho da mostra competitiva. O filme tem um espírito gaúcho”.

A direção de fotografia é de Inti Briones com direção de arte de Ana Paula Cardoso. O roteiro é assinado por Aly Muritiba e Jessica Sato; a produção é de Rodrigo Teixeira e Lourenço Sant’Anna. A montagem é de Karen Akerman e o desenho de som de Daniel Turini com trilha musical de Beto Vilares.

Mariëtte Rissenbeek: homenageada com o Kikito de Cristal

O protagonista Gabriel Leone também discursou: “É a primeira vez que eu venho ao festival. E não poderia ter uma primeira vez mais emocionante do que essa. Não só pelo momento do Rio Grande do Sul, mas por ter um filme na mostra competitiva, que é muito especial e emocionante pra mim”.

O autor do livro, Daniel Galera, também falou com o público presente: “Eu não estava preparado para esse discurso. Se eu soubesse falar, eu não ficava quatro anos deitado no chão olhando para o teto, levantando só às vezes para digitar um pouquinho, como foi para escrever o romance. É uma alegria estar aqui. Não é minha primeira vez em Gramado. Eu já estive aqui há muitos anos como estagiário de um portal para fazer a cobertura do festival. Muitas memórias estão voltando. Só quero agradecer todos vocês. É um privilégio imenso ter um trabalho meu adaptado para o cinema por essa equipe”, finalizou.

Depois da exibição de Barba Ensopada de Sangue, Mariëtte Rissenbeek, diretora executiva do Festival de Berlim entre os anos de 2019 e 2024, foi homenageada com o Kikito de Cristal, que em 2024 amplia as possibilidades do troféu. A honraria, tradicionalmente entregue a grandes nomes do cinema ibero-americano, agora passa a ter status global. Na sequência, foi exibido o longa Filhos de Bach, de Ansgar Ahlers, diretor e produtor alemão que integra o Júri Oficial dos longas-metragens brasileiros.

*O CINEVITOR está em Gramado e você acompanha a cobertura do evento por aqui, pelo canal do YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.

Fotos: Edison Vara e Cleiton Thiele/Agência Pressphoto.

Filhos do Mangue, de Eliane Caffé, é exibido no 52º Festival de Cinema de Gramado

por: Cinevitor
Tapete vermelho: equipe do longa potiguar em Gramado

Depois da exibição de Cidade; Campo, de Juliana Rojas, e da homenagem para Vera Fischer, a noite de quarta-feira, 14/08, seguiu com a mostra competitiva de longas brasileiros com a apresentação do potiguar Filhos do Mangue, de Eliane Caffé.

Na história, o violento e desregrado Pedro Chão, interpretado por Felipe Camargo, aparece ferido e sem memória em uma comunidade ribeirinha. Os residentes locais o acusam de roubo e tentam, em vão, que ele recupere a memória e devolva o dinheiro. Em um julgamento popular, vem à tona uma trama que envolve violência doméstica, de gênero, tráfico de pessoas e desvio de verba pública. Condenado ao isolamento, ele busca um novo sentido para sua vida.

Esta é a premissa de Filhos do Mangue, que fez sua estreia mundial na 52ª edição do Festival de Cinema de Gramado. O protagonista procura na natureza e entre os residentes da pequena vila de pescadores as peças perdidas de sua vida. O ator usou como inspiração sua convivência com os habitantes da paradisíaca Barra do Cunhaú, no Rio Grande do Norte, onde o filme foi rodado, para compor seu personagem.

Na história, a amnésia repentina de Pedro Chão o fez esquecer uma existência que ninguém gostaria de lembrar. Em seu processo de reconstrução, ele vai encontrar as pessoas de sua convivência. Entre seus muitos acusadores, estão a ex-esposa, vivida por Titina Medeiros e a filha, a atriz mirim Maria Alice da Silva. Natural de Currais Novos, município do Seridó potiguar, Titina está atualmente no ar com as novelas Cheias de Charme e No Rancho Fundo, na Rede Globo.

O projeto original baseia-se em argumento adaptado de um livro do escritor Sérgio Prado, Capitão, de 2011. A direção também deu espaços a improvisações em quase todas as cenas, porém mantendo a estrutura do roteiro, dividido entre Eliane e o dramaturgo Luis Alberto de Abreu. Filhos do Mangue é o quinto longa da realizadora paulista, que traz no currículo títulos como Era o Hotel Cambridge, Narradores de Javé e Para Onde Voam as Feiticeiras.

