Vencedor do Prêmio Grande Otelo de melhor ator pelo personagem Lunga no consagrado Bacurau, de Juliano Dornelles e Kleber Mendonça Filho, Silvero Pereira é um dos artistas mais aclamados da atualidade.
O cearense é ator, dramaturgo, produtor cultural, maquiador, iluminador, aderecista, diretor e artista plástico. Começou sua trajetória em 1998 e, desde então, atuou em vários grupos de teatro em seus 25 anos de carreira.
Conhecido pelo Coletivo Artístico As Travestidas, composto por atores e atrizes transexuais e travestis e artistas transformistas, o projeto já produziu diversos espetáculos ao redor do país. Ainda nos palcos, foi ovacionado com BR-Trans, que lhe rendeu diversos prêmios.
Sua estreia na TV aconteceu em 2017 na novela A Força do Querer, da Rede Globo, escrita por Gloria Perez; pelo personagem Nonato recebeu o Prêmio Extra de Televisão. Depois disso, se destacou no remake de Pantanal, em 2022, ao interpretar Zaquieu. No começo deste ano, foi o grande vencedor do programa The Masked Singer Brasil e já está confirmado no elenco de Garota do Momento, próxima novela das seis da Globo. Participou também da série Nada Suspeitos, da Netflix.
Nas telonas, apareceu pela primeira vez em Serra Pelada. Na sequência, atuou em longas e curtas como: Copa 181, No Fim de Tudo, Fantasma Neon, Me Tira da Mira, Bem-Vinda a Quixeramobim, De Repente Drag, além de Bacurau. Em 2022, foi homenageado com o Troféu Elke Maravilha no For Rainbow, Festival de Cinema e Cultura da Diversidade Sexual e de Gênero, em Fortaleza.
Presença constante no Festival de Cinema de Vitória, Silvero tem muito carinho pelo evento capixaba, no qual já participou de diversas atividades e lançou seu show Silvero Pereira Interpreta Belchior. Nesta 31ª edição, foi convidado para apresentar uma das noites, além de conduzir uma masterclass.
Entre uma sessão e outra, batemos um papo especial com o artista sobre sua carreira. Na conversa, realizada no camarim do Teatro Sesc Glória, Silvero falou com afeto da sua relação com o Festival de Vitória e com Lucia Caus, diretora do evento. Além disso, relembrou a trajetória da peça BR-Trans; falou da sua preparação para a novela Pantanal; destacou o sucesso do premiado filme Bacurau e seu trabalho com Leonardo Martinelli e Dennis Pinheiro no consagrado curta-metragem Fantasma Neon. Silvero também relembrou o sucesso do show Silvero Pereira Interpreta Belchior, que rodou o Brasil e culminou em um EP lançado recentemente, que conta com participações especiais de Ivete Sangalo e Bráulio Bessa; falou também do seu terceiro monólogo, Pequeno Monstro, que segue em cartaz.
Além disso, destacou seu próximo trabalho nas telonas: o aguardado longa-metragem Maníaco do Parque, dirigido por Mauricio Eça, que será lançado em outubro no Prime Video Brasil. No filme, ele interpreta o motoboy Francisco de Assis Pereira, serial killer que chocou o país ao ser condenado por atacar 23 mulheres e assassinar dez delas.
A trama se passa em São Paulo, em 1998, e mostra a intensa cobertura da imprensa na época e como uma jovem repórter precisou lidar com seus traumas pessoais enquanto encarava um dos principais casos policiais e midiáticos do país. O elenco conta também com Giovanna Grigio, Marco Pigossi, Xamã, Bruno Garcia, Mel Lisboa, Augusto Madeira, Christian Malheiros e Bruna Mascarenhas. O filme é produzido por Marcelo Braga; L.G. Bayão assina o roteiro com pesquisa da jornalista investigativa Thaís Nunes.
Considerado o mais importante festival de cinema da Espanha e um dos mais antigos da Europa, o Festival Internacional de Cinema de San Sebastián é também um dos mais prestigiados do mundo. Seu principal prêmio, a Concha de Ouro, é entregue ao melhor filme em competição da Seleção Oficial.
Nesta 72ª edição, que acontecerá entre os dias 20 e 28 de setembro, o cinema brasileiro marca presença com Baby, de Marcelo Caetano, no XII Prêmio Sebastiane Latino, que exibe filmes com a temática LGBTQIA+. A premiação paralela ao festival selecionou quatro títulos entre 17 inscritos; o longa-metragem latino-americano que melhor representar a defesa das demandas e valores da comunidade LGTBQIA+ será premiado. O vencedor será anunciado em agosto, mas a entrega da premiação acontecerá durante o Festival de San Sebastián no X Encuentro de Festivales de Cine LGTBQIA+ Iberoamericanos.
Baby, que foi premiado em Cannes, narra a história de uma paixão tumultuada, de uma amizade cheia de desencontros. Quando o jovem Wellington, interpretado por João Pedro Mariano, deixa o Centro de Detenções sem o apoio da família biológica, é acolhido por um garoto de programa, Ronaldo, vivido por Ricardo Teodoro. Priscila, papel de Ana Flavia Cavalcanti, a ex-mulher de Ronaldo e mãe de seu filho, e sua parceira Janaína, vivida por Bruna Linzmeyer, abrem as portas de sua casa para que Baby possa se encontrar em uma nova família.
O filme de abertura deste ano será Emmanuelle, de Audrey Diwan, que venceu o Leão de Ouro em Veneza com O Acontecimento, em 2021. O longa é protagonizado por Noémie Merlant e o roteiro é inspirado na personagem criada por Emmanuelle Arsan. O elenco conta também com Naomi Watts e Will Sharpe.
Além disso, a consagrada atriz Cate Blanchett será a grande homenageada deste ano e receberá o Prêmio Donostia; ela também estampa o cartaz desta edição, que foi assinado pelo designer gráfico José Luis Lanzagorta a partir de uma foto de Gustavo Papaleo. Blanchett marcará presença no festival pela primeira vez, mas alguns de seus filmes já foram exibidos na programação, como: Babel, de Alejandro G. Iñárritu, em 2007; e O Custo da Coragem, de Joel Schumacher, que disputou a Concha de Ouro.
Conheça os filmes selecionados para o 72º Festival de San Sebastián:
SELEÇÃO OFICIAL
Bound in Heaven, de Xin Huo (China) Conclave, de Edward Berger (Reino Unido/EUA) El hombre que amaba los platos voladores, de Diego Lerman (Argentina) El llanto, de Pedro Martín-Calero (Espanha/Argentina/França) El lugar de la otra, de Maite Alberdi (Chile) Emmanuelle, de Audrey Diwan (França) (filme de abertura) Hard Truths, de Mike Leigh (Reino Unido/Espanha) Hebi no Michi (Serpent’s Path), de Kiyoshi Kurosawa (Japão/França) Le dernier souffle (Last Breath), de Costa-Gavras (França) Los destellos, de Pilar Palomero (Espanha) On Falling, de Laura Carreira (Reino Unido/Portugal) Quand vient l’automne, de François Ozon (França) Soy Nevenka, de Iciar Bollain (Espanha) Tardes de soledad, de Albert Serra (Espanha/França/Portugal) The End, de Joshua Oppenheimer (Dinamarca/Alemanha/Irlanda/Itália) The Last Showgirl, de Gia Coppola (EUA)
HORIZONTES LATINOS *novos filmes serão anunciados em breve
Los domingos mueren más personas, de Iair Said (Argentina/Itália/Espanha) Quizás es cierto lo que dicen de nosotras, de Sofía Paloma Gómez (Chile/Argentina/Espanha)
NEW DIRECTORS
Azken erromantikoak (Los últimos románticos), de David Pérez Sañudo (Espanha) Brûle le sang, de Akaki Popkhadze (França/Bélgica/Áustria) Gülizar, de Belkıs Bayrak (Turquia/Kosovo) Hiver à Sokcho, de Koya Kamura (França/Coreia do Sul) La guitarra flamenca de Yerai Cortés, de Antón Álvarez (Espanha) La llegada del hijo, de Cecilia Atán e Valeria Pivato (Espanha/Argentina) Por donde pasa el silencio, de Sandra Romero (Espanha) Regretfully at Dawn, de Sivaroj Kongsakul (Tailândia/Singapura) Stars and the Moon, de Yongkang Tang (China) Turn Me On, de Michael Tyburski (EUA)
XII PRÊMIO SEBASTIANE LATINO
Baby, de Marcelo Caetano (Brasil) Los amantes astronautas, de Marco Berger (Argentina/Espanha) Reas, de Lola Arias (Argentina/Alemanha/Suíça) Vera y el placer de los otros, de Federico Actis e Romina Tamburello (Argentina)
SELEÇÃO OFICIAL | FORA DE COMPETIÇÃO Querer, de Alauda Ruiz de Azúa (Espanha)
SELEÇÃO OFICIAL | EXIBIÇÕES ESPECIAIS La virgen roja, de Paula Ortiz (EUA/Espanha) Yo, adicto, de Javier Giner (Espanha)
A 13ª edição da Mostra Ecofalante de Cinema, que acontecerá entre os dias 1º e 14 de agosto, exibirá 122 filmes, de 24 países. O evento é reconhecido como o mais importante evento sul-americano para a produção audiovisual ligada às temáticas socioambientais.
Neste ano, a programação tem como grande novidade a criação de uma mostra competitiva intitulada Competição Territórios e Memória, dedicada exclusivamente para produções brasileiras. O evento, assim, abre maior espaço para o significativo crescimento no país de obras audiovisuais de caráter socioambiental. Permite ainda a discussão de questões referentes aos diferentes territórios do Brasil, sejam eles geográficos ou simbólicos, e de sua memória.
Estão programadas ainda outras dez seções: Panorama Internacional Contemporâneo, Panorama Histórico, Especial Emergência Climática, Especial ISA 30 anos: Por um Brasil Socioambiental, Competição Latino-americana, Concurso Curta Ecofalante, Sessões Especiais, Sessão Infantil e o Programa Ecofalante Universidades.
Totalmente gratuita, a Mostra Ecofalante acontecerá no Reserva Cultural, Circuito Spcine Lima Barreto (Centro Cultural São Paulo), Cine Satyros Bijou, Nave Coletiva, Circuito Spcine Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes e 15 unidades do Circuito Spcine localizadas nos CEUs.
A abertura será com o premiado O Fogo Interior: Um Réquiem para Katia e Maurice Krafft, de Werner Herzog, que também contará com exibições durante a mostra. O Especial Emergência Climática, assunto urgente e atual, é uma das principais atrações do evento.
A programação internacional apresenta títulos selecionadas para os festivais de Cannes, Berlim, Sundance, Roterdã, Locarno e Tribeca, como: Antártica: Continente Magnético, do mesmo diretor do vencedor do OscarA Marcha dos Pingüins, Luc Jacquet; Quebrando o Jogo, de Jane M. Wagner, sobre a gamer trans Narcissa Wright, que foi premiado no Festival de Tribeca; Solo Comum, com Woody Harrelson, Jason Momoa, Laura Dern, Donald Glover, entre outros; Union, de Brett Story e Stephen Maing, que registra uma das mais importantes vitórias trabalhistas da história: a conquista do primeiro local de trabalho sindicalizado da Amazon nos EUA, ocorrida em 2022, e que venceu o Prêmio Especial do Júri no Festival de Sundance; entre outros.
