Diretores: Filipe Matzembacher e Marcio Reolon.
Elenco: Mateus Almada, Maurício Barcellos, Elisa Brites, Francisco Gick, Fernando Hart, Danuta Zagueto, Maitê Felistofa, Irene Brietzki.
Ano: 2015
Sinopse: Durante o inverno dois jovens viajam ao litoral gaúcho. Martin precisa visitar parentes distantes, em busca de um documento para seu pai. Tomaz aceita acompanhá-lo nessa jornada, aproveitando a oportunidade para se reaproximar do amigo. Os dois passam os dias imersos em um universo próprio, expostos à família que rejeita Martin e à estranha distância que surgiu entre ele e Tomaz. Alternando entre distrações corriqueiras, reflexões sobre suas vidas e sua amizade, os garotos se abrigam em uma casa de vidro, à beira de um mar frio e revolto.
Crítica do CINEVITOR: O primeiro longa-metragem de Filipe Matzembacher e Marcio Reolon traz para as telonas um retrato da juventude atual, ressaltando as dúvidas e os anseios de seus protagonistas com uma sensibilidade emocional que cativa o espectador. Seu personagens principais, muito bem interpretados por Mateus Almada e Maurício Barcellos, conduzem a narrativa com sutileza e nos apresentam uma amizade carinhosa entre eles, porém carregada de tensão e sentimentos confusos. O afeto entre os dois é visível desde o início da trama, mas percebe-se que, a cada minuto que passam juntos, vão se conhecendo cada vez mais. Tal sensação também chega ao espectador, que nada sabe sobre eles, mas ao desenrolar da trama se familiariza com a história e com seus personagens. A direção de Filipe e Marcio, que também assinam o roteiro, nos conduz para cenas muito bem realizadas e que detalham com sensibilidade as ações dos atores, que conseguem transmitir, por meio de seus olhares, suas questões e afeições. Beira-Mar alcança o público por abordar temas corriqueiros, que estão ou estiveram presentes na vida do espectador. A identificação com o filme pode ser imediata ou até mesmo inconsciente, não necessariamente literal, mas tende a tocar fundo nas lembranças e experiências vividas por muitos durante a juventude. A câmera, que surge como um terceiro personagem, colabora com a intenção de aproximar o público do filme, construindo uma intimidade que destaca o lado emocional dos atores. Beira-Mar é um belo filme, com uma direção sensível, que fala de amizade sem precisar escancarar os sentimentos. Basta um olhar ou um sorriso para cativar o espectador, que, logo se envolve com a história. (Vitor Búrigo)
Nota do CINEVITOR:
