Foram anunciados neste domingo, 13/08, no Palácio dos Festivais, os vencedores do 20º Prêmio Assembleia Legislativa de Cinema – Mostra Gaúcha de Curtas da 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado.
O filme Concha de Água Doce, de Lau Azevedo e João Pires, realizado em Porto Alegre, se destacou com dois prêmios: melhor curta-metragem gaúcho e melhor ator para Aren Gallo. Enquanto isso, Centenário da Minha Bisa, de Cristyelen Ambrozio, foi premiado pelo Júri da Crítica.
A primeira edição do Troféu Sirmar Antunes foi entregue para Vera Lopes. Atriz e autora de relevante atuação no teatro, cinema e cenário cultural do Rio Grande do Sul e do Brasil, que tem entre seus trabalhos produções como: o curta-metragem O Dia em que Dorival Encarou a Guarda, de José Pedro Goulart e Jorge Furtado; e os longas Netto Perde sua Alma, de Tabajara Ruas e Beto Souza, e O Caso do Homem Errado, de Camila de Moraes.
O Prêmio Sedac/Iecine: O Futuro Nos Une reconheceu três talentos do audiovisual que se destacaram no desenvolvimento da arte e da indústria cinematográfica: Valéria Barcellos, Glênio Póvoas e Jorge Henrique “Boca”. Valéria é artista, cantora, atriz de teatro, televisão e cinema e abriu espaço para outras mulheres, principalmente por sua contribuição na visibilidade de mulheres trans. Também premiado, Glênio Póvoas é reconhecido por sua dedicação e valorização à memória do cinema gaúcho. O terceiro homenageado, Jorge Henrique “Boca”, foi escolhido por sua dedicação através de gerações e por entregar excelência em imagens.
Outra homenagem entregue na noite de domingo foi o Troféu Leonardo Machado, que destaca uma atriz ou ator que tenha prestado importante contribuição ao desenvolvimento da arte e da indústria cinematográfica local e brasileira; nesta edição quem recebeu foi Clemente Viscaíno.
Conheça os vencedores da Mostra Gaúcha de Curtas 2023:
MELHOR FILME Concha de Água Doce, de Lau Azevedo e João Pires (Porto Alegre)
MELHOR FILME | JÚRI DA CRÍTICA Centenário da Minha Bisa, de Cristyelen Ambrozio (Alvorada)
MELHOR DIREÇÃO Fernanda Reis e Gabriel Faccini, por Sabão Líquido
MELHOR ROTEIRO O Tempo, escrito por Ellen Correa
MELHOR ATOR Aren Gallo, por Concha de Água Doce
MELHOR ATRIZ Denizeli Cardoso e Gabriela Greco, por Colapso
MELHOR FOTOGRAFIA Fiar o Vento, por Mari Moraga
MELHOR MONTAGEM Messi, por André Berzagui
MELHOR DIREÇÃO DE ARTE Colapso, por Vanessa Rodrigues e Richard Tavares
MELHOR TRILHA SONORA O Tempo, por Gabriel Araújo, Nina Fola e Malyck Badu
MELHOR DESENHO DE SOM Carcinização, por Ana Ambrosano e Mari do Prado
MELHOR PRODUÇÃO EXECUTIVA Pam Hauber e Edu Rabin, por Nau
MENÇÃO HONROSA Rasgão, de Victor Di Marco e Márcio Picoli (Porto Alegre); por aliar a narrativa cinematográfica aos recursos de acessibilidade de uma forma inventiva, inovadora e criativa, contribuindo para a expansão da linguagem cinematográfica e apontando novos caminhos que podem ser utilizados nas mais diversas temáticas
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A mostra competitiva de longas-metragens brasileiros da 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado começou neste sábado, 12/08, com a exibição de Angela, dirigido por Hugo Prata, que é focado nos últimos meses de vida da socialite Angela Diniz, que foi assassinada em dezembro de 1976, aos 32 anos.
Protagonizado por Isis Valverde, o filme se passa no final da década de 1970 e narra acontecimentos da mulher que ficou conhecida como A Pantera de Minas e as consequências de sua conturbada relação amorosa com o empresário Raul Street, também conhecido como Doca Street, interpretado por Gabriel Braga Nunes. O elenco ainda traz Bianca Bin, Emilio Orciollo Netto, Chris Couto, Gustavo Machado, Carolina Manica e Alice Carvalho.
No palco do Palácio dos Festivais, Hugo Prata, que passou por Gramado em 2016 com Elis, apresentou o longa: “Esse filme foi feito com muita bravura e teimosia. Cruzamos a pandemia e um governo que não gostava da cultura. Foi muito difícil. Tratamos de um assunto que também irritava bastante aquele pessoal. Resolvemos contar de novo algumas partes dessa história que vinha sendo um pouco mal contada”.
Depois de ser elogiada pelo diretor, Isis Valverde também discursou: “Eu quero agradecer a chance de contar a história dessa mulher incrível. Foi fenomenal estar ali e gritar, por todas nós, o que ela não conseguiu gritar. Obrigada aos familiares da Angela, ao Hugo e todos da equipe”. Também marcaram presença na estreia: o ator Emilio Orciollo Netto, o produtor Fabio Zavala, a roteirista Duda de Almeida, a atriz Carolina Manica, entre outros.
A sinopse de Angela diz: após uma tumultuada separação e ter que ceder a guarda dos seus três filhos, a famosa socialite Angela Diniz conhece Raul e acredita ter encontrado alguém que ama seu espírito livre tanto quanto ela. A atração avassaladora fez o casal largar tudo e viver o sonho de reconstruir suas vidas regadas à paixão na casa de praia. Mas a vida tranquila rapidamente se transforma quando Raul começa a se mostrar um homem agressivo, violento e controlador. A relação declina para o abuso e a violência, dando origem a um dos casos de assassinato mais famosos de todos os tempos no Brasil.
Diretor, roteirista e elenco no Palácio dos Festivais
No dia seguinte à exibição, integrantes da equipe do filme participaram de uma coletiva de imprensa na Sociedade Recreio Gramadense, que foi mediada por Carlos Eduardo Lourenço Jorge: “Eu tentei uma coisa diferente na minha carreira. Angela foi um passo a mais que eu dei como atriz. Eu tentei caminhos diferentes na minha interpretação. E fui surpreendida porque a personagem, muito bem escrita, começou a andar sozinha. E me deu possibilidade para ser o não óbvio e surpreender”, disse Isis Valverde.
A atriz também falou da sua pesquisa para a composição da personagem: “Eu conversei com algumas pessoas que conheceram Angela e se envolveram com ela. Cada um me falava uma coisa. Mas uma pessoa me disse algo que me marcou: ela era apaixonante, um poço sem fundo e tinha o sorriso mais triste que já tinha visto. Isso ficou na minha cabeça. Foi muito forte quando ouvi isso”.
Carolina Manica, que interpreta Adelita Scarpa, também falou: “Existiu um cuidado muito grande na construção dessas personagens e nas relações dessas pessoas. Isso aparece com muita força. Além de ter um roteiro que já te entrega uma possibilidade de trabalho muito grande”. Emilio Orciollo Netto completou: “O artista se envolve. Quando se faz um trabalho sério e comprometido, não dá pra fazer pela metade. Não é 50%. O ator é 100%. Meu personagem é o retrato de uma figura decadente, um homem machista, quatrocentão, fanfarrão. Quantas pessoas conhecemos assim até hoje?”.