Os 30 anos da criação do ISA: Instituto Socioambiental, uma organização dedicada a defender o meio ambiente, patrimônio cultural e os direitos dos povos indígenas, apresenta nove filmes de sua produção, em uma parceria da Mostra Ecofalante de Cinema com a instituição. Outro destaque da programação é a participação da cantora Gaby Amarantos em SobreVivências: Clima de Risco, obra dirigida por Eduardo Rajabally sobre as mudanças climáticas que estão transformando nosso planeta de forma bastante radical.
Já a Competição Latino-americana apresenta 17 títulos, representantes de dez países; a programação se completa com quatro títulos brasileiros. Seção competitiva dedicada a filmes de curta duração realizados em cursos e oficinas audiovisuais, o Concurso Curta Ecofalante tem na sua seleção desta edição um total de 25 títulos.
Para o público infantil, a Mostra Ecofalante apresenta o longa de animação Yakari, Uma Jornada Fantástica, de Xavier Giacometti e Toby Genkel. Uma sofisticada coprodução entre Bélgica, França e Alemanha, nela uma criança indígena parte em uma jornada fantástica: encontrar um cavalo mustang conhecido por ser indomável.
Conheça os filmes selecionados para a Mostra Ecofalante de Cinema 2024:
COMPETIÇÃO LATINO-AMERICANA | LONGAS
A Gruta Contínua (La gruta continua), de Julián D’Angiolillo (Argentina/Cuba) A Transformação de Canuto, de Ariel Kuaray Ortega e Ernesto de Carvalho (Brasil) Bila Burba, de Duiren Wagua (Panamá) Céu Aberto (Cielo Abierto), de Felipe Esparza (Peru) Histórias de Shipibos, de Omar Forero (Peru) Ramona, de Victoria Linares Villegas (República Dominicana) Rio Vermelho (Río Rojo), de Guillermo Quintero (Colômbia/França)
COMPETIÇÃO LATINO-AMERICANA | CURTAS
A Menos que Bailemos, de Hanz Rippe Gabriel e Fernanda Pineda Palencia (Colômbvia) Cama Vazia, de Fábio Rogério e Jean-Claude Bernardet (Brasil) Concórdia (Concordia), de Diego Véliz (Chile) Hikuri, de Sandra Ovilla León (México) Margens Luminosas (Hacer Orillas Luminosas), de Maira Ayala (Argentina) O Materialismo Histórico da Flecha Contra o Relógio, de Carlos Adriano (Brasil) Um Campo que Já Não Cheira a Flores (Un Campo Que ya no Huele a Flores), de César Flores Correa (México) Vão das Almas, de Edileuza Penha de Souza e Santiago Dellape (Brasil) Você Vai Me Esquecer? (¿Me Olvidarás?), de Sofía Landgrave Barbosa (México/Peru/Espanha) Yarokamena, de Andres Jurado (Colômbia)
COMPETIÇÃO TERRITÓRIOS E MEMÓRIAS | LONGAS
À Margem do Ouro, de Sandro Kakabadze Anhangabaú, de Lufe Bollini Black Rio! Black Power!, de Emilio Domingos Eskawata Kayawai: O Espírito da Transformação, de Lara Jacoski e Patrick Belem Favela do Papa, de Marco Antonio Pereira Memórias da Chuva, de Wolney Oliveira O Bixiga é Nosso!, de Rubens Crispim O Contato, de Vicente Ferraz Ouvidor, de Matias Borgström Rejeito, de Pedro de Filippis Samuel e a Luz, de Vinícius Girnys Sekhdese, de Graciela Guarani e Alice Gouveia Sociedade de Ferro: A Estrutura das Coisas, de Eduardo Rajabally
COMPETIÇÃO TERRITÓRIOS E MEMÓRIAS | MÉDIAS E CURTAS
A Bata do Milho, de Eduardo Liron e Renata Mattar A Chuva do Caju, de Alan Schvarsberg Água Rasa, de Dani Drumond Ava Yvy Pyte Ygua: Povo do Coração da Terra, de Coletivo Guahuí Guyra Kuera Despovoado, de Guilherme Xavier Ribeiro Interior da Terra, de Bianca Dacosta Kwat e Jaí: Os Bebês Heróis do Xingu, de Clarice Cardell Mborairapé, de Roney Freitas Nosso Terreiro, de Anna Rieper, Patrícia Medeiros, Ranyere Serra e Fernando Lucas Silva Nunca Pensei que Seria Assim, de Meibe Rodrigues O Silêncio Elementar, de Mariana de Melo Onde a Floresta Acaba, de Otavio Cury Retratos de Piratininga, de André Manfrim Sertão, América, de Marcela Ilha Bordin
CONCURSO CURTA ECOFALANTE
Além do Impedimento, de Heloisa Lawanda Arquipélago do Bailique: Fragmento das Ilhas que Dançam, de Agatha Garmes, Isabel Pontual, Mayra Ataide, Sarah Castro e Tetê Barddal As Placas são Invisíveis, de Gabrielle Ferreira Camburi Resiste, de Guilherme Landim Chão de Taco, de Alan Santana Cida Tem Duas Sílabas, de Giovanna Castellari Deriva, de Hellen Nicolau Desconserto, de Haniel Lucena Desmistificando o Axé, de Marco Neto Mama: Africanos em São Paulo, de Rafael Aquino Manchas de Sol, de Martha Mariot Máquinas de Lazer, de Italo Zaccaon Mar.INA, de Allan Pereira, David Dias, Igor Cariman, Jeyci Elizabeth, Karol Garcia, Marcelo Almeida, Patrícia Medeiros, Paulo Borges, Profana Vieira, Renata Costa, Samyre Protázio e Valdenira Baima Nheengatu, de Luiz Filho Pelos, de Emma Marques Por Trás dos Prédios, de João Mendonça Pour Elis, de Matheus Alencar Quanto Vale?, de Letícia S. Góis Retorno, de Arthur Paiosi Sementes da Resistência, O 25 de Maio e a Luta pela Reforma Agrária, de Raielle Mazzarelli Sobre Viver: Trajetórias Indígenas na Urbanidade, de Marcelo Melchior Tereza, de Bea Souza Terra Sincera, de Renan Turci TRANSpassado: Corpos que Retratam, de Otávio Kaxixó Visões da Maré, de Vivian Cazé, Michael Sousa, Alle Estrela, Thay Silva e Julia Alves
PANORAMA INTERNACIONAL CONTEMPORÂNEO
2G, de Karim Sayad (Suíça) A Frota Chinesa (Squid Fleet), de Ed Ou e Will N. Miller (EUA) A Sociedade do Espetáculo (La société du spectacle), de Roxy Farhat e Göran Hugo Olsson (Suécia) Água é Vida! (Water for Life), de Will Parrinello (EUA) Antártica: Continente Magnético (Voyage au Pôle Sud), de Luc Jacquet (França) Breaking Social: O Fim do Contrato Social, de Fredrik Gertten (Suécia) Contra a Maré (Against the Tide), de Sarvnik Kaur (Índia/França) Entre as Chuvas (Between the Rains), de Andrew H. Brown e Moses Thuranira (EUA/Quênia) Estado Limite (État limite), de Nicolas Peduzzi (França) Food, Inc. 2, de Robert Kenner e Melissa Robledo (EUA) Humano Não-Humano (Human Not-Human), de Natan Castay (Bélgica) Knit’s Island, de Ekiem Barbier, Guilhem Causse e Quentin L’Helgouac’h (França) Mil Pinheiros (A Thousand Pines), de Sebastián Díaz e Noam Osband (EUA) Não Te Vi Ali (I Didn’t See You There), de Reid Davenport (EUA) O Cheiro do Dinheiro (The Smell of Money), de Shawn Bannon (EUA) O Jogo Mental (The Mind Game), de Eefje Blankevoort, Sajid Khan e Els van Driel (Holanda) O Povo da Baleia (One with the Whale), de Pete Chelkowski e Jim Wickens (EUA/Reino Unido) O Sistema Total, Anatomia de uma Multinacional da Energia (Le système Total, anatomie d’une multinationale de l’énergie), de Jean-Robert Viallet (França) Os Caçadores de Barragens (DamBusters: The Start of the Riverlution), de Francisco Campos-Lopez Benyunes (EUA/Holanda) Os Motivados (The Driven Ones), de Piet Baumgartner (Suíça) Plastic Fantastic, de Isabella Willinger (Alemanha) Quebrando o Jogo (Break the Game), de Jane M. Wagner (EUA) República dos Gafanhotos (Grasshopper Republic), de Daniel McCabe (EUA) Silvícola (Silvicola), de Jean-Philippe Marquis (Canadá) Solo Comum (Common Ground), de Joshua Tickell e Rebecca Harrell Tickell (EUA) TikTok, Boom., de Shalini Kantayya (EUA) Union, de Brett Story e Stephen Maing (EUA)
SESSÕES ESPECIAIS | NACIONAIS
Amazônia, Arqueologia da Floresta: T2 EP1: Terra Preta, de Tatiana Toffoli Floresta: Um Jardim que a Gente Cultiva, de Mari Corrêa Não Existe Almoço Grátis, de Marcos Nepomuceno e Pedro Charbel
SESSÕES ESPECIAIS | INTERNACIONAIS
Arquivo do Futuro (Archiv der Zukunft), de Joerg Burger (Áustria) O Fogo Interior: Réquiem para Katia e Maurice Krafft (The Fire Within: A Requiem for Katia and Maurice Krafft), de Werner Herzog (França/Reino Unido/Suíça/EUA) Rowdy Girl: Santuário Animal, de Jason Goldman (EUA)
SESSÃO ESPECIAL | Programa Ecofalante Universidades 2024
A Floresta que Você Não Vê: Narrativas do Médio Xingu, de Andy Costa (Brasil) Exilados: Extrativistas são Expulsos à Bala em Rondônia, de Marcio Sanches, Naira Hoifmeister e Fernanda Wenzel Invasores, de Lygia Barbosa SobreVivências: EP01: Clima de Risco, de Eduardo Rajabally
ESPECIAL EMERGÊNCIA CLIMÁTICA
Arrasando Liberty Square (Razing Liberty Square), de Katja Esson (EUA) Filhos do Katrina (Katrina Babies), de Edward Buckles Jr. (EUA) Uma Vez que Você Sabe (Une fois que tu sais), de Emmanuel Cappellin (França)
PANORAMA HISTÓRICO: TRÊS MULHERES, TRÊS OLHARES SOBRE A AMÉRICA LATINA
Amor, Mulheres e Flores (Amor, mujeres y flores), de Marta Rodriguez e Jorge Silva (Colômbia) (1984) Araya, de Margot Benacerraf (Venezuela/França) (1959) De Certa Maneira (De Cierta Manera), de Sara Gómez (Cuba) (1977)
O ator, diretor e escritor Lázaro Ramos foi o Homenageado Nacional da 31ª edição do Festival de Cinema de Vitória. Como parte da homenagem, o artista recebeu, na noite de encerramento, o Troféu Vitória e o Caderno do Homenageado, publicação inédita e biográfica, assinada pelos jornalistas Leonardo Vais e Paulo Gois Bastos, que trata da sua vida e trajetória profissional.
