Bella Piero e Maria Luisa Mendonça com a diretora nos bastidores.
Entre fevereiro e março deste ano, a cineasta Caroline Fioratti, de Meus 15 Anos, rodou o longa Sobre Girassóis, protagonizado por Maria Luisa Mendonça, Bella Piero, Michel Joelsas, Mariana Oliveira e Daniel Botelho. O filme, que teve como set único um condomínio em São Paulo, apresenta como trama principal o luto e a transformação causados a partir da morte inesperada de uma adolescente do conjunto residencial.
Em Sobre Girassóis, Virgínia, papel de Bella Piero, comemora seus 17 anos em uma festa na cobertura onde vive com os pais. O drama se desenrola em pequenas narrativas que jogam com pontos de vistas de amigos, da mãe de Virgínia, interpretada por Maria Luisa Mendonça, e da própria aniversariante. Toda a história se passa em um período de 24 horas que coloca em questão, para cada um dos personagens, as formas de se relacionar e as trocas de afetos de uma vida toda. Também fazem parte do elenco: Caco Ciocler, Marat Descartes, Flávia Garrafa, Debora Duboc, entre outros. Produzido pela Aurora Filmes, o longa tem previsão de estreia para 2021.
A ideia surgiu quando a diretora fazia o curta-metragem Algum Lugar no Recreio, em 2013, premiado no Festival Mix Brasil, que aborda as relações entre adolescentes no intervalo de um colégio. Para desenvolver o roteiro, Caroline conversou com diversos psicólogos, psiquiatras e psicanalistas para compreender melhor as relações dos jovens, seus sofrimentos e sintomas nos dias atuais: “Me proponho olhar para a classe média em que eu cresci, em que os jovens refletem seus pais: ora reproduzindo ações ora rebelando-se contra elas”. E completou: “Há muita humanidade no filme que evita maniqueísmos, se aprofunda na complexidade da relação pais e filhos e nas dificuldades das relações de amizade e afeto. A história se aprofunda nas vivências dos adolescentes em um microcosmo típico das grandes cidades brasileiras, que é o condomínio”.
O CINEVITOR visitou o set de Sobre Girassóis no último dia de filmagens, pouco antes do início da quarentena por conta da pandemia de Covid-19, e conversou com a diretora, que falou sobre a concepção do roteiro, bastidores, elenco e expectativa de lançamento, e também com a atriz Bella Piero, que falou sobre sua personagem.
Filmes brasileiros de todos os gêneros para todos os públicos.
Em dezembro do ano passado, foi identificado na cidade de Wuhan, na China, o primeiro caso de COVID-19, uma doença respiratória aguda causada pelo coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2). Depois disso, os casos se espalharam pelo mundo. Em fevereiro, a Itália sofreu um grande surto, principalmente no norte, perto de Milão.
No Brasil, o primeiro caso foi confirmado no dia 25 de fevereiro. Em março, a OMS, Organização Mundial da Saúde, definiu o surto da doença como pandemia. Com isso, diversas medidas foram tomadas para alertar e prevenir a população, como a quarentena. Em São Paulo, por exemplo, o governador do Estado, João Doria, decretou quarentena por quinze dias, a partir de 24/03, com possibilidade de ser prolongado ou reduzido.
Porém, antes mesmo dos decretos oficias de governantes, milhares de pessoas no país optaram pela quarentena para evitar o pior, já que o novo coronavírus é altamente contagioso. A regra, nesse momento, é clara: fique em casa, lave as mãos com água e sabão, passe álcool em gel e evite locais com aglomerações.
Essa pandemia trouxe muitas consequências na rotina das pessoas e afetou diversos setores, entre eles, o cinema. Por aqui, salas foram fechadas e estreias de filmes e festivais adiados. Na semana do dia 19/03, por exemplo, nenhum filme estreou nos cinemas brasileiros. O mesmo tem acontecido no mundo todo.
Para entreter nossos leitores, seguidores e espectadores cinéfilos nesta época de quarentena, resolvemos realizar dois programas especiais com dicas de filmes brasileiros disponíveis nas plataformas digitais, como Netflix, Telecine Play, NOW, entre outras. Para isso, convidamos a crítica de cinema Flavia Guerra, do site Tela Tela, para nos ajudar nessa missão.
