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O Clube das Mulheres de Negócios, de Anna Muylaert, abre a mostra competitiva do 52º Festival de Cinema de Gramado

por: Cinevitor
A equipe do filme no tapete vermelho de Gramado

A mostra competitiva de longas-metragens brasileiros da 52ª edição do Festival de Cinema de Gramado começou neste sábado, 10/08, com a exibição de O Clube das Mulheres de Negócios, novo longa-metragem da consagrada cineasta Anna Muylaert. O filme traz inversão de papéis de gênero em uma narrativa bem-humorada que conta com um grande elenco.

A gênese do projeto se deu no final de 2015, na efervescência de movimentos feministas, quando Anna Muylaert teve a ideia de realizar um filme de inversão de papéis de gênero, que mostrasse como as mulheres são desprivilegiadas em muitas situações. Nesses nove anos desde o início da criação do filme, muitas movimentações sociopolíticas aconteceram, inclusive o #MeToo, fazendo com que Anna atualizasse o roteiro, em parceria com a Glaz Entretenimento, para incorporar também as mudanças sociais e o recente momento de extremismo político vivido pela sociedade brasileira.

Com tom de sátira e bom humor, mas sem deixar de lado as críticas sociais, O Clube das Mulheres de Negócios traz situações absurdas que fazem o espectador se questionar sobre as estruturas de poder vigentes, problematizando o machismo e classismo enraizados na sociedade. Anna Muylaert, que já fez o público rir e chorar com Que Horas Ela Volta? e Mãe Só Há Uma, agora traz diversão, reflexão e catarse para os espectadores em uma obra que dialoga diretamente com o momento cultural vivido no Brasil e no mundo.

A inversão dos papéis de gênero, com as mulheres exercendo autoridade enquanto os homens são moldados para uma postura de submissão, é apenas o começo de uma série de imagens e reflexões propostas ao longo do filme. À medida que a história vai escalando, surgem as onças que conectam todas as outras instâncias da narrativa, simbolizando o poder que transcende às rígidas divisões estabelecidas pela sociedade. 

O longa conta com um grande elenco composto por nomes conhecidos do teatro, cinema e televisão brasileiros, sobretudo no universo da comédia. Entre eles estão os protagonistas Luis Miranda dando vida ao renomado fotógrafo homem Jongo e Rafael Vitti como seu inexperiente e ingênuo colega, Candinho. Eles serão as presas das mulheres de negócios: Cristina Pereira interpretando Cesárea, presidente do Clube e Louise Cardoso como sua fiel escudeira, Brasília. Irene Ravache interpreta a quatrocentona Norma com seu marido submisso, vivido por André Abujamra, 20 anos mais novo.

Também fazem parte do Clube: Katiuscia Canoro vivendo Zarife, uma mulher destemperada que quer ser presidente do Brasil e suas obedientes sobrinhas Maria Bopp e Veronica Debom. Grace Gianoukas dá vida à vaqueira predadora Yolanda, que traz a tiracolo seu marido troféu, Jadeson, interpretado por Tales Ordakji, 40 anos mais jovem. Shirley Cruz interpreta a milionária líder evangélica Bispa Patrícia, Polly Marinho é a cantora de funk hypada Kika e Helena Albergaria faz a misteriosa advogada Fay Smith. Aos 80 anos de idade, Ítala Nandi volta às telas como a conquistadora Donatella.

A diretora Anna Muylaert no tapete vermelho

Na apresentação do filme no Palácio dos Festivais, Muylaert subiu ao palco com diversas integrantes do elenco: “Nós estamos felizes em participar desse festival depois de toda a tragédia climática que aconteceu no Rio Grande do Sul. Todos nós, do elenco e equipe, estamos solidários a todos”.

No seu discurso, Anna aproveitou para relembrar sua história com Gramado: “A primeira vez que eu vim ao festival foi na década de 1980 como crítica do Estadão. Foi o ano que passou o filme Anjos da Noite, do Wilson Barros, que era meu professor de direção. E foi o ano que ganhou Anjos do Arrabalde, de Carlos Reichenbach, que estava aparecendo para o público. A segunda vez que eu vim foi nos anos 1990 como curta-metragista na era Collor quando não tinha quase filme brasileiro. Em 2002, no início da retomada, eu participei com Durval Discos, que mudou a minha vida e por isso tenho um carinho por esse festival. Foi o ano que foi lançado Amarelo Manga, Cidade de Deus e Madame Satã. Foi o início fervoroso da retomada, um momento muito especial que dava alegria de fazer parte do clube do cinema brasileiro. No ano seguinte eu fui júri”.

E seguiu: “Em 2015 eu abri o festival com Que Horas Ela Volta? em um momento que o cinema brasileiro estava bombando pelo mundo. Agora, em 2024, voltando com O Clube das Mulheres de Negócios que, não por acaso, é o meu filme que mais dialoga com Durval Discos”.

Anna também trouxe uma reflexão importante sobre o atual momento do cinema: “Acho que estamos em um momento difícil para o cinema devido ao fato que as pessoas estão vendo narrativas curtas nos celulares e em suas telas pequenas. E também porque houve uma invasão das multinacionais americanas do audiovisual que estão fazendo produções a partir de outros parâmetros do que o cinema faz. Eles trabalham muito a partir de números e estão mudando a forma de ver filmes e a forma de produzir filmes. Eu tenho a impressão que eles estão diminuindo a importância da autoria cinematográfica. Sendo mais importante a empresa e a multinacional do que o diretor, o autor. Essa importância está sendo rebaixada”.

A cineasta seguiu seu discurso: “Neste momento, queria dizer o quanto esse festival é mais importante do que nunca. Porque aqui temos sete autores, dos quais quatro são mulheres, o que eu acho algo muito bom. Queria celebrar o festival e também a Ancine. Sem a Ancine não haveria cinema brasileiro dos últimos anos. E essa ideia de autor eu acho fundamental porque qualquer obra de arte, seja cinema, teatro ou literatura, demanda humanidade, sangue, cuspe. Como diria Claudio Assis em Amarelo Manga: estômago e sexo. E eu acho que essa baixada de bola da autoria faz com que as coisas fiquem menos vivas e menos importantes. Eu acho que o cinema brasileiro, como disse Paulo Emílio Sales Gomes: o cinema brasileiro, independente da qualidade, sempre será mais interessante para nós do que qualquer filme estrangeiro. E eu acredito nisso. Eu acredito no cinema brasileiro e na autoria! Que o cinema brasileiro tenha vida longa e que tenha sangue!”.

Elenco e equipe no palco do Palácio dos Festivais

Ao final do discurso, Muylaert falou sobre o longa em competição: “Esse é um filme muito provocativo e tem múltiplas formas de ser visto e lido. Mas eu posso dizer uma coisa: todo mundo que está aqui fez esse filme com sangue, muito amor e de mãos dadas. Recebam nosso amor!”.

No dia seguinte à exibição, a diretora e o elenco participaram de um debate na Sociedade Recreio Gramadense, que foi mediado pelo jornalista gaúcho Roger Lerina. Entre diversas questões levantadas entre o público presente e a equipe do filme, a coletiva foi marcada por um momento emocionante com o forte depoimento da atriz Cristina Pereira, que revelou, pela primeira vez, publicamente, que foi estuprada aos 12 anos: “Cheguei no colégio com o uniforme aberto e ninguém se preocupou. Só queriam saber porque eu estava chegando atrasada”.

A revelação aconteceu quando debatiam uma das cenas do filme em que o personagem Candinho, interpretado por Rafael Vitti, sofre um assédio: “Quando o Candinho chora, sou eu que choro e são muitas meninas de 12 anos como aquela que estava a caminho do colégio e mataram aquela menina. É a primeira vez que falo publicamente sobre isso. Aconteceu comigo, mas está acontecendo com muitas meninas. Eu estava entrando na puberdade, nem tinha ficado menstruada. Eu não sabia nada sobre sexo, não sabia o que aquele homem tinha feito comigo, uma coisa horrível. Na minha época, não tinha educação sexual nas escolas”. Depois da fala, Cristina foi amparada pelas colegas de elenco que também estavam muito emocionadas e a abraçaram com muito carinho.

Além disso, outras questões também foram abordadas no início da coletiva. A atriz Maria Bopp comentou o entrosamento do elenco: “Esse filme tem muito do coletivo. Eu acho que é proposital um elenco tão grande. Nós somos um organismo. Estamos vivendo uma era de individualidade e individualismo e o interessante é que somos um grupo, vários tentáculos de um monstro. O coletivo faz sentido. Não acho que teria que ter um espaço individual de brilho para cada atriz, apesar de que todas são brilhantes. Brilhamos juntas”.

Katiuscia Canoro também debateu: “Eu sou uma atriz comediante aos olhos de vocês porque acho que todo mundo me conhece de uma comédia muito popular, como Zorra Total e Vai que Cola. O máximo que eu fiz da TV Globo foi A Grande Família. Todo mundo espera de mim uma comédia muito rasgada. Como palhaça, já que sou formada em palhaçaria, entende-se que nós somos o fracasso. Como fracasso, entrar num lugar desses, sendo o palhaço a única pessoa que pode dar um tapa na cara do rei, falar de coisas tão importantes e colocar várias críticas é um privilégio”.

Além da exibição de O Clube das Mulheres de Negócios, a noite de sábado contou também com a homenagem especial a Matheus Nachtergaele, que recebeu o Troféu Oscarito; e a exibição do primeiro episódio da série Cidade de Deus: A Luta Não Para, de Aly Muritiba

*O CINEVITOR está em Gramado e você acompanha a cobertura do evento por aqui, pelo canal do YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.

Fotos: Cleiton Thiele/Agência Pressphoto.

Festival de Gramado 2024: Matheus Nachtergaele é homenageado com o Troféu Oscarito

por: Cinevitor
Matheus Nachtergaele: consagrado no Palácio dos Festivais

Ator, diretor, roteirista e autor, Matheus Nachtergaele é um dos maiores nomes das artes brasileiras. O multiartista de 56 anos, que está no ar como Norberto, na novela Renascer, após um hiato de dez anos sem atuar no segmento, foi homenageado na 52ª edição do Festival de Cinema de Gramado com o Troféu Oscarito.

Na noite de sábado, 10/08, Nachtergaele foi ovacionado no palco do Palácio dos Festivais por sua trajetória de sucesso: “Eu tô bem nervoso. É muito difícil me fazer aceitar ser merecedor dessa honraria. O Festival de Gramado é o festival mais longevo do Brasil. Ele é a casa tradicional do cinema brasileiro. Essa homenagem é um dos pontos culminantes de uma caminhada dentro do cinema para um ator no Brasil”, disse no início do seu discurso.

Depois de receber o Troféu Oscarito das mãos do jornalista Marcos Santuario, também curador do festival, emocionou o público com suas palavras: “Eu apostei todas as minhas fichas em ser ator. Eu não tenho um plano B. Não fiz família, não tenho hobby, não escalo montanhas, não faço aeromodelismo nas horas vagas. Eu estou sempre pensando em um próximo personagem. E eu fui ator na hora do cinema brasileiro se retomar, fui recrutado para essa reconstrução e passei a ser um dos construtores do cinema que a gente tem hoje em dia no Brasil. Quero me sentir merecedor dessa homenagem. Quero abrir meu peito para essa alegria. Quero dizer também que se alegria e carinho fossem algo bem concreto, eu dividiria em 206 mil partes e daria um bocadinho para as famílias que continuam desabrigadas após a tragédia das águas aqui no Rio Grande do Sul. Mas como carinho não é tão palpável, eu só espero que essa noite expanda a resistência e o brilho dos gaúchos por toda essa região. O festival esse ano merece um aplauso a mais!”

Nascido em São Paulo, iniciou sua trajetória no Centro de Pesquisa Teatral, de Antunes Filho, e na companhia Teatro da Vertigem, com o seu trabalho em O Livro de Jó, de 1995. A estreia nas telonas veio dois anos depois, com dois filmes antológicos: o clássico gaúcho Anahy de las Misiones, de Sérgio Silva, e O que é Isso, Companheiro?, de Bruno Barreto, que concorreu ao Oscar de melhor filme internacional. Também em 1997, fez sua estreia na TV Globo, na minissérie Hilda Furacão. Dando vida à Cintura Fina, personagem que se identificava como mulher, embora tivesse nascido com um corpo masculino, Matheus desafiava as noções de gênero vigentes. Esse papel levou reconhecimento ao ator, que viria a protagonizar a minissérie O Auto da Compadecida (1999), posteriormente lançada, em formato reduzido, para os cinemas, rendendo-lhe o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro como melhor ator.