Ovacionado pelo público do Teatro Sesc Glória, foi apresentado pelos atores Dan Ferreira e Lucas Leto e recebeu o Troféu Vitória das mãos da atriz e esposa, Taís Araujo. Emocionado, relembrou sua trajetória no audiovisual brasileiro, falou sobre as oportunidades ao longo da carreira, sua participação em festivais e enalteceu o cinema brasileiro.
Nascido em Salvador, Bahia, Lázaro Ramos começou a atuar na década de 1990, no Bando de Teatro Olodum. No coletivo teatral, interpretou inúmeros clássicos como Sonho de uma Noite de Verão, de William Shakespeare; Ópera dos Três Vinténs, de Bertolt Brecht; e Dom Quixote, de Miguel de Cervantes. Além de textos autorais como o sucesso Ó Paí, Ó, que foi adaptado para o cinema, em 2007, com grande sucesso.
Ao realizar projetos fora do grupo, ele esteve em espetáculos como A Máquina (2000), de João Falcão, ao lado de Wagner Moura e Vladimir Brichta. Em 2007, atuou em O Método Gronholm, texto que ele retoma como diretor, em 2020. Desde 2015 dirige, atua e produz o espetáculo O Topo da Montanha, que, ao lado de Taís Araujo, interpreta o reverendo Martin Luther King, e que já levou mais de 300 mil espectadores ao teatro.
No cinema, esteve em mais de 40 produções, que transitam por diversos gêneros audiovisuais. Na lista de trabalhos estão o cultuado longa-metragem Madame Satã (2002), de Karim Aïnouz, que o fez figurar na lista de melhores atores do jornal The New York Times e lhe rendeu mais de 30 prêmios. Com Jorge Furtado, parceiro constante, fez O Homem que Copiava (2003), Meu Tio Matou um Cara (2004) e Saneamento Básico, o Filme (2007). Outro destaque da sua extensa filmografia é Cidade Baixa (2006), de Sérgio Machado, em que divide a cena com Wagner Moura e Alice Braga.
Em 2018, protagonizou O Beijo no Asfalto, de Murilo Benício, adaptação cinematográfica do clássico de Nelson Rodrigues. Seus trabalhos mais recentes são: As Verdades (2019), de José Eduardo Belmonte; Papai é Pop (2021), de Caito Ortiz; e Ó Paí, Ó 2 (2023), de Viviane Ferreira. Em 2022, lançou o longa-metragem Medida Provisória, que marcou sua estreia como diretor e foi premiado em diversos festivais internacionais de cinema.
Com mais de 30 participações em programas na TV, Lázaro atuou em novelas e séries, além de ser apresentador de programas. Com vários personagens memoráveis na televisão, estreou na telinha na série Sexo Frágil, em 2003. Nas novelas, sua primeira aparição foi em Cobras & Lagartos (2006), quando deu vida a Foguinho, papel que ganhou o imaginário popular e pelo qual foi indicado ao Emmy de melhor ator. Ele também interpretou papéis marcantes em novelas como Duas Caras (2007), Insensato Coração (2011) e Lado a Lado (2012).
Entre 2015 e 2018, protagonizou quatro temporadas da série Mister Brau, que se firmou como um dos marcos do empoderamento negro no Brasil. Seu trabalho mais recente em novelas foi o remake de Elas por Elas (2023/24), em que deu vida ao icônico Mário Fofoca.
Ainda na televisão, idealizou, dirigiu e apresentou o programa Espelho, do Canal Brasil, que esteve no ar por 16 anos. Após uma carreira de 17 anos na TV Globo, em 2021, Lázaro Ramos assinou com a Prime Video, onde assumiu o cargo de showrunner, profissional responsável por gerenciar da pré à pós-produção de obras para TV, streaming e mídias digitais. Essa parceria rendeu seu trabalho mais recente como diretor, o longa Um Ano Inesquecível: Outono (2023), romance musical adaptado do conto de Babi Dewet, e protagonizado por Gabz e Lucas Leto.
Além do teatro, cinema e televisão, nos últimos anos, Lázaro Ramos tem se dedicado também à literatura. Seu livro infantil de estreia foi A Velha Sentada, de 2010. Em 2015 e 2018 lançou, respectivamente, Caderno de Rimas de João e Caderno Sem Rimas da Maria, inspirados em seus filhos. Em 2019, publicou Sinto o que Sinto: e a Incrível História de Asta e Jase, em parceria com o Mundo Bita, e O Pulo do Coelho (2021). Em 2017, chegou às livrarias o best-seller Na Minha Pele, livro que marca sua estreia na literatura adulta e o consagrou como um dos escritores negros mais vendidos do país. Em 2022, publicou o livro Medida Provisória: Diário do Diretor, que conta os bastidores da direção de seu primeiro filme; e Você não é Invisível, em que escreve pela primeira vez para os jovens.
Para falar mais sobre a homenagem, conversamos com Lázaro Ramos antes da cerimônia, no Hotel Senac Ilha do Boi, que falou sobre esse momento especial, cinema brasileiro e festivais. Além disso, registramos os melhores momentos da emocionante homenagem no Teatro Sesc Glória.
Foram anunciados nesta quinta-feira, 25/07, em cerimônia apresentada por Armando Babaioff e Kelner Macêdo, no Teatro Sesc Glória, os vencedores do Troféu Vitória da 31ª edição do Festival de Cinema de Vitória, o maior evento de cinema e audiovisual do Espírito Santo.
Foram exibidos 78 filmes: 73 curtas e cinco longas-metragens, que foram distribuídos em 12 mostras competitivas e que apresentaram um recorte da produção contemporânea do audiovisual brasileiro, com produções realizadas entre os anos de 2023 e 2024.
Na 14ª Mostra Competitiva Nacional de Longas, os grandes vencedores foram: Presença, produção capixaba dirigida por Erly Vieira Jr, e o cearense Quando Eu Me Encontrar, de Amanda Pontes e Michelline Helena. Presença levou o Troféu Vitória de melhor filme, pelo Júri Técnico e Popular, além de melhor roteiro e melhor contribuição artística. Quando Eu Me Encontrar ficou com os troféus de melhor direção, melhor fotografia e melhor interpretação para Pipa. O Júri Técnico da mostra foi composto pela diretora Gabriela Gastal, pela atriz e diretora Marcélia Cartaxo e pela diretora e roteirista Sabrina Fidalgo.
O vencedor do Troféu Vitória de melhor filme pelo Júri Técnico da 28ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas foi o alagoano Samuel Foi Trabalhar, de Janderson Felipe e Lucas Litrento, que também recebeu o prêmio de melhor roteiro. Já o Troféu Vitória de melhor filme pelo Júri Popular foi para a produção gaúcha Zagêro, de Victor Di Marco e Márcio Picoli, que também ganhou na categoria de melhor interpretação. O Júri Técnico foi composto pelo pesquisador de cinema e audiovisual Gilberto Sobrinho, pelo ator, roteirista e diretor Heraldo de Deus e pela diretora e roteirista Safira Moreira; eles também formaram o júri da Mostra Foco Capixaba.
O time de jurados do Festival de Cinema de Vitória 2024 também contou com: Bertrand Lira, Nicolas Soares e Quitta Pinheiro na Mostra Quatro Estações; Carlos Segundo, Cláudio Constantino e Daniela Fernandes na Mostra Corsária; Bertrand Lira, Felipe Haiut e Sérgio Onofre na Mostra Outros Olhares; Mayra Alarcón, Monica Trigo e Rodrigo Aragão na Mostra Do Outro Lado | Cinema Fantástico; Daniela Fernandes e Sara Rocha na Mostra Mulheres no Cinema; Dan Ferreira, Karol Mendes e Marcos Carvalho na Mostra Cinema e Negritude; Felipe Cordeiro, Renata Fraga e Rodolfo Simor na Mostra Nacional de Videoclipes; e Antonio Claudino de Jesus, Daniela Zanetti e Tião Xará na Mostra Nacional de Cinema Ambiental.
Uma novidade desta edição foi o Prêmio da Crítica, que contou com um júri composto por 16 jornalistas e críticos de cinema, que participaram da cobertura do 31º Festival de Cinema de Vitória. Eles elegeram o melhor filme da 28ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas e o melhor filme da 14ª Mostra Competitiva Nacional de Longas. O júri foi formado pelos seguintes profissionais: Ana Paula Barbosa, Ana Pessoa, Anne Braune, Barbara Demerov, Bruno Carmelo, Diego Olivares, Fred Maia, Ismaelino Pinto, Janda Montenegro, Liliana Bernartt, Luiz Carlos Merten, Luiz Zanin, Maria do Rosário Caetano, Neusa Barbosa, Sé Souza e Vitor Búrigo.
Além disso, o Prêmio Extra oferecido pelo Sesc Glória consiste no licenciamento para exibição do longa-metragem ganhador do melhor filme pelo Júri Técnico por dois anos nas salas de cinema do Centro Cultural Sesc Glória. O filme Presença, de Erly Vieira Jr, também ganhou o Prêmio Like, com apoio no valor de R$ 50.000,00 em veiculação de mídia no canal.
A noite de encerramento também foi marcada pela emocionante homenagem ao ator, diretor e escritor Lázaro Ramos. Ovacionado pelo público, foi apresentado pelos atores Dan Ferreira e Lucas Leto e recebeu o Troféu Vitória das mãos da atriz e esposa, Taís Araujo. Emocionado, relembrou sua trajetória no audiovisual brasileiro, falou sobre as oportunidades ao longo da carreira, sua participação em festivais e enalteceu o cinema brasileiro.
Conheça os vencedores do 31º Festival de Cinema de Vitória:
14ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE LONGAS
Melhor Filme: Presença, de Erly Vieira Jr (ES) Melhor Filme | Júri Popular: Presença, de Erly Vieira Jr (ES) Melhor Direção: Amanda Pontes e Michelline Helena, por Quando Eu Me Encontrar Melhor Roteiro: Presença, escrito por Erly Vieira Jr Melhor Fotografia: Quando Eu Me Encontrar, por Victor de Melo Melhor Contribuição Artística: Presença, de Erly Vieira Jr Melhor Interpretação: Pipa, por Quando Eu Me Encontrar Menção Honrosa: Não Existe Almoço Grátis, de Marcos Nepomuceno e Pedro Charbel (SP) Menção Honrosa | Prêmio Especial do Júri: Graciela Guarani e Alice Gouveia, diretoras de Sekhdese
28ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE CURTAS
Melhor Filme: Samuel Foi Trabalhar, de Janderson Felipe e Lucas Litrento (AL) Melhor Filme | Júri Popular: Zagêro, de Victor di Marco e Márcio Picoli (RS) Prêmio Especial do Júri: Se Eu Tô Aqui é por Mistério, de Clari Ribeiro (RJ) Melhor Direção: Edileusa Penha de Souza e Santiago Dellape, por Vão das Almas Melhor Roteiro: Samuel Foi Trabalhar, escrito por Janderson Felipe e Lucas Litrento Melhor Fotografia: Quinze Quase Dezesseis, por André Luiz de Luiz Melhor Contribuição Artística: Pássaro Memória, de Leonardo Martinelli (RJ) Melhor Interpretação: Victor Di Marco, por Zagêro
PRÊMIO DA CRÍTICA
Melhor longa-metragem: Quando Eu Me Encontrar, de Amanda Pontes e Michelline Helena (CE) Melhor curta-metragem: Vollúpya, de Jocimar Dias Jr. e Éri Sarmet (RJ)
24º FESTIVALZINHO DE CINEMA DE VITÓRIA Melhor Filme | Júri Popular: Sacis, de Bruno Brennec (MG)
14ª MOSTRA QUATRO ESTAÇÕES Melhor Filme: Pirenopolynda, de Izzo Vitório, Breno Victor e Tita Maravilha (GO/DF/CE) Melhor Filme | Júri Popular: Ficção Suburbana, de Rossandra Leone (RJ) Menção Honrosa: Quando Você Vem me Visitar, de Henrique Arruda (PE)
13ª MOSTRA FOCO CAPIXABA Melhor Filme: O T-Rex e a Pedra Lascada, de Luã Ériclis (ES) Melhor Filme | Júri Popular: Fala, Vô!, de Felipe Risallah (ES) Menção Honrosa: Antônio Rodrigues, ator do filme O Caboclo do Sapê
13ª MOSTRA CORSÁRIA Melhor Filme: Dona Beatriz Ñsîmba Vita, de Catapreta (MG) Melhor Filme | Júri Popular: Prólogo, de Natália Dornelas (ES) Menção Honrosa: Yãmî Yah-Pá: Fim da Noite, de Vladimir Seixas (RJ)
11ª MOSTRA OUTROS OLHARES Melhor Filme: Canto das Areias, de Maíra Tristão (ES) Melhor Filme | Júri Popular: Macaléia, de Rejane Zilles (RJ) Menção Honrosa: Macaléia, de Rejane Zilles (RJ)
9ª MOSTRA MULHERES NO CINEMA Melhor Filme: A Velhice ilumina o Vento, de Juliana Segóvia (MT) Melhor Filme | Júri Popular: A Velhice ilumina o Vento, de Juliana Segóvia (MT)
9ª MOSTRA CINEMA E NEGRITUDE Melhor Filme: O Lado de Fora Fica Aqui Dentro, de Larissa Barbosa (MG) Melhor Filme | Júri Popular: Pedagogias da Navalha: Se a Palavra é um Feitiço, Minha Língua é uma Encruzilhada, de Colle Christine, Alma Flora e Tiana Santos (RJ) Menção Honrosa: Baobab, de Bea Gerolin (PR)
8ª MOSTRA NACIONAL DE VIDEOCLIPES Melhor Filme: Meredith Monk/Mete Dance, de Mooluscos (Artistas: Yma & Jadsa) (SP) Melhor Filme | Júri Popular: Água Salgada, de Wyucler Rodrigues (Artista: Ada Koffi) (ES) Menção Honrosa: Boca do Cais, de Luna Colazante (Artistas: Murica feat. Yung Vegan) (DF)
7ª MOSTRA NACIONAL DE CINEMA AMBIENTAL Melhor Filme: Bauxita, de Thamara Pereira (MG) Melhor Filme | Júri Popular: Elizabeth, de Alceu Luís Castilho, Luís Indriunas e Vanessa Nicolav (PB) Menção Honrosa: Antes que o Porto Venha, de Isabela Narde (ES)
6ª MOSTRA DO OUTRO LADO | CINEMA FANTÁSTICO Melhor Filme: Curacanga, de Mateus Di Mambro (BA) Melhor Filme | Júri Popular: Curacanga, de Mateus Di Mambro (BA)
A 81ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza, que acontecerá entre os dias 28 de agosto e 7 de setembro, revelou, nesta terça-feira, 23/07, a lista completa com os filmes selecionados para este ano.
A Competição Internacional, com títulos que disputam o Leão de Ouro, prêmio máximo do evento, nomes consagrados se destacam, como: Todd Phillips, Pedro Almodóvar, Dea Kulumbegashvili, Pablo Larraín, Luca Guadagnino, entre outros.
Neste ano, o cinema brasileiro marca presença com Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, na disputa pelo Leão de Ouro. Estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello e com participação especial de Fernanda Montenegro, o filme reúne a Sony Pictures Classics com Walter Salles, 26 anos depois da trajetória de sucesso de Central do Brasil. Em 2001, o cineasta esteve em competição com Abril Despedaçado.
Ainda Estou Aqui é inspirado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva sobre a história de sua família. O relato começa no início dos anos 70, quando um ato de violência muda a história da família Paiva para sempre. O livro e o filme abraçam o ponto de vista daqueles que sofrem uma perda em um regime de exceção, mas não se dobram; o roteiro é de Murilo Hauser, de A Vida Invisível, e Heitor Lorega.
“Estamos felizes de ir a Veneza com um filme tão pessoal. O livro de Marcelo me marcou profundamente, e nos convida a olhar essa história do ponto de vista de sua mãe, Eunice. No centro desse relato há uma mulher que teve que se reinventar e romper com os laços patriarcais das famílias brasileiras. Eunice, em sua contenção, traça uma forma de resistência incomum. O livro e o filme podem ser vistos como um relato sobre a reconstrução de uma memória individual conduzida por essa mulher, que se sobrepõe à busca pela reconstrução da memória de um país, o Brasil. Essa sobreposição entre o pessoal e o coletivo é uma das razões pelas quais quis fazer este filme. A busca da família Paiva se confunde com a luta pela redemocratização do Brasil”, explica o diretor Walter Salles.
Para Marcelo Rubens Paiva, a participação de Ainda Estou Aqui no Festival de Veneza é um presente à sua família, descendente de italianos: “Ter um livro adaptado por Walter Salles, que conheceu minha família e viveu aquele período como testemunha, honra a nossa família”, comenta o escritor.
“Agradeço imensamente ao Marcelo por ter me dado a oportunidade de contar uma história tão pessoal, e às suas irmãs Vera, Eliana, Nalu e Babiu, por terem confiado na família que realizou o filme. Sem a generosidade, o apoio e as informações constantes que recebemos, essa jornada não teria sido possível. O fato de ter tido o presente de conviver com Nalu, Marcelo e a família Paiva na casa no centro da história torna esse filme muito especial para mim”, completa Salles.
Ainda Estou Aqui promove o reencontro entre Fernanda Torres e Walter Salles depois de Terra Estrangeira e O Primeiro Dia. Na última parte do filme, Eunice é interpretada por Fernanda Montenegro, que volta a trabalhar com Walter Salles depois do consagrado Central do Brasil: “Que honra poder colaborar com Fernanda Torres e Fernanda Montenegro novamente, no mesmo filme. Elas o imantaram. Ainda Estou Aqui é um filme sobre uma família feito por uma família de cinema: Fernanda Torres, Fernanda Montenegro, nossa produtora associada Daniela Thomas, o diretor de arte Carlos Conti, de Diários de Motocicleta, os mestres Ulisses Malta e Cesinha. E agora estamos expandindo nosso círculo com novos colaboradores incríveis, que foram companheiros de viagem apaixonantes”, afirma Salles.
O elenco principal reúne nomes como Valentina Herszage, Luiza Kosovski, Bárbara Luz, Guilherme Silveira e Cora Ramalho, como os filhos na primeira fase do filme; e Olivia Torres, Antonio Saboia, Marjorie Estiano, Maria Manoella e Gabriela Carneiro da Cunha integram a família no segundo momento. E mais: Guilherme Silveira, Pri Helena, Humberto Carrão, Maeve Jinkings, Dan Stulbach, Camila Márdila, Luiz Bertazzo, Lourinelson Vladmir, Thelmo Fernandes, Carla Ribas, Daniel Dantas, Charles Fricks, Helena Albergaria, Marcelo Varzea, Caio Horowicz, Maitê Padilha, Luana Nastas, Isadora Gupert, Alexandre Mello, Augusto Trainotti, Alan Rocha e Daniel Pereira.
Walter Salles também comenta a repercussão do cinema brasileiro pelo mundo: “Não estamos sós. Só neste ano, tivemos longas e curtas-metragens selecionados nos principais festivais internacionais, como Sundance, Berlim, Cannes, Roterdã, Locarno e SXSW. São esses filmes realizados por grandes cineastas ou jovens realizando seus primeiros trabalhos que tem fortalecido a cinematografia brasileira pelo mundo, semeando a possibilidade de filmes como o nosso e o primeiro longa de ficção de Marianna Brennand estarem representando o Brasil em Veneza”.
A direção de fotografia de Ainda Estou Aqui é assinada por Adrian Teijido; a direção de arte é de Carlos Conti e o figurino de Cláudia Kopke, com caracterização de Marisa Amenta e Laura Zimmerman no som direto. A montagem é de Affonso Gonçalves e a preparação de elenco de Amanda Gabriel; Daniela Thomas assina como produtora associada.
Além disso, o cinema brasileiro também marca presença com Apocalipse nos Trópicos, novo documentário de Petra Costa, que será exibido fora de competição; o filme investiga o fundamentalismo religioso no Brasil durante a pandemia de Covid-19 e a liderança de Bolsonaro. Em 2020, Petra foi indicada ao Oscar com Democracia em Vertigem.
O Brasil também se destaca com a presença da atriz, cineasta e artista visual brasileira Bárbara Paz, que fará parte do júri do Prêmio Luigi De Laurentiis, que selecionará o melhor longa-metragem de estreia entre as diversas mostras competitivas. Vale lembrar que Bárbara foi premiada em Veneza, em 2019, com o documentário Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou. E mais: o cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho fará parte do Júri Internacional, que será presidido pela atriz francesa Isabelle Huppert.
Destaque também para outros títulos brasileiros anunciados anteriormente: a realidade virtual40 Dias Sem o Sol, de Joao Furia, que será exibida fora de competição na Venice Immersive; o curta-metragem Minha Mãe é uma Vaca, de Moara Passoni, na mostra Orizzonti; Manas, de Marianna Brennand, na mostra paralela Giornate degli Autori; e A Hora e Vez de Augusto Matraga, de Roberto Santos, na Venice Classics.
Conheça os filmes selecionados para o 81º Festival de Veneza:
VENEZIA 81 | COMPETIÇÃO
Ainda Estou Aqui, de Walter Salles (Brasil/França) April, de Dea Kulumbegashvili (Geórgia/Itália/França) Babygirl, de Halina Reijn (EUA) Campo di battaglia, de Gianni Amelio (Itália) Coringa: Delírio a Dois, de Todd Phillips (EUA) Diva futura, de Giulia Louise Steigerwalt (Itália) Harvest, de Athina Rachel Tsangari (Reino Unido/Alemanha/Grécia/França/EUA) Iddu (Sicilian Letters), de Fabio Grassadonia e Antonio Piazza (Itália/França) Jouer avec le feu, de Delphine Coulin e Muriel Coulin (França) Kill the Jockey, de Luis Ortega (Argentina/Espanha) Kjærlighet (Love), de Dag Johan Haugerud (Noruega) Leurs enfants après eux, de Ludovic Boukherma e Zoran Boukherma (França) Maria, de Pablo Larraín (Alemanha/EUA/Emirados Árabes Unidos/Itália) Qing chun gui (Youth – Homecoming), de Wang Bing (França/Luxemburgo/Holanda) Queer, de Luca Guadagnino (Itália/EUA) Stranger eyes, de Siew Hua Yeo (Singapura/Taiwan/França/EUA) The Brutalist, de Brady Corbet (Reino Unido) The Order, de Justin Kurzel (EUA/Canadá) The Room Next Door, de Pedro Almodóvar (Espanha) Trois amies, de Emmanuel Mouret (França) Vermiglio, de Maura Delpero (Itália/França/Bélgica)
ORIZZONTI | COMPETIÇÃO
Aïcha, de Mehdi Barsaoui (França/Tunísia/Itália) Al klavim veanashim (Of dogs and men), de Dani Rosenberg (Israel/Rússia) Anul nou care n-a fost (The new year that never came), de Bogdan Muresanu (Romênia) Carissa, de Jason Jacobs e Delmar Devon (África do Sul) Diciannove, de Giovanni Tortorici (Itália) Familia, de Francesco Costabile (Itália) Familiar Touch, de Sarah Friedland (EUA) Happyend, de Neo Sora (Japão) Hemme’nin öldüğü günlerden biri (One of those days when Hemme dies), de Murat Fıratoğlu (Turquia) L’attachement, de Carine Tardieu (França/Bélgica) Marco, de Jon Garaño e Aitor Arregi (Espanha) Mistress Dispeller, de Elizabeth Lo (EUA) Mon inséparable, de Anne-Sophie Bailly (França) Nonostante, de Valerio Mastandrea (Itália) (filme de abertura) Pavements, de Alex Ross Perry (EUA) Pooja, Sir, de Deepak Rauniyar (Nepal/França) Quiet life, de Alexandros Avranas (França/Grécia/Estônia/Suécia/Alemanha) Wishing on a star, de Peter Kerekes (Itália/República Checa/Eslováquia/Croácia/Áustria/Brasil) Yin’ād alīku (Happy Holidays), de Scandar Copti (Palestina/Alemanha/França/Qatar/Itália)
ORIZZONTI EXTRA
After Party, de Vojtĕch Strakatý (República Checa) Al bahs an manfaz i khoroug al sayed Rambo (Seeking haven for Mr. Rambo), de Khaled Mansour (Egito) Edge of Night, de Türker Süer (Alemanha) King Ivory, de John Swab (EUA) La storia del Frank e della Nina, de Paola Randi (Itália) Le mohican, de Frédéric Farrucci (França) September 5, de Tim Fehlbaum (Alemanha) (filme de abertura) Shahed (The witness), de Nader Saeivar (Irã) Vittoria, de Alessandro Cassigoli e Casey Kauffman (Itália)
FORA DE COMPETIÇÃO | FICÇÃO
Allégorie citadine, de Alice Rohrwacher e JR (França) Baby Invasion, de Harmony Korine (EUA) Broken rage, de Takeshi Kitano (Japão) Cloud, de Kiyoshi Kurosawa (Japão) Finalement, de Claude Lelouch (França) Il tempo che ci vuole, de Francesca Comencini (Itália/França) L’orto americano, de Pupi Avati (Itália) Maldoror, de Fabrice du Welz (Bélgica/França) Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice, de Tim Burton (EUA) Phantosmia, de Lav Diaz (Filipinas) Se posso permettermi: Capitolo II, de Marco Bellocchio (Itália) Wolfs, de Jon Watts (EUA)
FORA DE COMPETIÇÃO | DOCUMENTÁRIO
2073, de Asif Kapadia (Reino Unido) Apocalipse nos Trópicos, de Petra Costa (Brasil) Bestiari, erbari, lapidari, de Massimo d’Anolfi e Martina Parenti (Itália/Suíça) Israel Palestina på Svensk TV 1958-1989 (Israel Palestine on Swedish TV 1958-1989), de Göran Hugo Olsson (Suécia/Finlândia/Dinamarca) One to One: John & Yoko, de Kevin Macdonald e Sam Rice-Edwards (Reino Unido) Pisni zemli, shcho povilno (Songs of slow burning earth), de Olha Zhurba (Ucrânia/Dinamarca/Suécia) Riefenstahl, de Andres Veiel (Alemanha) Russians at war, de Anastasia Trofimova (França/Canadá) Separated, de Errol Morris (EUA/México) Twst: Things we said today, de Andrei Ujică (França/Romênia) Why War, de Amos Gitai (Israel/França)
FORA DE COMPETIÇÃO | SÉRIES
Disclaimer (episódios 1-7), de Alfonso Cuarón (Reino Unido/EUA) Familier som vores (Families like ours) (episódios 1-7), de Thomas Vinterberg (Dinamarca/França/Suécia/República Checa/Bélgica/Noruega/Alemanha) Los años nuevos (episódios 1-10), de Rodrigo Sorogoyen del Amo, Sandra Romero e David Martín de los Santos (Espanha) M. Il figlio del secolo (episódios 1-8), de Joe Wright (Itália/França)
EXIBIÇÕES ESPECIAIS
Beauty is not a sin, de Nicolas Winding Refn (Itália/Dinamarca) Leopardi. Il poeta dell’infinito (partes 1 e 2), de Sergio Rubini (Itália) Mestre dos Mares: O Lado Mais Distante do Mundo, de Peter Weir (EUA)
VENICE CLASSICS | DOCUMENTÁRIOS
“I will revenge this world with love” Sergei Paradjanov, de Zara Jian (Armênia/França) Carlo Mazzacurati: una certa idea di cinema, de Mario Canale e Enzo Monteleone (Itália) Chain reactions, de Alexandre O. Philippe (EUA) Constel·lació Portabella, de Claudio Zulian (Espanha) From darkness to light, de Michael Lurie e Eric Friedler (EUA/Alemanha) Le cinéma de Jean-Pierre Léaud, de Cyril Leuthy (França) Miyazaki, l’esprit de la nature, de Leo Favier (França) Volonté: L’uomo dai mille volti, de Francesco Zippel (Itália) Wa ada Maroun ila Beirut (Maroun returns to Beirut), de Feyrouz Serhal (Qatar/Líbano)
A 49ª edição do Festival Internacional de Cinema de Toronto, que acontecerá entre os dias 5 e 15 de setembro, divulgou os 63 filmes selecionados para as mostras Gala e Special Presentations, que contará com nomes como Jacques Audiard, Edward Berger, Gia Coppola, Mike Leigh, Morgan Neville, Walter Salles, Athina Rachel Tsangari e Jia Zhang-Ke.
As mostras celebram o que há de melhor no cinema contemporâneo em todos os gêneros e estilos, de todos os cantos do mundo. Com filmes provenientes de 25 países, o TIFF promete ao público um banquete cinematográfico que destaca o talento e a versatilidade dos diretores, atores, músicos, animadores e artistas criativos mais talentosos do mundo.
Neste ano, o cinema brasileiro marca presença com duas obras, entre elas, Os Enforcados, de Fernando Coimbra. Onze anos depois de estrear em Toronto seu primeiro longa-metragem, O Lobo Atrás da Porta, o cineasta agora apresenta um thriller tragicômico estrelado por Leandra Leal e Irandhir Santos: “O Festival de Toronto é um dos mais prestigiados e importantes do mundo. Ele funciona como uma vitrine do que de mais relevante está sendo feito nos mais diversos países. E a Special Presentations é uma seção carro-chefe. Fazer parte dela é importante não só para o filme, mas para a projeção do cinema brasileiro para o mundo”, disse o diretor em comunicado oficial.
Distribuído pela Paris Filmes, o longa é produzido pela Gullane: “É motivo de muito orgulho para a Gullane, para o Fernando Coimbra e toda a equipe de Os Enforcados essa seleção tão especial, tão nobre, na seção Special Presentations, a mais importante para o cinema independente no mundo. Estamos muito empolgados para começar a mostrar o filme e avançar no maravilhoso trabalho que a Playtime, nossa agente de vendas, tem feito com Os Enforcados. É a hora de estrear, é a hora de mostrar o filme para o mundo e vai ser no Festival de Toronto, onde vamos estar com uma delegação bem bonita e bem representativa do cinema brasileiro”, disse o produtor Fabiano Gullane.
O Festival de Toronto ocupa um lugar especial na trajetória do diretor e roteirista brasileiro: “Ele mudou a minha vida. O Lobo Atrás da Porta era um filme de baixo orçamento e ganhou uma proporção muito grande lá”, disse Fernando Coimbra. Seu terceiro filme, Os Enforcados, marca sua volta ao cinema brasileiro depois de dirigir episódios das séries internacionais Narcos, Outcast e Perry Mason e o longa Castelo de Areia, com Nicholas Hoult e Henry Cavill: “Estava morrendo de saudade de voltar a trabalhar no Brasil, falando na minha língua do que conheço profundamente e vivo diariamente”, diz Coimbra.
Em Os Enforcados, Valério, interpretado por Irandhir Santos, e Regina, papel de Leandra Leal, formam um casal vivendo confortavelmente na Zona Oeste do Rio de Janeiro, graças ao império do jogo do bicho construído pelo pai e pelo tio dele. Valério, que acredita ter mantido suas mãos limpas, precisa lidar com as pendências de sua família, em um meio que obedece a leis próprias. Incentivado pela ambiciosa mulher, ele tenta uma jogada que ambos consideram infalível. “Os Enforcados é, antes de tudo, sobre um casamento. O casal sela um pacto e faz um plano de vida que é incapaz de cumprir. Só que esse plano, aqui, se faz a partir de um crime. Um último crime que os levaria em direção à realização dos seus sonhos. Mas a realidade é muito diferente do sonho, e as coisas desandam”, disse o diretor.
O cineasta inspirou-se em Macbeth, de William Shakespeare, mas quis contar a história pela perspectiva de Lady Macbeth. Em Os Enforcados, como na peça, os dois personagens se veem presos em uma escalada de ambição e violência, em uma tragédia à brasileira, com uma boa dose de humor ácido: “O jogo do bicho é um pano de fundo para retratar esse universo corrupto que eles habitam. Mas o filme é construído em cima dos personagens. Ele disseca essas personalidades em todas as suas camadas e explora essa dinâmica de jogo de poder que a grande maioria das relações passionais tem”, disse o diretor. O elenco conta também com Thiago Thomé, Pêpê Rapazote, Ernani Moraes, Augusto Madeira, Ricardo Bittencourt, Irene Ravache e Stepan Nercessian.