Angela, que é uma produção da Bravura Cinematográfica, com coprodução da Star Productions, chega aos cinemas brasileiros no dia 31 de agosto com distribuição da Downtown Filmes.
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Fotos: Ticiane da Silva/Edison Vara/Agência Pressphoto.
A 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado começou neste sábado, 12/08, com a exibição, fora de competição, do documentário Retratos Fantasmas, quinto longa-metragem do cineasta e roteirista pernambucano Kleber Mendonça Filho.
Os curtas-metragens Yãmî Yah-Pá: Fim da Noite, de Vladimir Seixas, e Deixa, de Mariana Jaspe, também foram exibidos no primeiro dia, na mostra competitiva, assim como o longa brasileiro, em competição, Angela, de Hugo Prata, protagonizado por Isis Valverde.
Após apresentar seus últimos filmes, Crítico, O Som ao Redor, Aquarius e Bacurau em Gramado, o diretor pernambucano voltou ao Palácio dos Festivais com seu segundo documentário, fruto de sete anos de trabalho e pesquisa, filmagens e montagem. Kleber subiu ao palco ao lado de outros integrantes da equipe, como: a produtora Emilie Lesclaux, o montador Matheus Farias, o ator Rubens Santos, Silvia Cruz e Felipe Lopes, da Vitrine Filmes, e Enock Carvalho, responsável pelo tratamento de imagens de arquivo e design de créditos; os gêmeos Tomás e Martin, filhos de Kleber e Emilie, estavam na plateia.
“Queria agradecer pelo convite e pelo carinho que o festival sempre teve conosco. Fiquei sabendo que Retratos Fantasmas é o primeiro documentário que abre o Festival de Gramado e isso me deixa muito honrada”, disse a produtora Emilie Lesclaux na apresentação do longa. Kleber também falou: “Minha história com Gramado não começa hoje. Comecei a vir pra cá como crítico, há 25 anos. Nessa sala, vi filmes que eu nunca esqueci. O cinema funciona de muitas maneiras. Espero que vocês se conectem com esse filme”.
Retratos Fantasmas, que estreia no dia 24 de agosto, tem como personagem principal o centro da cidade do Recife como local histórico e humano, revisitado através dos grandes cinemas que atravessaram o século 20 como espaços de convívio. Foram lugares de sonho e de indústria; e a relação das pessoas com esse universo é um marcador de tempo para as mudanças dos costumes em sociedade.
Cerca de 60% de Retratos Fantasmas é composto por material de arquivo, com fotografias e imagens em movimento encontradas em acervos pessoais, na produção pernambucana de cinema, televisão e de instituições como a Cinemateca Brasileira, o CTAv, Centro Técnico do Audiovisual, e a Fundação Joaquim Nabuco. O trabalho de montagem, ao lado de Matheus Farias, reúne imagens dos mais variados formatos.
A produtora Emilie Lesclaux no Palácio dos Festivais com a equipe
No dia seguinte à exibição, a equipe do filme participou de uma coletiva de imprensa na Sociedade Recreio Gramadense, que foi mediada pelo curador Marcos Santuario: “Esse filme teve todo o tempo que ele precisava. Aliás, eu geralmente dou tempo aos filmes. É muito importante isso”, disse Kleber.
Questionado sobre uma das cenas em que aparece como ator, o diretor comentou: “Atuação tem muito a ver com você se sentir à vontade. Eu não sou ator. Já me chamaram para fazer filmes e eu recusei porque não gostei do roteiro. Mas, se um dia eu ler uma história que me deixe à vontade talvez eu faça. Em Retratos Fantasmas, escrevi aquela situação que já vivi muitas vezes. E consegui fazer bem a cena. Eu gosto como ela entra no filme. Mas, é claro, que eu acho que a cena é de Rubens e do carro”.
O ator Rubens Santos completou: “Foi incrível e fiquei muito feliz. Eu sempre fico me gabando por aí que sou o único ator que fiz os quatro filmes do Kleber. Agora, sou o único que atuei com o Kleber. E descobri que, além de um grande diretor, ele é também um grande ator. Muito bom!”.
Entre tantos assuntos, Kleber também falou sobre o processo de montagem: “A minha relação com a cidade é um pouco como se fosse a sua casa. Você sabe que à direita tem um banheiro e depois o quarto. Na cidade você também tem seu próprio mapa. E, pra mim, fazia completo sentido montar o filme dessa maneira, começando no meu apartamento”.
Retratos Fantasmas foi exibido no Festival de Cannes deste ano fora de competição. Recentemente, foi selecionado para o Festival de Toronto, Nova York, Sydney, Munich Film Festival, Santiago Festival Internacional de Cine, New Zealand International Film Festival, Melbourne International Film Festival, Lima International Film Festival, entre outros.
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Patrick Bresnan e Ivete Lucas: premiados pelo curta The Passing
Foram anunciados neste sábado, 12/08, os vencedores da 76ª edição do Festival de Cinema de Locarno, considerado um dos principais festivais de cinema autoral do mundo. O Leopardo de Ouro, prêmio máximo do evento, foi entregue para Mantagheye bohrani, de Ali Ahmadzadeh, uma coprodução entre Itália e Alemanha.
Entre os premiados, vale destacar a presença da cineasta brasileiraIvete Lucas, radicada nos Estados Unidos, que recebeu o Leopardo de Ouro na mostra Pardi di domani: Concorso Corti d’autore com The Passing, uma produção americana e codirigida por Patrick Bresnan.
Outro destaque desta edição: os brasileiros Leandro Goddinho e Paulo Menezes, atualmente residentes na Alemanha, venceram o Leopardo de Prata na mostra Pardi di Domani, dentro da Competição Internacional de curta-metragem. O filme Du bist so wunderbar é uma coprodução entre Brasil e Alemanha da produtora CinemaPosgenero: “Nosso filme enfatiza o poder das narrativas queer, que sempre desafiaram o sistema, questionaram normas sociais e ofereceram perspectivas frescas com uma estética crua e underground que desafia os padrões estabelecidos”, declararam os diretores.
O júri da Pardi di Domani, formado por Mattew Rankin, Amos Sussigan e Ewa Puszcynska, definiu o curta: “Um pedaço ousado e exuberante da vida, cheio de humor e complexidade que identifica uma situação rica e cômica nas indignidades da busca por apartamentos em Berlim. Os cineastas foram corajosos e audaciosos, originais em sua abordagem, e seu filme é maravilhosamente enriquecido por uma atuação sutil e carismática”. O elenco conta com Murillo Basso, Greta Amend, Zoe Valentini, Filipe Matzembacher, Cleo Spiro, Blake Kendall, Dilan GeZaza e Marcio Reolon.
E mais: o filme Mulher de Verdade, de Alberto Cavalcanti, foi o vencedor do 1º Concurso de Restauração Heritage Online, Heritage Online Restoration Contest, nesta 76ª edição do Festival de Locarno. A candidatura foi enviada pela Cinemateca Brasileira com o apoio da produtora Cinematográfica Maristela. A comédia de Alberto Cavalcanti foi lançada em 1954, com Inesita Barroso, Colé Santana e Adoniran Barbosa no elenco. Em 1955, Inesita chegou a ser laureada pelos prêmios Saci e Governador do Estado por sua atuação no longa-metragem.
Com a premiação, o filme passará por um processo de restauração pela empresa Cinegrell, com sedes em Zurique (Suíça) e em Berlim (Alemanha). O longa restaurado também ganhará uma estreia na mostra Histoire(s) du Cinéma: Heritage Online na edição do Festival de Locarno 2024. Em sua primeira edição, o concurso de restauração é dedicado a obras audiovisuais que estrearam até 2009 e necessitam de restauro. Mulher de Verdade foi escolhido entre 30 candidatos de 15 países; o júri foi composto por: Paula Astorga, do Open Doors Locarno; Frédéric Maire, da Cinemateca Suíça; e K. J. Relth-Miller, do Academy Museum.
Em comunicado oficial, Markus Duffner, diretor do Locarno Pro, falou sobre a decisão do júri: “É uma escolha incrivelmente acertada e um apoio muito necessário ao trabalho da Cinemateca Brasileira. Especialmente agora, quando eles estão saindo de uma era sombria”.
O cineasta Leandro Goddinho, um dos diretores de Du bist so wunderbar
Além disso, o cinema brasileiro também estava representado na Competição Internacional de curtas com Pássaro Memória, de Leonardo Martinelli, uma coprodução com o Reino Unido, que traz Ayla Gabriela, Henrique Bulhões, Jard Costa e Kley Hudson no elenco.
Entre os longas, na Competição Internacional, El auge del humano 3, do cineasta argentino Eduardo Williams, aparecia na disputa pelo prêmio máximo do evento. O filme é coproduzido por diversos países, entre eles, o Brasil através da Estúdio Giz; com produção executiva de Julia Alves, da Oublaum Filmes. Enquanto isso, na mostra Histoire(s) du cinéma, que dedica homenagens especiais a nomes importantes do cinema, com cópias raras e restauradas, além de filmes sobre a história do cinema, o diretor brasileiro Rogério Sganzerla, um dos representantes do cinema marginal, aparecia com duas obras: Abismu (1977) e Documentário (1966).
No Prêmio FIPRESCI, concedido pela Federação Internacional de Críticos de Cinema, a brasileira Ivonete Pinto fez parte do time que escolheu Stepne, de Maryna Vroda, como o grande vencedor. O Júri Oficial da Competição Internacional foi presidido por Lambert Wilson e contou também com Zar Amir Ebrahimi, Lesli Klainberg, Charlotte Wells e Matthijs Wouter Knol.
Os homenageados desta 76ª edição foram: o ator, produtor e diretor Riz Ahmed, que recebeu o Excellence Award Davide Campari; o ator sueco Stellan Skarsgård, honrado com o Leopard Club Award; o produtor italiano Renzo Rossellini, homenageado com o Lifetime Achievement Award; o roteirista Harmony Korine, que recebeu o Pardo d’onore Manor; o cineasta malaio Tsai Ming-liang, que foi consagrado com o Pardo alla carriera; o montador Pietro Scalia, que recebeu o Vision Award Ticinomoda; a produtora Marianne Slot, honrada com o Raimondo Rezzonico Award; o cineasta francês Luc Jacquet, que recebeu o Locarno Kids Award; e o diretor de fotografia Mohammed Soudani, que foi homenageado com o Prêmio Cinema Ticino.
Conheça os vencedores do 76º Festival de Cinema de Locarno:
COMPETIÇÃO INTERNACIONAL
LEOPARDO DE OURO | MELHOR FILME Mantagheye bohrani (Critical Zone), de Ali Ahmadzadeh (Itália/Alemanha)
PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI Nu aștepta prea mult de la sfârșitul lumii (Do Not Expect Too Much From The End Of The World), de Radu Jude (Romênia/Luxemburgo/França/Croácia)
MELHOR DIREÇÃO Maryna Vroda, por Stepne
MELHOR INTERPRETAÇÃO Dimitra Vlagopoulou, por Animal Renée Soutendijk, por Sweet Dreams
MENÇÃO ESPECIAL Nuit obscure – Au revoir ici, n’importe où, de Sylvain George (França/Suíça)
CONCORSO CINEASTI DEL PRESENTE
LEOPARDO DE OURO | MELHOR FILME Hao jiu bu jian, de Nelson Yeo (Singapura/Indonésia)
PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI Camping du Lac, de Eléonore Saintagnan (Bélgica/França)
MELHOR DIREÇÃO EMERGENTE Katharina Huber, por Ein schöner Ort
MELHOR INTERPRETAÇÃO Clara Schwinning, por Ein schöner Ort Isold Halldórudóttir e Stavros Zafeiris, por Touched
MENÇÃO ESPECIAL Ekskurzija, de Una Gunjak (Bósnia e Herzegovina/Croácia/Sérvia/França/Noruega/Qatar) Negu hurbilak, de Colectivo Negu (Espanha)
PARDI DI DOMANI | COMPETIÇÃO INTERNACIONAL
LEOPARDO DE OURO | MELHOR CURTA-METRAGEM INTERNACIONAL En undersøgelse af empati, de Hilke Rönnfeldt (Dinamarca/Alemanha)
LEOPARDO DE PRATA Du bist so wunderbar, de Leandro Goddinho e Paulo Menezes (Alemanha/Brasil)
MELHOR DIREÇÃO Eric K. Boulianne, de Faire un enfant
MEDIEN PATENT VERWALTUNG AG AWARD Negahban, de Amirhossein Shojaei (Irã)
MENÇÃO ESPECIAL The Lovers, de Carolina Sandvik (Suécia)
PARDI DI DOMANI | Concorso Corti d’autore
LEOPARDO DE OURO The Passing, de Ivete Lucas e Patrick Bresnan (EUA)
MENÇÃO ESPECIAL Been There, de Corina Schwingruber Ilić (Suíça) (indicado ao European Film Awards)
OUTROS PRÊMIOS
MELHOR FILME | PRÊMIO DO PÚBLICO | PIAZZA GRANDE The Old Oak, de Ken Loach (Reino Unido/França/Bélgica)
MELHOR FILME DE ESTREIA Hao jiu bu jian, de Nelson Yeo (Singapura/Indonésia)
*Clique aqui e confira a lista completa com os vencedores do Festival de Locarno 2023.
Fotos: Marco Abram/Locarno Film Festival/Ti-Press.
A ministra da Cultura durante a abertura oficial do festival
A 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado foi oficialmente iniciada em uma solenidade realizada na Sociedade Recreio Gramadense na manhã deste sábado, 12/08, com a presença de diversas autoridades, entre elas, Rosa Helena Volk, presidente da Gramadotur, e da Orquestra Sinfônica de Gramado.
Margareth Menezes, ministra da Cultura, também participou do evento, ao lado de Joelma Oliveira Gonzaga, secretária do Audiovisual do MinC: “Eu sempre tive vontade de vir como artista, para assistir. Nunca pensei que estaria aqui como ministra. Prometo voltar ano que vem para ficar mais tempo. É uma grande honra participar desta abertura”, disse Margareth.
Em um bate-papo com a imprensa, que aconteceu antes da cerimônia oficial, Margareth e Joelma abordaram temas importantes. Na conversa, destacaram a diversidade da cultura brasileira e abordaram pautas relevantes sobre o setor audiovisual, como: a Lei Paulo Gustavo, regulação do streaming, economia criativa, descentralização, Lei Rouanet, prioridades do Ministério da Cultura, entre outras.
“Antes nós não tínhamos Ministério. Agora nós temos um Ministério da Cultura com muita gente bacana por lá trabalhando. Muitos jovens com ideias novas. É isso que queremos para o Brasil. Aproveito também para parabenizar o setor audiovisual brasileiro pela luta nessa travessia, já que a perseguição foi muito grande. Quando chegamos, encontramos um desmonte das políticas públicas em todos os setores culturais e áreas sociais do Brasil. A cultura foi muito prejudicada. Estamos lutando pela nossa democracia e a arte precisa da liberdade para acontecer. Estamos em um processo de remontagem”, disse Margareth.
E completou: “Temos longas esperanças e muitas possibilidades de desenvolvimento. Está na hora do povo brasileiro tomar conta e ter acesso às suas próprias riquezas. A diversidade da cultura brasileira nos liberta. É um país imenso”.
A ministra também falou sobre as metas e do trabalho da SAv, Secretaria do Audiovisual: “A meta maior desse Ministério é realizar a descentralização e equilibrar para chegar em todos os lugares e buscar uma capilaridade maior com as ações culturais. No setor audiovisual, a secretária Joelma, junto com sua equipe, retomou a comunicação com a Ancine para retomarmos a construção dessa relação. A cultura é transversal e o primeiro sinal disso foi a Lei Paulo Gustavo, na qual conseguimos que 98% das cidades do Brasil mandassem seus planos de cultura”.
Joelma e Margareth na coletiva
Joelma Oliveira Gonzaga destacou novas ações e perspectivas: “A Secretaria do Audiovisual está em processo de reconstrução. Estamos sem cota de tela no cinema desde 2021, que não foi renovada. Tem uma articulação para reverter essa questão. A SAv também está pensando em quem está entrando agora no audiovisual e olhando para questões de gênero e raça. Há muito para entregar. Estamos desenhando um programa de apoio aos festivais de cinema. Gramado, por exemplo, quase não aconteceu esse ano. Estamos pensando em medidas estruturais para os festivais para que eles não passem por isso. Que eles já terminem uma edição anunciando a próxima”, reforçou.
Margareth acrescentou: “Com a Lei Rouanet também retomamos as ações continuadas de patrocínio, algo que estava interrompido. Isso dá um equilíbrio a todos os projetos. O audiovisual tem força e é uma indústria que vem se fortalecendo. Também estamos analisando a questão da regulação do streaming para um fortalecimento no setor. Enxergamos uma possibilidade muito grande de uma independência para os trabalhadores da cultura”.
Ao final da conversa em Gramado, Margareth disse: “O Brasil é uma potência e o audiovisual é um grande vetor de trabalho, que gera emprego e renda. A cultura precisa fortalecer seu vetor econômico. Há muita criatividade nesse setor e essa dinâmica cultural nos dá uma amplitude de criatividade muito grande. Precisamos tirar melhor proveito de toda essa potência”.
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O documentário é o quinto longa-metragem do cineasta
A 48ª edição do Festival Internacional de Cinema de Toronto, que acontecerá entre os dias 7 e 17 de setembro, revelou os títulos selecionados para as mostras Wavelengths, que apresenta filmes com diferentes maneiras de ver o mundo, e Classics, com obras que não estavam disponíveis há décadas.
Nesta seleção, o cinema brasileiro ganha destaque com o documentário Retratos Fantasmas, quinto longa-metragem do cineasta e roteirista pernambucano Kleber Mendonça Filho, que será exibido na mostra Wavelengths. O filme tem como personagem principal o centro da cidade do Recife como local histórico e humano, revisitado através dos grandes cinemas que atravessaram o século 20 como espaços de convívio. Foram lugares de sonho e de indústria; e a relação das pessoas com esse universo é um marcador de tempo para as mudanças dos costumes em sociedade.
Produzido por Emilie Lesclaux para a CinemaScópio Produções e coproduzido pela Vitrine Filmes, de Silvia Cruz e Felipe Lopes, o filme é fruto de sete anos de trabalho de pesquisa, filmagens e montagem: “Palácios de Cinema em centros de cidades são comuns em muitos outros lugares no mundo, mas ocorre que eu sou pernambucano, recifense, e parti para mostrar essa geografia da cidade com um ponto de vista pessoal. Recife é também uma cidade que ainda desfruta de um cinema espetacular como o São Luiz, um palácio de 1952. Hoje, são poucas as cidades no mundo que ainda sabem o que isso representa”, disse o diretor.
Cerca de 60% de Retratos Fantasmas é composto por material de arquivo, com fotografias e imagens em movimento encontradas em acervos pessoais, na produção pernambucana de cinema, televisão e de instituições como a Cinemateca Brasileira, o CTAv, Centro Técnico do Audiovisual, e a Fundação Joaquim Nabuco.
O trabalho de montagem, ao lado de Matheus Farias, reúne imagens dos mais variados formatos: “Retratos Fantasmas traz temas que atravessam toda a obra de Kleber. Inclusive seu primeiro longa-metragem é o documentário Crítico”, disse a produtora Emilie Lesclaux.
Vale destacar também a presença do longa El auge del humano 3, do cineasta argentino Eduardo Williams. O filme é coproduzido por diversos países, entre eles, o Brasil através da Estúdio Giz; com produção executiva de Julia Alves, da Oublaum Filmes.
A programação da Wavelengths deste ano é politicamente carregada, geograficamente diversificada e formalmente emocionante, com uma ampla gama de trabalhos extraídos do mundo dos documentários, arte contemporânea e cinema de arte internacional. A lista apresenta 12 longas-metragens e 19 curtas: “Wavelengths é uma prova da variedade de cinema celebrada no TIFF. Também é uma evidência de que os filmes experimentais dirigidos por artistas estão prosperando e desenvolvendo uma nova geração de cinéfilos”, disse Anita Lee, diretora de programação do festival.
Em comunicado oficial, Andréa Picard, curadora sênior do TIFF, disse: “Wavelengths continua sendo uma celebração da subversão, da expressão pessoal e das vastas e inesgotáveis capacidades do cinema para iluminar, inspirar, admirar, resistir, perturbar e propor novas formas de ver e estar no mundo”.
A mostra Classics desta 48ª edição conta com filmes que foram resgatados e meticulosamente montados em novas restaurações, além de uma homenagem ao 50º aniversário de Touki Bouki: A Viagem da Hiena, do cineasta senegalês Djibril Diop Mambéty.
Conheça os novos filmes selecionados para o 48º Festival de Toronto:
WAVELENGTHS | LONGAS-METRAGENS
Do Not Expect Too Much from the End of the World, de Radu Jude (Romênia/Luxemburgo/França/Croácia) El auge del humano 3, de Eduardo Williams (Argentina/Portugal/Brasil/Holanda/Taiwan/Hong Kong/Sri Lanka/Peru) Here, de Bas Devos (Bélgica) Inside the Yellow Cocoon Shell, de Phạm Thiên n (Vietnã/Singapura/França/Espanha) Mademoiselle Kenopsia, de Denis Côté (Canadá) Mambar Pierrette, de Rosine Mbakam (Bélgica/Camarões) Music, de Angela Schanelec (Alemanha/França/Sérvia) Nowhere Near, de Miko Revereza (Filipinas) Orlando, ma biographie politique, de Paul B. Preciado (França) Retratos Fantasmas, de Kleber Mendonça Filho (Brasil) Youth (Spring), de Wang Bing (França/Luxemburgo/Holanda)
WAVELENGTHS | CURTAS-METRAGENS
As Filhas do Fogo, de Pedro Costa (Portugal) Bouquets 31-40, de Rose Lowder (França) Chantal Akerman: Her First Look Behind the Camera, de Chantal Akerman (Bélgica) Film annonce du film qui n’existéra jamais: ‘Drôles de guerres’, de Jean-Luc Godard (França/Suíça) Film Sculpture (1), de Philipp Fleischmann (Áustria) Film Sculpture (2), de Philipp Fleischmann (Áustria) Film Sculpture (3), de Philipp Fleischmann (Áustria) Film Sculpture (4), de Philipp Fleischmann (Áustria) It follows It passes on, de Erica Sheu (Taiwan/EUA) Let’s Talk, de Simon Liu (Hong Kong) Light, Noise, Smoke, and Light, Noise, Smoke, de Tomonari Nishikawa (Japão) Mast-del, de Maryam Tafakory (Reino Unido/Irã) NYC RGB, de Viktoria Schmid (Áustria/EUA) Quiet as It’s Kept, de Ja’Tovia Gary (EUA) Shrooms, de Jorge Jácome (Portugal) Slow Shift, de Shambhavi Kaul (Índia/EUA) Sundown, de Steve Reinke (EUA/Canadá/Áustria) We Don’t Talk Like We Used To, de Joshua Gen Solondz (EUA/Japão/Hong Kong)
WAVELENGTHS PAIRINGS
He Thought He Died, de Isiah Medina (Canadá) Laberint Sequences, de Blake Williams (Canadá)
TIFF CLASSICS
Artie Shaw: Time Is All You’ve Got, de Brigitte Berman (Canadá) (1985) Adeus, Minha Concubina, de Chen Kaige (China/Hong Kong) (1993) Amor Louco, de Jacques Rivette (França) (1969) Touki Bouki: A Viagem da Hiena, de Djibril Diop Mambéty (Senegal) (1973) Xala, de Ousmane Sembène (Senegal) (1975)
Cena do curta pernambucano A Vida Secreta de Delly, de Marlom Meirelles
Foram anunciados nesta quinta-feira, 10/08, os filmes selecionados para as mostras competitivas da décima edição do Recifest, Festival de Cinema da Diversidade Sexual e de Gênero, que acontecerá entre os dias 16 e 20 de outubro no Cineteatro do Parque, no Recife.
Considerado um dos maiores e mais importantes festivais do segmento LGBTQIA+ do Brasil, a seleção deste ano apresenta 30 curtas-metragens; foram 170 títulos inscritos. Dos escolhidos, seis concorrem ao prêmio de melhor filme pernambucano e 24 disputam o título de melhor filme nacional. Os vencedores de cada categoria serão escolhidos por um júri técnico e popular.
Entre os selecionados, obras de diversos gêneros cinematográficos. São 18 obras de ficção, sete documentários, três filmes híbridos e três curtas experimentais, vindos da Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Sergipe e São Paulo.
As obras foram escolhidas por curadores convidados pelo festival. O grupo conta com nomes de peso, como: Ander Beça, realizador e psicanalista que atua em diversas frentes do audiovisual, como direção, montagem, preparação de elenco e atuação; Chico Ludermir, jornalista, artista multimídia e educador popular, sendo mestre em sociologia e integrante do Coquevídeo; e Mariana Souza, curadora de cinema com foco nas fronteiras entre linguagens visuais, sendo também idealizadora da Correnteza – Mostra Internacional de Cinema Atlântico e do curso O cinema lésbico e as práticas de visibilidade.
Esta edição faz uma homenagem à memória do ator, diretor e produtor de elenco Rutílio de Oliveria (in memoriam), um dos fundadores do festival e responsável por plantar as sementes da representatividade e da igualdade no cenário cinematográfico brasileiro anos atrás.
Vale lembrar que a 10ª edição do Recifest vai além das mostras competitivas. De forma geral, o festival se estende até o dia 30 de outubro com atividades presenciais e virtuais nas cidades do Recife e Vicência. Entre as atividades programadas, mostras não competitivas, ações formativas e de interação de linguagens. O Recifest 2023 é produzido pela Olinda Produções Audiovisuais e Casa de Cinema de Olinda. A direção geral é de Rosinha Assis e a direção artística é de Carla Francine.
Conheça os filmes selecionados para as mostras competitivas do 10º Recifest:
A Vida Secreta de Delly, de Marlom Meirelles (PE) Aceso, de Elissa de Brito (SP) Anarriê, de Neto Astério (SE) Arapuca, de Joel Caetano (SP) As Inesquecíveis, de Rafaelly (La Conga Rosa) (DF) Ave Maria, de Pê Moreira (RJ) Casa de Bonecas, de George Pedrosa (MA) De noite, na cama, de Malu Rizzo (PE) Deus Não Deixa, de Marçal Vianna (RJ) Dinho, de Leo Tabosa (PE) Lalabis, de Noá Bonoba (CE) L’Esquisse, de Tomas Cali (SP) Milkshake, de Rosa Fernanda (PE) Nem o Mar Tem Tanta Água, de Mayara Valentim (PB) O Fim da Imagem, de Gil Baroni (PR) Os Animais Mais Fofos e Engraçados do Mundo, de Renato Sircilli (SP) Pe ataju jumali/Hot air (Ar quente), de Unides contra a colonização: muitos olhos, um só coração (RJ/SP) Procura-se Bixas Pretas, de Vinicius Eliziário (BA) Promessa de um Amor Selvagem, de Davi Mello (SP) Quando a Noite Ainda Não Existia, de Gabriel Coêlho (PE/RJ) Quinze Primaveras, de Leão Neto (CE) Rosa Neon, de Tiago Tereza (MG) Se trans for mar, de Cibele Appes (SP) Shoes Off, de Everton Melo (PE) Tá Fazendo Sabão, de Ianca Oliveira (BA) Tese de Mestrado em História, de Emi (SP) Todas as Rotas Noturnas Conduzem ao Alvorecer, de Felipe André Silva (PE) Travessias, de Ana Graziela Aguiar (DF) Transviar, de Maíra Tristão (ES) Um Transe de Dez Milésimos de Segundos, de Jamile Cazumbá (BA)
Cena do curta Mãri hi: A Árvore do Sonho, de Morzaniel Ɨramari
Criada em 2004, a Giornate degli Autori, mostra paralela ao Festival Internacional de Cinema de Veneza, foi inspirada na Quinzena dos Realizadores, de Cannes, com o objetivo de chamar a atenção para um cinema de alta qualidade, sem qualquer tipo de restrição, e com um cuidado especial em inovação, pesquisa, originalidade e independência.
Nesta 20ª edição, que acontecerá entre os dias 30 de agosto e 9 de setembro, o cinema brasileiro marca presença com foco na produção cinematográfica indígena Yanomami no país. A Isola Edipo, uma associação cultural, em parceria com a Giornate degli Autori, reservou um dia especial para o cinema indígena Yanomami. Em 4 de setembro, acontecerá o Gli occhi della foresta, Olhos da Floresta, que exibirá filmes Yanomami na Sala Laguna. Será um dia dedicado ao primeiro cineasta yanomami, Morzaniel Ɨramari, e ao cinema indígena Yanomami no Brasil.
O evento da Isola Edipo, por ocasião da 80ª edição do Festival de Veneza, faz parte do foco anual Cinema da Inclusão entre Visão e Formação (Il cinema dell’Inclusione tra visione e formazione), que está em sua sétima edição. A programação especial pretende valorizar o olhar direto de uma das populações indígenas mais conhecidas da Amazônia e sua centralidade no cenário cinematográfico internacional. Um ato político que devolve à floresta seus olhos, seus corpos e suas vozes, e que leva ao foco de uma reflexão sobre a proteção do pulmão verde da terra, a questão ambiental e cultural dos Yanomami. O evento contará com a presença de Morzaniel Ɨramari e dos produtores e diretores Gabriela Carneiro da Cunha e Eryk Rocha.
A seleção traz Mãri hi: A Árvore do Sonho, de Morzaniel Ɨramari, eleito o melhor curta documental no Festival É Tudo Verdade deste ano, que já o qualifica como um concorrente ao Oscar 2024. O filme conta com a participação do grande líder e xamã Davi Kopenawa, que conduz tal experiência apresentando o conhecimento dos Yanomami sobre os sonhos: “Este filme vai ajudar a fazer com que os não-indígenas conheçam o povo Yanomami, conheçam as nossas imagens. Assim todos podem conhecer como nós vivemos na nossa casa e como nós sonhamos, como os xamãs sonham”, disse Morzaniel.
Yuri u xëatima thë: A Pesca com Timbó também será exibido
A programação exibirá também Thuë pihi kuuwi: Uma Mulher Pensando e Yuri u xëatima thë: A Pesca com Timbó, ambos de Aida Harika, Roseane Yariana e Edmar Tokorino. Estes são os primeiros filmes dos cineastas e estão entre os primeiros filmes dirigidos por mulheres Yanomami, que farão sua estreia em um festival internacional.
O registro dos três filmes foi feito na grande casa coletiva de Watorikɨ, na região do Demini (TIY), produzidos pela Aruac Filmes durante as filmagens do longa-metragem A Queda do Céu, filme livremente inspirado na obra homônima de Davi Kopenawa e Bruce Albert, dirigido por Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha. Em 2022, a Aruac organizou junto à Hutukara Associação Yanomami (HAY) e ao Instituto Socioambiental (ISA) uma oficina de montagem audiovisual, que ensejou a produção dos três curtas. Além disso, também será exibido o média-metragem Urihi Haromatipë: Curadores da Terra-Floresta, de Morzaniel Ɨramari, realizado em 2014.
“Nós, Yanomami, somos habitantes da floresta Amazônica. No Brasil, somos quase 30 mil pessoas. A terra-floresta é nossa mãe e cuida do povo Yanomami. Desejamos viver em paz, com alegria e fazendo nossas festas. Os napë pë (brancos, inimigos) gostam de destruir a floresta e pegar as riquezas da terra. Hoje, o garimpo ilegal invadiu nosso território. Estamos tristes por perder tantos parentes e ver nossas crianças morrendo por doenças. Nosso rio está sujo de lama e mercúrio, mas nosso território é forte por dentro. Com a árvore do sonho, nós sonhamos longe e os xamãs sonham ainda mais longe, conhecem o canto e a dança dos espíritos, o sonho do rio, o sonho do mundo”, disse Morzaniel Ɨramari, que também promoverá uma masterclass no evento.
Os três curtas são uma produção Aruac Filmes com coprodução da Hutukara Associação Yanomami e produção associada da Gata Maior Filmes. Os títulos contam com o apoio institucional do Instituto Socioambiental e apoio de uma rede de fundações e instituições internacionais que trabalham diretamente com a Amazônia Brasileira.
Dirigido por Diego Freitas, de O Segredo de Davi e Depois do Universo, a comédia Tire 5 Cartas, protagonizada por Lilia Cabral e totalmente produzida e rodada em São Luís, no Maranhão, chega aos cinemas brasileiros no dia 7 de setembro.
Na trama, Fátima, interpretada por Lilia, é uma taróloga que enrola seus clientes com a ajuda de seu marido, Lindoval, papel de Stepan Nercessian. Sua sorte muda quando um valioso anel roubado cruza o seu caminho. Decidida a ficar com o objeto, Fátima foge dos bandidos e vai para sua terra natal, São Luís do Maranhão, embarcando em uma aventura divertida e emocionante.
O elenco de Tire 5 Cartas conta também com Claudia Di Moura, Guilherme Piva, Gabriel Godoy, Sérgio Malheiros, Giulia Bertolli, Cesar Boaes, Allan Souza Lima, Claudiana Cotrim, Thaynara OG, Mathy Lemos, Amanda Lee, Áurea Maranhão, Clara Anne, Déo Garcez, Flávia Bittencourt, Giselle De Prattes, João Gerude, Rodolfo Macedo, Sérgio Silveira, Tássia Dur e Xyko Pedrosa; além de participações especiais de Alcione e Sidney Magal.
Com roteiro assinado por Joaquim Haickel, Gustavo Pinheiro, Melina Dalboni, Diego Freitas, Giulia Bertolli e Julia Antuerpem, o filme conta com direção de fotografia de Victor Alencar; a direção de arte é de Sérgio Silveira e o figurino é assinado por Kika Lopes. A música é de Ed Côrtes e a montagem de Alexandre Boechat e Fábio Jordão. Realizado pela Guarnicê Produções e pela EH! Filmes, o longa tem distribuição nacional da Vinny Filmes e EH! Filmes Distribuidora. A produção é de Joaquim Haickel e Elisa Tolomelli.
A 48ª edição do Festival Internacional de Cinema de Toronto, que acontecerá entre os dias 7 e 17 de setembro, revelou os títulos selecionados para a mostra Centrepiece, antes chamada de Contemporary World Cinema, que celebra as conquistas cinematográficas globais com uma variedade dinâmica de filmes contemporâneos.
A seleção apresenta 47 títulos, de 45 países, e o cinema brasileiro marca presença com Pedágio, de Carolina Markowicz. No ano passado, a cineasta exibiuCarvão na mostra Platform do festival. Neste segundo longa-metragem de sua carreira, Markowicz apresenta o filme que participou de relevantes laboratórios de apoio ao desenvolvimento audiovisual, como o Tribeca All Access, Torino Film Lab e Berlinale Coproduction Market.
Estrelado por Maeve Jinkings e Kauan Alvarenga, a trama mostra Suellen, uma cobradora de pedágio que percebe que pode usar seu trabalho para fazer uma renda extra ilegalmente. Mas tudo por uma causa nobre: financiar a ida de seu filho à caríssima cura gay ministrada por um famoso pastor estrangeiro. De acordo com a diretora, o longa é “um drama permeado por humor ácido”, além de ser um retrato da opressão e violência sofrida pela população LGBTQIA+ diante das incoerências e atrocidades promovidas por alguns setores da sociedade, de forma mais explícita nos últimos anos.
Pedágio, que foi selecionado recentemente para o Festival de San Sebastián, conta também com Thomás Aquino, Aline Marta Maia e Isac Graça no elenco. A produção é da Biônica Filmes e O Som e a Fúria, com coprodução da Globo Filmes e Paramount Pictures; a distribuição é da Paris Filmes.
“Em pleno 2023, com todos adventos e tecnologias e avanços, chega a ser chocante a preocupação com quem o outro se relaciona sexualmente. O fosso conservador que vivemos nos últimos tempos serviu para deixar bem à vontade cada indivíduo que se achasse no direito de proferir críticas e até agressões à população LGBTQIA+. Além da violência, há práticas absurdas e patéticas, como as retratadas pelo filme, que parecem ser ficção, mas estão muito próximas à realidade surreal do brasileiro LGBT, gerando sequelas físicas e emocionais irreparáveis”, disse a diretora. A produção conta a história de uma atendente de pedágio que, inconformada com a orientação sexual do filho, comete delitos na tentativa de financiar uma cura para a sua “doença”.
Vale destacar também a presença do longa Los Delincuentes, de Rodrigo Moreno, uma coprodução entre Argentina, Brasil, Luxemburgo e Chile; a equipe traz a brasileira Julia Alves, da Sancho & Punta, na produção. Além da mostra Centrepiece, o TIFF também anunciou novos títulos nos programas Gala, Special Presentations e Documentaries.
Em comunicado oficial, Anita Lee, diretora de programação do TIFF, disse: “Estamos muito entusiasmados em apresentar o novo programa Centrepiece, uma jornada cinematográfica que transcende fronteiras e abraça a arte da experiência humana. O rebranding do programa do TIFF, anteriormente Contemporary World Cinema, é um reflexo da visão do festival de fornecer uma plataforma elevada para o cinema internacional para títulos aclamados em festivais de todo o mundo, estreias altamente esperadas de talentos canadenses e internacionais e os últimos trabalhos de influentes luminares do cinema”.
Conheça os novos filmes selecionados para o 48º Festival de Toronto:
CENTREPIECE
100 Yards, de Xu Haofeng e Xu Junfeng (China) A Cielo Abierto, de Mariana Arriaga e Santiago Arriaga (México/Espanha) A Happy Day, de Hisham Zaman (Noruega/Dinamarca) A Road to A Village (गाउ आएको बाटो), de Nabin Subba (Nepal) About Dry Grasses (Kuru Otlar Üstüne), de Nuri Bilge Ceylan (Turquia/França/Alemanha/Suécia) Anak Ka Ng Ina Mo (Your Mother’s Son), de Jun Robles Lana (Filipinas) Banel & Adama (Banel e Adama), de Ramata-Toulaye Sy (França/Senegal/Mali) Cerrar Los Ojos, de Víctor Erice (Espanha/Argentina) Chuck Chuck Baby, de Janis Pugh (Reino Unido) City of Wind (сэр сэр салхи), de Lkhagvadulam Purev-Ochir (França/Mongólia/Portugal/Holanda/Qatar/Alemanha) Das Lehrerzimmer (The Teachers’ Lounge), de Ilker Çatak (Alemanha) Death of a Whistleblower, de Ian Gabriel (África do Sul) Dispararon Al Pianista, de Fernando Trueba e Javier Mariscal (Espanha/França) El Viento que Arrasa (A Ravaging Wind), de Paula Hernández (Argentina/Uruguai) Fitting In, de Molly McGlynn (Canadá) Hey, Viktor!, de Cody Lightning (Canadá) Holiday, de Edoardo Gabbriellini (Itália) Humanist Vampire Seeking Consenting Suicidal Person (Vampire humaniste cherche suicidaire consentant), de Ariane Louis-Seize (Canadá) I Do Not Come To You By Chance, de Ishaya Bako (Nigéria) In Flames, de Zarrar Kahn (Canadá/Paquistão) Inshallah a Boy (Inshallah Walad), de Amjad Al Rasheed (Jordânia/França/Arábia Saudita/Qatar/Egito) Irena’s Vow, de Louise Archambault (Canadá/Polônia) Je’vida, de Katja Gauriloff (Finlândia) Kanaval, de Henri Pardo (Canadá/Luxemburgo) Kuolleet lehdet (Fallen Leaves), de Aki Kaurismäki (Finlândia/Alemanha) Limbo, de Ivan Sen (Austrália) Los Colonos, de Felipe Gálvez Haberle (Chile/Argentina/França/Dinamarca/Reino Unido/Taiwan/Suécia/Alemanha) Los Delincuentes, de Rodrigo Moreno (Argentina/Brasil/Luxemburgo/Chile) Lost Ladies (Laapataa Ladies), de Kiran Rao (Índia) Mountains, de Monica Sorelle (EUA) National Anthem, de Luke Gilford (EUA) Pedágio, de Carolina Markowicz (Brasil/Portugal) Perfect Days, de Wim Wenders (Japão) Robot Dreams, de Pablo Berger (Espanha/França) Shadow of Fire, de Shinya Tsukamoto (Japão) Shayda, de Noora Niasari (Austrália) Sira, de Apolline Traoré (Burkina Faso/Senegal/França/Alemanha) Snow Leopard (Xue Bao), de Pema Tseden (China) Son Hasat (The Reeds), de Cemil Ağacıkoğlu (Turquia/Bulgária) Sweet Dreams, de Ena Sendijarević (Holanda/Suécia/Indonésia/França) The Breaking Ice, de Anthony Chen (China) The Feeling That the Time for Something Has Passed, de Joanna Arnow (EUA) The Monk and the Gun, de Pawo Choyning Dorji (Butão/França/EUA/Taiwan) The Nature of Love (Simple Comme Sylvain), de Monia Chokri (Canadá/França) We Grown Now, de Minhal Baig (EUA) Woodland (WALD), de Elisabeth Scharang (Áustria) Zielona Granica (Green Border), de Agnieszka Holland (Polônia/República Checa/França/Bélgica)
GALA
A Normal Family, de Hur Jin-ho (Coreia do Sul) Finestkind, de Brian Helgeland (EUA) Smugglers, de Ryoo Seung-wan (Coreia do Sul) Thank You For Coming, de Karan Boolani (Índia)
SPECIAL PRESENTATIONS
Bastarden (The Promised Land), de Nikolaj Arcel (Dinamarca/Alemanha/Suécia) Daddio, de Christy Hall (EUA) El Sabor de la Navidad, de Alejandro Lozano (México) Evil Does Not Exist (Aku wa sonzai shinai), de Ryûsuke Hamaguchi (Japão) La contadora de películas, de Lone Scherfig (Espanha/França/Chile) Quiz Lady, de Jessica Yu (EUA) Ru, de Charles-Olivier Michaud (Canadá)
TIFF DOCS
I am Sirat, de Deepa Mehta e Sirat Taneja (Canadá)
Considerada a maior premiação do setor audiovisual nacional, a cerimônia acontecerá no dia 23 de agosto, na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro. Cláudia Abreu, que apresentará o evento pela primeira vez, já foi indicada três vezes: em 2001, como atriz coadjuvante por O Xangô de Baker Street; em 2009, como melhor atriz por Os Desafinados; e no ano passado pelo filme O Silêncio da Chuva na categoria de melhor atriz coadjuvante. Já Silvio Guindane, que também assumirá a função de apresentador, foi indicado em 2021 como melhor ator por dois filmes: Boca de Ouro e A Divisão.