Com um cardápio variado, com produções nacionais de todos os gêneros e para todos os públicos, as plataformas digitais ganharam um impulso, que deve se expandir ao longo da quarentena.
Além disso, também destacamos: títulos que foram disponibilizados por cineastas e produtores, como Allan Deberton, Aly Muritiba e Esmir Filho, com links abertos no YouTube e no Vimeo; um acervo diverso de filmes paraibanos disponíveis gratuitamente; e documentários realizados na oficina Documentando, de Pernambuco. E também: a seleção do É Tudo Verdade 2020 – Festival Internacional de Documentários (ver programação no site), que disponibilizará alguns filmes online depois de adiar sua 25ª edição, que aconteceria no final de março.
Na segunda parte, falamos sobre produções nacionais atuais, alguns clássicos e também de filmes premiados de diretores consagrados e promissores disponíveis no Telecine Play, Canal Brasil Play e NOW. Além disso, destacamos o site Porta Curtas, que conta com um acervo de mais de mil curtas-metragens.
Aperte o play e confira:
PARTE 1:
PARTE 2:
*FILMES, DIRETORES E PLATAFORMAS CITADAS | PARTE 1
Netflix: O Som ao Redor e Aquarius (Kleber Mendonça Filho); Como Nossos Pais (Laís Bodanzky); Califórnia (Marina Person); Democracia em Vertigem, Olmo e a Gaivota e Elena (Petra Costa); La Vingança (Fernando Fraiha); Colegas (Marcelo Galvão); Chatô – O Rei do Brasil (Guilherme Fontes); Na Quebrada (Fernando Grostein Andrade); Branco Sai, Preto Fica (Adirley Queirós); Mais Forte que o Mundo (Afonso Poyart); Mãe Só Há Uma (Anna Muylaert); Estou me Guardando Para Quando o Carnaval Chegar e Cinema, Aspirinas e Urubus (Marcelo Gomes); Operações Especiais (Tomás Portella); Temporada (André Novais Oliveira); O Homem do Futuro (Cláudio Torres); O Filme da Minha Vida (Selton Mello); Hoje Eu Quero Voltar Sozinho (Daniel Ribeiro); Todas as Razões para Esquecer (Pedro Coutinho); Elon Não Acredita na Morte (Ricardo Alves Jr.); Fala Comigo (Felipe Sholl); Ponte Aérea (Julia Rezende); O Último Cine Drive-in (Iberê Carvalho); A Estrada 47 (Vicente Ferraz); Histórias Que Nosso Cinema (Não) Contava (Fernanda Pessoa).
Spcine Play: José Mojica Marins, Tata Amaral, Laís Bodanzky, Lucia Murat; O Rei da Noite, Coração Iluminado e Carandiru (Hector Babenco); ABC da Greve (Leon Hirszman); A Dama do Cine Shanghai (Guilherme de Almeida Prado); A Hora da Estrela (Suzana Amaral).
Petra Belas Artes À La Carte: Domésticas (Nando Olival e Fernando Meirelles); O Rei da Noite e Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia (Hector Babenco).
Filme Filme: Central do Brasil (Walter Salles); Ferrugem (Aly Muritiba); Gabriel e a Montanha (Fellipe Barbosa); Morto Não Fala (Dennison Ramalho); Los Silencios (Beatriz Seigner); Aos Teus Olhos (Carolina Jabor); Divinas Divas (Leandra Leal); O Auto da Compadecida (Guel Arraes).
Telecine Play: Bacurau (Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles); Que Horas Ela Volta? (Anna Muylaert); Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo (Marcelo Gomes e Karim Aïnouz).
Canal Brasil Play (Curta na Tela): Recife Frio (Kleber Mendonça Filho); Grande Prêmio Canal Brasil de Curtas.
NOW: Joaquim (Marcelo Gomes)
LINKS/OUTROS: Doce de Coco e O Melhor Amigo (Allan Deberton); Pixote: A Lei do Mais Fraco (Hector Babenco); Para Minha Amada Morta (Aly Muritiba); Batguano (Tavinho Teixeira); Mubi (O Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho); Esmir Filho; Filmes Paraibanos; É Tudo Verdade; e Documentando.