Fernanda Torres no brasileiro Ainda Estou Aqui, de Walter Salles
Fernando Coimbra precisava de atores que dessem conta de traduzir essas complexidades na tela. O diretor repete a parceria com Leandra Leal, que interpretou Rosa em O Lobo Atrás da Porta: “Eu sabia do que a Leandra é capaz e que ela potencializaria as camadas de Regina”. Irandhir Santos era um ator com quem desejava trabalhar havia muito tempo: “Os dois são muito focados e criativos. Construímos os personagens juntos”. A ambiguidade dos personagens é o traço comum entre Os Enforcados e O Lobo Atrás da Porta: “Não tem bem e mal. Eles mesmos são seus piores antagonistas, cruzam um limite que não deveriam e que vai levá-los à ruína”.
A diferença entre os dois filmes é que, em Os Enforcados, Fernando Coimbra queria tratar da realidade brasileira e da elite econômica do país. A ideia começou a surgir ainda durante as filmagens de O Lobo Atrás da Porta quando Coimbra passava pela Barra da Tijuca a caminho de locações: “A gente tem um índice de criminalidade gigante, uma desigualdade de renda absurda, mas o audiovisual tende a olhar para o crime na parte baixa da pirâmide: a periferia, o subúrbio, a comunidade. E onde está o dinheiro? Boa parte da nossa elite é extremamente corrupta. São aqueles que se declaram cidadãos de bem, mas na verdade fazem muita coisa ilegal para enriquecer”.
Em 2015, o roteiro passou pelo Laboratório de Sundance, sendo premiado dois anos depois com o Sundance Global Filmmaking Awards, de reconhecimento e apoio a cineastas independentes emergentes. Os trabalhos fora do Brasil e a pandemia adiaram as filmagens, mas Fernando Coimbra nunca parou de trabalhar no roteiro: “Eu tinha vontade de refletir o momento que a gente estava vivendo, que foi ficando cada vez mais louco. Eu precisava constantemente adaptá-lo para aquele sentimento de absurdo”.
Além disso, o Brasil também marca presença com Ainda Estou Aqui, de Walter Salles. O elenco conta com Fernanda Torres, Selton Mello e Fernanda Montenegro como protagonistas; o roteiro é de Murilo Hauser, de A Vida Invisível, com colaboração de Heitor Lorega.
Walter Salles, do consagrado Central do Brasil, volta a rodar um longa de ficção no Brasil depois de Linha de Passe, codirigido por Daniela Thomas e vencedor do prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes, em 2008, para Sandra Corveloni. O filme é produzido pela VideoFilmes e RT Features, em coprodução com Globoplay, Conspiração e Mact Productions.
Ainda Estou Aqui é um drama emocionante, baseado na história real de Eunice Paiva, uma mãe de cinco filhos, que se confronta com o maior desafio de sua vida: descobrir o paradeiro do marido desaparecido, o ex-deputado Rubens Paiva. No Rio de Janeiro dos anos 1970, durante a ditadura, ele foi arrancado de casa por militares para ser interrogado e nunca mais foi encontrado.
A busca pela verdade dura 30 longos anos. E quando as respostas começam a aparecer, Eunice sente os primeiros sintomas da doença de Alzheimer. Baseado no best-seller homônimo de Marcelo Rubens Paiva, filho de Eunice e Rubens, o filme é uma saga sobre memória e esquecimento.
A atriz Fernanda Montenegro interpretará Eunice na segunda fase da história e o longa marca o reencontro entre ela e o diretor. O filme também marca o reencontro entre Fernanda Torres, atriz de Terra Estrangeira e O Primeiro Dia, e seus codiretores Walter Salles e Daniela Thomas, produtora associada de Ainda Estou Aqui.
O filme conta também com Valentina Herszage, Luiza Kozovski, Bárbara Luz, Guilherme Silveira, Cora Ramalho, Dan Stulbach, Maeve Jinkings, Humberto Carrão e Carla Ribas no elenco. A direção de fotografia é assinada por Adrian Teijido; a direção de arte é de Carlos Conti e o figurino de Cláudia Kopke, com caracterização de Marisa Amenta e Laura Zimmerman no som direto.
Conheça os filmes selecionados para o 49º Festival de Toronto:
GALAS
Andrea Bocelli: Because I Believe, de Cosima Spender (Reino Unido) Better Man, de Michael Gracey (EUA) Don’t Let’s Go to the Dogs Tonight, de Embeth Davidtz (África do Sul) Eden, de Ron Howard (EUA) Elton John: Never Too Late, de R.J. Cutler e David Furnish (EUA) Harbin, de Woo Min-ho (Coreia do Sul) Meet the Barbarians, de Julie Delpy (França) Nutcrackers, de David Gordon Green (EUA) Oh, Canada, de Paul Schrader (EUA) Road Diary: Bruce Springsteen and The E Street Band, de Thom Zimny (EUA) Superboys of Malegaon, de Reema Kagti (Índia) The Deb, de Rebel Wilson (Austrália) The Friend, de Scott McGehee e David Siegel (EUA) The Penguin Lessons, de Peter Cattaneo (Espanha/Reino Unido) The Return, de Uberto Pasolini (Itália/Reino Unido) The Shrouds, de David Cronenberg (Canadá/França) The Wild Robot, de Chris Sanders (EUA) Unstoppable, de William Goldenberg (EUA) Will & Harper, de Josh Greenbaum (EUA)
SPECIAL PRESENTATIONS
40 Acres, de R.T. Thorne (Candá) Ainda Estou Aqui, de Walter Salles (Brasil/França) All of You, de William Bridges (EUA) All We Imagine as Light, de Payal Kapadia (França/Índia/Holanda/Luxemburgo) Anora, de Sean Baker (EUA) Bird, de Andrea Arnold (Reino Unido) Bring Them Down, de Christopher Andrews (Irlanda/Bélgica) Can I Get A Witness?, de Ann Marie Fleming (Canadá) Caught by the Tides, de Jia Zhang-Ke (China) Conclave, de Edward Berger (EUA/Reino Unido) Emilia Pérez, de Jacques Audiard (França/EUA/México) Hard Truths, de Mike Leigh (Reino Unido/Espanha) Harvest, de Athina Rachel Tsangari (Reino Unido) Heretic, de Scott Beck e Bryan Woods (Canadá) I, the Executioner, de Ryoo Seung-wan (Coreia do Sul) K-Pops, de Anderson .Paak (EUA) Love in the Big City, de E.oni (Coreia do Sul) Millers in Marriage, de Edward Burns (EUA) Misericordia, de Alain Guiraudie (Espanha/Portugal/França) Nightbitch, de Marielle Heller (EUA) On Becoming a Guinea Fowl, de Rungano Nyoni (Zâmbia/Reino Unido/Irlanda) Os Enforcados, de Fernando Coimbra (Brasil/Portugal) Piece by Piece, de Morgan Neville (EUA) Quisling: The Final Days, de Erik Poppe (Noruega) Relay, de David Mackenzie (EUA) Rez Ball, de Sydney Freeland (EUA) Riff Raff, de Dito Montiel (EUA) Rumours, de Guy Maddin, Evan Johnson e Galen Johnson (Canadá/Alemanha) Sharp Corner, de Jason Buxton (Canadá/Irlanda) Shepherds, de Sophie Deraspe (Canadá/França) Sketch, de Seth Worley (EUA) The Assessment, de Fleur Fortuné (Reino Unido/Alemanha/EUA) The Cut, de Sean Ellis (Reino Unido) The End, de Joshua Oppenheimer (Dinamarca/Reino Unido) The Fire Inside, de Rachel Morrison (EUA) The Girl with the Needle, de Magnus von Horn (Dinamarca/Polônia/Suécia) The Last Showgirl, de Gia Coppola (EUA) The Life of Chuck, de Mike Flanagan (EUA) The Order, de Justin Kurzel (Canadá/EUA) The Piano Lesson, de Malcolm Washington (EUA) We Live in Time, de John Crowley (Reino Unido/França) Went Up the Hill, de Samuel Van Grinsven (Nova Zelândia/Austrália) Without Blood, de Angelina Jolie (EUA/Itália) Young Werther, de José Avelino Gilles Corbett Lourenço (Canadá)
Criada em 2004, a Giornate degli Autori, mostra paralela ao Festival Internacional de Cinema de Veneza, foi inspirada na Quinzena dos Realizadores, de Cannes, com o objetivo de chamar a atenção para um cinema de alta qualidade, sem qualquer tipo de restrição, e com um cuidado especial em inovação, pesquisa, originalidade e independência.
Nesta 21ª edição, que acontecerá entre os dias 28 de agosto e 7 de setembro, o cineasta português João Pedro Rodrigues será o presidente do júri. O cinema brasileiro marca presença na Seleção Oficial com Manas, primeiro longa de ficção da cineasta Marianna Brennand. Protagonizada pela estreante Jamilli Correa, a obra traz no elenco nomes como Dira Paes, Fátima Macedo e Rômulo Braga, além de atores e atrizes locais da região amazônica, onde foi filmada. O roteiro, vencedor do Sam Spiegel International Film Lab, é assinado por Felipe Sholl, Marcelo Grabowsky, Marianna Brennand, Antonia Pellegrino, Camila Agustini e Carolina Benevides.
Em comunicado oficial, a diretora disse: “Ver Manas nascer para o mundo no Festival de Veneza é um sonho. É muito gratificante ter o meu primeiro filme de ficção entre os dez selecionados para a Giornate degli Autori, uma mostra que todos os anos revela novos talentos do cinema. Além do reconhecimento de um trabalho de dez anos, traz grande visibilidade para o filme e sua temática tão urgente”.
Manas narra a história de Marcielle/Tielle, uma jovem de 13 anos que vive na Ilha do Marajó, no Pará, junto ao pai, Marcílio, à mãe, Danielle, e a três irmãos. Ela cultua a imagem de Claudinha, sua irmã mais velha, que teria partido para bem longe após “arrumar um homem bom” nas balsas que passam pela região. Conforme amadurece, Tielle vê ruírem muitas das suas idealizações e se percebe presa entre dois ambientes abusivos. Preocupada com a irmã mais nova e ciente de que o futuro não lhe reserva muitas opções, ela decide confrontar a engrenagem violenta que rege a sua família e as mulheres da sua comunidade.
A fagulha inicial para a realização do filme ocorreu quando Marianna tomou conhecimento de casos de exploração sexual de crianças nas balsas do Rio Tajapuru, na Ilha do Marajó. Em 2014, ela ganhou um edital de desenvolvimento de roteiro promovido pela Ancine, Agência Nacional de Cinema, e deu início às pesquisas para o trabalho, que incluíram diversas viagens para a região. Primeiramente, havia a intenção de realizar um documentário, campo no qual a cineasta atuava, mas logo essa ideia foi abandonada.
“No início da pesquisa, me deparei com uma questão ética muito séria. Era inaceitável para mim como documentarista colocar à frente da câmera crianças, adolescentes e mulheres para recontarem situações de abuso pelas quais haviam passado. Seria cometer mais uma violência contra elas. É um tema muito duro e complexo. O desafio era retratar não só uma dor física e emocional, mas também existencial, e isso foi algo que a ficção me permitiu trabalhar. Busquei estabelecer uma espécie de mergulho sensorial que conectasse o espectador à experiência emocional da protagonista. Eu optei por fincar o filme, em todos os seus aspectos, em um hiper-naturalismo que se liga ao documental, abrindo mão de qualquer artifício que pudesse desviar da vivência dela e de seu inconsciente”, explica a cineasta.
Para a composição do elenco, que teve direção de Anna Luiza Paes de Almeida e preparação de René Guerra, formou-se um núcleo adulto composto por atores profissionais com experiência em cinema (Fátima Macedo, Rômulo Braga e Dira Paes, além de Ingrid Trigueiro, Clébia Souza, Nena Inoue e Rodrigo Garcia) e um núcleo infantil escolhido a partir de testes com centenas de crianças moradoras da Região Metropolitana e de ilhas próximas a Belém.
Uma das mais talentosas e premiadas atrizes do cinema nacional, Dira Paes interpreta a policial Aretha. O papel foi construído baseado em pessoas reais como o delegado Rodrigo Amorim, conhecido por combater a exploração sexual infantil nas balsas da região, e em Marie Henriqueta Ferreira Cavalcante, uma referência no enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes na região Amazônica: “A personagem da Aretha foi escrita especialmente para a Dira, que foi uma grande parceira desde o começo. A Dira sempre foi um farol para mim, uma mulher que me inspira pelo seu ativismo, uma das grandes atrizes brasileiras e uma mulher paraense que conhece muito bem a realidade que abordamos no filme”, comentou a diretora.
Selecionada para viver a protagonista Marcielle, Jamilli Correa não tinha qualquer experiência prévia com atuação e surpreendeu pela técnica que demonstrou ao longo de todo o processo: “Eu sempre brinco que ela foi atriz em vidas passadas. A gente só destravou algo que já estava dentro dela. A Jamilli é uma força da natureza. Ela tem um silêncio preenchido que imprime na tela muitas nuances e uma inteligência cênica impressionante, qualidades raras”, resume Marianna Brennand. O brasiliense Rômulo Braga e a cearense Fátima Macedo, respectivamente nos papéis do pai e da mãe da personagem principal, completam o elenco principal do filme.
Manas é uma produção da Inquietude, em coprodução com Globo Filmes, Canal Brasil, Pródigo e Fado Filmes (Portugal), com produção associada da VideoFilmes e Maria Carlota (Brasil), da Les Films du Fleuve (Bélgica) e de Dominique Welinski (França). Foi premiado com o Emerging Filmmaker Award (Sam Spiegel International Film Lab) e teve o apoio do Programa Ibermedia. No Brasil, o filme será distribuído pela Bretz Filmes.
Além disso, o longa Alma do Deserto, dirigido pela cineasta colombiana Monica Taboada Tapia, será exibido fora de competição. O filme é coproduzido pela empresa brasileiraEstúdio Giz, junto à empresa colombiana Guerrero Films.
O longa é um documentário que acompanha Georgina Epiayu, uma mulher trans da etnia Wayúu, em busca de emitir sua carteira de identidade. Ela já teve documentos em seu nome antigo, mas os perdeu depois que atearam fogo na casa onde vivia: seus vizinhos não aceitavam que uma indígena trans habitasse o mesmo território que eles. Depois de sofrer esse atentado, Georgina decide que quer ir até o fim para ter sua verdadeira identidade reconhecida. Somente com seus documentos corrigidos pelas autoridades colombianas, ela poderá exercer o direito fundamental de todo cidadão: o de votar nas eleições.
Alma do Deserto conta com profissionais brasileiros na equipe técnica, como Will Domingos na montagem, Tiago Bello na mixagem e O Grivo na composição da trilha musical. No Brasil, será distribuído pela Retrato Filmes e tem previsão de estreia em 2025.
Conheça os filmes selecionados para a mostra Giornate degli Autori 2024:
SELEÇÃO OFICIAL
Alpha., de Jan-Willem Van Ewijk (Eslovênia/Suíça/Holanda) Boomerang, de Shahab Fotouhi (Irã) Manas, de Marianna Brennand (Brasil) Sanatorium Under the Sign of the Hour Glass, de Quay Brothers (EUA) Selon Joy, de Camille Lugan (França) Sugar Island, de Johanné Gómez Terrero (República Dominicana/Espanha) Super Happy Forever, de Kohei Igarashi (Japão/França) Taxi Monamour, de Ciro De Caro (Itália) The Antique, de Rusudan Glurjidze (Geórgia/Suíça/Finlândia/Alemanha) To Kill a Mongolian Horse, de Jiang Xiaoxuan (China/Mongólia/Malásia/EUA/Hong Kong/Coreia do Sul/Japão)
FORA DE COMPETIÇÃO
Alma do Deserto (Alma del desierto), de Monica Taboada Tapia (Colômbia/Brasil) Basileia, de Isabella Torre (Itália) (filme de encerramento) Coppia aperta quasi spalancata, de Federica Di Giacomo (Itália) (filme de abertura) Kora, de Cláudia Varejão (Portugal) Peaches Goes Bananas, de Marie Losier (França/Bélgica) Possibility of Paradise, de Mladen Kovačević (Sérvia) Soudan, souviens-toi, de Hind Meddeb (França/Qatar/Tunísia)
Depois de passar por São Paulo, o Festival de Cinema de Gramado realizou um evento especial no Rio de Janeiro na noite desta quinta-feira, 18/07. Após divulgar as 45 produções que compõem as mostras de longas brasileiros, documentais e gaúchos e os curtas-metragens brasileiros e gaúchos, a organização anunciou o nome que fecha o hall de homenagens desta edição: Vera Fischer.
A novidade foi divulgada no Hotel Vila Galé e o encontro reuniu a presidente da Gramadotur, Rosa Helena Volk, o curador Marcos Santuario, realizadores, produtores, atores e jornalistas.
A atriz catarinense é uma das mais clássicas personalidades da televisão e do teatro no Brasil. Ela, que começou sua carreira nas telonas, retorna ao cinema para receber o Troféu Cidade de Gramado. Com mais de meio século dedicado à atuação, coleciona papéis marcantes no cinema, nos palcos e, principalmente, na TV.
Estreou como atriz no cinema, em 1972, no longa Sinal Vermelho: As Fêmeas, de Fauzi Mansur. Já no ano seguinte, 1973, atuou em três produções: A Super Fêmea, Anjo Loiro e As Delícias da Vida. Seu primeiro trabalho de destaque foi em 1976, em Intimidade, de Perry Salles e Mike Sarne. O papel lhe rendeu o Troféu APCA de melhor atriz. Um ano depois, Vera teria seu primeiro papel na teledramaturgia, na novela Espelho Mágico, da TV Globo. A partir disso, colecionaria grandes personagens marcadas no imaginário popular. Em telenovelas, daria vida a Luiza, em Brilhante; Jocasta, em Mandala; Nena, em O Rei do Gado; Helena, em Laços de Família; e Yvete, em O Clone.
No filme Amor Estranho Amor, de Walter Hugo Khouri, lançado em 1982, interpretou, ao lado de Tarcísio Meira, Xuxa Meneghel e Mauro Mendonça, a prostituta Anna. Sua atuação lhe garantiu os prêmios de melhor atriz no Prêmio Air France e no Festival de Brasília. O longa colecionou, também, polêmicas, como a proibição da comercialização do filme em home video.
Em Gramado esteve na tela do Palácio dos Festivais com os filmes Intimidade, de Mike Sarne e Perry Salles, em 1975; Eu Te Amo, de 1981, dirigido por Arnaldo Jabor; e com Doida Demais, de Sérgio Rezende, lançado em 1989.
Além das telas, Vera também possui uma longa carreira no teatro, onde atuou em grandes produções, como: Macbeth, em 1992; Desejo, em 1993; Gata em Teto de Zinco Quente, em 1998; A Primeira Noite de um Homem, em 2004; e Relações Aparentes, em 2015. Desde 2022, roda o Brasil protagonizando o espetáculo Quando eu For Mãe Quero Amar Desse Jeito, escrito por Eduardo Bakr e com direção de Tadeu Aguiar.
A atriz coleciona prêmios e indicações, como Troféu APCA, Troféu Imprensa, Prêmio Air France de Cinema e Troféu Candango. Também teve sua trajetória homenageada pelo Prêmio Sesc do Teatro Candango, Festival de Vitória e The Winner Awards.
Vera comenta sobre a congratulação ao seu mais de meio século de trabalho nas artes: “Estou imensamente feliz e honrada por ser uma das homenageadas no 52º Festival de Cinema de Gramado. É uma delícia receber o reconhecimento por mais de 50 anos de história e trabalho. Vamos celebrar”.
Para Rosa Helena Volk, presidente da Gramadotur, autarquia municipal responsável pelos eventos da cidade, a homenagem reforça o compromisso de Gramado em reverenciar aqueles que auxiliaram na construção do cinema brasileiro: “Para nós é uma honra contar com a presença da Vera nesta 52ª edição. Suas interpretações estão gravadas na história do audiovisual feito no Brasil. Seja no cinema ou na televisão, ela é um marco. Todos temos algum papel marcante interpretado por Vera em nossas memórias”, afirma.
Vera Fischer se junta a Jorge Furtado, Mariëtte Rissenbeek e Matheus Nachtergaele, que serão homenageados com os troféus Eduardo Abelin, Kikito de Cristal e Oscarito, respectivamente. A homenagem será entregue durante o 52º Festival de Cinema de Gramado, que ocorrerá entre os dias 9 e 17 de agosto.
O Troféu Cidade de Gramado é dedicado a nomes ligados a Gramado e ao festival, contribuindo para o crescimento e divulgação da cidade e do evento. Entregue pela primeira vez em 2012 à atriz Eva Wilma, a mais jovem honraria concedida pelo Festival de Cinema de Gramado foi entregue, também, a nomes como Tony Ramos, Ney Latorraca, Antonio Pitanga, Wagner Moura e Ingrid Guimarães.
A 11ª edição do Festival de Cinema de Caruaru, que acontecerá entre os dias 28 e 31 de agosto, na região do Agreste Pernambucano, no Teatro João Lyra Filho, anunciou a seleção dos filmes que farão parte da programação.
Neste ano, serão exibidas 55 obras, a partir de 928 inscrições; destas, 28 têm direção feminina. Entre os selecionados, estão filmes de 14 estados brasileiros, além de produções internacionais vindas da Argentina, Venezuela, México e Guatemala.
Ao todo, serão realizadas oito mostras: Infantil, Adolescine, Fantásticos, Latino-Americana, Agreste, Personagem, Pega Leve e Brasil. Além das exibições, a programação ainda contará com debates diários com os realizadores e atividades educativas e de formação voltadas para o audiovisual.