O Grande Prêmio do Cinema Brasileiro reúne anualmente centenas de realizadores, atores e profissionais do setor na maior premiação do audiovisual do país. Neste ano, a direção do evento é de Batman Zavareze e roteiro de Bebeto Abrantes; a cerimônia será transmitida ao vivo para todo o país pelo YouTube da Academia e pelo Canal Brasil, que estará com sinal aberto para não assinantes dentro do Globoplay.
Ao todo serão anunciados os vencedores de 29 troféusGrande Otelo escolhidos pelo amplo júri formado por profissionais do setor associados à Academia Brasileira de Cinema e pelo público, que elege o melhor filme do Júri Popular.
Silvio Guindane no filme Boca de Ouro
O grande homenageado de 2023 é o cineasta paraibano Vladimir Carvalho e a lista dos finalistas reúne mais de 200 profissionais indicados em 34 diferentes longas-metragens brasileiros e 12 longas estrangeiros; também estão na disputa 15 curtas brasileiros. Neste ano, as séries de ficção passam a concorrer em uma única categoria; o melhor longa-metragem de comédia concorrerá exclusivamente ao Voto Popular. Uma novidade desta edição é que, pela primeira vez, os filmes finalistas ibero-americanos foram indicados não pelos distribuidores, mas pelas academias de seus respectivos países. Clique aqui e conheça os indicados.
“Chegar à 22ª edição do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro significa que somos muito mais poderosos do que poderíamos imaginar. Estarmos aqui, tendo ultrapassado tudo o que passamos nos últimos anos, significa que, certamente, dias muito melhores estão à nossa espera. Viva o cinema brasileiro!”, disse a produtora Renata Almeida Magalhães, presidente da Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais.
Nesta 22ª edição, Medida Provisória, de Lázaro Ramos, lidera a lista com 15 indicações, entre elas, melhor longa de ficção. Na sequência, aparece Marte Um, de Gabriel Martins, com 13 indicações.
Ayla Gabriela no curta brasileiro Pássaro Memória, de Leonardo Martinelli
A 48ª edição do Festival Internacional de Cinema de Toronto, que acontecerá entre os dias 7 e 17 de setembro, divulgou os curtas-metragens selecionados para este ano; a lista traz 42 títulos, de 23 países.
O cinema brasileiro marca presença na mostra Short Cuts com Pássaro Memória, de Leonardo Martinelli, uma coprodução com o Reino Unido, que traz Ayla Gabriela, Henrique Bulhões, Jard Costa e Kley Hudson no elenco. A sinopse diz: um pássaro chamado Memória esqueceu como voltar para casa. Lua, uma mulher trans, tenta encontrá-la nas ruas do Rio de Janeiro, mas a cidade pode ser um lugar hostil.
Jason Anderson, programador dos curtas, disse: “Estamos entusiasmados em apresentar uma gama tão diversificada de novos trabalhos incríveis de talentos emergentes e consagrados do cinema de todo o mundo. Ficamos impressionados com o nível de habilidade e engenhosidade desses filmes, bem como a ousadia demonstrada por tantos cineastas ao explorar assuntos e temas que não poderiam ser mais oportunos ou pessoais. Isso é especialmente verdadeiro para os filmes que estamos gratos por apresentar, que são de mulheres e cineastas que se identificam com mulheres, que compreendem quase 60% da seleção deste ano”.
A seleção deste ano conta com 21 estreias mundiais e uma variedade de perspectivas novas e únicas. Vale destacar também a presença da cineasta brasileira Ivete Lucas, radicada nos Estados Unidos, que aparece na lista com The Passing, uma produção americana e codirigida por Patrick Bresnan.
O festival também anunciou, recentemente, a exibição de Sly, documentário dirigido por Thom Zimny, que narra a trajetória ilustre de Sylvester Stallone. O longa será o filme de encerramento da 48ª edição do evento.
Em comunicado oficial, Cameron Bailey, CEO do TIFF, comentou: “A história de Stallone é de perseverança, triunfo e sua marca indelével deixada no mundo do cinema. Não poderíamos estar mais honrados em compartilhá-la com nosso público como nosso filme de encerramento. Celebrando o legado de um verdadeiro ícone, Sly leva o público a uma viagem íntima pela vida de Stallone, um marco cultural cujo impacto no cinema dura quase meio século. Sly oferece uma exploração inesperada e sincera do homem por trás da megaestrela de ação”.
Conheça os curtas-metragens selecionados para o 48º Festival de Toronto:
PROGRAMA 1 | CURTAS
Been There, de Corina Schwingruber Ilić (Suíça) DAMMI, de Yann Mounir Demange (França) Gaby’s Hills, de Zoé Pelchat (Canadá) La Perra, de Carla Melo Gampert (Colômbia/França) Meteor, de Atefeh Khademolreza (Canadá) Nun or Never!, de Heta Jäälinoja (Finlândia) Primetime Mother, de Sonny Calvento (Filipinas/Singapura)
PROGRAMA 2 | CURTAS
1001 Nights, de Rea Rajčić (Croácia) Bloom, de Kasey Lum (Canadá) Electra, de Daria Kashcheeva (República Checa/França/Eslováquia) Fár, de Gunnur Martinsdóttir Schlüter (Islândia) Nada de todo esto, de Francisco Cantón e Patricio Martínez (Argentina/Espanha/EUA) Redlights, de Eva Thomas (Canadá) The Skates, de Halima Ouardiri (Canadá)
PROGRAMA 3 | CURTAS
Aftercare, de Anubha Momin (Canadá) All the Days of May, de Miryam Charles (Canadá) Bird, de Ana Cristina Barragán (Equador/Espanha) Human Resources, de Trinidad Plass Caussade, Titouan Tillier e Isaac Wenzek (França) Making Babies, de Eric K. Boulianne (Canadá) Shé (Snake), de Renee Zhan (Reino Unido) This is TMI, de Subarna Dash e Vidushi Gupta (Índia) Titanic, Suitable Version for Iranian Families, de Farnoosh Samadi (Irã/França)
PROGRAMA 4 | CURTAS
Alberto and the Beast, de John Paul Lopez-Ali (EUA) Baigal Nuur – Lake Baikal, de Alisi Telengut (Alemanha/Canadá) Express, de Ivan D. Ossa (Canadá) Mboa Matanda, de Jules Kalla Eyango (Camarões) Mothers and Monsters, de Edith Jorisch (Canadá) The Passing, de Ivete Lucas e Patrick Xavier Bresnan (EUA)
PROGRAMA 5 | CURTAS
Aphasia, de Marielle Dalpé (Canadá) Ever Since, I Have Been Flying, de Aylin Gökmen (Suíça) I Used to Live There, de Ryan McKenna (Canadá) Pássaro Memória, de Leonardo Martinelli (Brasil/Reino Unido) Sawo Matang, de Andrea Nirmala Widjajanto (Canadá/Indonésia/EUA) This is Not About Swimming, de Marni Van Dyk (Canadá) WOACA, de Mackenzie Davis (Reino Unido)
PROGRAMA 6 | CURTAS
27, de Flóra Anna Buda (França/Hungria) 6 Minutes Per Kilometer, de Catherine Boivin (Canadá) Modern Goose, de Karsten Wall (Canadá) Motherland, de Jasmin Mozaffari (Canadá) Sheephead, de Spencer Creigh (EUA) The Heart, de Malia Ann (EUA) Xie Xie, Ollie, de James Michael Chiang (Canadá)