*FILMES, DIRETORES E PLATAFORMAS CITADAS | PARTE 2
Telecine Play: Todas as Canções de Amor (Joana Mariani), Turma da Mônica – Laços (Daniel Rezende), De Pernas Pro Ar 3 (Julia Rezende), TOC – Transtornada Obsessiva Compulsiva (Paulinho Caruso e Teodoro Poppovic), Que Horas Ela Volta? (Anna Muylaert), Legalize Já – Amizade Nunca Morre (Johnny Araujo e Gustavo Bonafé), Cidade de Deus (Fernando Meirelles), Sangue Azul (Lírio Ferreira), Meu Pé de Laranja Lima (Marcos Bernstein) e Era Uma Vez Eu, Verônica (Marcelo Gomes).
Canal Brasil Play: Tatuagem (Hilton Lacerda), O Palhaço (Selton Mello), Ex-Pajé (Luiz Bolognesi), Casa Grande (Fellipe Barbosa), Pastor Cláudio (Beth Formaggini), Waiting for B. (Paulo Cesar Toledo e Abigail Spindel) e Jonas e o Circo Sem Lona (Paula Gomes).
NOW: Pitanga (Beto Brant e Camila Pitanga); Sócrates (Alexandre Moratto); Hebe: A Estrela do Brasil (Mauricio Farias); Bixa Travesty (Kiko Goifman e Claudia Priscilla); A Sombra do Pai e O Animal Cordial (Gabriela Amaral Almeida); Deslembro (Flavia Castro); Vidas Secas (Nelson Pereira dos Santos); O Pagador de Promessas (Anselmo Duarte); Auto de Resistência (Natasha Neri e Lula Carvalho); Flores Raras e Dona Flor e Seus Dois Maridos (Bruno Barreto); O Segredo de Davi (Diego Freitas); Benzinho (Gustavo Pizzi); Greta (Armando Praça); A História da Eternidade (Camilo Cavalcante); O Quatrilho (Fábio Barreto); Divino Amor (Gabriel Mascaro); Big Jato (Cláudio Assis); A Luta do Século (Sérgio Machado); O Roubo da Taça (Caito Ortiz); Alguma Coisa Assim (Esmir Filho e Mariana Bastos); Babilônia 2000 (Eduardo Coutinho); Bete Balanço (Lael Rodrigues); O Processo (Maria Augusta Ramos); Diários de Classe (Maria Carolina da Silva e Igor Souza); Jogo de Cena (Eduardo Coutinho); Arábia (Affonso Uchoa e João Dumans); Cinema Novo (Eryk Rocha); A Luneta do Tempo (Alceu Valença); Corpo Elétrico (Marcelo Caetano); As Boas Maneiras (Juliana Rojas e Marco Dutra); Tito e os Pássaros (André Catoto, Gabriel Bitar e Gustavo Steinberg); Bicho de Sete Cabeças (Laís Bodanzky); Madame Satã, Praia do Futuro e A Vida Invisível (Karim Aïnouz); Inferninho (Guto Parente e Pedro Diogenes); Mormaço (Marina Meliande); Bingo: O Rei das Manhãs (Daniel Rezende); Meu Nome é Daniel (Daniel Gonçalves); Rasga Coração (Jorge Furtado); O Silêncio do Céu (Marco Dutra); Baronesa (Juliana Antunes); e Amazônia Groove (Bruno Murtinho).
Dirigido por Sandra Kogut, de Mutum e Campo Grande, Três Verões teve estreia mundial no Festival de Toronto e foi exibido pela primeira vez no Brasil na 43ª edição da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Também passou pelo Festival do Rio e no Antalya Golden Orange Film Festival, na Turquia, onde garantiu à Regina Casé dois prêmios de melhor atriz por seu papel como Madá.