No ano de 2002, participou de outro clássico do cinema nacional: Cidade de Deus, de Fernando Meirelles e Kátia Lund, que concorreu ao Oscar em quatro categorias. Atrás das câmeras, mostrou um novo talento ao dirigir A Festa da Menina Morta. O longa foi selecionado para a mostra Um Certo Olhar, do Festival de Cannes, e venceu os prêmios de melhor filme pelo Júri Popular e pela Crítica, melhor ator, fotografia e música no Festival de Gramado; a obra ainda arrematou os prêmios de melhor direção de ficção e melhor ator no Festival do Rio.

Ano passado, durante a 51ª edição do Festival de Gramado, na qual exibiu Mais Pesado é o Céu, de Petrus Cariry, foi eternizado na Calçada da Fama da cidade. Matheus possui indicações e vitórias nos mais importantes festivais e premiações do cinema brasileiro e mundial: Festival de Cannes, Prêmio Platino, Festival de Cinema de Lisboa, Uruguay International Film Festival, Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, Festival do Rio, Festival de Brasília, Cine Ceará e Cine PE são alguns exemplos.

Homenagem na serra gaúcha pela carreira consagrada

Nas telonas, Nachtergaele também é conhecido por trabalhos como Central do Brasil (1998), Amarelo Manga (2002) e Febre do Rato (2011), e muitos outros projetos para a TV, como Sob Pressão (2017), Cordel Encantado (2011) e Todas as Mulheres do Mundo (2020). Em 2024, Matheus retorna aos cinemas como João Grilo, personagem emblemático de sua carreira, para a continuação de O Auto da Compadecida, de Guel Arraes; a sequência estreia no dia 25 de dezembro. Matheus Nachtergaele se junta à Mariëtte Rissenbeek e Jorge Furtado, que serão homenageados com o Kikito de Cristal e Eduardo Abelin, respectivamente.

Emocionado no palco, Matheus continuou seu discurso: “Eu tenho um sonho, que já não é mais íntimo porque às vezes eu falo dele: de que um dia, no homem mais evoluído, a oração vai ser feita no bom teatro, no bom cinema, no bom show de música. Eu acho que as artes do espetáculo, que se apresentam para o coletivo, em qualquer gênero, comédia, tragédia, drama, musical, é a oração dos homens mais livres. É quando a gente se encontra para celebrar, para fazer a catarse de espanto, de alegria, de horror, de arrepio, de calafrio”.

E seguiu: “Os filmes agora moram pouco nos cinemas. Vão logo para as televisões, para os streamings. O cinema tá mudando e isso pode ser muito bom… vamos ver! Mas os lindos filmes de cinema serão como orações: um dia ocuparão o lugar das igrejas que ainda utilizam de dogma para cativar as pessoas. Vamos orar juntos e livremente. E neste sentido, os festivais de cinema serão igrejas onde pessoas bem livres estarão prontas para rezar com liberdade total. E rir e chorar o mundo juntas. Eu sonho com isso! Toda vez que eu entro em cena eu posso dizer que estou rezando”.

No palco, Nachtergaele também declamou o poema Eros e Psique, de Fernando Pessoa, e contou com a ajuda da plateia para a interação. Depois, finalizou seu discurso: “Eu não quero ocupar muito tempo, mas vou ocupar um pouco porque é o dia de ganhar o Oscarito. O ator é um ser bem perdido mesmo e essa doença de alma, quando bem utilizada, é uma coisa boa para a sociedade como um todo. Tem uma função de limpeza mesmo, uma coisa sanitária das almas. O ator, por estar se procurando por não saber quem ele é, vai pegando carona em cada personagem e vai encontrando temporariamente em si coisas que ele desconhecia. E durante aquele período fica confortável em cena sendo algo. Depois que aquilo acaba, ele tá de novo na perdição. Precisa do aplauso, precisa do amor. Ele é um perdido esfacelado que tá se procurando. Mesmo. Ele tá em sofrimento”.

Depois da homenagem a Matheus Nachtergaele, aconteceu a exibição especial do primeiro episódio da série Cidade de Deus: A Luta Não Para, que contou com a presença do diretor Aly Muritiba e integrantes do elenco, entre eles, a atriz Roberta Rodrigues, que elogiou o colega: “É uma honra estar aqui no dia em que Matheus é homenageado. Eu sou uma grande fã, somos todos. E você definiu muito o que é arte. Você é um gênio e eu fiz Cidade de Deus ao seu lado. Eu vi você atuando e isso é uma honra”.

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Fotos: Edison Vara/Agência Pressphoto.

Motel Destino, de Karim Aïnouz, abre o 52º Festival de Cinema de Gramado

por: Cinevitor
Equipe do filme no tapete vermelho

A 52ª edição do Festival de Cinema de Gramado começou nesta sexta-feira, 09/08, com a exibição, fora de competição, do thriller erótico Motel Destino, do cineasta cearense Karim Aïnouz, que disputou a Palma de Ouro no Festiva de Cannes.

Motel Destino carrega o nome de um local numa beira de estrada do litoral cearense, palco de jogos perigosos de desejo, poder e violência. Uma noite, a chegada de um jovem transforma em definitivo o cotidiano do motel. O rapaz em fuga, totalmente vulnerável, cruza seu caminho com o de uma mulher aprisionada pelas dinâmicas de um casamento abusivo.

Elemento recorrente na filmografia de Aïnouz, o erotismo é o pano de fundo de Motel Destino, que chega aos cinemas brasileiros no dia 22 de agosto. As cores fortes e vibrantes do litoral nordestino dão a tônica visual-narrativa da nova obra, o primeiro projeto do diretor rodado inteiramente no Ceará desde O Céu de Suely (2006). O longa é um retrato íntimo de uma juventude que teve seu futuro roubado por uma elite tóxica e esmagadora, contra a qual a insubordinação e revoltas são, não raramente, a saída possível.

Estrelado por Iago Xavier, Fabio Assunção e Nataly Rocha, a coprodução entre Brasil, França e Alemanha tem roteiro assinado por Karim Aïnouz, Mauricio Zacharias e Wislan Esmeraldo. O elenco conta também com Renan Capivara, Yuri Yamamoto, Fabíola Líper, Isabela Catão, Jupyra Carvalho, David Santos e Bruna Beserra.

Por trás das câmeras, a diretora de fotografia Hélène Louvart, renomada por seus trabalhos em A Vida Invisível e Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre, captura com sutileza as nuances visuais do filme. A montadora Nelly Quettier, reconhecida por Beau Travail e Lazzaro Felice, imprime uma precisão rítmica à narrativa. O diretor de arte Marcos Pedroso, de Madame Satã e Praia do Futuro, agrega uma rica expressão artística à obra. A produção foi liderada por Janaina Bernardes (Cinema Inflamável) e Fabiano Gullane e Caio Gullane (Gullane).

No Palácio dos Festivais, a equipe subiu ao palco para apresentar o filme de abertura desta edição: os produtores Fabiano Gullane e Janaina Bernardes; e os atores Iago Xavier, Fabio Assunção e Nataly Rocha. O diretor Karim Aïnouz, por motivos de trabalho, não compareceu ao evento, mas enviou um vídeo: “Infelizmente não consegui estar nesta noite tão especial, mas meu coração está aí. Eu queria desejar uma boa projeção de Motel Destino. Estou muito honrado de estar no Festival de Gramado com diretores tão especiais, que também estão na programação este ano. Queria dedicar essa projeção de hoje ao povo gaúcho, que lutou e se uniu para poder enfrentar uma tragédia tão grande que aconteceu este ano. Fico muito feliz que o festival está acontecendo. Espero que Motel Destino seja uma faísca de alegria nesta noite. Espero que vocês gostem do filme e viva o cinema brasileiro!”.

Os atores do filme na entrada do Palácio dos Festivais

Ainda no palco, a protagonista Nataly Rocha também celebrou a exibição do filme no festival: “É um prazer imenso estar aqui. Eu faço mais filmes experimentais e malucões lá no Ceará. É a primeira vez que estou aqui e estou muito feliz. Achei a programação chiquérrima, como sempre. Eu acho chique ganhar o kikito. Eu queria ganhar, mas não estamos concorrendo. Espero vir mais vezes, a cidade é linda. Pra quem fez o filme, é outro filme que passa na nossa cabeça nos bastidores. Mas tudo só faz sentido quando a gente está na plateia com vocês assistindo e recebendo essa troca. Motel Destino é muito calor e pulsão de vida”.

Em seu primeiro longa-metragem, o estreante Iago Xavier também discursou: “Nossa, que honra estar neste palco! Trabalhamos tanto para fazer esse filme… é uma loucura! Não imaginei estar aqui no Festival de Gramado, que é absurdamente enigmático e importante para a cultura nacional. Eu só acompanhava o festival pelas redes e estar aqui no meu primeiro longa é uma honra muito grande. Estar aqui é uma resiliência absurda para todo mundo!”. Ao final, o ator alegrou o público com uma dança, que faz referência à uma das cenas do filme.

Também no palco, o consagrado ator Fabio Assunção relembrou sua trajetória no Festival de Gramado: “Estou muito feliz de estar aqui. Eu já vim cinco vezes para cá, mas eu também, quando era mais novo, não poderia imaginar que estaria abrindo o festival. É uma honra estar aqui”. E falou também sobre o longa: “Esse filme traz um retrato do Brasil porque é a história de um homem branco do Sudeste que vai para o Nordeste e conhece uma mulher cearense. Tem um aspecto sociológico de todo esse degrau, de todo esse preconceito; e como esse casamento passa a ser um espaço de abuso e humilhação. Isso existe no Brasil. O Karim traz isso no filme de uma maneira muito autoral e com muita propriedade”.

Fabio também falou da sua experiência no set: “Pra mim, foi um processo árduo. Mas dentro de um processo de muita confiança com o Karim, com o elenco, com os nossos produtores. Dentro de um ambiente protegido e um ambiente bastante confiante. Fizemos essa jornada para contar essa história cruel que, no fundo, é uma história de amor. O segredo do filme é exatamente esse: mostrar uma realidade brasileira sem nenhum problema de dizer isso claramente porque isso é um transformador social”.

Para encerrar, Fabio destacou a resistência do Festival de Gramado em 2024: “Passa tanta coisa pela minha cabeça. É importante destacar que o festival, mesmo em um ano tão difícil para o Rio Grande do Sul, permanece firme porque o cinema também é um espaço de resistência, força, resiliência, guerrilha e, sobretudo, em momentos de dificuldade, o cinema sempre se fez muito forte. Queria parabenizar o festival por manter a edição deste ano”. Com distribuição da Pandora Filmes, Motel Destino chega aos cinemas brasileiros no dia 22 de agosto.

*O CINEVITOR está em Gramado e você acompanha a cobertura do evento por aqui, pelo canal do YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.

Fotos: Cleiton Thiele/Agência Pressphoto.

Festival de San Sebastián 2024 anuncia novos títulos; filmes brasileiros são selecionados

por: Cinevitor
Mirella Façanha e Marcos de Andrade em Cidade; Campo, de Juliana Rojas

Depois de anunciar os primeiros filmes selecionados, entre eles, os títulos que disputarão a Concha de Ouro, a 72ª edição do Festival Internacional de Cinema de San Sebastián, considerado o mais importante festival de cinema da Espanha e um dos mais antigos da Europa, revelou novas obras em sua programação.

Na mostra Horizontes Latinos, que será exibida durante o festival, entre os dias 20 e 28 de setembro, o cinema brasileiro ganha destaque; a seção apresenta uma seleção de longas-metragens ainda não lançados na Espanha, produzidos na América Latina, dirigidos por cineastas de origem latina ou que abordem temas sobre comunidades latinas no resto do mundo.

Entre os selecionados, destaca-se: Cidade; Campo, de Juliana Rojas. Rodado na cidade de São Paulo e na zona rural do Mato Grosso do Sul, o filme fala sobre migração entre o meio urbano e o rural. Na primeira história, a trabalhadora rural Joana migra para São Paulo, após o rompimento de uma barragem de dejetos de mineração inundar sua cidade natal. Ela vai ao encontro de sua irmã Tânia, que mora em um bairro periférico junto com seu neto Jaime. Joana busca prosperar na maior cidade da América do Sul, conhecida como a “cidade do trabalho”. Ela adentra o universo dos subempregos por aplicativos, trabalhando como faxineira.