Conheça os filmes selecionados para o Festival de Cinema de Caruaru 2024:
MOSTRA BRASIL
Aquela Mulher, de Marina Erlanger e Cristina Lago (RJ) Conexão, de Julie Ketlem (PE) Dente, de Rita Luna (PE) Diga ao Povo que Avance, de Evelyn Freitas (RN) Dinho, de Leo Tabosa (PE) Dona Taquariana, uma Cabocla Brasileira, de Abimaelson Santos (MA) Eu Não Sei se Vou Ter que Falar Tudo De Novo, de Vitória Fallavena e Thassilo Weber (RJ) Expresso São Valentim, de Guilherme Ayres e Luiza Torres (SP) Não Olhe para Mim, de Natasha Atab (SP) O Sacro e o Profano de Araújo e Verônica, de Rivanildo Feitosa (PI) Onde as Flores Crescem, de Fabrico de Lima (SP) Pequenas Insurreições, de William de Oliveira (PR) Samuel Foi Trabalhar, de Janderson Felipe e Lucas Litrento (AL) Terminal, de Getsemane Silva e Guilherme Bacalho (DF) Umbilina e Sua Grande Rival, de Marlom Meirelles (PE)
MOSTRA AGRESTE
Black Out: A História Apagada no Palco da Arte, de Renan Oliveira (PE) Drag Queens em Cena: A Expressão de Almas Artísticas, de Alana Pereira (PE) Flor do Coco, de Vinicius Tavares (PE) Graffito, Logo Existo, de Leandro Machado (PE) La Ursa, de Joebson José (PE) O Canto, de Isa Magalhães e Izabella Vitório (AL) O Rebanho de Quincas, de Rebeca Souza (PE) Ordenação, de José Railson (PB) Para Onde Eu Vou?, de Fabi Melo (PB)
MOSTRA FANTÁSTICOS
Autocuidado, de Sofia Pires (SP) Dia de Preto, de Beto Oliveira (SP) Encruzilhada Bar, de Johann Jean (RN) Guimbo, de Giordano Benites (RS) Lá Fora, de Louis Fernanda (PE) Mau Presságio, de Rhodes Madureira (MG) Noite de Jogos, de Stefany Taglialatella (SP)
MOSTRA PERSONAGEM
Amar a Ilha, de Isabela Alves (SP) Bati da Vila, de Raquel Cardozo (RN) Forró Trocado, de Evandro Lunardo e Bako Machado (PE) Navio, de Alice Carvalho,Larinha R. Dantas e Vitória Real (RN) Um Poeta no Meio dos Poetas, de Wescley Di Luna e Amanda Neves (PB)
MOSTRA PEGA LEVE
Operação Enjoei de Bingo, de Vinicius Damasceno (SP) Paraíso, de Valentina Salvestrini (SP) Sonata Beladona, de Antônio Rafael (SE)
MOSTRA ADOLESCINE
Acolhimento, de Ingrid Lopes e Wesley Dummer (RS) Bonita de Rosto, de Ana Squilanti (SP) Café à La Vogue, de Henrique Bugarin (RJ) Lotus, de Sara Pinheiro e Larissa Moreira (SC) Nossos Medos, de Bárbara Martinelli, Clara Juruena, Sophia Tavares e Davi Rodrigues (RJ)
MOSTRA INFANTIL
Juzé, de Raquel Garda (CE) Menina Semente, de Túlio Beat (PE) Mytikah Explora: Maria Sibylla Merian, de Hygor Amorim e Rezy Cazarotto (SP) Procura-se: Um Pato e um Gato, de Igor Coutinho e Leticia Belfort (SE) Receita de Vó, de Carlo Hardt (PR) Telas, de Rogério Martins (SP)
MOSTRA LATINO-AMERICANA
Dias de Chuva, de Ainara Lungman (Argentina) Doença do Sono, de Cristiano Paiz (Guatemala) Na Bolha, de Valeria Pérez Delgado e Florenda Fernández (Argentina) Para as Memórias, de Rodrigo Ugalde (México) Tênue, de Leonardo Pérez (Venezuela)
Depois de revelar as 39 produções que compõem as mostras de longas-metragens brasileiros e gaúchos e os curtas-metragens gaúchos, a 52ª edição do Festival de Cinema de Gramado, que acontecerá entre os dias 9 e 17 de agosto, anunciou os filmes concorrentes ao kikito nas mostras competitivas de curtas-metragens brasileiros e documentários nacionais.
A novidade foi divulgada em um evento realizado no Hotel Laghetto Stilo São Paulo, na capital paulista. O encontro reuniu a presidente da Gramadotur, Rosa Helena Volk; os curadores Caio Blat e Marcos Santuario; a atriz e diretora Bárbara Paz, representando a diretoria da Academia Brasileira de Cinema; André Saddy, presidente do Canal Brasil; realizadores, produtores, atores e jornalistas.
A seleção dos curtas-metragens brasileiros foi feita por Daniela Siqueira, Daniela Strack, Fernanda Rocha e Daniel Rodrigues; a comissão avaliou 679 produções. Os selecionados vêm de todas as regiões do país, incluindo filmes do Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo. Já a curadoria, composta por Santuario e Blat, avaliou 158 títulos, escolhendo cinco longas documentais para a competição.
Além das exibições na grade linear do Canal Brasil, a organização anunciou que os 12 curtas brasileiros serão exibidos também no Palácio dos Festivais: “Junto às entidades, APTC-RS, SIAV-RS, FUNDACINE e ACCIRS, entendemos que a mostra de curtas-brasileiros é um elemento importante para tornar Gramado uma janela de encontro de novos talentos com grandes nomes do cinema nacional e uma oportunidade ímpar para a divulgação do formato em curta-metragem para o grande público. Assim, conseguimos manter a exibição da mostra dentro da programação do evento, em caráter presencial”, afirma Rosa Helena Volk.
As exibições presenciais ocorrerão nos dias 12 e 13 de agosto, com seis filmes por sessão, no Palácio dos Festivais. Já no Canal Brasil, a mostra vai ao ar do dia 12 ao dia 15 de agosto, sempre a partir das 19h, com três filmes por sessão. A mostra competitiva de documentários segue com exibição exclusiva pela grade linear do Canal Brasil, de 12 a 16 de agosto, às 20h20.
Conheça os novos filmes selecionados para o 52º Festival de Cinema de Gramado:
CURTAS-METRAGENS BRASILEIROS
A Casa Amarela, de Adriel Nizer (PR) A Menina e o Pote, de Valentina Homem (PE) Ana Cecília, de Julia Regis (RS) Castanho, de Adanilo (AM) Fenda, de Lis Paim (CE) Maputo, de Lucas Abrahão (SP) Movimentos Migratórios, de Rogério Cathalá (BA) Navio, de Alice Carvalho, Larinha R. Dantas e Vitória Real (RN) Pastrana, de Melissa Brogni e Gabriel Motta (RS) Ponto e Vírgula, de Thiago Kistenmacker (RJ) Ressaca, de Pedro Estrada (MG) Via Sacra, de João Campos (DF)
LONGAS-METRAGENS DOCUMENTAIS
Clarice Niskier, Teatro dos Pés à Cabeça, de Renata Paschoal (RJ) Mestras, de Roberta Carvalho (PA) Poemaria, de Davi Kinski (SP) Toquinho Maravilhoso, de Alejandro Berger Parrado (SP) Velho Chico, a Alma do Povo Xokó, de Caco Souza (SE)
A 34ª edição do Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema, que acontecerá entre os dias 9 e 15 de novembro, em Fortaleza, está com inscrições abertas para as mostras Competitiva Ibero-americana de longa-metragem, brasileira de curta-metragem e Mostra Olhar do Ceará.
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até o dia 31 de agosto. O regulamento e o formulário para participar da seleção das três principais mostras do festival estão disponíveis no site (clique aqui). Neste ano, o festival vai premiar em R$ 40 mil o melhor longa da Mostra Competitiva Ibero-americana, o dobro da última edição.
Este é um dos mais longevos festivais de cinema do Brasil, sendo realizado anualmente, de forma ininterrupta desde 1991, ano em que foi lançado como Festival Vídeo Mostra Fortaleza. Desde 2006, o Cine Ceará tem o conceito atual, abrangendo produções de países da América Latina, Caribe, Portugal e Espanha.
Com acesso gratuito a toda programação, o Cine Ceará ocupa anualmente dois dos principais equipamentos culturais públicos do estado: o Cineteatro São Luiz e o Cinema do Dragão, ambos da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult/CE), geridos pelo IDM, Instituto Dragão do Mar. Além de mostras competitivas, o festival realiza exibições especiais, mostras sociais, debates, homenagens, cursos, entre outras atividades.
A Mostra Competitiva Ibero-americana de longa-metragem é direcionada a filmes de países da América Latina, Caribe, Portugal e Espanha, nos gêneros animação, ficção, documentário ou experimentais. Os longas inscritos devem ter sido concluídos a partir de 2023, com duração mínima de 60 minutos.
A Competitiva Brasileira de curta-metragem é aberta a filmes realizados por produtores e/ou diretores brasileiros ou radicados no país há mais de três anos dos gêneros de ficção, documentário, animação ou experimentais, com duração máxima de 25 minutos, concluídos a partir de 2023, que não tenham participado do processo seletivo de outras edições do Cine Ceará.
A Mostra Olhar do Ceará é aberta a produtoras ou diretores cearenses, residentes ou não no Ceará. Podem ser inscritos filmes de curta-metragem, de 25 minutos no máximo, e longa-metragem com duração mínima de 60 minutos, concluídos a partir de 2023, nos gêneros de ficção, documentário, animação ou experimentais, que não tenham participado do processo seletivo de outras edições deste festival.
A exemplo das edições anteriores, a curadoria do Cine Ceará 2024 prioriza trabalhos inéditos e reservará no mínimo 30% de participação para mulheres diretoras no conjunto das mostras competitivas. Todos os filmes selecionados deverão apresentar legenda descritiva para surdos e ensurdecidos em idioma português, conforme determina o Ministério da Cultura.
Dentre os participantes da Mostra Competitiva Ibero-americana de longa-metragem, serão agraciados com o Troféu Mucuripe os vencedores nas categorias: melhor longa-metragem, direção, atuação principal, atuação coadjuvante, roteiro, fotografia, montagem, trilha sonora original, som, direção de arte e Prêmio da Crítica. O melhor longa, eleito pelo Júri Oficial da Competitiva Ibero-americana, receberá o prêmio no valor de R$ 40 mil, a ser pago sob a forma de recursos para distribuição da obra no Brasil, dentro dos critérios do regulamento.
Na Mostra Competitiva Brasileira de curta-metragem, o Troféu Mucuripe será concedido aos vencedores nas seguintes categorias: melhor curta-metragem, direção, roteiro e Prêmio da Crítica. O Júri Oficial da Mostra Olhar do Ceará elegerá o melhor curta-metragem e o melhor longa-metragem, que receberão o Troféu Mucuripe.