Titina Medeiros no tapete vermelho

O elenco traz também Roney Villela, Jeniffer Setti, Thiago Justino, Genilda Maria, Pequena Cintilante, Luana Cavalcante e outros, além de pescadores, criadores de ostras, moradores do local, da comunidade indígena Katu e trabalhadores de cooperativas da região de Canguaretama. Fernando Muniz e Beto Rodrigues assinam a produção executiva. O roteiro original é de Sergio Prado. Pedro Rocha e Rodrigo Frota são os responsáveis pela direção de fotografia e direção de arte, respectivamente. A direção de produção é assinada por Andrea Lanzoni; a distribuição é da Bretz Filmes.

O elenco completa-se com: Jurema Terra, Wilaneide Campos, Geisla Blanco, Barney Villela, Arlindo do Nascimento, Chico Gomes, Sergio Henrique, Gilmar de Oliveira, Fátima da Silva, Maria Baixinha, Seu Chão, Fernando Muniz, Vênus de Morais, Ni, Makarios Maia, George Holanda, Salesia Paulino, Felipe Freire, Marcia Lohss, Paola Mallmann, Dona Ditinha, Maria José, Socorro Rabelo e Hugo Oliveira.

A delegação do filme tomou conta do tapete vermelho da Rua Coberta com uma entrada triunfal. Depois, no palco do Palácio dos Festivais, diversos integrantes da equipe subiram e apresentaram o longa: “Estou muito feliz de estar aqui como uma atriz do Rio Grande do Norte, uma atriz potiguar. É muito gratificante estar num lugar tão importante para o cinema brasileiro como Gramado com a minha gente, com o meu povo. Tem um valor muito especial”, disse a atriz Titina Medeiros.

*Clique aqui e assista aos melhores momentos da apresentação de Filhos do Mangue e entrevistas com a atriz Titina Medeiros e com os atores Felipe Camargo e Roney Villela.

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Fotos: Cleiton Thiele/Agência Pressphoto.

Festival de Gramado 2024: Juliana Rojas apresenta Cidade; Campo e Vera Fischer é homenageada

por: Cinevitor
Bruna Linzmeyer, Juliana Rojas, Fernanda Vianna e Mirella Façanha de Cidade; Campo

A mostra competitiva de longas-metragens brasileiros da 52ª edição do Festival de Cinema de Gramado desta quarta-feira, 14/08, começou com a exibição de Cidade; Campo, de Juliana Rojas; o longa foi premiado no Festival de Berlim em fevereiro deste ano.

Cidade; Campo fala do processo migratório de três mulheres: após o rompimento de uma barragem de dejetos de mineração inundar sua cidade natal, a trabalhadora rural Joana, interpretada por Fernanda Vianna, migra para São Paulo. Ela vai ao encontro de sua irmã Tânia, papel de Andrea Marquee, que mora em um bairro periférico junto com seu neto Jaime, vivido por Kalleb Oliveira. Joana busca prosperar na maior cidade da América do Sul, conhecida como a cidade do trabalho. Ela adentra o universo dos subempregos por aplicativos, trabalhando como faxineira.

Já Flávia, interpretada por Mirella Façanha, e sua companheira Mara, vivida por Bruna Linzmeyer, se mudam para a fazenda que a primeira herdou do pai, falecido recentemente. As duas mulheres buscam uma nova oportunidade de vida no campo. O contato com a casa abandonada revela a Flávia aspectos desconhecidos de seu pai, com quem mantinha uma relação distante. O casal sofre um choque de realidade ao enfrentar a dureza do cotidiano rural. A natureza as obriga a enfrentar frustrações e a lidar com memórias e fantasmas. O elenco conta também com Preta Ferreira, Marcos de Andrade, Nilcéia Vicente e Raquel Ferreira.

Para apresentar o filme em Gramado, a diretora subiu ao palco do Palácio dos Festivais ao lado de integrantes de sua equipe: “Estou muito emocionada em estar de volta ao festival. Eu estive aqui com meu primeiro curta-metragem, O Lençol Branco, em 2005, há quase vinte anos e foi um dos primeiros festivais que eu participei. Desde então, faz parte da minha trajetória. Estive aqui também com outro curta, com meu primeiro longa solo [Sinfonia da Necrópole] e agora estreando Cidade; Campo. É a primeira exibição do filme no Brasil e é muito especial. É um filme bastante pessoal e subjetivo”, disse a diretora.