Na segunda história do filme, Flávia se muda com Mara, sua companheira, para a fazenda que herdou do pai, falecido recentemente. As duas mulheres buscam uma nova oportunidade de vida no campo. O contato com a casa abandonada revela a Flávia aspectos desconhecidos de seu pai, com quem mantinha uma relação distante. O casal sofre um choque de realidade ao enfrentar a dureza do cotidiano rural. A natureza as obriga a enfrentar frustrações e a lidar com memórias e fantasmas.

O longa, que tem distribuição da Vitrine Filmes, conta com Fernanda Vianna, Mirella Façanha, Bruna Linzmeyer, Andrea Marquee, Preta Ferreira, Marcos de Andrade, Raquel Ferreira, Nilcéia Vicente e Kalleb Oliveira no elenco.

Outro título brasileiro que se destaca é o longa Dormir de Olhos Abertos, de Nele Wohlatz, uma coprodução entre Brasil, Argentina, Taiwan e Alemanha. Filmado no Recife entre outubro e novembro de 2022, o elenco conta com Chen Xiao Xin, Wang Shin-Hong, Liao Kai Ro, Nahuel Pérez Biscayart e Lu Yang Zong. Com distribuição da Vitrine Filmes, a produção é da Cinemascópio, Ruda Cine, Yi Tiao Long Hu Bao Taipei e Blinker Filmproduktion; assinada por Emilie Lesclaux, Kleber Mendonça Filho, Justine O., Roger Huang, Violeta Bava, Rosa Martínez Rivero, Meike Martens e Nele Wohlatz.

Além disso, o Brasil também aparece como coprodutor em Zafari, dirigido pela cineasta venezuelana Mariana Rondón. Vale lembrar que todos os filmes da Horizontes Latinos concorrem ao Prêmio Horizontes no valor de 35 mil euros para o realizador e o distribuidor na Espanha.

[ATUALIZADO: 16/08]

A seleção segue com outro título brasileiro em competição: Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, será exibido na mostra Perlak, que conta com filmes aclamados pela crítica ou premiados em outros festivais internacionais, e concorre ao Prêmio do Público.

Estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello e com participação especial de Fernanda Montenegro, o filme é inspirado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva sobre a história de sua família. O relato começa no início dos anos 70, quando um ato de violência muda a história da família Paiva para sempre. O livro e o filme abraçam o ponto de vista daqueles que sofrem uma perda em um regime de exceção, mas não se dobram; o roteiro é de Murilo Hauser, de A Vida Invisível, e Heitor Lorega.

Na mostra Foro de Coproducción, projetos são apresentados em busca de potenciais parceiros para completarem seu financiamento e melhorarem seu acesso no mercado internacional. Aqui, o Brasil aparece com Crocodila, de Gabriela Amaral Almeida, uma coprodução com Portugal; e também com Animales del desierto, de Santiago Loza (Argentina/Brasil/Uruguai), La escuela pesada, de Hernán Rosselli (Argenrtina/Uruguai/Áustria/Brasil/Portugal/França/Chile/Peru), Los Dos Paisajes, de Francisco Lezama (Argentina/Brasil) e Remanso, de Pablo Lamar (Paraguai/Argentina/Uruguai/Brasil/França).

Além dos filmes, também foi revelado que o cineasta e roteirista espanhol Pedro Almodóvar será homenageado com o Prêmio Donostia e exibirá, depois da cerimônia, seu mais novo trabalho: The Room Next Door, com Tilda Swinton e Julianne Moore no elenco.

Conheça os novos filmes selecionados para o Festival de San Sebastián 2024:

HORIZONTES LATINOS

Cidade; Campo, de Juliana Rojas (Brasil/Alemanha/França)
Cuando las nubes esconden las sombras, de José Luis Torres Leiva (Chile/Argentina/Coreia do Sul) (filme de abertura)
Dormir de Olhos Abertos, de Nele Wohlatz (Brasil/Argentina/Taiwan/Alemanha)
El aroma del pasto recién cortado, de Celina Murga (Argentina/Uruguai/EUA/México/Alemanha) (filme de encerramento)
El Jockey, de Luis Ortega (Argentina/México/Espanha/Dinamarca/EUA)
La piel en primavera, de Yennifer Uribe Alzate (Colômbia/Chile)
Los domingos mueren más personas, de Iair Said (Argentina/Itália/Espanha)
Querido Trópico, de Ana Endara (Panamá/Colômbia)
Quizás es cierto lo que dicen de nosotras, de Sofía Paloma Gómez e Camilo Becerra (Chile/Argentina/Espanha)
Ramón y Ramón, de Salvador Del Solar (Peru/Espanha/Uruguai)
Reas, de Lola Arias (Argentina/Alemanha/Suíça)
Simón de la montaña, de Federico Luis (Argentina/Chile/Uruguai/México)
Sujo, de Astrid Rondero (México/EUA/França)
Zafari, de Mariana Rondón (Peru/Venezuela/México/França/Brasil/Chile/República Dominicana)

PERLAK

Ainda Estou Aqui, de Walter Salles (Brasil/França)
All We Imagine as Light, de Payal Kapadia (França/Índia/Holanda/Luxemburgo)
Anora, de Sean Baker (EUA)
Bird, de Andrea Arnold (Reino Unido)
Daney anjir maabed (The Seed of the Sacred Fig), de Mohammad Rasoulof (Irã/Alemanha/França)
Emilia Pérez, de Jacques Audiard (França) (filme de abertura)
En fanfare, de Emmanuel Courcol (França)
Marco, de Jon Garaño e Aitor Arregi (fora de competição)
Maria Callas: Letters and Memories, de Tom Volf e Yannis Dimolitsas (França/Itália/Grécia) (fora de competição)
Megalopolis, de Francis Ford Coppola (EUA)
Memoir of a Snail, de Adam Elliot (Austrália)
Oh Canada, de Paul Schrader (EUA)
Parthenope, de Paolo Sorrentino (Itália/França)
The Substance, de Coralie Fargeat (Reino Unido)
The Wild Robot, de Chris Sanders (EUA) (fora de competição)
Yeohaengjaui pilyo (A Traveler’s Needs), de Hong Sangsoo (Coreia do Sul)

Foto: Alice Andrade Drummond.

52º Festival de Cinema de Gramado: conheça os integrantes dos júris

por: Cinevitor
Emanuelle Araujo no tapete vermelho do festival na edição passada

A 52ª edição do Festival de Cinema de Gramado, que começa nesta sexta-feira, 09/08, e segue até 17 de agosto, revelou os nomes dos profissionais que escolherão os vencedores dos kikitos deste ano.

Como de costume, realizadores, produtores, atores e atrizes, pesquisadores, acadêmicos, profissionais do audiovisual e críticos de cinema têm a missão de escolher quem leva os prêmios do 52º Festival de Cinema de Gramado. Cada categoria tem um júri próprio que define os vencedores, além do Júri da Crítica, que escolhe os melhores do ponto de vista dos jornalistas especializados, e do Troféu Assembleia Legislativa.

Os membros do júri de longas-metragens brasileiros são: o diretor e produtor alemão Ansgar Ahlers; a atriz e cantora Emanuelle Araujo; a roteirista e diretora Liliana Sulzbach; o ator Samuel de Assis; e a produtora Vania Catani. O júri de longas-metragens documentais é composto por: Renato Dornelles, jornalista, escritor, produtor, diretor e roteirista; e Maria Henriqueta Creidy Satt, jornalista, pesquisadora e documentarista. Os kikitos dos curtas-metragens brasileiros serão entregues aos escolhidos pelos cineastas Clementino Junior e Luiz Alberto Cassol e pela produtora executiva e criativa Marília Garske.

Os vencedores da mostra competitiva de longas-metragens gaúchos serão escolhidos por: Lorenna Montenegro, jornalista; Renata Sofia, autora e roteirista; e Rodrigo de Oliveira, jornalista. O júri de curtas-metragens gaúchos é composto: pela cineasta Cibele Amaral; pela roteirista e produtora criativa Mirtes Santana; pela roteirista Kariny Martins; pelo diretor e roteirista Marton Olympio; e pelo professor universitário Marcelo Ikeda. O Júri da Crítica é composto pelos críticos de cinema: Carla Oliveira, Diego BenevidesMariane Morisawa, Ticiano Osório e Vitor Búrigo, aqui do CINEVITOR.

Além disso, vale destacar que já é tradicional para a noite que antecede a abertura do Festival de Cinema de Gramado receber os trabalhos do Educavídeo, Programa Municipal Escola de Cinema. Como forma de estimular a realização audiovisual, as produções realizadas pelos estudantes serão novamente exibidas no Palácio dos Festivais, em uma première que prestigia o potencial criativo dos realizadores. O projeto, que está em sua 13ª edição, fornece capacitação audiovisual para alunos da rede municipal e demais interessados residentes em Gramado. Ao total, serão exibidos dez curtas-metragens produzidos pelos alunos. Como no ano passado, os melhores projetos serão premiados com um kikito de madeira.

Foto: Cleiton Thiele/Agência Pressphoto.

FAM 2024: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor
Cena de Retrato de um Certo Oriente, de Marcelo Gomes: em competição

A 28ª edição do FAM, Festival Internacional de Cinema Florianópolis Audiovisual Mercosul, acontecerá entre os dias 5 e 11 de setembro na capital catarinense com 52 produções na programação, vindas de 15 países.

Considerado um dos mais tradicionais festivais de cinema do país e realizado pela Associação Cultural Panvision, o FAM 2024 exibirá obras de animação, ficção, documentários, videoclipes, curtas e longas-metragens, em mostras competitivas e especiais, além dos cinco filmes da Mostra Projeto Rally Panvision, que serão produzidos em tempo real na Maratona Cinematográfica durante a semana do festival.

A mostra com maior participação internacional é a Mostra Curtas, que concentra 10 produções. Para as mostras de longas foram selecionados 6 filmes, sendo 4 ficções e 2 documentários; na Mostra Curtas Catarinenses são 6 filmes; na Mostra Infantojuvenil são nove; a Mostra Videoclipes traz cinco títulos; na Mostra On-line, novidade deste ano, são seis; e na Mostra Work in Progress, composta pelos filmes em pós-produção, 5 obras.

O FAM 2024 teve mais de 800 produções inscritas e 17 curadores do Mercosul participaram da seleção: “Os curadores foram bem diversificados e tivemos boas conversas no processo de seleção, agora ficamos na expectativa de ouvir também do público como cada um dos filmes os toca. São distintas emoções, prezamos por tentar um equilíbrio em representação temática, de países, de perfil de diretores, de estreias e de filmes essenciais”, explica a diretora de programação da Panvision, Marilha Naccari

“Temos 46% de filmes inéditos no Brasil e 78% inéditos em Santa Catarina, incluindo ineditismo mundial e filmes com única e exclusiva exibição no FAM que passarão por teste de audiência. As exceções estão em especial nas obras de videoclipe e filmes para a infância, as quais damos preferência à experiência da tela grande. O ineditismo é importante para dar mais espaços de oportunidades de lançamento, mas também precisa sempre ser notada a pluralidade das histórias e de quem as conta”, explica Marilha.

As exibições serão no CineShow do Beiramar Shopping, e as demais atividades do festival no Majestic Palace Hotel. As questões sociais, música, meio ambiente e espiritualidade são os temas mais presentes nos filmes este ano. A Panvision destaca que 27 filmes possuem o Selo Marias de Cinema; o título simboliza o reconhecimento de filmes que retratam mulheres de maneira mais complexa, que traçam seus próprios caminhos e que, fugindo dos padrões, saem da sombra de personagens masculinos.

Os filmes concorrem ao Troféu Panvision pelo Júri Popular e Oficial, além de mais de R$ 100 mil em produtos e serviços das empresas especializadas em audiovisual parceiras da Panvision: Aktoro, CoolTunes, DOT, JLS, Link Digital, Media Mundus, Mistika, Naymovie e PluralTec. O melhor curta-metragem brasileiro escolhido por um júri formado por jornalistas e críticos de cinema ganhará o Prêmio Canal Brasil de Curtas e, além do troféu Canal Brasil, receberá R$ 15 mil em dinheiro. Os cinco filmes da Mostra Projeto Rally Panvision serão conhecidos pelo público somente na noite de premiação do 28º FAM.

Conheça os filmes selecionados para o FAM 2024:

MOSTRA LONGAS

Aldo Baldin: Uma Vida pela Música, de Yves Goulart (Brasil, SC/RS/SP/MG/RJ/Alemanha/Argentina/Inglaterra/Israel/EUA)
Black Rio! Black Power!, de Emílio Domingos (Brasil)
La Estrella que Perdí, de Luz Orlando Brennan (Argentina)
Los Últimos, de Sebastián Peña Escobar (França/Paraguai/Uruguai)
Por tu Bien, de Axel Monsú (Argentina)
Retrato de um Certo Oriente, de Marcelo Gomes (Brasil, RJ/Itália)

MOSTRA CURTAS CATARINENSES

A Última Primavera, de Michelly Hadassa (Garopaba)
CadaFalso, de Yohana Fukui (Itapema/Porto Belo)
Lições Marginais de um Manuscrito Clandestino, de François Muleka (Florianópolis/Brasília)
No Mundo da Lua, de Cleiton Schlindwein (Timbó)
O que Fica, de Fabiane Bardemaker e Daniel Edu Mayer (Chapecó/Cunha Porã)
Sangria, de Henrique Schlickmann (Florianópolis/Palhoça)

MOSTRA CURTAS

Buraco de Minhoca, de Marília Hughes Guerreiro e Cláudio Marques (Brasil, BA)
Engole o Choro, de Fabio Rodrigo (Brasil, SP)
Hoje Eu Só Volto Amanhã, de Diego Lacerda (Brasil, PE)
La Hija de la Azafata, de Sofía Brihet (Argentina)
La Trampa, de Ferney Iyokina Gittoma (Colômbia/Portugal)
Los Desastres del Naufragio, de Hernán Velit (Peru)
Luthier, de Carlos González Pénagos (Colômbia)
Movimentos Migratórios, de Rogério Cathalá (Brasil, BA)
Quarta-feira, de Maria Odara (Brasil, PE)
Voz de Trompeta, de Pilar Smoje Gueico e David Monarte Serna (Chile)

MOSTRA INFANTOJUVENIL

Casa na Árvore, de Guilherme Lepca (Brasil, PR)
Felícia e os Super-resíduos do Bem, de Laly Cataguases (Brasil, MG/SP/RJ/GO/PA)
Festa para Duas, de Marina Polidoro (Brasil, MG)
Juzé, de Raquel Garcia (Brasil, CE)
Malu e a Máquina, de Ana Luiza Meneses (Brasil, DF)
Maréu, de Nicole Schlegel (Brasil, RJ)
O Último é Mulher do Padre, de Yasser Socarrás (Brasil, SC)
Pororoca, de Fernanda Roque e Francisco Franco (Brasil, MG)
Raffi, de Ricardo Villavicencio (Chile)

MOSTRA ON-LINE 

Apuntes Sobre La Muerte de Un Cine, de Iñaki Oñate (Argentina)
Diario de un Hombre a la Deriva, de Jose Ibañez (Chile)
Feira da Ladra, de Diego Migliorini (Brasil, SP)
Hélio Melo, de Leticia Rheingantz (Brasil, AC/SP)
Javyju: Bom Dia, de Cunha Rete e Carlos Eduardo Magalhães (Brasil, SP)
Pano pra Caetano, de Gabriel Lachowski (Brasil, PR)

MOSTRA VIDEOCLIPES

Gauchito Gil, de Nacho Rocha; direção: Florencia Calcagno (Argentina/Uruguai)
Indivíduo: vida-morte-vida, de Binarious feat. Tom Suassuna; direção: Andressa Munizo (Brasil, DF)
Laguna Plena, de Rimon Guimarães feat. Tuyo; direção: Carlon Hardt e Rimon Guimarães (Brasil, PB)
O Invisível, de André Abujamra; direção: André Abujamra, Guga Lemes, Marcelo Nobre e Wagui Almeida (Brasil, AP/SP)
Y Si Mañana Me Dan Muerte, de DHOGO; direção: Pierina Espinoza e Edgar Tuaty (Venezuela)

MOSTRA WORK IN PROGRESS

El Claro, de Maira Carrasco (Chile)
Mala Sangre, de Gisela Sanchez (Argentina)
Muña Muña, de Paula Morel Kristof (Argentina)
Nem, de Juan Manuel Benavides (Colômbia)
Verde Oliva, de Wellington Sari (Brasil, PR)

Foto: Divulgação.

Bruna Surfistinha 2: com Deborah Secco, sequência do longa é confirmada

por: Cinevitor
Deborah Secco e Bruna Surfistinha: dupla de sucesso nas telonas

Depois de 13 anos de intervalo, a garota de programa mais famosa do Brasil está de volta às telonas. A  TvZero, em parceria com a Imagem Filmes, anunciou nesta quarta-feira, 31/07, a produção do longa-metragem Bruna Surfistinha 2, filme que em sua  primeira versão levou mais de 2 milhões de brasileiros aos cinemas.

A atriz Deborah Secco volta às telas como a protagonista. Na coprodução e direção estará Marcus Baldini, de O Sequestro do Voo 375, que também assinou o primeiro longa, que chegava às telas dos cinemas brasileiros no dia 25 de fevereiro de 2011

Deborah, também coprodutora do filme, define Bruna Surfistinha como um dos personagens mais importantes da sua vida: “Me fez ser uma pessoa completamente diferente, um dos mergulhos artísticos mais profundos que eu já tive. Ela tem muita história pra contar ainda, mas eu imaginei que não fosse acontecer”.

A primeira versão do filme Bruna Surfistinha, uma adaptação cinematográfica do bestseller literário O Doce Veneno do Escorpião: o Diário de uma Garota de Programa, de Raquel Pacheco, conta a história da jovem Raquel, filha de classe média paulistana que um dia sai de casa e toma uma decisão surpreendente: virar garota de programa. Em pouco tempo, Raquel se transforma em Bruna Surfistinha e passa a ser uma celebridade nacional, contando sua rotina em um blog na internet.

Para o diretor Marcus Baldini, o longa continua vivo na memória do público: “É impressionante ver como o primeiro Bruna é um filme que permanece vivo e continua atraindo atenção dos espectadores. Olhando para o mundo de hoje, muito diferente do que era 15 anos atrás, vejo como vai ser um desafio grande dar continuidade a essa história. Ao mesmo tempo, me parece uma grande oportunidade visitar de novo essa personagem junto com a Deborah. Agora, de um ponto de vista mais maduro tanto do lado pessoal como profissional”.

No momento que comemora os 30 anos da sua produtora, Roberto Berliner, sócio-fundador da TvZero, se mostra empolgado com a sequência de Bruna Surfistinha: “O primeiro filme mostrou de forma humana a vida de uma garota de programa, que encara, muitas vezes, homens desumanos que as contratam. Agora vamos voltar com a Bruna trazendo outros temas. Muito bom estar ao lado da Deborah, do Baldini e da Imagem, todos mais maduros, para provocar novas sensações nas plateias”.

Foto: Nico Rocha.

Festival de San Sebastián 2024: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor
Tilda Swinton em The End, de Joshua Oppenheimer

Considerado o mais importante festival de cinema da Espanha e um dos mais antigos da Europa, o Festival Internacional de Cinema de San Sebastián é também um dos mais prestigiados do mundo. Seu principal prêmio, a Concha de Ouro, é entregue ao melhor filme em competição da Seleção Oficial.

Nesta 72ª edição, que acontecerá entre os dias 20 e 28 de setembro, o cinema brasileiro marca presença com Baby, de Marcelo Caetano, no XII Prêmio Sebastiane Latino, que exibe filmes com a temática LGBTQIA+. A premiação paralela ao festival selecionou quatro títulos entre 17 inscritos; o longa-metragem latino-americano que melhor representar a defesa das demandas e valores da comunidade LGTBQIA+ será premiado. O vencedor será anunciado em agosto, mas a entrega da premiação acontecerá durante o Festival de San Sebastián no X Encuentro de Festivales de Cine LGTBQIA+ Iberoamericanos.

Baby, que foi premiado em Cannes, narra a história de uma paixão tumultuada, de uma amizade cheia de desencontros. Quando o jovem Wellington, interpretado por João Pedro Mariano, deixa o Centro de Detenções sem o apoio da família biológica, é acolhido por um garoto de programa, Ronaldo, vivido por Ricardo Teodoro. Priscila, papel de Ana Flavia Cavalcanti, a ex-mulher de Ronaldo e mãe de seu filho, e sua parceira Janaína, vivida por Bruna Linzmeyer, abrem as portas de sua casa para que Baby possa se encontrar em uma nova família.

O filme de abertura deste ano será Emmanuelle, de Audrey Diwan, que venceu o Leão de Ouro em Veneza com O Acontecimento, em 2021. O longa é protagonizado por Noémie Merlant e o roteiro é inspirado na personagem criada por Emmanuelle Arsan. O elenco conta também com Naomi Watts e Will Sharpe.

Além disso, a consagrada atriz Cate Blanchett será a grande homenageada deste ano e receberá o Prêmio Donostia; ela também estampa o cartaz desta edição, que foi assinado pelo designer gráfico José Luis Lanzagorta a partir de uma foto de Gustavo Papaleo. Blanchett marcará presença no festival pela primeira vez, mas alguns de seus filmes já foram exibidos na programação, como: Babel, de Alejandro G. Iñárritu, em 2007; e O Custo da Coragem, de Joel Schumacher, que disputou a Concha de Ouro.

Conheça os filmes selecionados para o 72º Festival de San Sebastián:

SELEÇÃO OFICIAL

Bound in Heaven, de Xin Huo (China)
Conclave, de Edward Berger (Reino Unido/EUA)
El hombre que amaba los platos voladores, de Diego Lerman (Argentina)
El llanto, de Pedro Martín-Calero (Espanha/Argentina/França)
El lugar de la otra, de Maite Alberdi (Chile)
Emmanuelle, de Audrey Diwan (França) (filme de abertura)
Hard Truths, de Mike Leigh (Reino Unido/Espanha)
Hebi no Michi (Serpent’s Path), de Kiyoshi Kurosawa (Japão/França)
Le dernier souffle (Last Breath), de Costa-Gavras (França)
Los destellos, de Pilar Palomero (Espanha)
On Falling, de Laura Carreira (Reino Unido/Portugal)
Quand vient l’automne, de François Ozon (França)
Soy Nevenka, de Iciar Bollain (Espanha)
Tardes de soledad, de Albert Serra (Espanha/França/Portugal)
The End, de Joshua Oppenheimer (Dinamarca/Alemanha/Irlanda/Itália)
The Last Showgirl, de Gia Coppola (EUA)

HORIZONTES LATINOS
*novos filmes serão anunciados em breve

Los domingos mueren más personas, de Iair Said (Argentina/Itália/Espanha)
Quizás es cierto lo que dicen de nosotras, de Sofía Paloma Gómez (Chile/Argentina/Espanha)

NEW DIRECTORS

Azken erromantikoak (Los últimos románticos), de David Pérez Sañudo (Espanha)
Brûle le sang, de Akaki Popkhadze (França/Bélgica/Áustria)
Gülizar, de Belkıs Bayrak (Turquia/Kosovo)
Hiver à Sokcho, de Koya Kamura (França/Coreia do Sul)
La guitarra flamenca de Yerai Cortés, de Antón Álvarez (Espanha)
La llegada del hijo, de Cecilia Atán e Valeria Pivato (Espanha/Argentina)
Por donde pasa el silencio, de Sandra Romero (Espanha)
Regretfully at Dawn, de Sivaroj Kongsakul (Tailândia/Singapura)
Stars and the Moon, de Yongkang Tang (China)
Turn Me On, de Michael Tyburski (EUA)

XII PRÊMIO SEBASTIANE LATINO

Baby, de Marcelo Caetano (Brasil)
Los amantes astronautas, de Marco Berger (Argentina/Espanha)
Reas, de Lola Arias (Argentina/Alemanha/Suíça)
Vera y el placer de los otros, de Federico Actis e Romina Tamburello (Argentina)

SELEÇÃO OFICIAL | FORA DE COMPETIÇÃO
Querer, de Alauda Ruiz de Azúa (Espanha)

SELEÇÃO OFICIAL | EXIBIÇÕES ESPECIAIS
La virgen roja, de Paula Ortiz (EUA/Espanha)
Yo, adicto, de Javier Giner (Espanha)

Foto: Divulgação.

13ª Mostra Ecofalante de Cinema exibirá 122 títulos em sua programação

por: Cinevitor
Cena do documentário cearense Memórias da Chuva, de Wolney Oliveira

A 13ª edição da Mostra Ecofalante de Cinema, que acontecerá entre os dias e 14 de agosto, exibirá 122 filmes, de 24 países. O evento é reconhecido como o mais importante evento sul-americano para a produção audiovisual ligada às temáticas socioambientais.