O longa, que chega aos cinemas no dia 19 de março, faz um retrato do Brasil contemporâneo e das consequências da Operação Lava Jato. Através do olhar de Madá, uma caseira em um condomínio de luxo à beira mar, acompanhamos o desmantelamento de uma família em função dos dramas políticos que abalaram o país. A trama se passa ao longo de três anos consecutivos (2015, 2016 e 2017), sempre na última semana do ano, entre o Natal e o Ano Novo, na luxuosa casa de veraneio da família. A personagem de Madá está entre dois mundos, ela é dona da casa sem ser: Madá manda nos empregados, mas é também submissa aos patrões.
O filme nasceu do desejo da diretora Sandra Kogut de falar sobre o que vem acontecendo no Brasil nestes últimos anos através de personagens que estão geralmente num canto do quadro. Além de Regina Casé, completam o elenco: Rogério Fróes, Otávio Müller, Gisele Fróes, Carla Ribas, Carol Pismel, Wilma Melo, Luciano Vidigal, Jéssica Ellen e Daniel Rangel.
Para falar mais sobre Três Verões, conversamos com a protagonista Regina Casé, que relembrou bastidores das filmagens, entrosamento com o elenco, personagens marcantes de sua carreira, como a Val, de Que Horas Ela Volta?, e Lurdes, da novela Amor de Mãe, entre outros assuntos.
Vencedor dos prêmios de melhor filme e melhor roteiro na última edição do Festival do Rio, Fim de Festa chega aos cinemas no dia 5 de março. Com direção e roteiro do cineasta pernambucano Hilton Lacerda, de Tatuagem, o filme é o segundo longa do diretor, que se inspirou num caso real para apresentar as mudanças que ocorrem no Brasil de hoje. Clique aqui e leia a crítica.
Irandhir Santos é o protagonista do drama em que vive um investigador de polícia encarregado de desvendar o assassinato de uma turista francesa durante o carnaval de Recife. O exibidor e distribuidor Jean-Thomas Bernardini, da Imovision, faz uma participação especial no longa de Hilton, autor várias vezes premiado como roteirista de mais de 20 títulos, entre eles, Corpo Elétrico, Big Jato, Febre do Rato, Baixio das Bestas, Amarelo Manga, entre outros.
Na trama, o carnaval chegou ao fim. Uma jovem francesa foi brutalmente assassinada na cidade do Recife, em Pernambuco. O policial Breno volta antecipadamente de suas férias para investigar o crime, surpreendendo seu filho com três amigos hospedados em sua casa. Enquanto procura por pistas, a cidade desenterra traumas do passado de Breno e revela um estranho universo de lugares e memórias.
Com fotografia de Ivo Lopes Araújo e trilha sonora de DJ Dolores, o longa conta também com Suzy Lopes, Gustavo Patriota, Arthur Canavarro, Geyson Luiz, Nash Laila, Amanda Beça, Safira Moreira, Leandro Vila, Ariclenes Barroso e uma participação especial de Hermila Guedes no elenco.
Para falar mais sobre o filme, fizemos dois programas especiais. Na primeira parte você confere um bate-papo com o protagonista Irandhir Santos, que, além de falar sobre o longa, também relembrou alguns sucessos de sua carreira. No segundo programa, conversamos com o diretor e com a atriz Suzy Lopes.
Aperte o play e confira:
PARTE 1:
Entrevista com Irandhir Santos
PARTE 2:
Entrevistas com Hilton Lacerda e Suzy Lopes
Bruna Marquezine em Gramado: estreia como protagonista nas telonas.
Com estreia prevista para o dia 5 de março, Vou Nadar Até Você, primeiro longa-metragem de Klaus Mitteldorf, foi exibido na 47ª edição do Festival de Cinema de Gramado, em agosto do ano passado, na Mostra Competitiva de Longas Brasileiros.
O filme conta a história de Ophelia, interpretada por Bruna Marquezine, uma jovem fotógrafa que decide ir, a nado, em busca do pai que nunca conheceu. Ela acredita ter descoberto quem é seu pai e, determinada, sai de Santos, a nado, rumo a Ubatuba, onde espera encontrá-lo. Antes de partir, envia-lhe uma carta avisando que está a caminho.
Com cenas filmadas na Alemanha e no litoral paulista, ao longo da estrada Rio-Santos, o longa conta também com o ator alemão Peter Ketnath, Ondina Clais, Fernando Alves Pinto, Fabio Audi e Clara Gallo no elenco.
Para falar mais sobre o filme, entrevistamos Bruna Marquezine durante o festival, que falou sobre sua experiência como protagonista nas telonas, preparação da personagem, tapete vermelho em Gramado e também contou histórias divertidas de bastidores.
Exibido no Festival de Roterdã, Açúcar, escrito e dirigido por Renata Pinheiro e Sergio Oliveira, mostra uma visão contemporânea das relações coronelistas dos antigos engenhos de cana-de-açúcar. O longa acompanha a volta de Bethânia, interpretada por Maeve Jinkings, uma mulher madura, miscigenada, criada em uma família branca, à fazenda da Zona da Mata onde nasceu.
Bethânia carrega em si a formação crucial do povo brasileiro e se perde em um dilema onde nem o preto nem o branco se encaixam nela. Enquanto tenta se reconectar com o local, enfrenta os antigos empregados, agora donos de parte da terra. A narrativa de Açúcar flerta com elementos de realismo fantástico e adentra na dicotomia senhor de engenho versus escravos (branco versus negro, alta cultura versus cultura popular, realidade versus imaginação) presente em todo o filme, tanto psicologicamente quanto geograficamente, refletindo uma divisão social secular na qual o país ainda está preso.
O filme é ambientado num universo de realismo fantástico, que cruza a história pessoal de Bethânia com a formação da identidade de um país que é, ao mesmo tempo, moderno e arcaico, contemporâneo e ancestral, branco e muito, muito mais negro.
Essa é a segunda vez que Renata Pinheiro e Sergio Oliveira trabalham com a atriz Maeve Jinkings. A primeira foi no longa Amor, Plástico e Barulho, dirigido por Renata e produzido por Sergio. No elenco estão ainda Dandara de Morais, Magali Biff e Zé Maria.
Para falar mais sobre o filme, fizemos dois programas especiais. Na primeira parte você confere um bate-papo com a protagonista Maeve Jinkings, que além de falar sobre Açúcar, relembrou outros trabalhos marcantes de sua carreira, destacou o cinema nordestino e refletiu sobre a atual situação política cultural do país. No segundo programa, uma conversa com os diretores Sergio Oliveira e Renata Pinheiro.
Aperte o play e confira:
PARTE 1:
Entrevista com Maeve Jinkings
PARTE 2:
Entrevista com Sergio Oliveira e Renata Pinheiro
A atriz esteve em Tiradentes para a exibição de seu novo filme.
Considerada uma das maiores atrizes brasileiras, Léa Garcia começou sua carreira na década de 1950 no Teatro Experimental do Negro, fundado por Abdias do Nascimento, um dos maiores expoentes da cultura negra no Brasil.
Dos palcos, ganhou destaque nas telonas ao interpretar Serafina em Orfeu Negro, do cineasta francês Marcel Camus, uma coprodução entre Brasil, França e Itália. O longa foi premiado com a Palma de Ouro no Festival de Cannes e levou o Globo de Ouro e o Oscar de melhor filme estrangeiro.
Sua estreia na TV aconteceu no Grande Teatro, da TV Tupi, na década de 1950. Depois, atuou na novela Acorrentados, exibida na a TV Rio. Estreou na Rede Globo em 1970, na novela Assim na Terra como no Céu, de Dias Gomes. Na emissora carioca, participou de diversas produções, como: Minha Doce Namorada, O Homem que Deve Morrer, Selva de Pedra, Os Ossos do Barão, Fogo Sobre Terra, A Moreninha, Araponga, A Viagem, Anjo Mau, Suave Veneno, O Clone, Sol Nascente, entre outras. A atriz também passou pela TV Manchete, em Xica da Silva e Tocaia Grande, e outras emissoras.
A novela Escrava Isaura, exibida em 1976 na Rede Globo, foi um fenômeno de audiência no Brasil e no exterior e é considerado um dos trabalhos mais marcantes na carreira de Léa Garcia, que interpretava a vilã Rosa.