Vera Fischer ovacionada no palco: homenageada

A produtora Sara Silveira, da Dezenove Som e Imagens, também discursou: “Estou fazendo quarenta anos de Gramado! Eu sou gaúcha e luto pelo cinema brasileiro como o Rio Grande do Sul luta para sobreviver”.

*Clique aqui e assista aos melhores momentos da apresentação de Cidade; Campo e entrevistas com as atrizes Mirella Façanha, Bruna Linzmeyer e Fernanda Vianna e com a produtora Sara Silveira.

Depois de Cidade; Campo, o Palácio dos Festivais foi tomado pela alegria contagiante da atriz Vera Fischer, que subiu ao palco para receber o Troféu Cidade de Gramado: “Eu tenho orgulho da pornochanchada. Era um movimento muito sério. Com alegria e despudor, a pornochanchada queria tirar o ranço do militarismo dos anos 1970. Fizemos isso e foi muito lindo!”, disse a homenageada.

Ovacionada pelo público, seguiu seu discurso: “Vera Fischer está em Gramado… 52º Festival de Cinema… e ela vai ser homenageada. Capaz… Eu fico muito feliz, honrada e orgulhosa desse festival estar se posicionando com resistência. O Rio Grande do Sul quase se acabou e vocês estão aqui firmes”. E finalizou: “Eu quero continuar fazendo cinema. Queridos, o que eu posso dizer, do fundo do meu coração é: obrigada! Esse prêmio lindo e maravilhoso é nosso, é do cinema. A Vera Fischer vai fazer por onde ainda!”.

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Fotos: Edison Vara/Agência Pressphoto.

Pasárgada: Dira Paes exibe seu primeiro longa como diretora no Festival de Gramado 2024

por: Cinevitor
Dira Paes: estreia como diretora e na disputa pelo kikito

A noite de terça-feira, 13/08, foi marcada por muitas emoções na 52ª edição do Festival de Cinema de Gramado. A consagrada atriz Dira Paes, que já participou diversas vezes do evento, subiu ao palco do Palácio dos Festivais pela primeira vez como diretora de um longa-metragem.

Pasárgada surgiu de uma experiência pessoal de Dira: durante a pandemia de Covid-19, a artista se isolou entre as montanhas do Arraial do Sana, em Macaé, no Rio de Janeiro, onde o longa foi rodado. Rica em biodiversidade, a região abrange parte da Mata Atlântica e é uma das áreas mais procuradas por pesquisadores de aves no mundo, o que serviu de inspiração para a criação da narrativa.

A sinopse oficial diz: Irene é uma ornitóloga, interpretada por Dira Paes, solitária em seus 50 anos que, durante seu projeto de pesquisa no meio da floresta, redescobre sua tropicalidade após conhecer Manuel, vivido por Humberto Carrão, um jovem guia que fala a língua dos pássaros e traz à tona seus dilemas como mulher, mãe e profissional. O elenco conta também com Cássia Kis, Peter Ketnath e Ilson Gonçalves.

Nascida no Pará, em meio à Floresta Amazônica, a conexão de Dira com a natureza e seu compromisso com o ativismo ambiental foram elementos importantes para a construção da narrativa. Os dados de que, no Brasil, 80% dos animais contrabandeados são pássaros e que o tráfico de animais silvestres é o terceiro maior do mundo, perdendo apenas para armas e drogas, acionaram ainda mais as inquietações da cineasta para tratar desse universo em Pasárgada. Uma de suas principais atividades durante o desenvolvimento do roteiro foi a observação de pássaros, fator determinante para a escolha da profissão da protagonista Irene.

Fafá de Belém e Dira Paes no tapete vermelho

Emocionada, Dira subiu ao palco ao lado de alguns integrantes da equipe, entre eles, Pablo Baião, diretor de fotografia e seu marido; e a cantora Fafá de Belém, que conta com duas músicas na trilha do longa: “É uma honra estar aqui. É emocionante atravessar esse caminho que eu já fiz várias vezes como atriz e agora como diretora. É um novo momento, uma nova emoção. Esse filme surge de um desejo profundo de fazer cinema sobre outra visão. Mas é sobre ser cinema. Eu acho que eu sou cinema. Eu queria a experiência de atravessar um filme desde a sua ideia original”, disse a diretora.

A emoção tomou conta quando Fafá de Belém pegou o microfone para discursar e, na sequência, cantar uma música para Dira: “Você é o cinema brasileiro. Você é a mulher amazônica. Você representa todas nós”.