Neste ano, a programação tem como grande novidade a criação de uma mostra competitiva intitulada Competição Territórios e Memória, dedicada exclusivamente para produções brasileiras. O evento, assim, abre maior espaço para o significativo crescimento no país de obras audiovisuais de caráter socioambiental. Permite ainda a discussão de questões referentes aos diferentes territórios do Brasil, sejam eles geográficos ou simbólicos, e de sua memória.

Estão programadas ainda outras dez seções: Panorama Internacional Contemporâneo, Panorama Histórico, Especial Emergência Climática, Especial ISA 30 anos: Por um Brasil Socioambiental, Competição Latino-americana, Concurso Curta Ecofalante, Sessões Especiais, Sessão Infantil e o Programa Ecofalante Universidades.

Totalmente gratuita, a Mostra Ecofalante acontecerá no Reserva Cultural, Circuito Spcine Lima Barreto (Centro Cultural São Paulo), Cine Satyros Bijou, Nave Coletiva, Circuito Spcine Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes e 15 unidades do Circuito Spcine localizadas nos CEUs.

A abertura será com o premiado O Fogo Interior: Um Réquiem para Katia e Maurice Krafft, de Werner Herzog, que também contará com exibições durante a mostra. O Especial Emergência Climática, assunto urgente e atual, é uma das principais atrações do evento.

A programação internacional apresenta títulos selecionadas para os festivais de Cannes, Berlim, Sundance, Roterdã, Locarno e Tribeca, como: Antártica: Continente Magnético, do mesmo diretor do vencedor do Oscar A Marcha dos Pingüins, Luc Jacquet; Quebrando o Jogo, de Jane M. Wagner, sobre a gamer trans Narcissa Wright, que foi premiado no Festival de Tribeca; Solo Comum, com Woody Harrelson, Jason Momoa, Laura Dern, Donald Glover, entre outros; Union, de Brett Story e Stephen Maing, que registra uma das mais importantes vitórias trabalhistas da história: a conquista do primeiro local de trabalho sindicalizado da Amazon nos EUA, ocorrida em 2022, e que venceu o Prêmio Especial do Júri no Festival de Sundance; entre outros.

Os 30 anos da criação do ISA: Instituto Socioambiental, uma organização dedicada a defender o meio ambiente, patrimônio cultural e os direitos dos povos indígenas, apresenta nove filmes de sua produção, em uma parceria da Mostra Ecofalante de Cinema com a instituição. Outro destaque da programação é a participação da cantora Gaby Amarantos em SobreVivências: Clima de Risco, obra dirigida por Eduardo Rajabally sobre as mudanças climáticas que estão transformando nosso planeta de forma bastante radical.

Já a Competição Latino-americana apresenta 17 títulos, representantes de dez países; a programação se completa com quatro títulos brasileiros. Seção competitiva dedicada a filmes de curta duração realizados em cursos e oficinas audiovisuais, o Concurso Curta Ecofalante tem na sua seleção desta edição um total de 25 títulos.

Para o público infantil, a Mostra Ecofalante apresenta o longa de animação Yakari, Uma Jornada Fantástica, de Xavier Giacometti e Toby Genkel. Uma sofisticada coprodução entre Bélgica, França e Alemanha, nela uma criança indígena parte em uma jornada fantástica: encontrar um cavalo mustang conhecido por ser indomável.

Conheça os filmes selecionados para a Mostra Ecofalante de Cinema 2024:

COMPETIÇÃO LATINO-AMERICANA | LONGAS

A Gruta Contínua (La gruta continua), de Julián D’Angiolillo (Argentina/Cuba)
A Transformação de Canuto, de Ariel Kuaray Ortega e Ernesto de Carvalho (Brasil)
Bila Burba, de Duiren Wagua (Panamá)
Céu Aberto (Cielo Abierto), de Felipe Esparza (Peru)
Histórias de Shipibos, de Omar Forero (Peru)
Ramona, de Victoria Linares Villegas (República Dominicana)
Rio Vermelho (Río Rojo), de Guillermo Quintero (Colômbia/França)

COMPETIÇÃO LATINO-AMERICANA | CURTAS

A Menos que Bailemos, de Hanz Rippe Gabriel e Fernanda Pineda Palencia (Colômbvia)
Cama Vazia, de Fábio Rogério e Jean-Claude Bernardet (Brasil)
Concórdia (Concordia), de Diego Véliz (Chile)
Hikuri, de Sandra Ovilla León (México)
Margens Luminosas (Hacer Orillas Luminosas), de Maira Ayala (Argentina)
O Materialismo Histórico da Flecha Contra o Relógio, de Carlos Adriano (Brasil)
Um Campo que Já Não Cheira a Flores (Un Campo Que ya no Huele a Flores), de César Flores Correa (México)
Vão das Almas, de Edileuza Penha de Souza e Santiago Dellape (Brasil)
Você Vai Me Esquecer? (¿Me Olvidarás?), de Sofía Landgrave Barbosa (México/Peru/Espanha)
Yarokamena, de Andres Jurado (Colômbia)

COMPETIÇÃO TERRITÓRIOS E MEMÓRIAS | LONGAS

À Margem do Ouro, de Sandro Kakabadze
Anhangabaú, de Lufe Bollini
Black Rio! Black Power!, de Emilio Domingos
Eskawata Kayawai: O Espírito da Transformação, de Lara Jacoski e Patrick Belem
Favela do Papa, de Marco Antonio Pereira
Memórias da Chuva, de Wolney Oliveira
O Bixiga é Nosso!, de Rubens Crispim
O Contato, de Vicente Ferraz
Ouvidor, de Matias Borgström
Rejeito, de Pedro de Filippis
Samuel e a Luz, de Vinícius Girnys
Sekhdese, de Graciela Guarani e Alice Gouveia
Sociedade de Ferro: A Estrutura das Coisas, de Eduardo Rajabally

COMPETIÇÃO TERRITÓRIOS E MEMÓRIAS | MÉDIAS E CURTAS

A Bata do Milho, de Eduardo Liron e Renata Mattar
A Chuva do Caju, de Alan Schvarsberg
Água Rasa, de Dani Drumond
Ava Yvy Pyte Ygua: Povo do Coração da Terra, de Coletivo Guahuí Guyra Kuera
Despovoado, de Guilherme Xavier Ribeiro
Interior da Terra, de Bianca Dacosta
Kwat e Jaí: Os Bebês Heróis do Xingu, de Clarice Cardell
Mborairapé, de Roney Freitas
Nosso Terreiro, de Anna Rieper, Patrícia Medeiros, Ranyere Serra e Fernando Lucas Silva
Nunca Pensei que Seria Assim, de Meibe Rodrigues
O Silêncio Elementar, de Mariana de Melo
Onde a Floresta Acaba, de Otavio Cury
Retratos de Piratininga, de André Manfrim
Sertão, América, de Marcela Ilha Bordin

CONCURSO CURTA ECOFALANTE

Além do Impedimento, de Heloisa Lawanda
Arquipélago do Bailique: Fragmento das Ilhas que Dançam, de Agatha Garmes, Isabel Pontual, Mayra Ataide, Sarah Castro e Tetê Barddal
As Placas são Invisíveis, de Gabrielle Ferreira
Camburi Resiste, de Guilherme Landim
Chão de Taco, de Alan Santana
Cida Tem Duas Sílabas, de Giovanna Castellari
Deriva, de Hellen Nicolau
Desconserto, de Haniel Lucena
Desmistificando o Axé, de Marco Neto
Mama: Africanos em São Paulo, de Rafael Aquino
Manchas de Sol, de Martha Mariot
Máquinas de Lazer, de Italo Zaccaon
Mar.INA, de Allan Pereira, David Dias, Igor Cariman, Jeyci Elizabeth, Karol Garcia, Marcelo Almeida, Patrícia Medeiros, Paulo Borges, Profana Vieira, Renata Costa, Samyre Protázio e Valdenira Baima
Nheengatu, de Luiz Filho
Pelos, de Emma Marques
Por Trás dos Prédios, de João Mendonça
Pour Elis, de Matheus Alencar
Quanto Vale?, de Letícia S. Góis
Retorno, de Arthur Paiosi
Sementes da Resistência, O 25 de Maio e a Luta pela Reforma Agrária, de Raielle Mazzarelli
Sobre Viver: Trajetórias Indígenas na Urbanidade, de Marcelo Melchior
Tereza, de Bea Souza
Terra Sincera, de Renan Turci
TRANSpassado: Corpos que Retratam, de Otávio Kaxixó
Visões da Maré, de Vivian Cazé, Michael Sousa, Alle Estrela, Thay Silva e Julia Alves

PANORAMA INTERNACIONAL CONTEMPORÂNEO

2G, de Karim Sayad (Suíça)
A Frota Chinesa (Squid Fleet), de Ed Ou e Will N. Miller (EUA)
A Sociedade do Espetáculo (La société du spectacle), de Roxy Farhat e Göran Hugo Olsson (Suécia)
Água é Vida! (Water for Life), de Will Parrinello (EUA)
Antártica: Continente Magnético (Voyage au Pôle Sud), de Luc Jacquet (França)
Breaking Social: O Fim do Contrato Social, de Fredrik Gertten (Suécia)
Contra a Maré (Against the Tide), de Sarvnik Kaur (Índia/França)
Entre as Chuvas (Between the Rains), de Andrew H. Brown e Moses Thuranira (EUA/Quênia)
Estado Limite (État limite), de Nicolas Peduzzi (França)
Food, Inc. 2, de Robert Kenner e Melissa Robledo (EUA)
Humano Não-Humano (Human Not-Human), de Natan Castay (Bélgica)
Knit’s Island, de Ekiem Barbier, Guilhem Causse e Quentin L’Helgouac’h (França)
Mil Pinheiros (A Thousand Pines), de Sebastián Díaz e Noam Osband (EUA)
Não Te Vi Ali (I Didn’t See You There), de Reid Davenport (EUA)
O Cheiro do Dinheiro (The Smell of Money), de Shawn Bannon (EUA)
O Jogo Mental (The Mind Game), de Eefje Blankevoort, Sajid Khan e Els van Driel (Holanda)
O Povo da Baleia (One with the Whale), de Pete Chelkowski e Jim Wickens (EUA/Reino Unido)
O Sistema Total, Anatomia de uma Multinacional da Energia (Le système Total, anatomie d’une multinationale de l’énergie), de Jean-Robert Viallet (França)
Os Caçadores de Barragens (DamBusters: The Start of the Riverlution), de Francisco Campos-Lopez Benyunes (EUA/Holanda)
Os Motivados (The Driven Ones), de Piet Baumgartner (Suíça)
Plastic Fantastic, de Isabella Willinger (Alemanha)
Quebrando o Jogo (Break the Game), de Jane M. Wagner (EUA)
República dos Gafanhotos (Grasshopper Republic), de Daniel McCabe (EUA)
Silvícola (Silvicola), de Jean-Philippe Marquis (Canadá)
Solo Comum (Common Ground), de Joshua Tickell e Rebecca Harrell Tickell (EUA)
TikTok, Boom., de Shalini Kantayya (EUA)
Union, de Brett Story e Stephen Maing (EUA)

SESSÕES ESPECIAIS | NACIONAIS

Amazônia, Arqueologia da Floresta: T2 EP1: Terra Preta, de Tatiana Toffoli
Floresta: Um Jardim que a Gente Cultiva, de Mari Corrêa
Não Existe Almoço Grátis, de Marcos Nepomuceno e Pedro Charbel

SESSÕES ESPECIAIS | INTERNACIONAIS

Arquivo do Futuro (Archiv der Zukunft), de Joerg Burger (Áustria)
O Fogo Interior: Réquiem para Katia e Maurice Krafft (The Fire Within: A Requiem for Katia and Maurice Krafft), de Werner Herzog (França/Reino Unido/Suíça/EUA)
Rowdy Girl: Santuário Animal, de Jason Goldman (EUA)

SESSÃO ESPECIAL | Programa Ecofalante Universidades 2024

A Floresta que Você Não Vê: Narrativas do Médio Xingu, de Andy Costa (Brasil)
Exilados: Extrativistas são Expulsos à Bala em Rondônia, de Marcio Sanches, Naira Hoifmeister e Fernanda Wenzel
Invasores, de Lygia Barbosa
SobreVivências: EP01: Clima de Risco, de Eduardo Rajabally

ESPECIAL EMERGÊNCIA CLIMÁTICA

Arrasando Liberty Square (Razing Liberty Square), de Katja Esson (EUA)
Filhos do Katrina (Katrina Babies), de Edward Buckles Jr. (EUA)
Uma Vez que Você Sabe (Une fois que tu sais), de Emmanuel Cappellin (França)

PANORAMA HISTÓRICO: TRÊS MULHERES, TRÊS OLHARES SOBRE A AMÉRICA LATINA

Amor, Mulheres e Flores (Amor, mujeres y flores), de Marta Rodriguez e Jorge Silva (Colômbia) (1984)
Araya, de Margot Benacerraf (Venezuela/França) (1959)
De Certa Maneira (De Cierta Manera), de Sara Gómez (Cuba) (1977)

*Clique aqui e confira a seleção completa

Foto: Divulgação.

Conheça os vencedores do 31º Festival de Cinema de Vitória

por: Cinevitor
Longas e curtas em Vitória: filmes premiados

Foram anunciados nesta quinta-feira, 25/07, em cerimônia apresentada por Armando Babaioff e Kelner Macêdo, no Teatro Sesc Glória, os vencedores do Troféu Vitória da 31ª edição do Festival de Cinema de Vitória, o maior evento de cinema e audiovisual do Espírito Santo.

Foram exibidos 78 filmes: 73 curtas e cinco longas-metragens, que foram distribuídos em 12 mostras competitivas e que apresentaram um recorte da produção contemporânea do audiovisual brasileiro, com produções realizadas entre os anos de 2023 e 2024.

Na 14ª Mostra Competitiva Nacional de Longas, os grandes vencedores foram: Presença, produção capixaba dirigida por Erly Vieira Jr, e o cearense Quando Eu Me Encontrar, de Amanda Pontes e Michelline Helena. Presença levou o Troféu Vitória de melhor filme, pelo Júri Técnico e Popular, além de melhor roteiro e melhor contribuição artística. Quando Eu Me Encontrar ficou com os troféus de melhor direção, melhor fotografia e melhor interpretação para Pipa. O Júri Técnico da mostra foi composto pela diretora Gabriela Gastal, pela atriz e diretora Marcélia Cartaxo e pela diretora e roteirista Sabrina Fidalgo.

O vencedor do Troféu Vitória de melhor filme pelo Júri Técnico da 28ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas foi o alagoano Samuel Foi Trabalhar, de Janderson Felipe e Lucas Litrento, que também recebeu o prêmio de melhor roteiro. Já o Troféu Vitória de melhor filme pelo Júri Popular foi para a produção gaúcha Zagêro, de Victor Di Marco e Márcio Picoli, que também ganhou na categoria de melhor interpretação. O Júri Técnico foi composto pelo pesquisador de cinema e audiovisual Gilberto Sobrinho, pelo ator, roteirista e diretor Heraldo de Deus e pela diretora e roteirista Safira Moreira; eles também formaram o júri da Mostra Foco Capixaba.

O time de jurados do Festival de Cinema de Vitória 2024 também contou com: Bertrand Lira, Nicolas Soares e Quitta Pinheiro na Mostra Quatro Estações; Carlos Segundo, Cláudio Constantino e Daniela Fernandes na Mostra Corsária; Bertrand Lira, Felipe Haiut e Sérgio Onofre na Mostra Outros Olhares; Mayra Alarcón, Monica Trigo e Rodrigo Aragão na Mostra Do Outro Lado | Cinema Fantástico; Daniela Fernandes e Sara Rocha na Mostra Mulheres no Cinema; Dan Ferreira, Karol Mendes e Marcos Carvalho na Mostra Cinema e Negritude; Felipe Cordeiro, Renata Fraga e Rodolfo Simor na Mostra Nacional de Videoclipes; e Antonio Claudino de Jesus, Daniela Zanetti e Tião Xará na Mostra Nacional de Cinema Ambiental

Uma novidade desta edição foi o Prêmio da Crítica, que contou com um júri composto por 16 jornalistas e críticos de cinema, que participaram da cobertura do 31º Festival de Cinema de Vitória. Eles elegeram o melhor filme da 28ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas e o melhor filme da 14ª Mostra Competitiva Nacional de Longas. O júri foi formado pelos seguintes profissionais: Ana Paula Barbosa, Ana Pessoa, Anne Braune, Barbara Demerov, Bruno Carmelo, Diego Olivares, Fred Maia, Ismaelino Pinto, Janda Montenegro, Liliana Bernartt, Luiz Carlos Merten, Luiz Zanin, Maria do Rosário Caetano, Neusa Barbosa, Sé Souza e Vitor Búrigo

Além disso, o Prêmio Extra oferecido pelo Sesc Glória consiste no licenciamento para exibição do longa-metragem ganhador do melhor filme pelo Júri Técnico por dois anos nas salas de cinema do Centro Cultural Sesc Glória. O filme Presença, de Erly Vieira Jr, também ganhou o Prêmio Like, com apoio no valor de R$ 50.000,00 em veiculação de mídia no canal.

A noite de encerramento também foi marcada pela emocionante homenagem ao ator, diretor e escritor Lázaro Ramos. Ovacionado pelo público, foi apresentado pelos atores Dan Ferreira e Lucas Leto e recebeu o Troféu Vitória das mãos da atriz e esposa, Taís Araujo. Emocionado, relembrou sua trajetória no audiovisual brasileiro, falou sobre as oportunidades ao longo da carreira, sua participação em festivais e enalteceu o cinema brasileiro.

Conheça os vencedores do 31º Festival de Cinema de Vitória:

14ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE LONGAS

Melhor Filme: Presença, de Erly Vieira Jr (ES)
Melhor Filme | Júri Popular: Presença, de Erly Vieira Jr (ES)
Melhor Direção: Amanda Pontes e Michelline Helena, por Quando Eu Me Encontrar
Melhor Roteiro: Presença, escrito por Erly Vieira Jr
Melhor Fotografia: Quando Eu Me Encontrar, por Victor de Melo
Melhor Contribuição Artística: Presença, de Erly Vieira Jr
Melhor Interpretação: Pipa, por Quando Eu Me Encontrar
Menção Honrosa: Não Existe Almoço Grátis, de Marcos Nepomuceno e Pedro Charbel (SP)
Menção Honrosa | Prêmio Especial do Júri: Graciela Guarani e Alice Gouveia, diretoras de Sekhdese

28ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE CURTAS

Melhor Filme: Samuel Foi Trabalhar, de Janderson Felipe e Lucas Litrento (AL)
Melhor Filme | Júri Popular: Zagêro, de Victor di Marco e Márcio Picoli (RS)
Prêmio Especial do Júri: Se Eu Tô Aqui é por Mistério, de Clari Ribeiro (RJ)
Melhor Direção: Edileusa Penha de Souza e Santiago Dellape, por Vão das Almas
Melhor Roteiro: Samuel Foi Trabalhar, escrito por Janderson Felipe e Lucas Litrento
Melhor Fotografia: Quinze Quase Dezesseis, por André Luiz de Luiz
Melhor Contribuição Artística: Pássaro Memória, de Leonardo Martinelli (RJ)
Melhor Interpretação: Victor Di Marco, por Zagêro

PRÊMIO DA CRÍTICA

Melhor longa-metragem: Quando Eu Me Encontrar, de Amanda Pontes e Michelline Helena (CE)
Melhor curta-metragem: Vollúpya, de Jocimar Dias Jr. e Éri Sarmet (RJ)

24º FESTIVALZINHO DE CINEMA DE VITÓRIA
Melhor Filme | Júri Popular: Sacis, de Bruno Brennec (MG)

14ª MOSTRA QUATRO ESTAÇÕES
Melhor Filme: Pirenopolynda, de Izzo Vitório, Breno Victor e Tita Maravilha (GO/DF/CE)
Melhor Filme | Júri Popular: Ficção Suburbana, de Rossandra Leone (RJ)
Menção Honrosa: Quando Você Vem me Visitar, de Henrique Arruda (PE)

13ª MOSTRA FOCO CAPIXABA
Melhor Filme: O T-Rex e a Pedra Lascada, de Luã Ériclis (ES)
Melhor Filme | Júri Popular: Fala, Vô!, de Felipe Risallah (ES)
Menção Honrosa: Antônio Rodrigues, ator do filme O Caboclo do Sapê

13ª MOSTRA CORSÁRIA
Melhor Filme: Dona Beatriz Ñsîmba Vita, de Catapreta (MG)
Melhor Filme | Júri Popular: Prólogo, de Natália Dornelas (ES)
Menção Honrosa: Yãmî Yah-Pá: Fim da Noite, de Vladimir Seixas (RJ) 

11ª MOSTRA OUTROS OLHARES
Melhor Filme: Canto das Areias, de Maíra Tristão (ES)
Melhor Filme | Júri Popular: Macaléia, de Rejane Zilles (RJ)
Menção Honrosa: Macaléia, de Rejane Zilles (RJ)

9ª MOSTRA MULHERES NO CINEMA
Melhor Filme: A Velhice ilumina o Vento, de Juliana Segóvia (MT)
Melhor Filme | Júri Popular: A Velhice ilumina o Vento, de Juliana Segóvia (MT)

9ª MOSTRA CINEMA E NEGRITUDE
Melhor Filme: O Lado de Fora Fica Aqui Dentro, de Larissa Barbosa (MG)
Melhor Filme | Júri Popular: Pedagogias da Navalha: Se a Palavra é um Feitiço, Minha Língua é uma Encruzilhada, de Colle Christine, Alma Flora e Tiana Santos (RJ)
Menção Honrosa: Baobab, de Bea Gerolin (PR)

8ª MOSTRA NACIONAL DE VIDEOCLIPES
Melhor Filme: Meredith Monk/Mete Dance, de Mooluscos (Artistas: Yma & Jadsa) (SP)
Melhor Filme | Júri Popular: Água Salgada, de Wyucler Rodrigues (Artista: Ada Koffi) (ES)
Menção Honrosa: Boca do Cais, de Luna Colazante (Artistas: Murica feat. Yung Vegan) (DF)

7ª MOSTRA NACIONAL DE CINEMA AMBIENTAL
Melhor Filme: Bauxita, de Thamara Pereira (MG)
Melhor Filme | Júri Popular: Elizabeth, de Alceu Luís Castilho, Luís Indriunas e Vanessa Nicolav (PB)
Menção Honrosa: Antes que o Porto Venha, de Isabela Narde (ES)

6ª MOSTRA DO OUTRO LADO | CINEMA FANTÁSTICO
Melhor Filme: Curacanga, de Mateus Di Mambro (BA)
Melhor Filme | Júri Popular: Curacanga, de Mateus Di Mambro (BA)

Foto: Vikki Dessaune.

Festival de Veneza 2024: Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, está na disputa pelo Leão de Ouro; filme de Petra Costa também é selecionado

por: Cinevitor
Fernanda Torres no longa brasileiro Ainda Estou Aqui, de Walter Salles

A 81ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza, que acontecerá entre os dias 28 de agosto e 7 de setembro, revelou, nesta terça-feira, 23/07, a lista completa com os filmes selecionados para este ano.

A Competição Internacional, com títulos que disputam o Leão de Ouro, prêmio máximo do evento, nomes consagrados se destacam, como: Todd Phillips, Pedro Almodóvar, Dea Kulumbegashvili, Pablo Larraín, Luca Guadagnino, entre outros.

Neste ano, o cinema brasileiro marca presença com Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, na disputa pelo Leão de Ouro. Estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello e com participação especial de Fernanda Montenegro, o filme reúne a Sony Pictures Classics com Walter Salles, 26 anos depois da trajetória de sucesso de Central do Brasil. Em 2001, o cineasta esteve em competição com Abril Despedaçado.

Ainda Estou Aqui é inspirado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva sobre a história de sua família. O relato começa no início dos anos 70, quando um ato de violência muda a história da família Paiva para sempre. O livro e o filme abraçam o ponto de vista daqueles que sofrem uma perda em um regime de exceção, mas não se dobram; o roteiro é de Murilo Hauser, de A Vida Invisível, e Heitor Lorega.

“Estamos felizes de ir a Veneza com um filme tão pessoal. O livro de Marcelo me marcou profundamente, e nos convida a olhar essa história do ponto de vista de sua mãe, Eunice. No centro desse relato há uma mulher que teve que se reinventar e romper com os laços patriarcais das famílias brasileiras. Eunice, em sua contenção, traça uma forma de resistência incomum. O livro e o filme podem ser vistos como um relato sobre a reconstrução de uma memória individual conduzida por essa mulher, que se sobrepõe à busca pela reconstrução da memória de um país, o Brasil. Essa sobreposição entre o pessoal e o coletivo é uma das razões pelas quais quis fazer este filme. A busca da família Paiva se confunde com a luta pela redemocratização do Brasil”, explica o diretor Walter Salles.

Para Marcelo Rubens Paiva, a participação de Ainda Estou Aqui no Festival de Veneza é um presente à sua família, descendente de italianos: “Ter um livro adaptado por Walter Salles, que conheceu minha família e viveu aquele período como testemunha, honra a nossa família”, comenta o escritor.

“Agradeço imensamente ao Marcelo por ter me dado a oportunidade de contar uma história tão pessoal, e às suas irmãs Vera, Eliana, Nalu e Babiu, por terem confiado na família que realizou o filme. Sem a generosidade, o apoio e as informações constantes que recebemos, essa jornada não teria sido possível. O fato de ter tido o presente de conviver com Nalu, Marcelo e a família Paiva na casa no centro da história torna esse filme muito especial para mim”, completa Salles.

Ainda Estou Aqui promove o reencontro entre Fernanda Torres e Walter Salles depois de Terra Estrangeira e O Primeiro Dia. Na última parte do filme, Eunice é interpretada por Fernanda Montenegro, que volta a trabalhar com Walter Salles depois do consagrado Central do Brasil: “Que honra poder colaborar com Fernanda Torres e Fernanda Montenegro novamente, no mesmo filme. Elas o imantaram. Ainda Estou Aqui é um filme sobre uma família feito por uma família de cinema: Fernanda Torres, Fernanda Montenegro, nossa produtora associada Daniela Thomas, o diretor de arte Carlos Conti, de Diários de Motocicleta, os mestres Ulisses Malta e Cesinha. E agora estamos expandindo nosso círculo com novos colaboradores incríveis, que foram companheiros de viagem apaixonantes”, afirma Salles.

O elenco principal reúne nomes como Valentina Herszage, Luiza Kosovski, Bárbara Luz, Guilherme Silveira e Cora Ramalho, como os filhos na primeira fase do filme; e Olivia Torres, Antonio Saboia, Marjorie Estiano, Maria Manoella e Gabriela Carneiro da Cunha integram a família no segundo momento. E mais: Guilherme Silveira, Pri Helena, Humberto Carrão, Maeve Jinkings, Dan Stulbach, Camila Márdila, Luiz Bertazzo, Lourinelson Vladmir, Thelmo Fernandes, Carla Ribas, Daniel Dantas, Charles Fricks, Helena Albergaria, Marcelo Varzea, Caio Horowicz, Maitê Padilha, Luana Nastas, Isadora Gupert, Alexandre Mello, Augusto Trainotti, Alan Rocha e Daniel Pereira.

Walter Salles também comenta a repercussão do cinema brasileiro pelo mundo: “Não estamos sós. Só neste ano, tivemos longas e curtas-metragens selecionados nos principais festivais internacionais, como Sundance, Berlim, Cannes, Roterdã, Locarno e SXSW. São esses filmes realizados por grandes cineastas ou jovens realizando seus primeiros trabalhos que tem fortalecido a cinematografia brasileira pelo mundo, semeando a possibilidade de filmes como o nosso e o primeiro longa de ficção de Marianna Brennand estarem representando o Brasil em Veneza”.

A direção de fotografia de Ainda Estou Aqui é assinada por Adrian Teijido; a direção de arte é de Carlos Conti e o figurino de Cláudia Kopke, com caracterização de Marisa Amenta e Laura Zimmerman no som direto. A montagem é de Affonso Gonçalves e a preparação de elenco de Amanda Gabriel; Daniela Thomas assina como produtora associada.

Além disso, o cinema brasileiro também marca presença com Apocalipse nos Trópicos, novo documentário de Petra Costa, que será exibido fora de competição; o filme investiga o fundamentalismo religioso no Brasil durante a pandemia de Covid-19 e a liderança de Bolsonaro. Em 2020, Petra foi indicada ao Oscar com Democracia em Vertigem.

O Brasil também se destaca com a presença da atriz, cineasta e artista visual brasileira Bárbara Paz, que fará parte do júri do Prêmio Luigi De Laurentiis, que selecionará o melhor longa-metragem de estreia entre as diversas mostras competitivas. Vale lembrar que Bárbara foi premiada em Veneza, em 2019, com o documentário Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou. E mais: o cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho fará parte do Júri Internacional, que será presidido pela atriz francesa Isabelle Huppert.

Destaque também para outros títulos brasileiros anunciados anteriormente: a realidade virtual 40 Dias Sem o Sol, de Joao Furia, que será exibida fora de competição na Venice Immersive; o curta-metragem Minha Mãe é uma Vaca, de Moara Passoni, na mostra Orizzonti; Manas, de Marianna Brennand, na mostra paralela Giornate degli Autori; e A Hora e Vez de Augusto Matraga, de Roberto Santos, na Venice Classics.

Conheça os filmes selecionados para o 81º Festival de Veneza:

VENEZIA 81 | COMPETIÇÃO

Ainda Estou Aqui, de Walter Salles (Brasil/França)
April, de Dea Kulumbegashvili (Geórgia/Itália/França)
Babygirl, de Halina Reijn (EUA)
Campo di battaglia, de Gianni Amelio (Itália)
Coringa: Delírio a Dois, de Todd Phillips (EUA)
Diva futura, de Giulia Louise Steigerwalt (Itália)
Harvest, de Athina Rachel Tsangari (Reino Unido/Alemanha/Grécia/França/EUA)
Iddu (Sicilian Letters), de Fabio Grassadonia e Antonio Piazza (Itália/França)
Jouer avec le feu, de Delphine Coulin e Muriel Coulin (França)
Kill the Jockey, de Luis Ortega (Argentina/Espanha)
Kjærlighet (Love), de Dag Johan Haugerud (Noruega)
Leurs enfants après eux, de Ludovic Boukherma e Zoran Boukherma (França)
Maria, de Pablo Larraín (Alemanha/EUA/Emirados Árabes Unidos/Itália)
Qing chun gui (Youth – Homecoming), de Wang Bing (França/Luxemburgo/Holanda)
Queer, de Luca Guadagnino (Itália/EUA)
Stranger eyes, de Siew Hua Yeo (Singapura/Taiwan/França/EUA)
The Brutalist, de Brady Corbet (Reino Unido)
The Order, de Justin Kurzel (EUA/Canadá)
The Room Next Door, de Pedro Almodóvar (Espanha)
Trois amies, de Emmanuel Mouret (França)
Vermiglio, de Maura Delpero (Itália/França/Bélgica)

ORIZZONTI | COMPETIÇÃO

Aïcha, de Mehdi Barsaoui (França/Tunísia/Itália)
Al klavim veanashim (Of dogs and men), de Dani Rosenberg (Israel/Rússia)
Anul nou care n-a fost (The new year that never came), de Bogdan Muresanu (Romênia)
Carissa, de Jason Jacobs e Delmar Devon (África do Sul)
Diciannove, de Giovanni Tortorici (Itália)
Familia, de Francesco Costabile (Itália)
Familiar Touch, de Sarah Friedland (EUA)
Happyend, de Neo Sora (Japão)
Hemme’nin öldüğü günlerden biri (One of those days when Hemme dies), de Murat Fıratoğlu (Turquia)
L’attachement, de Carine Tardieu (França/Bélgica)
Marco, de Jon Garaño e Aitor Arregi (Espanha)
Mistress Dispeller, de Elizabeth Lo (EUA)
Mon inséparable, de Anne-Sophie Bailly (França)
Nonostante, de Valerio Mastandrea (Itália) (filme de abertura)
Pavements, de Alex Ross Perry (EUA)
Pooja, Sir, de Deepak Rauniyar (Nepal/França)
Quiet life, de Alexandros Avranas (França/Grécia/Estônia/Suécia/Alemanha)
Wishing on a star, de Peter Kerekes (Itália/República Checa/Eslováquia/Croácia/Áustria/Brasil)
Yin’ād alīku (Happy Holidays), de Scandar Copti (Palestina/Alemanha/França/Qatar/Itália)

ORIZZONTI EXTRA

After Party, de Vojtĕch Strakatý (República Checa)
Al bahs an manfaz i khoroug al sayed Rambo (Seeking haven for Mr. Rambo), de Khaled Mansour (Egito)
Edge of Night, de Türker Süer (Alemanha)
King Ivory, de John Swab (EUA)
La storia del Frank e della Nina, de Paola Randi (Itália)
Le mohican, de Frédéric Farrucci (França)
September 5, de Tim Fehlbaum (Alemanha) (filme de abertura)
Shahed (The witness), de Nader Saeivar (Irã)
Vittoria, de Alessandro Cassigoli e Casey Kauffman (Itália)

FORA DE COMPETIÇÃO | FICÇÃO

Allégorie citadine, de Alice Rohrwacher e JR (França)
Baby Invasion, de Harmony Korine (EUA)
Broken rage, de Takeshi Kitano (Japão)
Cloud, de Kiyoshi Kurosawa (Japão)
Finalement, de Claude Lelouch (França)
Il tempo che ci vuole, de Francesca Comencini (Itália/França)
L’orto americano, de Pupi Avati (Itália)
Maldoror, de Fabrice du Welz (Bélgica/França)
Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice, de Tim Burton (EUA)
Phantosmia, de Lav Diaz (Filipinas)
Se posso permettermi: Capitolo II, de Marco Bellocchio (Itália)
Wolfs, de Jon Watts (EUA)

FORA DE COMPETIÇÃO | DOCUMENTÁRIO

2073, de Asif Kapadia (Reino Unido)
Apocalipse nos Trópicos, de Petra Costa (Brasil)
Bestiari, erbari, lapidari, de Massimo d’Anolfi e Martina Parenti (Itália/Suíça)
Israel Palestina på Svensk TV 1958-1989 (Israel Palestine on Swedish TV 1958-1989), de Göran Hugo Olsson (Suécia/Finlândia/Dinamarca)
One to One: John & Yoko, de Kevin Macdonald e Sam Rice-Edwards (Reino Unido)
Pisni zemli, shcho povilno (Songs of slow burning earth), de Olha Zhurba (Ucrânia/Dinamarca/Suécia)
Riefenstahl, de Andres Veiel (Alemanha)
Russians at war, de Anastasia Trofimova (França/Canadá)
Separated, de Errol Morris (EUA/México)
Twst: Things we said today, de Andrei Ujică (França/Romênia)
Why War, de Amos Gitai (Israel/França)

FORA DE COMPETIÇÃO | SÉRIES

Disclaimer (episódios 1-7), de Alfonso Cuarón (Reino Unido/EUA)
Familier som vores (Families like ours) (episódios 1-7), de Thomas Vinterberg (Dinamarca/França/Suécia/República Checa/Bélgica/Noruega/Alemanha)
Los años nuevos (episódios 1-10), de Rodrigo Sorogoyen del Amo, Sandra Romero e David Martín de los Santos (Espanha)
M. Il figlio del secolo (episódios 1-8), de Joe Wright (Itália/França)

EXIBIÇÕES ESPECIAIS

Beauty is not a sin, de Nicolas Winding Refn (Itália/Dinamarca)
Leopardi. Il poeta dell’infinito (partes 1 e 2), de Sergio Rubini (Itália)
Mestre dos Mares: O Lado Mais Distante do Mundo, de Peter Weir (EUA)

VENICE CLASSICS | DOCUMENTÁRIOS

“I will revenge this world with love” Sergei Paradjanov, de Zara Jian (Armênia/França)
Carlo Mazzacurati: una certa idea di cinema, de Mario Canale e Enzo Monteleone (Itália)
Chain reactions, de Alexandre O. Philippe (EUA)
Constel·lació Portabella, de Claudio Zulian (Espanha)
From darkness to light, de Michael Lurie e Eric Friedler (EUA/Alemanha)
Le cinéma de Jean-Pierre Léaud, de Cyril Leuthy (França)
Miyazaki, l’esprit de la nature, de Leo Favier (França)
Volonté: L’uomo dai mille volti, de Francesco Zippel (Itália)
Wa ada Maroun ila Beirut (Maroun returns to Beirut), de Feyrouz Serhal (Qatar/Líbano)

Foto: Divulgação/Alile Dara Onawale.

Festival de Toronto 2024: filmes de Fernando Coimbra e Walter Salles são selecionados

por: Cinevitor
Leandra Leal e Irandhir Santos no longa brasileiro Os Enforcados, de Fernando Coimbra

A 49ª edição do Festival Internacional de Cinema de Toronto, que acontecerá entre os dias 5 e 15 de setembro, divulgou os 63 filmes selecionados para as mostras Gala e Special Presentations, que contará com nomes como Jacques Audiard, Edward Berger, Gia Coppola, Mike Leigh, Morgan Neville, Walter Salles, Athina Rachel Tsangari e Jia Zhang-Ke.