No cinema, a atriz também ganhou reconhecimento: foi premiada no Festival de Gramado pelo longa As Filhas do Vento e pelo curta Acalanto, que também lhe rendeu prêmios no Brazilian Film Festival of Toronto e no Festival de Cuiabá; com Memórias da Chibata foi consagrada na Jornada Internacional de Cinema da Bahia; no Festival de Natal levou o prêmio de melhor atriz por Dias Amargos. Além disso, atuou em Ganga Zumba, Ladrões de Cinema, A Deusa Negra, Quilombo, Viva Sapato!, Mulheres do Brasil, O Maior Amor do Mundo, Billi Pig, Sudoeste, Boca de Ouro, entre outros.
Recentemente, a atriz passou pela 23ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes para apresentar o longa Um Dia com Jerusa, de Viviane Ferreira, exibido no Cine-Tenda na mostra A imaginação como potência. O filme conta o encontro da sensitiva Silvia, uma jovem pesquisadora de mercado que enfrenta as agruras do subemprego enquanto aguarda o resultado de um concurso público, e da graciosa Jerusa, uma senhora de 77 anos, testemunha ocular do cotidiano vivido no bairro do Bixiga, recheado de memórias ancestrais. No dia do aniversário de Jerusa, enquanto espera sua família para comemorar, o encontro entre suas memórias e a mediunidade de Silvia lhes proporciona transitar por tempos e realidades comuns às suas ancestralidades.
No dia seguinte à emocionante exibição, conversamos com a atriz sobre o longa, cinema brasileiro, mulheres negras no audiovisual e carreira.
Trio de sucesso na música: novas aventuras nas telonas!
Giulia Nassa, Laura Castro e Bia Torres são integrantes da BFF Girls, girl band de maior sucesso, e também protagonizam O Melhor Verão das Nossas Vidas, longa dirigido por Adolpho Knauth, que chega aos cinemas nesta quinta-feira, 23/01.
Na história, Bia, Giulia e Laura conseguem uma grande chance de participar do Festival do Sol, um evento de música muito famoso no Guarujá. Só que os planos das três amigas vão por água abaixo quando elas descobrem que ficaram de recuperação na escola. Assim, terão uma missão arriscadíssima pela frente: ir ao festival sem que seus pais fiquem sabendo.
As três atrizes e cantoras participaram do The Voice Kids e formaram a banda, que é um fenômeno nacional. A aventura também traz no elenco as estrelas Giovanna Chaves, Bela Fernandes, Enrico Lima e Murilo Bispo. Além de participações especiais de Márvio Lucio, o Carioca; Maurício Meirelles; Giselle De Prattes; Rafael Zulu; entre outros.
Para falar mais sobre o filme, fizemos dois programas especiais com entrevistas com o elenco. Aperte o play e confira:
PARTE 1:
Entrevista com Giulia Nassa, Laura Castro e Bia Torres
PARTE 2:
Entrevista com Bela Fernandes e Murilo Bispo
Começaram, em São Paulo, as filmagens do novo longa de Cristiano Burlan: A Mãe. Na história, Maria, interpretada por Marcélia Cartaxo, é uma migrante nordestina que vive na periferia de São Paulo e trabalha como camelô no centro da cidade. Após um dia exaustivo, ela volta para casa e não encontra seu filho Valdo. Depois de procurar na vizinhança e na polícia, onde não obtém nenhuma resposta, ela procura o traficante local, que diz que o filho foi assassinado pela polícia. Incrédula, Maria inicia uma busca incessante para descobrir o paradeiro do filho.
O longa dá continuidade ao trabalho desenvolvido por Burlan, através de documentários e ficções, para trazer humanidade para essas populações periféricas: “Meu irmão foi assassinado pela polícia em 2001. Dois anos depois, fiz o documentário Mataram Meu Irmão. Em 2012, minha mãe foi morta pelo namorado e em 2017 fiz Elegia de um Crime. Minha história não é uma exceção. A impunidade, o preconceito, a desigualdade, a mídia e os governos transformam essas vidas em números. Mas por trás das estatísticas existem irmãos, amigos, mães e filhos”, disse o diretor.
A Mãe é um longa metragem de ficção sobre o desespero de uma mãe que fará de tudo para recuperar o filho desaparecido. Estrelado por Marcélia Cartaxo, vencedora do Urso de Prata de melhor atriz no Festival de Berlim, por A Hora da Estrela, de Suzana Amaral, e recentemente premiada no Festival de Gramado por Pacarrete, de Allan Deberton, o filme é um mergulho intimista na vida e no luto de uma mulher que ao ver a vida de seu filho abreviada, precisa enfrentar a burocracia opressora das grandes metrópoles para poder vê-lo uma última vez.
Produzido pela Bela Filmes, o longa conta também com Helena Ignez, Henrique Zanoni, Ana Carolina Marinho, Kiko Marques, Hélio Cícero, Mawusi Tulani, Che Moais, Tuna Dwek, Dustin Farias, Carlos Meceni, entre outros, no elenco. Além de locações no centro de São Paulo, boa parte do filme será rodado no Jardim Romano. Localizado no extremo leste da cidade de São Paulo, o bairro possui uma efervescente vida cultural, especialmente com o Grupo de Teatro Estopô Balaio.
Para falar mais sobre A Mãe, visitamos o set de filmagem no Viaduto Santa Ifigênia, no centro de São Paulo, e conversamos com a protagonista e com o diretor.
Marcos Palmeira e Malu Mader no tapete vermelho do Festival do Rio.
O longa-metragem Boca de Ouro, adaptação da peça teatral de Nelson Rodrigues, escrita em 1959, e dirigido por Daniel Filho, foi exibido na mostra Première Brasil, fora de competição, no Festival do Rio 2019, no sábado, 14/12, no Cine Odeon.
Com roteiro de Euclydes Marinho, de A Vida como Ela É…, o filme conta a história de um temido e respeitado bicheiro, figura quase mitológica no bairro de Madureira, no Rio de Janeiro, durante os anos 1950. Sua ambição, amores e pecados despertam a curiosidade do jornalista Caveirinha, que procura uma ex-amante do contraventor para colher material para uma reportagem sobre a sua vida.
Recentemente, Boca de Ourorecebeu uma Menção Especial no 52º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro e foi premiado no LABRFF, Los Angeles Brazilian Film Festival, na categoria de melhor trilha sonora. O elenco conta com Marcos Palmeira, Malu Mader, Lorena Comparato, Thiago Rodrigues, Silvio Guindane, Fernanda Vasconcellos, Anselmo Vasconcelos, Guilherme Fontes, entre outros.
Clássico do teatro brasileiro, Boca de Ouro estreou nos palcos em outubro de 1960, no Teatro Federação, mais tarde Teatro Cacilda Becker, com direção e atuação de Ziembinski no papel-título. A primeira filmagem ocorreu em 1963, com direção de Nelson Pereira dos Santos e, no elenco, Jece Valadão, Odete Lara e Daniel Filho.
Para falar mais sobre essa nova versão, entrevistamos as atrizes Malu Mader e Fernanda Vasconcellos e o protagonista Marcos Palmeira.
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*O CINEVITOR esteve no Rio de Janeiro e você acompanha a cobertura do festival por aqui, pelo canal no YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.
Muitos filmes, muitas histórias: cinema brasileiro.
Na terça-feira, 03/12, fomos surpreendidos com a notícia de que a Ancine, Agência Nacional do Cinema, retirou das paredes de sua sede, no Rio de Janeiro, todos os cartazes de filmes brasileiros que estavam lá desde 2002 e faziam parte da decoração dos prédios. Também foi informado que uma TV que ficava na recepção e exibia trailers de produções nacionais foi desligada e todos os dados, como ficha técnica e pôster dos filmes, foram retirados do site da Ancine.
Não é de hoje que a cultura brasileira é atacada, porém, neste ano, diversos acontecimentos têm prejudicado ainda mais o andamento de projetos, editais, festivais e outras atividades ligadas ao audiovisual.
Entre corredores e paredes vazias e tantos outros absurdos, mais uma lamentável notícia envolvendo o cinema nacional circulou nesta semana: A Vida Invisível, de Karim Aïnouz, escolhido para representar o Brasil na disputa pelo Oscar de melhor filme internacional, seria exibido como parte do processo de capacitação dos servidores da Ancine, atividade que acontece mensalmente na qual funcionários assistem e debatem um longa. Porém, o evento foi cancelado com a desculpa de que o projetor estava quebrado, fato esse que foi negado pelo responsável pela manutenção.
Em um ano tão positivo para o cinema brasileiro, com longas e curtas prestigiados por aqui e ao redor do mundo, é inadmissível compactuar com ideais tão retrógradas, que remetem à censura e a um descaso com diversos profissionais que se dedicam à arte.
Vale lembrar que o setor audiovisual brasileiro injeta mais de 25 bilhões de reais por ano na economia, maior que o turismo, por exemplo. Gera mais de 300 mil empregos e exporta talento, criatividade e trabalho. Além disso, nos últimos anos, nosso cinema tem ganhado muito destaque nos festivais mais importantes ao redor do mundo. Nossas histórias (todos os tipos de histórias, que devem e podem ser contadas) e nossa cultura são retratadas nas telonas em diversos gêneros, em grandes, pequenas e independentes produções.
Nossa identidade ganha vida nas telonas, nos orgulha e movimenta a economia há anos. Isso causa um impacto social, cultural e econômico necessário e importante. O audiovisual brasileiro é uma indústria vibrante e criativa. Emociona, diverte, reflete, encanta e gera valor para o país. Cinema é arte. Cinema é cultura.
Mesmo em tempos tão sombrios, nossa história não será apagada, nossa cultura continuará retratada nas telonas e exportada para todos os cantos. Por isso, para celebrar a arte e a liberdade de expressão, fizemos um programa especial, direto da 14ª edição do Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro, e perguntamos para alguns convidados: qual pôster de um filme brasileiro marcou sua vida?
Participaram da nossa enquete: a atriz Débora Nascimento; o escritor Fernando Morais; a cineasta Maria Augusta Nunes; os produtores Marcos Tellechea e Paula Linhares; as atrizes Zezita Matos e Suzy Lopes; o cineasta Kennel Rógis; os atores Flavio Bauraqui e Bukassa Kabengele; o documentarista Vladimir Carvalho; e a ativista Indianare Siqueira.
Aperte o play e confira:
*O CINEVITOR esteve em João Pessoa e você acompanha a cobertura do festival por aqui, pelo canal no YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.
A resistência de uma cantora e trompetista é testada no novo filme do diretor Gustavo Galvão. Rodado em Brasília e em Berlim, o drama Ainda Temos a Imensidão da Noite narra a saga de Karen, interpretada por Ayla Gresta, que vê o esfacelamento de sua banda de rock e de suas relações numa realidade cada dia mais desoladora. Aos 27 anos, ela deixa Brasília para dar vazão à paixão pela música.
Na trama, o relacionamento dos membros da banda de Karen aos poucos se despedaça por culpa da perspectiva quase nula de sobreviver na cena alternativa brasiliense. Os músicos do grupo cedem a empregos na máquina burocrática da cidade. Porém, após Artur, o guitarrista, ir embora para Berlim, a protagonista tenta seguir os passos dele para buscar uma maneira de subsistir sem precisar se entregar a um trabalho que a mate por dentro.
Gustavo Galvão, de Uma Dose Violenta de Qualquer Coisa e Nove Crônicas para um Coração aos Berros, promove as locações e o som à condição de personagens. Os protagonistas são músicos de verdade e formam uma banda montada especialmente para o filme, chamada Animal Interior. O quarteto liderado por Ayla Gresta criou a trilha do longa em parceria com outros dois compositores e as músicas tiveram a produção do guitarrista norte-americano Lee Ranaldo, um dos fundadores da icônica banda de indie rock Sonic Youth.
O diretor assina o roteiro ao lado da alemã Barbie Heusinger e da gaúcha Cristiane Oliveira, do premiado longa Mulher do Pai. A equipe técnica conta com o designer de produção alemão Tamo Kunz, que trabalhou com Fatih Akin em filmes renomados como Em Pedaços, Contra a Parede e, mais recentemente, O Bar Luva Dourada, e a consagrada produtora Sara Silveira, de As Boas Maneiras e Cinema, Aspirinas e Urubus.
Para falar mais sobre o filme, que já está em cartaz nos cinemas, conversamos com o diretor e com os atores Gustavo Halfeld e Ayla Gresta.