*Clique aqui e assista aos melhores momentos da apresentação e uma entrevista com Dira Paes.

Depois da exibição de Pasárgada, a noite seguiu com a exibição de seis curtas-metragens brasileiros em competição: Movimentos Migratórios, de Rogério Cathalá; Navio, de Alice Carvalho, Larinha R. Dantas e Vitória Real; Fenda, de Lis Paim; Ressaca, de Pedro Estrada; A Menina e o Pote, de Valentina Homem; e Ana Cecília, de Julia Regis.

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Fotos: Edison Vara e Cleiton Thiele/Agência Pressphoto.

Filmes de Erico Rassi e Marcos Jorge são exibidos em competição no Festival de Gramado 2024

por: Cinevitor
Rodger Rogério e Ângelo Antônio, de Oeste Outra Vez

No domingo, 11/08, a mostra competitiva de longas-metragens brasileiros do 52º Festival de Cinema de Gramado exibiu Estômago 2: O Poderoso Chef, de Marcos Jorge. A produção é a sequência de Estômago, lançado em 2008 e que se consagrou como um clássico do cinema nacional, sendo sucesso entre a crítica.

Nesta nova história, o público acompanha o que aconteceu com Raimundo Nonato, interpretado por João Miguel, após estes 16 anos, além da chegada de um novo protagonista: o mafioso Dom Caraglio, vivido por Nicola Siri.

A sinopse diz: a fantástica e divertida jornada do anti-herói Raimundo Nonato e suas aventuras filosófico-culinárias continuam. Dezesseis anos depois dos acontecimentos do primeiro filme, Nonato virou o chef dos chefs na prisão, encantando com seu talento culinário e saborosa lábia tanto o diretor do presídio quanto o veterano líder dos detentos, interpretado por Paulo Miklos. Até que um terceiro chefão, o mafioso italiano Dom Caraglio chega para disputar o controle da penitenciária e o privilégio de ser servido pelo carismático cozinheiro. Ao mesmo tempo, o filme apresenta os tortuosos caminhos que transformaram o pacato filho da dona de um restaurante brasileiro no sul da Itália no poderoso chefe que, anos depois, vem ao Brasil desafiar o crime organizado por causa de Nonato.

Com roteiro de Bernardo Rennó, Lusa Silvestre e Marcos Jorge, o filme conta também com Guenia Lemos, Marco Zenni, Violante Placido, Giulio Beranek, Marisa Laurito, Giorgio Gobbi, Projota e Vincent Riotta

No palco do Palácio dos Festivais, Marcos Jorge subiu ao lado de diversos integrantes de sua equipe: “Como um sulista, apesar de ser curitibano, quando confundem meu sotaque, meu jeito, minha procedência e acham que sou gaúcho, me sinto honrado. Quanto ao filme, essa é uma ocasião muito especial”, disse o diretor.

O protagonista Nicola Siri também discursou: “Que maravilha estar em Gramado! Que maravilha que a arte e a cultura continuam lutando. Esse é um momento importante para dizer que arte e cultura são os únicos caminhos. Vocês vão assistir a um filme absurdo!”.

Nicola Siri e Projota, de Estômago 2: O Poderoso Chef

A mostra competitiva de longas brasileiros continuou no dia seguinte, segunda-feira, 12/08, com Oeste Outra Vez, dirigido pelo cineasta anapolino Erico Rassi, representante de Goiás. Segundo longa do diretor (o primeiro foi Comeback), começou a ser escrito em 2015 após receber o prêmio de desenvolvimento do Fundo Setorial do Audiovisual. Orientado por um processo criativo pessoal, o diretor embarcou em viagens de imersão e entrevistou alguns personagens da vida real que encontrava pelo caminho.

A locação escolhida para Oeste Outra Vez foi a Chapada dos Veadeiros, tendo São João da Aliança como cenário principal. Segundo Erico, algumas cenas foram escritas em função de paisagens específicas do sertão chapadense. Com direção de fotografia de André Xará Carvalheira, a montagem é de Leopoldo Joe Nakata e Erico Rassi. O desenho de som é de Ricardo Reis e a direção de arte é de Carol Tanajura.

A sinopse diz: no sertão de Goiás, homens brutos que não conseguem lidar com suas fragilidades são constantemente abandonados pelas mulheres que amam. Tristes e amargurados, eles se voltam violentamente uns contra os outros. O elenco conta com Ângelo Antônio, Rodger Rogério, Antonio Pitanga, Babu Santana, Adanilo, Daniel Porpino e Tuanny Araújo.

No palco do Palácio dos Festivais, ao lado de sua equipe, Erico disse: “Eu sei que neste momento o holofote fica no elenco e no diretor, mas eu eu queria aproveitar para exaltar a Cris [Cristiane Miotto], produtora. Todas as decisões que eu tomo passam por ela. O filme é, com certeza, tanto dela quanto meu e de todo mundo que está aqui”.

O protagonista Ângelo Antônio também discursou: “Estou muito feliz de estar aqui apresentando esse filme que eu gosto demais. Agradeço a vocês por estarem aqui. É um momento bem especial para o sul e para o cinema. Agradeço ao Erico por ter me convidado para fazer esse filme”. Babu Santana finalizou: “É um prazer estar de volta aqui em Gramado! O kikito é um prêmio tão almejado e é rara a chance de estar aqui. Agradeço a presença de todos e obrigado Erico por me permitir fazer parte dessa história também”.

Depois de Oeste Outra Vez, foram exibidos seis curtas-metragens brasileiros em competição: Maputo, de Lucas Abrahão; Ponto e Vírgula, de Thiago Kistenmacker; Castanho, de Adanilo; Pastrana, de Melissa Brogni e Gabriel Motta; A Casa Amarela, de Adriel Nizer; e Via Sacra, de João Campos.

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Fotos: Cleiton Thiele e Edison Vara/Agência Pressphoto.

CINEVITOR #470: Entrevistas com Fabio Assunção, Iago Xavier e Nataly Rocha | Motel Destino | 52º Festival de Gramado

por: Cinevitor
Nataly Rocha, Fabio Assunção e Iago Xavier em Gramado: filme de abertura

Depois de disputar a Palma de Ouro no Festival de Cannes, o thriller erótico Motel Destino, novo longa-metragem do cineasta cearense Karim Aïnouz, abriu a 52ª edição do Festival de Cinema de Gramado e chega aos cinemas brasileiros na próxima quinta-feira, 22/08, distribuído pela Pandora Filmes.

Motel Destino carrega o nome de um local numa beira de estrada do litoral cearense, palco de jogos perigosos de desejo, poder e violência. Uma noite, a chegada de um jovem transforma em definitivo o cotidiano do motel. O rapaz em fuga, totalmente vulnerável, cruza seu caminho com o de uma mulher aprisionada pelas dinâmicas de um casamento abusivo.

Elemento recorrente na filmografia de Aïnouz, o erotismo é o pano de fundo de Motel Destino. As cores fortes e vibrantes do litoral nordestino dão a tônica visual-narrativa da nova obra, o primeiro projeto do diretor rodado inteiramente no Ceará desde O Céu de Suely (2006). O longa é um retrato íntimo de uma juventude que teve seu futuro roubado por uma elite tóxica e esmagadora, contra a qual a insubordinação e revoltas são, não raramente, a saída possível.

Estrelado por Iago Xavier, Fabio Assunção e Nataly Rocha, a coprodução entre Brasil, França e Alemanha tem roteiro assinado por Karim Aïnouz, Mauricio Zacharias e Wislan Esmeraldo. O elenco conta também com Renan Capivara, Yuri Yamamoto, Fabíola Líper, Isabela Catão, Jupyra Carvalho, David Santos e Bruna Beserra.

Por trás das câmeras, a diretora de fotografia Hélène Louvart, renomada por seus trabalhos em A Vida Invisível e Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre, captura com sutileza as nuances visuais do filme. A montadora Nelly Quettier, reconhecida por Beau Travail e Lazzaro Felice, imprime uma precisão rítmica à narrativa. O diretor de arte Marcos Pedroso, de Madame Satã e Praia do Futuro, agrega uma rica expressão artística à obra. A produção foi liderada por Janaina Bernardes (Cinema Inflamável) e Fabiano Gullane e Caio Gullane (Gullane).

Para falar mais sobre o filme, conversamos com os atores Fabio Assunção, Iago Xavier e Nataly Rocha depois da exibição do longa no Palácio dos Festivais do Festival de Gramado. No bate-papo, falaram sobre entrosamento com elenco e equipe, reação do público em Cannes e Gramado, preparação, filmagens, entre outros assuntos.

Aperte o play e confira:

Foto: Ticiane da Silva/Agência Pressphoto.