Foram anunciados neste domingo, 17/09, os vencedores da 48ª edição do Festival Internacional de Cinema de Toronto. Conhecido como um termômetro para o Oscar, o evento, um dos mais importantes do mundo, entrega o prêmio de melhor filme para o longa mais votado pelo público. Neste ano, a comédia dramática American Fiction, de Cord Jefferson, se consagrou como a grande campeã.
O filme, protagonizado por Jeffrey Wright e baseado no livro Erasure, de Percival Everett, conta a história de um escritor que fica irritado porque sua última publicação não deu certo com as editoras, enquanto um outro livro chega à lista dos mais vendidos. A trama é uma sátira perversa sobre a mercantilização de vozes marginalizadas da literatura afro-americana e narra um retrato de um artista forçado a reexaminar sua integridade.
Apresentado pela Shawn Mendes Foundation, o Prêmio Changemaker é concedido a um cineasta emergente cujo filme aborda questões de mudança social; o vencedor é escolhido por um grupo de jovens cinéfilos. Enquanto isso, a Canada Goose abraça a diversidade em todas as suas formas e definições, incluindo técnica e paixão que transporta a narrativa para a tela, e apresenta o Prêmio Amplify Voices aos três melhores filmes de cineastas sub-representados.
Neste ano, nomes importantes foram homenageados com o TIFF Tribute Award no Festival de Toronto, entre eles, a cineasta brasileira Carolina Markowicz, que recebeu o TIFF Emerging Talent Award e apresentou Pedágio na programação, seu novo longa-metragem. Pedro Almodóvar, Spike Lee, Vicky Krieps, Colman Domingo, Patricia Arquette, Łukasz Żal e Shawn Levy também foram honrados.
Entre os filmes desta edição, o cinema brasileiro marcou presença com alguns títulos, entre eles: Retratos Fantasmas, de Kleber Mendonça Filho, na mostra Wavelengths; e o curta-metragem Pássaro Memória, de Leonardo Martinelli, na mostra Short Cuts. Além disso, o Brasil se destacou também com Los Delincuentes, de Rodrigo Moreno, uma coprodução entre Argentina, Brasil, Luxemburgo e Chile; a equipe traz a brasileira Julia Alves, da Sancho & Punta, na produção.
Vale destacar também a presença da cineasta brasileira Ivete Lucas, radicada nos Estados Unidos, que exibiu The Passing, uma produção americana e codirigida por Patrick Bresnan; e La chimera, dirigido pela italiana Alice Rohrwacher, que conta com a atriz brasileira Carol Duarte, de A Vida Invisível.
Em comunicado oficial, Cameron Bailey, CEO do TIFF, disse: “Somos gratos a todos os membros do público, artistas, profissionais da indústria e apoiadores que enfeitaram os cinemas, tapetes vermelhos, espaços de reunião e ruas de Toronto. Ao reconhecermos hoje os vencedores dos prêmios, agradecemos a todos que contribuíram para este presente glorioso e coletivo”. Além da premiação, o encerramento contou com a exibição de Sly, de Thom Zimny, documentário sobre Sylvester Stallone.
Anita Lee, diretora de programação do TIFF, também discursou: “Desde os veteranos mais reverenciados até as novas vozes, o festival deste ano recebeu a diversidade de cineastas pelos quais Toronto é conhecida. E os cinéfilos de Toronto compareceram em grande número para fazer parte da celebração. Somos gratos aos nossos jurados de cinema por suas contribuições inestimáveis, por defenderem talentos emergentes e por enriquecerem a comunidade cinematográfica com sua experiência e paixão”.
Confira a lista completa com os vencedores do Festival de Toronto 2023:
MELHOR FILME | People’s Choice Award American Fiction, de Cord Jefferson (EUA) 2º lugar: The Holdovers, de Alexander Payne (EUA) 3º lugar: The Boy and the Heron (Kimitachi wa dô ikiru ka), de Hayao Miyazaki (Japão)
MELHOR DOCUMENTÁRIO | People’s Choice Documentary Award Mr. Dressup: The Magic of Make-Believe, de Robert McCallum (Canadá) 2º lugar: Summer Qamp, de Jen Markowitz (Canadá) 3º lugar: Mountain Queen: The Summits of Lhakpa Sherpa, de Lucy Walker (EUA)
PRÊMIO MOSTRA MIDNIGHT MADNESS | People’s Choice Award Dicks: The Musical, de Larry Charles (EUA) 2º lugar: Kill, de Nikhil Nagesh Bhat (Índia) 3º lugar: Hell of a Summer, de Finn Wolfhard e Billy Bryk (EUA/Canadá)
PRÊMIO MOSTRA PLATFORM Júri: Barry Jenkins, Nadine Labaki e Anthony Shim Melhor Filme: Dear Jassi, de Tarsem Singh Dhandwar (Índia)
PRÊMIO CHANGEMAKER | Shawn Mendes Foundation We Grown Now, de Minhal Baig (EUA)
PRÊMIO AMPLIFY VOICES Júri BIPOC: V.T. Nayani, Nisha Pahuja e Ricardo Acosta Melhor Filme Canadense: Kanaval, de Henri Pardo Melhor Filme Canadense de Estreia: Tautuktavuk (What We See), de Carol Kunnuk e Lucy Tulugarjuk Amplify Voices Trailblazer Award: Damon D’Oliveira (produtor canadense)
FILMES CANADENSES Melhor Filme: Solo, de Sophie Dupuis Menção Honrosa: Kanaval, de Henri Pardo
CURTA-METRAGEM | COMPETIÇÃO Júri: Aisha Jamal, Araya Mengesha e Shasha Nakhai Melhor Filme: Electra, de Daria Kashcheeva (República Checa/França/Eslováquia) Melhor Filme Canadense: Motherland, de Jasmin Mozaffari Share Her Journey Award: Shé (Snake), de Renee Zhan (Reino Unido) Menção Honrosa: Gaby’s Hills, de Zoé Pelchat (Canadá)
PRÊMIO FIPRESCI Júri: Cem Altinsaray, Elijah Baron, Jindřiška Bláhová, Diego Faraone e Jenni Zylka Seagrass, de Meredith Hama-Brown (Canadá)
PRÊMIO NETPAC Júri: Sung Moon, Haolun Shu e Lalita Krishna A Match (Sthal), de Jayant Digambar Somalkar (Índia)
*Clique aqui e confira a lista com as justificativas dos júris.
Mel Rosário no longa capixaba Toda Noite Estarei Lá
A 17ª edição da CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte, que acontecerá entre os dias 26 de setembro e 1º de outubro contará com 93 filmes nacionais e internacionais (39 longas, 51 curtas e 3 médias), de 13 países e 12 estados brasileiros.
Os títulos serão exibidos em 56 sessões em oito espaços da cidade mineira, que se torna a capital mundial do audiovisual com sessões de pré-estreias, mostra homenagem, sessões infantis e escolares e dois recortes dedicados à produção latino-americana; inclusive inaugurando em 2023 a primeira edição de uma mostra competitiva internacional, a Mostra Território.
A sessão de abertura da 17ª CineBH será na noite de 26 de setembro, no Hipercentro de Belo Horizonte, com Zé, ficção inspirada na vida do militante de esquerda José Carlos da Mata Machado, morto pela ditadura militar em 1973. O filme integra a Mostra Homenagem desta edição, sendo dirigido por Rafael Conde, cineasta mineiro que receberá o reconhecimento pela sua trajetória, junto à outra homenageada desta edição, a diretora e atriz Yara de Novaes.
Inaugurando o recorte competitivo na CineBH, a Mostra Território contará com 8 longas-metragens de 7 países latinos, a serem avaliados por um júri oficial formado pelo cineasta André Novais Oliveira, pela pesquisadora e curadora Carla Italiano, pela jornalista e pesquisadora Mariana Queen Nwabasili, pelo professor e crítico Roberto Cotta e pela produtora Sara Silveira: “São filmes avessos a estereótipos de latinidades genéricas e expressivos das múltiplas possibilidades de se atentar a um território concreto, local antes de nacional, e não deixar as pressões pelas justas representações asfixiar as autoralidades”, destaca Cléber Eduardo, coordenador curatorial. Além de Cléber, participaram da seleção Leonardo Amaral e Ester Fér.
Cléber aponta que nenhum dos títulos na Mostra Território é necessariamente representativo dos cinemas feitos em seus países, e sim propostas alternativas ao que se supõe serem elementos típicos destes cinemas nacionais. Em diálogo coerente com a CineBH, parte dos selecionados é fruto de coproduções com outros países: “A visibilidade a esses filmes é nossa contribuição no desejo e dever de compartilhar aquilo que vislumbramos com empolgação”. Os títulos da Mostra Território são:
A La Sombra de la Luz, de Isabel Reyes e Ignacia Merino (Chile) Diogenes, de Leonardo Barbuy (Peru) Guapo’y, de Sofia Paoli Thorne (Paraguai/Catar) Llamadas desde Moscu, de Luis Alejandro Yero (Cuba) Moto, de Gastón Sahajdacny (Argentina) Otro Sol, de Francisco Rodriguez Teare (Chile/França/Bélgica) Puentes en el Mar, de Patricia Ayala Ruiz (Colômbia) Toda Noite Estarei Lá, de Tati Franklin e Suellen Vasconcelos (Brasil)
Mais um recorte de filmes latinos na CineBH, a Mostra Continente, com curadoria de Cléber Eduardo, Ester Fér, Leonardo Amaral e Marcelo Miranda, reúne um total de 14 longas selecionados, reunidos sob o título da temática desta edição, Territórios da Latinidade. Em medidas variáveis, todos tratam espaços, ambientes e territórios nos quais vivem e se movem pessoas de diferentes gêneros, identidades, ocupações, experiências e faixas etárias, tanto das cidades como dos campos, com essas figuras centrais ocupando posição central e mobilizadora em cada obra.