As mostras celebram o que há de melhor no cinema contemporâneo em todos os gêneros e estilos, de todos os cantos do mundo. Com filmes provenientes de 25 países, o TIFF promete ao público um banquete cinematográfico que destaca o talento e a versatilidade dos diretores, atores, músicos, animadores e artistas criativos mais talentosos do mundo.

Neste ano, o cinema brasileiro marca presença com duas obras, entre elas, Os Enforcados, de Fernando Coimbra. Onze anos depois de estrear em Toronto seu primeiro longa-metragem, O Lobo Atrás da Porta, o cineasta agora apresenta um thriller tragicômico estrelado por Leandra Leal e Irandhir Santos: “O Festival de Toronto é um dos mais prestigiados e importantes do mundo. Ele funciona como uma vitrine do que de mais relevante está sendo feito nos mais diversos países. E a Special Presentations é uma seção carro-chefe. Fazer parte dela é importante não só para o filme, mas para a projeção do cinema brasileiro para o mundo”, disse o diretor em comunicado oficial.

Distribuído pela Paris Filmes, o longa é produzido pela Gullane: “É motivo de muito orgulho para a Gullane, para o Fernando Coimbra e toda a equipe de Os Enforcados essa seleção tão especial, tão nobre, na seção Special Presentations, a mais importante para o cinema independente no mundo. Estamos muito empolgados para começar a mostrar o filme e avançar no maravilhoso trabalho que a Playtime, nossa agente de vendas, tem feito com Os Enforcados. É a hora de estrear, é a hora de mostrar o filme para o mundo e vai ser no Festival de Toronto, onde vamos estar com uma delegação bem bonita e bem representativa do cinema brasileiro”, disse o produtor Fabiano Gullane.

O Festival de Toronto ocupa um lugar especial na trajetória do diretor e roteirista brasileiro: “Ele mudou a minha vida. O Lobo Atrás da Porta era um filme de baixo orçamento e ganhou uma proporção muito grande lá”, disse Fernando Coimbra. Seu terceiro filme, Os Enforcados, marca sua volta ao cinema brasileiro depois de dirigir episódios das séries internacionais Narcos, Outcast e Perry Mason e o longa Castelo de Areia, com Nicholas Hoult e Henry Cavill: “Estava morrendo de saudade de voltar a trabalhar no Brasil, falando na minha língua do que conheço profundamente e vivo diariamente”, diz Coimbra.

Em Os Enforcados, Valério, interpretado por Irandhir Santos, e Regina, papel de Leandra Leal, formam um casal vivendo confortavelmente na Zona Oeste do Rio de Janeiro, graças ao império do jogo do bicho construído pelo pai e pelo tio dele. Valério, que acredita ter mantido suas mãos limpas, precisa lidar com as pendências de sua família, em um meio que obedece a leis próprias. Incentivado pela ambiciosa mulher, ele tenta uma jogada que ambos consideram infalível. “Os Enforcados é, antes de tudo, sobre um casamento. O casal sela um pacto e faz um plano de vida que é incapaz de cumprir. Só que esse plano, aqui, se faz a partir de um crime. Um último crime que os levaria em direção à realização dos seus sonhos. Mas a realidade é muito diferente do sonho, e as coisas desandam”, disse o diretor.

O cineasta inspirou-se em Macbeth, de William Shakespeare, mas quis contar a história pela perspectiva de Lady Macbeth. Em Os Enforcados, como na peça, os dois personagens se veem presos em uma escalada de ambição e violência, em uma tragédia à brasileira, com uma boa dose de humor ácido: “O jogo do bicho é um pano de fundo para retratar esse universo corrupto que eles habitam. Mas o filme é construído em cima dos personagens. Ele disseca essas personalidades em todas as suas camadas e explora essa dinâmica de jogo de poder que a grande maioria das relações passionais tem”, disse o diretor. O elenco conta também com Thiago Thomé, Pêpê Rapazote, Ernani Moraes, Augusto Madeira, Ricardo Bittencourt, Irene Ravache e Stepan Nercessian.

Fernanda Torres no brasileiro Ainda Estou Aqui, de Walter Salles

Fernando Coimbra precisava de atores que dessem conta de traduzir essas complexidades na tela. O diretor repete a parceria com Leandra Leal, que interpretou Rosa em O Lobo Atrás da Porta: “Eu sabia do que a Leandra é capaz e que ela potencializaria as camadas de Regina”. Irandhir Santos era um ator com quem desejava trabalhar havia muito tempo: “Os dois são muito focados e criativos. Construímos os personagens juntos”. A ambiguidade dos personagens é o traço comum entre Os Enforcados e O Lobo Atrás da Porta: “Não tem bem e mal. Eles mesmos são seus piores antagonistas, cruzam um limite que não deveriam e que vai levá-los à ruína”.

A diferença entre os dois filmes é que, em Os Enforcados, Fernando Coimbra queria tratar da realidade brasileira e da elite econômica do país. A ideia começou a surgir ainda durante as filmagens de O Lobo Atrás da Porta quando Coimbra passava pela Barra da Tijuca a caminho de locações: “A gente tem um índice de criminalidade gigante, uma desigualdade de renda absurda, mas o audiovisual tende a olhar para o crime na parte baixa da pirâmide: a periferia, o subúrbio, a comunidade. E onde está o dinheiro? Boa parte da nossa elite é extremamente corrupta. São aqueles que se declaram cidadãos de bem, mas na verdade fazem muita coisa ilegal para enriquecer”.

Em 2015, o roteiro passou pelo Laboratório de Sundance, sendo premiado dois anos depois com o Sundance Global Filmmaking Awards, de reconhecimento e apoio a cineastas independentes emergentes. Os trabalhos fora do Brasil e a pandemia adiaram as filmagens, mas Fernando Coimbra nunca parou de trabalhar no roteiro: “Eu tinha vontade de refletir o momento que a gente estava vivendo, que foi ficando cada vez mais louco. Eu precisava constantemente adaptá-lo para aquele sentimento de absurdo”.

Além disso, o Brasil também marca presença com Ainda Estou Aqui, de Walter Salles. O elenco conta com Fernanda Torres, Selton Mello e Fernanda Montenegro como protagonistas; o roteiro é de Murilo Hauser, de A Vida Invisível, com colaboração de Heitor Lorega.

Walter Salles, do consagrado Central do Brasil, volta a rodar um longa de ficção no Brasil depois de Linha de Passe, codirigido por Daniela Thomas e vencedor do prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes, em 2008, para Sandra Corveloni. O filme é produzido pela VideoFilmes e RT Features, em coprodução com Globoplay, Conspiração e Mact Productions.

Ainda Estou Aqui é um drama emocionante, baseado na história real de Eunice Paiva, uma mãe de cinco filhos, que se confronta com o maior desafio de sua vida: descobrir o paradeiro do marido desaparecido, o ex-deputado Rubens Paiva. No Rio de Janeiro dos anos 1970, durante a ditadura, ele foi arrancado de casa por militares para ser interrogado e nunca mais foi encontrado.

A busca pela verdade dura 30 longos anos. E quando as respostas começam a aparecer, Eunice sente os primeiros sintomas da doença de Alzheimer. Baseado no best-seller homônimo de Marcelo Rubens Paiva, filho de Eunice e Rubens, o filme é uma saga sobre memória e esquecimento. 

A atriz Fernanda Montenegro interpretará Eunice na segunda fase da história e o longa marca o reencontro entre ela e o diretor. O filme também marca o reencontro entre Fernanda Torres, atriz de Terra Estrangeira e O Primeiro Dia, e seus codiretores Walter Salles e Daniela Thomas, produtora associada de Ainda Estou Aqui

O filme conta também com Valentina Herszage, Luiza Kozovski, Bárbara Luz, Guilherme Silveira, Cora Ramalho, Dan Stulbach, Maeve Jinkings, Humberto Carrão e Carla Ribas no elenco. A direção de fotografia é assinada por Adrian Teijido; a direção de arte é de Carlos Conti e o figurino de Cláudia Kopke, com caracterização de Marisa Amenta e Laura Zimmerman no som direto.

Conheça os filmes selecionados para o 49º Festival de Toronto:

GALAS

Andrea Bocelli: Because I Believe, de Cosima Spender (Reino Unido)
Better Man, de Michael Gracey (EUA)
Don’t Let’s Go to the Dogs Tonight, de Embeth Davidtz (África do Sul)
Eden, de Ron Howard (EUA)
Elton John: Never Too Late, de R.J. Cutler e David Furnish (EUA)
Harbin, de Woo Min-ho (Coreia do Sul)
Meet the Barbarians, de Julie Delpy (França)
Nutcrackers, de David Gordon Green (EUA)
Oh, Canada, de Paul Schrader (EUA)
Road Diary: Bruce Springsteen and The E Street Band, de Thom Zimny (EUA)
Superboys of Malegaon, de Reema Kagti (Índia)
The Deb, de Rebel Wilson (Austrália)
The Friend, de Scott McGehee e David Siegel (EUA)
The Penguin Lessons, de Peter Cattaneo (Espanha/Reino Unido)
The Return, de Uberto Pasolini (Itália/Reino Unido)
The Shrouds, de David Cronenberg (Canadá/França)
The Wild Robot, de Chris Sanders (EUA)
Unstoppable, de William Goldenberg (EUA)
Will & Harper, de Josh Greenbaum (EUA)

SPECIAL PRESENTATIONS

40 Acres, de R.T. Thorne (Candá)
Ainda Estou Aqui, de Walter Salles (Brasil/França)
All of You, de William Bridges (EUA)
All We Imagine as Light, de Payal Kapadia (França/Índia/Holanda/Luxemburgo)
Anora, de Sean Baker (EUA)
Bird, de Andrea Arnold (Reino Unido)
Bring Them Down, de Christopher Andrews (Irlanda/Bélgica)
Can I Get A Witness?, de Ann Marie Fleming (Canadá)
Caught by the Tides, de Jia Zhang-Ke (China)
Conclave, de Edward Berger (EUA/Reino Unido)
Emilia Pérez, de Jacques Audiard (França/EUA/México)
Hard Truths, de Mike Leigh (Reino Unido/Espanha)
Harvest, de Athina Rachel Tsangari (Reino Unido)
Heretic, de Scott Beck e Bryan Woods (Canadá)
I, the Executioner, de Ryoo Seung-wan (Coreia do Sul)
K-Pops, de Anderson .Paak (EUA)
Love in the Big City, de E.oni (Coreia do Sul)
Millers in Marriage, de Edward Burns (EUA)
Misericordia, de Alain Guiraudie (Espanha/Portugal/França)
Nightbitch, de Marielle Heller (EUA)
On Becoming a Guinea Fowl, de Rungano Nyoni (Zâmbia/Reino Unido/Irlanda)
Os Enforcados, de Fernando Coimbra (Brasil/Portugal)
Piece by Piece, de Morgan Neville (EUA)
Quisling: The Final Days, de Erik Poppe (Noruega)
Relay, de David Mackenzie (EUA)
Rez Ball, de Sydney Freeland (EUA)
Riff Raff, de Dito Montiel (EUA)
Rumours, de Guy Maddin, Evan Johnson e Galen Johnson (Canadá/Alemanha)
Sharp Corner, de Jason Buxton (Canadá/Irlanda)
Shepherds, de Sophie Deraspe (Canadá/França)
Sketch, de Seth Worley (EUA)
The Assessment, de Fleur Fortuné (Reino Unido/Alemanha/EUA)
The Cut, de Sean Ellis (Reino Unido)
The End, de Joshua Oppenheimer (Dinamarca/Reino Unido)
The Fire Inside, de Rachel Morrison (EUA)
The Girl with the Needle, de Magnus von Horn (Dinamarca/Polônia/Suécia)
The Last Showgirl, de Gia Coppola (EUA)
The Life of Chuck, de Mike Flanagan (EUA)
The Order, de Justin Kurzel (Canadá/EUA)
The Piano Lesson, de Malcolm Washington (EUA)
We Live in Time, de John Crowley (Reino Unido/França)
Went Up the Hill, de Samuel Van Grinsven (Nova Zelândia/Austrália)
Without Blood, de Angelina Jolie (EUA/Itália)
Young Werther, de José Avelino Gilles Corbett Lourenço (Canadá)

Foto: Helena Barreto/Divulgação.