“É um time de autorias e um elenco de filmes no mínimo instigante e no máximo fundamental para se vislumbrar uma variedade de potências e de possibilidades cinematográficas no cinema da América Latina. Há uma força coletiva calcada no pertencimento a um tempo e a um lugar, apesar da coprodução como modo de viabilização de uns tantos”, destaca a curadora Ester Fér. O conjunto reúne filmes que transitam por questões mais declaradamente políticas e por enfoques mais subjetivos, sem necessariamente abrir mão das relações com o momento histórico-social. São eles:
A Longa Viagem do Ônibus Amarelo, de Julio Bressane e Rodrigo Lima (Brasil) (será exibido no segmento chamado Cinema de Fôlego, por conta de suas 7h10 de duração) Amanhã, de Marcos Pimentel (Brasil) Anhell69, de Theo Montoya (Colômbia) El Grossor del Polvo, de Jonathan Hernández (México) El Reino de Dios, de Claudia Sainte-Luce (México) Las Preñadas, de Pedro Wallace (Argentina/Brasil) Nada Sobre meu Pai, de Susanna Lira (Brasil) O Estranho, de Flora Dias e Juruna Mallon (Brasil) Propriedade, de Daniel Bandeira (Brasil) Rejeito, de Pedro de Filippis (Brasil) Sean Eternxs, de Raúl Perrone (Argentina) Tan Inmunda, de Wince Oyarce (Chile) Utopia, de Laura Gómez Hinchapié (Colômbia) Vieja Viejo, de Ignacio Pavez (Chile)
Malu Galli no longa pernambucano Propriedade, de Daniel Bandeira
Em 2023, a CineBH relembra as trajetórias de dois artistas mineiros: o diretor e roteirista Rafael Conde e a atriz, dramaturga e diretora Yara de Novaes. Vários filmes com participações de ambos estão na programação, incluindo alguns que contaram com o trabalho dos dois. Dirigidos por Conde, o longa Samba Canção (2002) tem Yara como atriz; os curtas A Hora Vagabunda (1998) e Françoise (2001) contam com Yara como assistente de direção e o longa Fronteira (2008) tem ela como atriz e diretora de elenco.
Outros trabalhos de Conde na mostra são os curtas Rua da Amargura (2003), A Chuva nos Telhados Antigos (2006), além de Zé (2023) na sessão de abertura. De Yara, o público poderá conferir sua faceta de atriz também na comédia Depois a Louca Sou Eu (2021), de Julia Rezende.
A mostra Diálogos Históricos, que anualmente exibe filmes conectados sob alguns determinados aspectos e acompanhados de comentários de críticos ou pesquisadores especialistas nos temas e formas em cena, celebra este ano a memória e o talento do dramaturgo José Celso Martinez Corrêa (1937-2023). Os títulos, selecionados por Cléber Eduardo e Marcelo Miranda, são: Prata Palomares, de André Faria (1970), no qual Zé Celso foi roteirista; O Rei da Vela (1982), único filme em que ele assina direção, em parceria com Noilton Nunes; e Fedro, de Marcelo Sebá (2021), no qual surge de corpo, alma e voz com o ex-pupilo Reynaldo Gianecchini num longo e intenso papo íntimo sobre arte, sexo, vida e política.
Já na mostra Brasil CineMundi, a seleção, feita pelo crítico Pedro Butcher, reúne filmes brasileiros que tiveram projetos apresentados no programa em edições anteriores do evento. Este ano serão mostrados: Mato Seco em Chamas, de Joana Pimenta e Adirley Queirós; Paterno, de Marcelo Lordello; e Tia Virgínia, de Fabio Meira, recentemente premiado com cinco troféus no Festival de Gramado, incluindo melhor atriz para Vera Holtz.
Em filmes de apelo popular e em conexão com a cidade para um diálogo imediato com o público, os títulos da Mostra Praça em 2023 são documentários apresentando histórias reais e instigantes para o público presente no cinema instalado na Praça da Liberdade, um dos principais cartões postais da capital mineira. Dois títulos tratam de figuras importantes no cenário cultural brasileiro. Andança: Os Encontros e as Memórias de Beth Carvalho, de Pedro Bronz, debruça sobre robusto material de arquivo da artista para traçar um recorte único, íntimo da carreira e da vida dessa singular figura da cultura nacional. Por sua vez, Lô Borges – Toda Essa Água, de Rodrigo de Oliveira, repassa a trajetória de brilhos, medos e sonhos deste celebre compositor mineiro.
Giovanni Venturini no curta Big Bang, de Carlos Segundo
Uma dupla de curtas-metragens da mostra A Cidade em Movimento, ambos tratando e visibilizando figuras e ambiências mineiras que se aprofundam nas próprias origens de um conceito de nação brasileira, Senhores de Aruanda: Umbanda e Resistência, de Caio Barroso, e Folia dos Anjos, de Kdu dos Anjos; e o documentário mineiro Gerais da Pedra, do trio Paulo Junior, Gabriel Oliveira e Diego Zanotti, completam a seleção do Cine Praça.
Com curadoria de Paula Kimo, a mostra A Cidade em Movimento este ano tem o tema Olhar o Horizonte com filmes que apresentam formas de mundos imaginados, com frescor de novidade, a partir da ideia de que a linha de um horizonte como o que se tem na capital mineira e região denota distintas paisagens numa região cercada por montanhas e interrompida por grandes edifícios, o que revela os conflitos e as camadas históricas e sociais que habitam uma metrópole clamando por visibilidade. Ao todo são 16 filmes realizados em Belo Horizonte e região metropolitana, com pouco ou nenhum recurso financeiro, em cinco sessões na sala, sempre seguidas de rodas de conversa com convidados especiais sobre os assuntos dos filmes em questão.
Sob curadoria de Tatiana Carvalho Costa e Marcelo Miranda, a seleção de curtas-metragens da 17ª edição da CineBH apresenta um cenário estimulante de novas descobertas e constantes surpresas. Se a seleção não necessariamente se pautou pela temática dos Território(s) da Latinidade, ela acabou por se relacionar diretamente a isso e aos caminhos gerais por justamente estar em contato com outras obras, imaginários e estímulos do continente, afinal, a América Latina também somos nós.
O conjunto de realizadores reunidos nas sessões em 2023 articulam experiências fílmicas da espacialidade urbana e de paisagens interiores de um país plural, abordam questões sociais urgentes e promovem mergulhos profundos em subjetividades diversas. Para ecoar a temática geral da CineBH deste ano, a territorialidade desses filmes é tanto geográfica, por estar fincada na língua, na vivência e nos espaços brasileiros; e também é afetiva, por remeter a processos internos de personagens, situações e registros que fazem parte de mapas interiores únicos. Os filmes são:
Até a Luz Voltar, de Alana Ferreira (GO) Big Bang, de Carlos Segundo (MG/RN) Casa Segura, de Allan Ribeiro (RJ) Deixa, de Mariana Jaspe (RJ) Febre, de Marcio Abreu (MG) Lombrado, de Italo Almeida (MG) Mecanismo, de Isaac Morais, Gabriel Lima e Maria Beatriz (CE) Minha Vó Viajou pra Fora, de João Pedro Diniz (MG) Não Há Coincidências Ocupando Esta Carne, de Júlia Elisa (MG) Nossos Passos Seguirão os Seus, de Uilton Oliveira (RJ) Remendo, de Roger Ghil (ES) Sala de Espera, de Paula Santos (MG) Temos Muito Tempo para Envelhecer, de Bruna Schelb Corrêa (MG) Thuë pihi kuuwi: Uma Mulher Pensando, de Aida Harikariyoma Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami e Roseane Yanomami (RR)
Duas sessões para toda a família compõem a Mostrinha de Cinema, este ano com longas-metragens de animação realizados em Minas Gerais. Placa Mãe, de Igor Bastos, foi produzido em Divinópolis e é o primeiro trabalho do gênero feito no interior do estado. Por sua vez, Chef Jack, de Guilherme Fiuza Zenha, teve produção na capital e também será um ótimo programa para o público infantojuvenil.
A 17ª CineBH conta também com a realização do programa Cine-Expressão – A Escola vai ao cinema, iniciativa que pretende aproximar o universo cinematográfico de crianças, adolescentes e educadores da rede pública através das sessões Cine-escola. Crianças e adolescentes, de cinco a 14 anos, poderão assistir produções nacionais voltadas para sua faixa etária, e participar de um bate-papo sobre os filmes e os temas neles abordados. Ao todo, serão seis sessões de cinema com 13 filmes brasileiros que apresentam temas universais e educativos para a formação de crianças e jovens.
A CineBH 2023 e o 14º Brasil CineMundi integram o Cinema sem Fronteiras 2023, programa internacional de audiovisual idealizado pela Universo Produção e que reúne também a Mostra de Cinema de Tiradentes (centrada na produção contemporânea, em janeiro) e a CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto (que difunde o audiovisual como patrimônio e ferramenta de educação, em junho).
Cena do curta maranhense Casa de Bonecas, de George Pedrosa
O Queer Lisboa tem como proposta exibir filmes de temática gay, lésbica, bissexual, transgênero, transexual, intersexo e de outras sexualidades e identidades não normativas. Com a expansão crescente do cinema queer em grandes festivais internacionais, o evento português, criado em 1997, cumpre seu objetivo de divulgar estéticas e narrativas mundiais que ainda possuem acesso limitado para o grande público.
Neste ano, em sua 27ª edição, que acontecerá entre os dias 22 e 30 de setembro, a programação contará com 80 títulos; a seleção apresenta 45% de filmes assinados por homens cis, 41% por mulheres cis e 14% por pessoas trans ou não-binárias. A programação também apresenta uma mostra retrospectiva de Yvonne Rainer, dançarina, coreógrafa e cineasta americana.
Como de costume, o cinema brasileiro ganha destaque na seleção. Na mostra competitiva de longas-metragens de ficção, filmes de Bruno Carboni e Julia Murat aparecem na lista, além de Pornomelancolía, de Manuel Abramovich, uma coprodução entre Argentina, Brasil e França. Entre os documentários em competição, o Brasil aparece com Peixe Abissal, de Rafael Saar.
Já na competição de curtas-metragens, três produções nacionais, dirigidas por Julia Leite, George Pedrosa e Leonardo Amorim ganham destaque. A participação do Brasil no festival completa-se com títulos nas mostras Queer Art e Panorama.
O júri desta 27ª edição será formado por: Anabela Moreira, Bernardo Mendonça e Joana Alves na competição de longas; Francisco Frazão, Gertrudes Marçal e Susana Nobre na competitiva de documentários; André Cabral, Mia Tomé e Rafaela Jacinto na competição de curtas; e Marta Simões, Puta da Silva e Teresa Coutinho na mostra Queer Art.
Conheça os filmes selecionados para o 27º Queer Lisboa:
COMPETIÇÃO | LONGAS-METRAGENS
All the Colours of the World Are Between Black and White, de Babatunde Apalowo (Nigéria) Blue Jean, de Georgia Oakley (Reino Unido) Mutt, de Vuk Lungulov-Klotz (EUA) O Acidente, de Bruno Carboni (Brasil) Opponent, de Milad Alami (Suécia/Noruega) Peafowl, de Byun Sung-bin (Coreia do Sul) Pornomelancolía, de Manuel Abramovich (Argentina/Brasil/França) Regra 34, de Julia Murat (Brasil/França)
COMPETIÇÃO | DOCUMENTÁRIOS
As I Was Looking Above, I Could See Myself Underneath, de Ilir Hasanaj (Kosovo) Cantando en las Azoteas, de Enric Ribes (Espanha) Kokomo City, de D. Smith (EUA) Out of Uganda, de Rolando Colla e Josef Burri (Uganda/Suíça) Peixe Abissal, de Rafael Saar (Brasil) Polish Prayers, de Hanka Nobis (Suíça/Polônia) Transfariana, de Joris Lachaise (França/Colômbia) Who I Am Not, de Tünde Skovrán (Romênia/Canadá)
COMPETIÇÃO | CURTAS-METRAGENS
Acesso, de Julia Leite (Brasil) Aribada, de Natalia Escobar e Simon(e) Jaikiriuma Paetau (Alemanha/Colômbia) Buscó a Satanás, Encontró la Familia, de Miguel Ángel Fajardo (Colômbia) Casa de Bonecas, de George Pedrosa (Brasil) Dipped in Black, de Matthew Thorne e Derik Lynch (Austrália) I Am a Horse, de Chaerin Im (Coreia do Sul/Dinamarca) I Can See the Sun but I Can’t Feel It Yet, de Joseph Wilson (Reino Unido) I’m the Only One I Wanna See, de Lucia Martinez Garcia (Suíça) Incroci, de Francesca de Fusco (EUA/Itália) J’ai vu le visage du diable, de Julia Kowalski (França) Kerel (Sea of Love), de Jon Cuyson (Filipinas) La main gauche, de Maxime Robin (Canadá) Loving in Between, de Jyoti Mistry (Áustria/África do Sul) Maria Schneider, 1983, de Elisabeth Subrin (França) Nuits Blanches, de Donatienne Berthereau (França) Queima Minha Pele, de Leonardo Amorim (Brasil) Repair, de Bertil Nilsson (Reino Unido) SCRED TBM, de Kevin Le Dortz (França) The Dalles, de Angalis Field (EUA) Troy, de Mike Donahue (EUA) Warsha, de Dania Bdeir (França/Líbano) Work, de April Maxey (EUA)
COMPETIÇÃO | CURTAS-METRAGENS | ESCOLA EUROPEIA IN MY SHORTS
Because I Know How Beautiful My Being Is, de Ana María Jessie Serna (Colômbia/Reino Unido/Brasil) Combien danseront sur ta langue, de Louis-Barthélémy Rousseau (França) Edge, de Edmund Krempiński e Jakub Dylewsk (Polônia) Et tu cherches quoi de beau ici?, de Abram Cerda (Bélgica) Heart Fruit, de Kim Allamand (Suíça) Les garçons dans l’eau, de Pawel Thomas Larue (França) Ours, de Morgane Frund (Suíça) Plastic Touch, de Aitana Ahrens (Espanha) Pussy Love, de Linda Krauss (Alemanha) Vanette, de Maria Beatriz Castelo (Portugal)
COMPETIÇÃO QUEER ART
Anhell69, de Theo Montoya (Colômbia/Romênia/França/Alemanha) Freedom from Everything, de Mike Hoolboom (Canadá) Labor, de Tove Pils (Suécia) O Estranho, de Flora Dias e Juruna Mallon (Brasil/França) Playland, de Georden West (EUA) Shall I Compare You to a Summer’s Day, de Mohammad Shawky Hassan (Egito/Líbano/Alemanha) The Life and Strange Surprising Adventures of Robinson Crusoe Who Lived for Twenty and Eight Years All Alone on an Inhabited Island and Said It Was His, de Benjamin Deboosere (Bélgica) Vai e Vem, de Chica Barbosa e Fernanda Pessoa (Brasil)
PANORAMA
Arrête avec tes mensonges, de Olivier Peyon (França) Cidade Lúcida, de Adrian Stölzle (Alemanha/Portugal) Drifter, de Hannes Hirsch (Alemanha) Intransitivo: um Documentário sobre Narrativas Trans, de Gabz 404, Gustavo Deon, Lau Graef e Luka Machado (Brasil) Oliver Sacks: His Own Life, de Ric Burns (EUA)
GAZE SHORTS PROGRAM
Don’t Go Where I Can’t Find You, de Rioghnach Ni Ghrioghair (Irlanda) First Date, de Clara Planelles (Irlanda) Homebird, de Caleb J. Roberts (Irlanda/Reino Unido) Punch Line, de Becky Cheatle (Irlanda) Skin to Skin Talks, de Pradeep Mahadeshwar (Irlanda) What Could Go Wrong?, de Caroline Quinn (Irlanda)
SESSÕES ESPECIAIS Passagens (Passages), de Ira Sachs (França) Sisi & I, de Frauke Finsterwalde (Alemanha/Suíça/Áustria)
FILME DE ABERTURA La Bête dans la jungle, de Patric Chiha (França/Bélgica/Áustria)
FILME DE ENCERRAMENTO Queendom, de Agniia Galdanova (França/EUA)
Antes do premiado Pacarrete, o cineasta cearense Allan Deberton realizou diversos curtas, entre eles, O Melhor Amigo, de 2013, protagonizado por Jesuíta Barbosa. Agora, para seu segundo longa-metragem, o diretor retoma a história do curta e o amplia, trazendo mais personagens e situações.
O Melhor Amigo, que está sendo rodado na praia de Canoa Quebrada e em Fortaleza, no Ceará, tem como personagem central Lucas, interpretado por Vinicius Teixeira, um rapaz que viaja sozinho à Canoa Quebrada, onde encontra um antigo amigo de faculdade, Felipe, papel de Gabriel Fuentes. Desse reencontro vem à tona antigos desejos e novas descobertas e, a partir desse momento, Lucas busca materializar uma intimidade que há muito desejava.
O elenco conta também com os cearenses Denis Lacerda, Souma, Muriel Cruz, Rodrigo Ferrera, Solange Teixeira, Adna Oliveira e Walmick de Holanda; e também com Leo Bahia, Claudia Ohana, Mateus Carrieri, Diego Montez e participação especial da cantora Gretchen.
Deberton conta que esse é um projeto antigo: “Quando o curta estreou, percebi a recepção do público e o desejo de ver mais da história. Os feedbacks eram animadores. Boa parte do público via o curta como um longa incompleto: cadê o resto do filme?, me perguntavam. Eu me divertia com isso! Talvez devesse mesmo pensar no projeto como um longa-metragem”.
Ao abordar um tema universal, o amor platônico, o cineasta conta que pretende trazer no longa mais dinâmica e excitação, além de novos personagens: “O curta tem um espírito próprio e o longa precisa seguir algumas regras fundamentais: ser bastante colorido, musicado, ter uma energia de férias, de fim de semana. Convidei um time de roteiristas talentosos e começamos a refletir a história a partir dos personagens. Era um desafio e tanto, eu queria chegar em algo novo. Tornou-se um musical recheado de hits que marcaram época e está ganhando forma incrível”. O roteiro é assinado por Deberton, Pedro Karam, Otávio Chamorro, André Araújo e Raul Damasceno.
Bastidores das filmagens em Canoa Quebrada
Os dois protagonistas, por sua vez, definem trabalhar com Deberton como realizar um sonho: “Ele tem uma sensibilidade linda demais para lidar com toda a equipe do filme. É impressionante como a energia do diretor influencia em tudo e o set com o Allan é dos mais lindos que já vivi. Ele consegue nos estimular com muito carinho e sensibilidade”, disse Vinicius Teixeira.
Gabriel Fuentes e Vinicius passaram por uma etapa de preparação para os personagens com a atriz e diretora Georgina Castro: “Neste projeto, em especial, tivemos tempo para solidificar muitas coisas e isso é incrível! O trabalho da Georgina foi muito sensível em várias camadas. Tive o privilégio de ficar em Fortaleza e Canoa Quebrada, onde se passa a história. Tive workshop com bugueiros, troquei muito com eles, aprendendo a cada dia mais sobre o sotaque cearense. E o Felipe tem muitas coisas conectadas comigo”, disse Gabriel Fuentes.
“Tivemos um mês intenso de investigação dos personagens e das cenas. Esse caminho foi essencial e muito especial. Foi um período de muito foco e estudo para dar conta de tudo, cuidando da saúde e mergulhando de cabeça e com muito amor para conseguir dar o meu melhor em todos os dias do processo”, comentou Vinicius Teixeira.
“É muito importante pra mim, neste filme, celebrar o amor, a diversidade, os corpos. Quero fazer o espectador dançar com o filme. Foi sempre um projeto muito desafiador desde o início, ainda bem que nunca desisti deste sonho. Vai ficar bonito”, finalizou o diretor.
A direção de fotografia é assinada por Beto Martins e a direção de arte é de Rodrigo Frota; Jules Vandystadt é o responsável pela direção musical. O figurino é de Chris Garrido e a maquiagem de Elen Barbosa; Ariadne Mazzetti assina como produtora associada. O longa tem distribuição da Vitrine Filmes e data prevista de estreia para o segundo semestre de 2024. A produção é da Deberton Filmes em coprodução com o Telecine.
Benedita Silveira no curta A Velhice Ilumina o Vento, de Juliana Segóvia
Da junção de quatro consagrados eventos do cinema alagoano nasceu o Circuito Penedo de Cinema, que em 2023 chega à sua 13ª edição já consolidado no calendário brasileiro do audiovisual. O festival acontecerá entre os dias 13 e 19 de novembro em formato híbrido, on-line e presencial.
Entre 840 títulos inscritos, serão exibidos 66 curtas-metragens distribuídos em quatro mostras: Brasileiro, Universitária, Ambiental e Cinema Infantil. A curadoria deste ano foi formada por: Nuno Balducci, Ricardo Lessa e Luciana Oliveira no 16º Festival do Cinema Brasileiro; Dornelles Neves, Felipe Guimarães e Raquel do Monte no 13º Festival de Cinema Universitário de Alagoas; Yanara Galvão, Kim Barão e Claudio Sampaio no 10º Festival Velho Chico de Cinema Ambiental; e Camila Porto, Joseane do Espírito Santo e Devyd Santos na 13ª Mostra de Cinema Infantil. Vale destacar também a Mostra Internacional Socioambiental, uma parceria com o IMCINE, Instituto Mexicano de Cinematografia, e curadoria de Caroline Pavez.
Ano após ano, o Circuito Penedo se reinventa e busca abrir espaço para novas discussões, sempre reafirmando seu papel como instrumento para olhares e perspectivas sobre o vasto patrimônio audiovisual alagoano e nacional, em diálogo com a educação. Durante sete dias, a cidade histórica de Penedo, em Alagoas, recebe uma programação intensa e gratuita.
O festival se apresenta como lugar de resistência e luta diante das situações adversas para o campo da cultura no país. É nesse contexto de reafirmação do cinema nacional, de suas produções e da empregabilidade promovida pelo setor que o evento se faz ainda mais importante.
Conheça os filmes selecionados para o 13º Circuito Penedo de Cinema:
16º FESTIVAL DO CINEMA BRASILEIRO
A Velhice Ilumina o Vento, de Juliana Segóvia (MT) Ave Maria, de Pê Moreira (RJ) Carcinização, de Denis Souza (RS) Cinema para os Mortos, de Bruno Moreno e Renato Sircilli (PI/SP) Crimes Holandeses, de Maria Clara Almeida (PE) Curió, de P.H. Diaz e Priscila Smiths (PB) Diafragma, de Robson Cavalcante (AL) Estatística, de Rodrigo Sena, Milla Negrah Avelar e Ana Stella Cunha (MA) O Capitalismo Matou Meus Pais, de Karen Suzane e Lucas Tunes (MG) Ramal, de Higor Gomes (MG) Romão, de Clementino Junior (RJ) Vestido Branco, de Carmem Martins (DF)
13º FESTIVAL DE CINEMA UNIVERSITÁRIO DE ALAGOAS
Baseado em Fatos, de Amanda Rezer (RS) Caronte, de Pedro Gargioni (SC) Cida Tem Duas Sílabas, de Giovanna Castellari (SP) Corpos que Tremem, de Cinthia Fayta (SP) Erva que Cura, Erva que Benze, de Caroline França (BA) Mortinho da Silva, de Rodrigo Buscato (SP) Nazo, Dia e Noite Maria, de Andréia Paiva (AL) No Caminho de Casa, de Hugo Anikulapo Lima (RJ) Olanzapina, de Rodrigo PS Fonseca e Gustavo Fliegner (RJ) Por Trás dos Prédios, de João Mendonça (AL) Terça-feira, Bar e Bebidas, de Emilli Assis e Beatriz Filizola (AM) Zumbi, de Tiago Sales (RN)
13ª MOSTRA DE CINEMA INFANTIL
ABRAKBÇA: RAPdão, de Pedro Peluso (PR) Alpha Generation, de Débora Resendes e Iuri Moreno (GO) Anacleto, o Balão, de Carol Sakura e Walkir Fernandes (PR) Cem Pilum: A História do Dilúvio, de Thiago Morais (AM) Ciranda Feiticeira, de Lula Gonzaga e Tiago Delácio (PE) Curta Diferenças, de Lisandro Lee Santos (RS) Eternidade, de Lara Salsa (PE) Flores da Macambira, de Crianças e Adolescentes da Comunidade de Macambira (ES) Lia Ficou em Casa Sozinha, de Paula Pardillos (RN) Lucinéia, de Luah Garcia (RJ) Minha Velha Amiga Dukkha, de Felipe Santoro e Isabella Bittencourt Gil Xavier (RS) Mytikah: O Livro dos Heróis, de Hygor Amorim e Jonas Brandão (SP) Nem Todas as Manhãs São Iguais, de Fabi Melo (PB) Reflorescer, de Lara Salsa (PE) Um Encontro Chocante, de Carolina Zago, Lays Souza, Pedro Magalhães e Victória Nogueira (SP)
10º FESTIVAL VELHO CHICO DE CINEMA AMBIENTAL
A Casa do Velho Chico, de Igor Machado (AL) Águas que Me Tocam, de Juraci Júnior (RO) Anjos Cingidos, de Laercio Ferreira de Oliveira Filho e Maria Tereza Azevedo (PB) Ava Kuña, Aty Kuña; Mulher Indígena, Mulher Política, de Fabiane Medina, Julia Zulian e Guilherme Sai (SP/MS) Das Águas, de Adalberto Oliveira e Tiago Martins Rêgo (PE) Descobrindo os Segredos das Profundezas, de Projeto Conservação Recifal (PE) Do Quilombo pra Favela: Alimento para Resistência Negra, de Manoela Meyer e Roberto Almeida (SP) Ilha do Lixo, de Elisa Guimarães (MG) Jovens Protagonistas da Pesca Artesanal na APA Costa dos Corais, de Thiago Ismael Hara (AL) Jurema: A Peleja do Carcará e a Suçuarana, de Bako Machado (PE) Mangues, mundus, de Cícero Pedrosa Neto e San Marcelo (PA) Memórias do Fogo, de Rita de Cássia Melo Santos, Leandro Olímpio e Irineu Cruzeiro Neto (PB) Microplásticos, de Maurício de Oliveira (BA) Ñande mbaraete’i katu: Vamos nos Fortalecer, de Cristian Cancino (SP) Nhãndê kuery mã hi’ãn rivê hê’yn: Não Somos Apenas Sombras, de Dino Menezes (SP) Raiz Farinha Beiju, de Patrícia Pinheiro (RJ) Reticências, de Mia Marzy (PR) Semeando a Terra, de Dino Menezes (DF) Seu Adauto, de Edvaldo Santos (PE) The Speech of Txai Surui, de Alunos da Oficina de Multimídia da Escola Parque (RJ) Vidas de Papel, de Karen Takahara (PR)
MOSTRA INTERNACIONAL | SOCIOAMBIENTAL
Con un Ovillo de Lana, de Belén Ricardes (Argentina) El armadillo fronterizo, de Miguel Anaya (México) El Desfile de los Ausentes, de Marcos Almada Rivero (México) Eskimal, de Homero Ramírez Tena (México) Estrellas del desierto, de Katherina Harder Sacre (Chile) Mamapara, de Alberto Flores Vilca (Peru/Argentina/Bolívia)
Escolhido pela Comissão de Seleção, em reunião virtual, o longa pernambucano Retratos Fantasmas, de Kleber Mendonça Filho, vai disputar uma indicação na categoria de melhor filme internacional na 96ª edição do Oscar, premiação anual promovida pela Academy of Motion Picture Arts and Sciences, que acontecerá no dia 10 de março de 2024.
Presidida por Ilda Santiago, a Comissão de Seleção deste ano foi formada por 25 membros: Affonso Beato, Alessandra Krueger, André Carreira, Ane Siderman, Bruno Torres, Carlos Alberto Mattos, Cecilia Amado, Clarisse Goulart, Cris Cunha, Diane Maia, Estevão Ciavatta, Fernanda Mandriola, Fernanda Parrado, Gabriel Martins, Hsu Chien, Ilda Santiago, João Vieira Jr., Magali Wistefelt, Michel Tikhomiroff, Plinio Profeta, Renato Barbieri, Sol Moraes, Tatiana Carvalho Costa, Virginia Cavendish e Walter Lima Jr.
Retratos Fantasmas disputou a vaga com outros 27 longas inscritos e habilitados e, na semana passada, passou para o segundo turno com outros cinco títulos: Estranho Caminho, de Guto Parente; Noites Alienígenas, de Sergio de Carvalho; Nosso Sonho: A História de Claudinho e Buchecha, de Eduardo Albergaria; Pedágio, de Carolina Markowicz; e Urubus, de Claudio Borrelli.
Em comunicado oficial, Ilda Santiago disse: “Foi uma reunião democrática, representativa em uma comissão ampla. A diversidade e qualidade dos filmes nos levou a três horas de debate até chegarmos ao título escolhido”.
O filme, que segue em cartaz nos cinemas rumo aos 50 mil espectadores, é o segundo documentário do cineasta, fruto de sete anos de trabalho e pesquisa, filmagens e montagem. Retratos Fantasmas tem como personagem principal o centro da cidade do Recife como local histórico e humano, revisitado através dos grandes cinemas que atravessaram o século 20 como espaços de convívio. Foram lugares de sonho e de indústria; e a relação das pessoas com esse universo é um marcador de tempo para as mudanças dos costumes em sociedade.
Cerca de 60% de Retratos Fantasmas é composto por material de arquivo, com fotografias e imagens em movimento encontradas em acervos pessoais, na produção pernambucana de cinema, televisão e de instituições como a Cinemateca Brasileira, o CTAv, Centro Técnico do Audiovisual, e a Fundação Joaquim Nabuco. O trabalho de montagem, ao lado de Matheus Farias, reúne imagens dos mais variados formatos.
Com produção de Emilie Lesclaux para a CinemaScópio, Retratos Fantasmas, distribuído pela Vitrine Filmes, foi exibido no Festival de Cannes deste ano fora de competição. Recentemente, abriu a 51ª edição do Festival de Gramado e foi selecionado para o Festival de Toronto, Nova York, Sydney, Munich Film Festival, Santiago Festival Internacional de Cine, New Zealand International Film Festival, Melbourne International Film Festival, Lima International Film Festival, entre outros.
Na última edição do Oscar, o Brasil esteve na disputa com Marte Um, de Gabriel Martins, mas não conseguiu uma vaga na premiação. Vale lembrar que a última vez que o país concorreu na categoria de melhor filme internacional (antes chamada de filme estrangeiro) foi em 1999, com Central do Brasil; e em 2008, O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburger, ficou entre os nove semifinalistas.
A Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais é a única entidade responsável pela seleção do filme brasileiro que irá concorrer a uma vaga entre os indicados ao prêmio de melhor longa-metragem internacional no Oscar, sem qualquer tutela do governo que esteja no poder.
Vera Valdez no curta Feira da Ladra, de Diego Migliorini
A 18ª edição do Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro acontecerá entre os dias 31 de novembro e 6 de dezembro em João Pessoa, na Paraíba. O evento, que terá entrada franca em todas as sessões, será realizado na rede Cinépolis do Manaíra Shopping.
Nesta segunda-feira, 11/09, a organização do festival divulgou a seleção oficial dos 12 curtas-metragens que farão parte da Competição Nacional. O Comitê de Seleção, presidido pelo jornalista e crítico de cinema Amilton Pinheiro, contou com: Rodrigo Fonseca, crítico de cinema, dramaturgo e escritor; e Camila de Moraes, cineasta e jornalista.
Neste ano, foram 535 títulos inscritos para a Mostra Competitiva Nacional de curtas-metragens: “A safra de filmes selecionados para a 18ª edição do Fest Aruanda dialoga com o cenário atual do contexto brasileiro, no qual será possível encontrar obras com uma diversidade de temas urgentes e necessários. Entre ficção, documentário e animação, os curtas passeiam pelos gêneros de terror, comédia, drama. Filmes que buscam trazer uma reflexão aliada ao entretenimento”, disse Camila de Moraes.
Rodrigo Fonseca também comentou: “Mesclando gêneros dramatúrgicos do terror ao melô, com ecos de comédia e traços de investigações existenciais, a seleção de curtas da mostra nacional do Fest Aruanda se agarrou à celebração das diversidades (de regiões e de pautas políticas) ao mesmo tempo em que buscou conexões com as estéticas mais urgentes do cinema mundial. Tem ecos de Jordan Peele, de Céline Sciamma e de Ryusuke Hamaguchi, mas sempre à(s) moda(s) brasileira(s)”.
Amilton Pinheiro disse: “Foram 535 curtas inscritos, o que aumentou ainda mais a responsabilidade do Comitê de Seleção para chegar ao melhor recorte e representatividade possíveis, olhando a questão de gênero, geográfica, temática e estética. Debruçamos com propostas estéticas e temáticas diferentes que trataram de assuntos espinhosos e dramáticos da nossa existência pessoal e de cidadão de um país que vive às voltas com problemas sociais insuperáveis. Mas ao mesmo tempo, o inconformismo dos diretores com os temas abordados nos mostram diversas maneiras de conduzir e enfrentar as agruras da nossa incapacidade de entender a si e ao outro. Sejamos fortes, sejamos conscientes é o que apontam os 12 curtas da mostra competitiva nacional”.
Segundo o fundador e diretor executivo do festival, Lúcio Vilar, a seleção será um ano de “renovação” no aniversário de dezoito anos do Fest Aruanda: “A seleção de curtas da mostra nacional, conforme testemunhado por seu comitê de seleção, já antecipa o diversificado cardápio audiovisual dessa edição, com uma miscelânea de gêneros narrativos de encher os olhos”, frisou. Vilar ainda reiterou o auxílio luxuoso da plataforma Aruanda Play, que agora tem caráter permanente como o primeiro streaming da Paraíba e estará colada com a realização do festival.
Conheça os curtas-metragens nacionais selecionados para o 18º Fest Aruanda:
Alvará, de Fernando Abreu (PB) Bergamota, de Hsu Chien (RJ) Emerenciana, de Larissa Nepomuceno (PR) Feira da Ladra, de Diego Migliorini (SP) José Sette Cinema Infernal, de Sávio Leite (MG) O Brilho Cega, de Carlos Mosca (PB) O Destino da Senhora Adelaide, de Breno Alvarenga e Luiza Garcia (MG) O Presente, de Ursula Marini (RJ) Pulmão de Pedra, de Torquato Joel (PB) Sereia, de Estevan de la Fuente (PR) Travessia, de Gabriel Lima (RJ) Vão das Almas, de Edileuza Penha de Souza e Santiago Dellape (DF)
Grazi Massafera no longa Uma Família Feliz, de José Eduardo Belmonte
A 16ª edição do LABRFF, Los Angeles Brazilian Film Festival, acontecerá entre os dias 23 e 26 de outubro, no The Culver Theater, localizado no coração de Los Angeles ao lado de grandes estúdios, como Sony Pictures, Amazon Studios e Apple Studios.
A seleção deste ano contará com 23 longas-metragens e 22 curtas-metragens, que discutem temas atuais e importantes como perdão, família, liberdade, aceitação e descobertas. A lista traz um país diverso, com filmes dirigidos por mulheres, pessoas pretas e representantes das regiões Norte e Nordeste.
Neste ano, o LABRFF homenageia o compositor Lupicínio Rodrigues, que faleceu em 1974, com a exibição do documentário Lupicínio Rodrigues: Confissões de um Sofredor, de Alfredo Manevy. O longa retrata a vida de um dos gigantes da música popular brasileira que marcou a cultura no século XX e, entre muitas histórias de amor, revela como uma de suas canções chegou até Hollywood e foi indicada ao Oscar, mesmo que o autor nunca tenha sido creditado.
Vermelho Monet, do diretor cearense Halder Gomes, com Maria Fernanda Cândido, Chico Diaz e Samantha Müller no elenco, será o filme de abertura desta 16ª edição. Para o encerramento, na noite de premiação, será exibido o longa Meu Nome é Gal, das diretoras Dandara Ferreira e Lô Politi, que conta a história da cantora Gal Costa, interpretada por Sophie Charlotte.
Conheça os filmes selecionados para o LABRFF 2023:
LONGA-METRAGEM | FICÇÃO | COMPETIÇÃO
A Casa da Árvore, de Flávio Ermírio de Moraes A Matriarca, de Lula Oliveira Acampamento Intergalático, de Fabrício Bittar Angela, de Hugo Prata Horizon, de Rafael Calomeni Mais Pesado é o Céu, de Petrus Cariry Meu Nome é Gal, de Dandara Ferreira e Lô Politi Noites Alienígenas, de Sérgio de Carvalho Nosso Sonho, de Eduardo Albergaria O Rio do Desejo, de Sérgio Machado O Sequestro do Voo 375, de Marcus Baldini O Último Animal, de Leonel Vieira Predestinado: Arigó e o Espírito do Dr. Fritz, de Gustavo Fernández Tia Virgínia, de Fabio Meira Uma Família Feliz, de José Eduardo Belmonte Vermelho Monet, de Halder Gomes
LONGA-METRAGEM | DOCUMENTÁRIO | COMPETIÇÃO
BR Trans, de Raphael Alvarez e Tatiana Issa Corpos Invisíveis, de Quézia Lopes De Você Fiz Meu Samba, de Isabel Nascimento Lupicínio Rodrigues: Confissões de um Sofredor, de Alfredo Manevy Rua Aurora: Refúgio de Todos os Mundos, de Camilo Cavalcante Sinfonia de um Homem Comum, de José Joffily
CURTA-METRAGEM | COMPETIÇÃO
Aluísio, O Silêncio e o Mar, de Luiz Carlos Vasconcelos Bergamota, de Hsu Chien Cadim, de Luiza Pugliesi Villaça Cóu Istóries, de Halder Gomes Em Órbita, de Matthews Silva e Felipe Fernandes Esta Noite Seremos Felizes, de Diego dos Anjos Home, de Bárbara Bárcia Não Resta Silêncio, de Alice Rodrigues e Andre Di Kabulla Teatro de Máscaras, de Eduardo Ades Toda Menina Baiana, de Cecília Amado Travessia, de Gabriel Lima Último Domingo, de Joana Claude e Renan Barbosa Brandão Welcome Back, de Nicole Gullane
MOSTRA INTERNACIONAL | LONGA-METRAGEM Gauguin e o Canal, de Frank Spano
MOSTRA INTERNACIONAL | CURTA-METRAGEM
A Complex Mongrel Story, de Bruna Fachetti Aureo & Mirelle, de Filipe Galvon Born Again Virgin, de Teia Kane Jane, de Kyle Michaels O, de Rae Cofsky Pretas, de Barbara Marques Snail, de Renato Fimene Terminally Unique, de Talita Maia Wishful Thinking, de Rodrigo Carvalho
Giovanni Venturini no curta Big Bang, de Carlos Segundo
A quinta edição do Curta na Serra – Festival de Cinema ao Ar Livre acontecerá entre os dias 29 de setembro e 1º de outubro no Anfiteatro de Serra Negra, em Bezerros, Pernambuco. Contemplando produções audiovisuais de todo o país, o festival exibirá filmes nas categorias curta-metragem nacional, curta-metragem pernambucano e videoclipe.
Com uma proposta de programação diversificada e gratuita, nos ambientes presencial e virtual, o Curta na Serra exibirá 49 filmes nas mostras competitivas e não competitivas do festival, que conta ainda com atrações culturais e atividades de formação e de fomento à produção audiovisual no interior do estado, como a oficina Atuar-ser: Oficina de Interpretação para Cinema com Mayara Millane.
O 5º Curta na Serra contou com inscrições de cineastas de todo o país, e sob o olhar cuidadoso do curador Vitor Búrigo, do site CINEVITOR e membro da Abraccine, Associação Brasileira de Críticos de Cinema, os filmes da mostra competitiva foram organizados em três recortes, de acordo com o formato e origem dos trabalhos: Panorama Pernambuco, que destaca as diversas narrativas realizadas no estado; Panorama Nacional, com uma seleção de filmes realizados em diversas regiões do país; e Videoclipes, que amplia a experiência audiovisual com narrativas que utilizam da música para contar uma história. Neste ano, a Sessão Especial também passa a ser competitiva.
Nesta edição, a consagrada atriz pernambucana Hermila Guedes, de Cabrobó, atualmente na série Cangaço Novo, e dos filmes O Céu de Suely, Era Uma Vez Eu, Verônica, A Luneta do Tempo, entre tantos outros, será uma das homenageadas da quinta edição do Curta na Serra. Com isso, a Sessão Homenagem, que celebra o trabalho de uma das mais premiadas atrizes do cinema brasileiro, exibirá o curta-metragem Quinha, realizado por Caroline Oliveira.
Além disso, José Ferraz Álvares, ex-proprietário do Cine Alvorada, em Bezerros, também será homenageado. Natural da cidade de Vitória de Santo Antão, se estabeleceu na cidade de Bezerros, onde constituiu família e teve diversos empreendimentos, ficando conhecido pela sua polivalência no comércio. Com sua visão empreendedora, realizou a compra do único cinema da cidade, o Cine Alvorada, passando mais de vinte anos de atividades. Lá, a sociedade bezerrense assistiu aos filmes de chanchada e diversos sucessos nacionais e internacionais. Em 2018, recebeu finalmente o título de cidadão bezerrense.
A programação contará também com sessões especiais para tornar o evento mais plural e inclusivo: a Mostra VerOuvindo, com filmes que trazem recursos de acessibilidade comunicacional, como Libras, Audiodescrição e LSE; e a Sessão Especial, exibida virtualmente em caráter competitivo, que traz um panorama de trabalhos de destaque no audiovisual brasileiro da atualidade.
O júri deste ano será formado por: Antonio Carrilho, Karla Fagundes e Priscila Urpia nas mostras Panorama Pernambuco e Videoclipes; e Kate Saraiva, Leo Tabosa e Vanessa Vieira nas mostras Panorama Nacional e Sessão Especial. O festival é realizado pela Eixo Audiovisual com produção executiva de Marlom Meirelles.
Conheça os filmes selecionados para o V Curta na Serra:
PANORAMA NACIONAL | COMPETIÇÃO
Balizando os Sentidos, de Direção Coletiva (AL) Big Bang, de Carlos Segundo (MG/RN) Cercas, de Ismael Moura (PB) Céu, de Valtyennya Pires (PB) Era Uma Noite de São João, de Bruna Velden (PB) Fantasma Neon, de Leonardo Martinelli (RJ) Insígnia, de Beatriz Barreto (DF) Mergulho, de Marton Olympio e Anderson Jesus (SP) Quartas de Final ou Porque Eu Decidi Torcer Contra o Brasil, de Dario Lopes e Vinicius Campos (SP) Último Domingo, de Renan Barbosa Brandão e Joana Claude (RJ)
PANORAMA PERNAMBUCO | COMPETIÇÃO
Esquina Vazia, de Pedro Fillipe Estampido, de Djaelton Quirino Filhos Ausentes, de Jansen Barros e Virgínia Guimarães Mais Voo que Pássaro, de Raquel do Nascimento Ouro Azul, de Renata Claus Quem me Quer?, de Tiago Pinheiro Serra da Inveja, de Bruna Leite, Henrique Lapa e Joanna Pappou Seu Adauto, de Edvaldo Santos
VIDEOCLIPES | COMPETIÇÃO
Acorda Pedrinho, de Jovem Dionisio; direção: Guilherme Pau y Biglia e Bernardo Pasquali (PR) Agora, de Laila Nassan; direção: Rafael Ribeiro (RJ) Baile Tech, de Lucas Frota e Xamã; direção: Leandro Corinto (RJ) Em Terra de Semblantes, de Capela; direção: Gustavo Rosseb (SP) Estrelas, de Cellia Nascimento feat. Zé Celso; direção: Daniel Torres (SP) Força Divina, de Tiquinha Rodrigues; direção: Augusto Junior e Pedro Medeiros (RN) Retinta e Vinheta Ororubá, de Riáh e Lula Carneiro; direção: Riáh e Lula Carneiro (PE) Tão Longe, de Nay Cassiano; direção: Cedric Rolemberg (SP) Timon, Papel e Letra, de Jaísa Caldas; direção: Renata Fortes (MA/PI) Transcendo e Fé, de Ciel Santos; direção: Paulinho Lima (PE)
SESSÃO ESPECIAL | COMPETIÇÃO
Amor by Night, de Henrique Arruda (PE) Ausências, de Antonio Fargoni (SP) Cama Vazia, de Fábio Rogério e Jean-Claude Bernadet (SP) Cartas para Glauber, de Gregory Baltz (RJ) Casa Segura, de Allan Ribeiro (RJ) Cinema para os Mortos, de Bruno Moreno e Renato Sircilli (PI/SP) Combustão Espontânea, de João Werlang e Pedro Bournoukian (RS) Criaturas Celestiais, de Pedro Andrade e Pedro Stilo (PE) Lugar Nenhum, de Camille Silva (RN) Não me Mande Flores, de Vinicius Figueiredo (SC) Nhãndê kuery mã hi’ãn rivê hê’yn: Não Somos Apenas Sombras, de Dino Menezes (SP) No Teu Corpo Eu Vejo a Vida, de Júlia Okano (SP) Nosso Morro, Meu Universo, de Carol Correia e Mannu Costa (PE) O Fim da Imagem, de Gil Baroni (PR) Os Finais de Domingos, de Olavo Junior (CE) Puba, de Bruno Bressam, Esther Arruda, Isaac Branco e Leão Neto (CE) Vai Ficar Tudo Bem, de Wescley Di Luna (RJ) Vale dos Dinossauros, de Ythallo Rodrigues (CE)
MOSTRA VEROUVINDO A Árvore do Dinheiro, de Marcos Buccini e Diogo Credidio (PE) Cor de Pele, de Lívia Perini (PE)
SESSÃO HOMENAGEM | HERMILA GUEDES Quinha, de Caroline Oliveira (PE)
Diderot Senat: melhor ator pelo longa Porto Príncipe
Foram anunciados neste sábado, 09/09, no Teatro do Parque, no Recife, em cerimônia apresentada por Nínive Caldas, os vencedores da 27ª edição do Cine PE – Festival Audiovisual. O longa catarinense Porto Príncipe, dirigido por Maria Emília de Azevedo, foi consagrado com a Calunga de Prata de melhor filme e melhor ator para Diderot Senat.
Além disso, o longa-metragem paranaense Entrelinhas, de Guto Pasko, levou cinco prêmios, entre eles, o de melhor direção; o curta pernambucano Eu Nunca Contei a Ninguém, de Douglas Duan, também se destacou com cinco prêmios na mostra nacional. Filmado em Condado, na Zona da Mata, Quebra Panela, dirigido por Rafael Anaroli, foi o grande vencedor da mostra pernambucana de curtas-metragens.
Os vencedores do 27º Cine PE no palco
Neste ano, o júri de longas-metragens contou com: Denise Del Cueto, Oswaldo Massaini Filho, Sérgio Fidalgo, Márcio Henrique e Leticia Spiller. Entre os curtas, o time de jurados foi formado por: Carlos Wanderley, Roberta Azevedo Figueira e Séphora Silva. Vale lembrar que a noite deste sábado também foi marcada pela entrega das Calungas de Prata aos vencedores da edição do ano passado do festival.
O Prêmio da Crítica Abraccine, realizado pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema, contou com Kel Gomes, Vitor Búrigo e César Castanha no júri. O Prêmio Canal Brasil de Curtas, que oferece um troféu e R$ 15 mil para o melhor filme de curta-metragem, que será exibido na grade de programação, contou com Enoe Lopes, Ismaelino Pinto, Kel Gomes, Luiz Carlos Merten e Miguel Barbieri no júri.
Conheça os vencedores do 27º Cine PE – Festival do Audiovisual:
MOSTRA COMPETITIVA DE LONGAS-METRAGENS
Melhor Filme: Porto Príncipe, de Maria Emília de Azevedo (SC) Melhor Direção: Guto Pasko, por Entrelinhas Melhor Roteiro: Agreste, escrito por Newton Moreno e Marcus Aurelius Pimenta Melhor Ator: Diderot Senat, por Porto Príncipe Melhor Ator Coadjuvante: Roberto Rezende, por Agreste Melhor Atriz: Gabriela Freire, por Entrelinhas Melhor Atriz Coadjuvante: Luci Pereira, por Agreste Melhor Fotografia: Agreste, por Humberto Bassanello Melhor Direção de Arte: Entrelinhas, por Isabelle Bittencourt Melhor Montagem: Entrelinhas, por Lucas Cesario Pereira Melhor Trilha Sonora: Frevo Michiles, por Jota Michiles Melhor Edição de Som: Entrelinhas, por Kiko Ferraz Menção Honrosa: Ijó Dudu, Memórias da Dança Negra na Bahia, de José Carlos Arandiba “Zebrinha”, pela relevância do tema abordado, referente à memória, à história e à luta de gerações de mulheres e homens artistas pretos que fizeram de seus corpos e de suas expressões as principais ferramentas de afirmação política e pessoal
MOSTRA COMPETITIVA DE CURTAS-METRAGENS NACIONAIS
Melhor Filme: Eu Nunca Contei a Ninguém, de Douglas Duan (PE) Melhor Direção: Douglas Duan, por Eu Nunca Contei a Ninguém Melhor Roteiro: Instante, escrito por Paola Veiga, Roberta Rangel e Emanuel Lavor Melhor Ator: Edmilson Filho, por Única Saída Melhor Atriz: Ju Colombo, por Fossilização Melhor Fotografia: Fossilização, por Lucas Loureiro Melhor Direção de Arte: Eu Nunca Contei a Ninguém, por Douglas Duan Melhor Montagem: Virtual Genesis, por Arthur B. Senra Melhor Trilha Sonora: Eu Nunca Contei a Ninguém, por Douglas Duan Melhor Edição de Som: Quintal, por João Milet Meirelles
MOSTRA COMPETITIVA DE CURTAS-METRAGENS PERNAMBUCANOS
Melhor Filme: Quebra Panela, de Rafael Anaroli Melhor Direção: Rafael Anaroli, por Quebra Panela Melhor Roteiro: Filhos Ausentes, escrito por Virgínia Guimarães Melhor Ator: Paulo César Freire, por Invasão ou Contatos Imediatos do Terceiro Mundo Melhor Atriz: Geraldine Maranhão, por Alto do Céu Melhor Fotografia: Coração da Mata, por Breno César Melhor Direção de Arte: Quebra Panela, por Lia Letícia Melhor Montagem: Coração da Mata, por Priscilla Maria, Victória Drahomiro e André Hora Melhor Trilha Sonora: Depois do Sonho, por Antônio Nogueira Melhor Edição de Som: Depois do Sonho, por Matheus Mota e Jeff Mandú
OUTROS PRÊMIOS
JÚRI POPULAR Melhor Curta Pernambucano: Invasão ou Contatos Imediatos do Terceiro Mundo, de Hugo Barros Aquino e Maria Eduarda Soares Gazal Melhor Curta Nacional: Essa Terra é Meu Quilombo, de Rayane Penha (AP) Melhor longa-metragem: Agreste, de Sergio Roizenblit (SP)
PRÊMIO CANAL BRASIL DE CURTAS Eu Nunca Contei a Ninguém, de Douglas Duan (PE)
PRÊMIO DA CRÍTICA | ABRACCINE Melhor Curta Nacional: Moventes, de Jefferson Cabral (RN) Melhor longa-metragem: Frevo Michiles, de Helder Lopes (PE)
Foram anunciados neste sábado, 09/09, os vencedores da 80ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza. O júri, presidido pelo cineasta Damien Chazelle, concedeu o Leão de Ouro de melhor filme, prêmio máximo do evento, para Poor Things, de Yorgos Lanthimos.
Completavam o time de jurados da Competição Internacional deste ano: Saleh Bakri, Jane Campion, Mia Hansen-Løve, Gabriele Mainetti, Martin McDonagh, Santiago Mitre, Laura Poitras e Shu Qi. Já na mostra Orizzonti, o júri foi presidido pelo cineasta Jonas Carpignano e contou também com Kaouther Ben Hania, Kahlil Joseph, Jean-Paul Salomé e Tricia Tuttle.
Para escolher o vencedor do Prêmio Luigi De Laurentiis, que entrega o Leão do Futuro para o melhor filme de estreia da seleção, o júri foi presidido pela cineasta Alice Diop. O time completou-se com Faouzi Bensaïdi, Laura Citarella, Andrea De Sica e Chloe Domont.
Neste ano, o cinema brasileiro marcou presença com: Sem Coração, de Nara Normande e Tião, na mostra competitiva Orizzonti; e com Finalmente Eu, de Marcio Sal, na competição da mostra Venice Immersive de realidade virtual. Além disso, na mostra Biennale College Cinema VR, que apresenta projetos desenvolvidos em edições passadas do festival, o Brasil apareceu com: Origen, dirigido e produzido por Emilia Sánchez Chiquetti; e Queer Utopia: Act I Cruising, uma coprodução entre Portugal e Brasil, dirigida por Lui Avallos com produção de Rodrigo Moreira. E mais: a atriz Sophie Charlotte integrou o elenco do longa The Killer, dirigido por David Fincher, e o ator Gabriel Leone se destacou em Ferrari, de Michael Mann.
Confira a lista completa com os vencedores do Festival de Cinema de Veneza 2023:
COMPETIÇÃO | VENEZIA 80
MELHOR FILME | LEÃO DE OURO Poor Things, de Yorgos Lanthimos (Reino Unido)
GRANDE PRÊMIO DO JÚRI Aku wa sonzai shinai (Evil Does Not Exist), de Ryusuke Hamaguchi (Japão)
MELHOR DIREÇÃO | LEÃO DE PRATA Matteo Garrone, por Io Capitano
PRÊMIO COPPA VOLPI | MELHOR ATRIZ Cailee Spaeny, por Priscilla
PRÊMIO COPPA VOLPI | MELHOR ATOR Peter Sarsgaard, por Memory
MELHOR ROTEIRO El Conde, escrito por Guillermo Calderón e Pablo Larraín
PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI Zielona granica (Green border), de Agnieszka Holland (República Tcheca/Polônia/Bélgica)
PRÊMIO MARCELLO MASTROIANNI | ATOR/ATRIZ EM ASCENSÃO Seydou Sarr, por Io Capitano
MOSTRA ORIZZONTI
MELHOR FILME Magyarázat mindenre (Explanation for everything), de Gábor Reisz (Hungria/Eslováquia)
MELHOR DIREÇÃO Mika Gustafson, por Paradiset brinner (Paradise is burning)
PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI Una sterminata domenica, de Alain Parroni (Itália/Alemanha/Irlanda)
MELHOR ATRIZ Margarita Rosa de Francisco, por El Paraíso
MELHOR ATOR Tergel Bold-Erdene, por Ser Ser Salhi (City of Wind)
MELHOR ROTEIRO El Paraíso, escrito por Enrico Maria Artale
MELHOR CURTA-METRAGEM A Short Trip, de Erenik Beqiri (França)
OUTROS PRÊMIOS
LEÃO DO FUTURO | MELHOR FILME DE ESTREIA: Ai Shi Yi Ba Qiang (Love is a Gun), de Lee Hong-chi (Hong Kong/Taiwan) MELHOR FILME | MOSTRA ORIZZONTI EXTRA | PRÊMIO DO PÚBLICO: Felicità, de Micaela Ramazzotti (Itália) MELHOR FILME RESTAURADO | VENICE CLASSICS: A Mudança (Ohikkoshi), de Shinji Sōmai (Japão) (1993) MELHOR FILME | VENICE CLASSICS DOCUMENTÁRIO: Thank You Very Much, de Alex Braverman (EUA)
PREMIAÇÕES PARALELAS
PRÊMIO FIPRESCI | COMPETIÇÃO: Aku wa sonzai shinai (Evil Does Not Exist), de Ryusuke Hamaguchi (Japão) PRÊMIO FIPRESCI | ORIZZONTI E MOSTRAS PARALELAS: Una sterminata domenica, de Alain Parroni (Itália/Alemanha/Irlanda) QUEER LION AWARD: Domakinstvo za pocetnici (Housekeeping for beginners), de Goran Stolevski (Macedônia do Norte/Polônia/Croácia/Sérvia/Kosovo)
*Clique aqui e confira a lista completa com os vencedores da 80ª edição do Festival de Veneza
*Clique aqui e confira a lista completa com os prêmios paralelos, eleitos de forma independente por associações de críticos de cinema, cineclubes e associações culturais e profissionais do cinema
A noite de terça-feira, 05/09, no Cine PE – Festival do Audiovisual foi repleta de emoções. No palco do Teatro do Parque, a apresentadora Nínive Caldas começou seu discurso elogiando o grande homenageado desta 27ª edição: o ator e diretor Caio Blat.
De acordo com Sandra Bertini, diretora do Cine PE, Caio foi escolhido como homenageado pela versatilidade e relevância de sua contribuição para o audiovisual brasileiro: “Ele é um jovem ator com uma trajetória muito bonita no cinema, na TV e no teatro. Tudo que ele faz é com muita intensidade e muita entrega, e o festival entende que sua carreira merece ser exaltada”, disse.
Nascido em São Paulo, no dia 2 de junho de 1980, Caio Blat começou sua carreira artística logo no início dos anos 1990 em uma participação no seriado Mundo da Lua, da TV Cultura, e na série Retrato de Mulher, na TV Globo. Na sequência, foi contratado pelo SBT e assinou seu primeiro trabalho em uma novela: o remake de Éramos Seis. Logo, na mesma emissora, atuou também em As Pupilas do Senhor Reitor.
Ainda na telinha, participou de grandes sucessos da dramaturgia, como: Chiquinha Gonzaga, Andando nas Nuvens, Um Anjo Caiu do Céu, Coração de Estudante, Da Cor do Pecado, Ciranda de Pedra, Caminho das Índias, Lado a Lado, Joia Rara, Império, Liberdade, Liberdade, Sinhá Moça, Deus Salve o Rei, O Sétimo Guardião, Segunda Chamada, Mar do Sertão, entre outros.
Nas telonas, Caio estreou no longa-metragem Caminho dos Sonhos, de Lucas Amberg, ao lado de Taís Araujo, em 1998. Em 2001, atuou no premiado Lavoura Arcaica, de Luiz Fernando Carvalho. Depois disso, consolidou sua carreira em outros títulos de sucesso, como: Cama de Gato, que lhe rendeu um prêmio no La Cinema Fe, em Nova York; Carandiru; Quanto Vale ou É por Quilo?; O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, que foi indicado ao Grande Otelo de melhor ator coadjuvante no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro; Baixio das Bestas; Proibido Proibir, que lhe rendeu o prêmio de melhor ator no Festival Internacional de Cinema de Cartagena.
Caio Blat e Cláudio Assis no palco
E mais: Batismo de Sangue; O Bem-Amado; Bróder, que recebeu o kikito de melhor ator no Festival de Gramado; As Melhores Coisas do Mundo, no qual foi premiado no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro; Xingu; Entre Nós, que recebeu o prêmio de melhor ator no Amazonas Film Festival; Alemão; Ponte Aérea; Califórnia, que recebeu o Prêmio do Público de melhor ator no Festival Sesc Melhores Filmes; BR 716; entre outros. No ano passado, dirigiu seu primeiro longa: O Debate, com Debora Bloch e Paulo Betti no elenco.
Sua carreira nos palcos também foi marcada por grandes sucessos, entre eles, a adaptação de Grande Sertão: Veredas, no qual recebeu o Prêmio Shell e o Prêmio APTR de Teatro de melhor ator por interpretar o personagem Riobaldo.
Para celebrar sua trajetória, Caio Blat subiu ao palco do Cine PE acompanhado pela esposa, a atriz Luisa Arraes, e foi surpreendido pela presença do cineasta pernambucano Cláudio Assis, com quem trabalhou em Baixio das Bestas, e que lhe entregou o troféu Calunga de Ouro: “Que honra ser homenageado na sua terra, cara! Que lindo, que presente!”, disse emocionado.
E continuou seu discurso: “Uma das maiores honras que eu tive na vida foi ser convidado pra filmar com esse cabra. Pra conhecer a Zona da Mata, o Mestre Barachinha e o Siba. E fazer um filme com esse cara! Eu pisei aqui no Recife pela primeira vez na adolescência e fiquei completamente fascinado por esse lugar. Apaixonado pelas pessoas daqui, pelos artistas. Eu queria que minha trajetória passasse por aqui também. Dirigi peças aqui e tive essa honra gigantesca de filmar com o Claudão, de morar em Nazaré da Mata durante dois ou três meses”.
Caio seguiu elogiando Pernambuco, o festival e a esposa: “Vim várias vezes ao Cine PE. Também como público e em outros lugares em que acontecia. Vi filmes e sessões incríveis. E eu fazia de tudo para ser um pouco pernambucano. Sou completamente apaixonado por essa terra. Só mais recentemente que eu consegui casar com uma mulher pernambucana pra ver se oficializava um pouco a coisa. É o amor da minha vida, minha grande companheira, minha grande parceira há seis anos. É uma mulher incrível. Só tava precisando mesmo agora é de uma filha pernambucana. Se vocês puderem me ajudar…”, disse sorrindo.
O homenageado com o cineasta Cláudio Assis
Em seu discurso, falou também da família: “Tenho uma irmã que tá aqui, a Camila, que nasceu no mesmo dia que eu, tem o mesmo DNA e o mesmo mapa astral. O que foi que Camila fez? Largou o trabalho dela, que levava todo dia uma hora no trânsito na Marginal Tietê em São Paulo, e veio morar aqui em Recife. Ela fez o que eu ainda não tive coragem de fazer”.
Antes de finalizar, Caio celebrou a volta da democracia no país: “Esse prêmio é para celebrar a volta de um governo democrático, a volta do Ministério da Cultura com a maravilhosa Margareth Menezes, a volta da Ancine, a liberação do nosso Fundo Setorial. E que venha a regulamentação da nossa cota de tela, que venha a regulamentação dos nossos direitos na internet e no streaming. E que venham muitas edições do Cine PE para mostrarmos todos os filmes que vamos fazer com a Lei Paulo Gustavo!”.
Ovacionado pelo público, finalizou: “Eu achei que fosse jovem para receber essa homenagem, mas isso aqui é um banho de água fria que você leva. E eu penso: agora eu sou homenageado. Antes eu vinha competir com os filmes, agora eu sou homenageado ao lado de Laura Cardoso e tantos outros nomes. É uma honra ser homenageado nessa terra que eu amo, respeito, admiro e onde se faz o melhor cinema do Brasil, o mais instigante. É a realização de um sonho. Essa noite pra mim vai ser sempre inesquecível. Foi tudo muito lindo! Uma boa noite de cinema para todos vocês!”.
Em razão da homenagem, na mesma noite foi exibido um vídeo especial editado pelo Canal Brasil e o curta-metragem Travessia, dirigido por Gabriel Lima e protagonizado por Caio Blat e pela atriz Juliane Araújo. Clique aqui e assista nossa entrevista com o homenageado.
Na sequência, a programação do Cine PE seguiu com a exibição dos curtas pernambucanos em competição: Depois do Sonho, de Ayodê França; e Invasão ou Contatos Imediatos de Terceiro Mundo, de Hugo Barros Aquino e Maria Eduarda Soares Gazal.
Já na mostra competitiva nacional de curtas, a programação de terça-feira contou com Eles Não São Estrangeiros, de Pedro Bughay; Quintal, de Mariana Netto; Essa Terra é Meu Quilombo, de Rayane Penha; e Moventes, de Jefferson Cabral. O longa exibido em competição foi o catarinense Porto Príncipe, de Maria Emília de Azevedo.
*O CINEVITOR está no Cine PE e você acompanha a cobertura do evento por aqui, pelo canal do YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.