Cine PE 2023: Caio Blat é homenageado

por: Cinevitor
Calunga de Ouro: trajetória de sucesso

A noite de terça-feira, 05/09, no Cine PE – Festival do Audiovisual foi repleta de emoções. No palco do Teatro do Parque, a apresentadora Nínive Caldas começou seu discurso elogiando o grande homenageado desta 27ª edição: o ator e diretor Caio Blat.

De acordo com Sandra Bertini, diretora do Cine PE, Caio foi escolhido como homenageado pela versatilidade e relevância de sua contribuição para o audiovisual brasileiro: “Ele é um jovem ator com uma trajetória muito bonita no cinema, na TV e no teatro. Tudo que ele faz é com muita intensidade e muita entrega, e o festival entende que sua carreira merece ser exaltada”, disse.

Nascido em São Paulo, no dia 2 de junho de 1980, Caio Blat começou sua carreira artística logo no início dos anos 1990 em uma participação no seriado Mundo da Lua, da TV Cultura, e na série Retrato de Mulher, na TV Globo. Na sequência, foi contratado pelo SBT e assinou seu primeiro trabalho em uma novela: o remake de Éramos Seis. Logo, na mesma emissora, atuou também em As Pupilas do Senhor Reitor.

Ainda na telinha, participou de grandes sucessos da dramaturgia, como: Chiquinha Gonzaga, Andando nas Nuvens, Um Anjo Caiu do Céu, Coração de Estudante, Da Cor do Pecado, Ciranda de Pedra, Caminho das Índias, Lado a Lado, Joia Rara, Império, Liberdade, Liberdade, Sinhá Moça, Deus Salve o Rei, O Sétimo Guardião, Segunda Chamada, Mar do Sertão, entre outros.

Nas telonas, Caio estreou no longa-metragem Caminho dos Sonhos, de Lucas Amberg, ao lado de Taís Araujo, em 1998. Em 2001, atuou no premiado Lavoura Arcaica, de Luiz Fernando Carvalho. Depois disso, consolidou sua carreira em outros títulos de sucesso, como: Cama de Gato, que lhe rendeu um prêmio no La Cinema Fe, em Nova York; Carandiru; Quanto Vale ou É por Quilo?; O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, que foi indicado ao Grande Otelo de melhor ator coadjuvante no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro; Baixio das Bestas; Proibido Proibir, que lhe rendeu o prêmio de melhor ator no Festival Internacional de Cinema de Cartagena.

Caio Blat e Cláudio Assis no palco

E mais: Batismo de Sangue; O Bem-Amado; Bróder, que recebeu o kikito de melhor ator no Festival de Gramado; As Melhores Coisas do Mundo, no qual foi premiado no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro; Xingu; Entre Nós, que recebeu o prêmio de melhor ator no Amazonas Film Festival; Alemão; Ponte Aérea; Califórnia, que recebeu o Prêmio do Público de melhor ator no Festival Sesc Melhores Filmes; BR 716; entre outros. No ano passado, dirigiu seu primeiro longa: O Debate, com Debora Bloch e Paulo Betti no elenco.

Sua carreira nos palcos também foi marcada por grandes sucessos, entre eles, a adaptação de Grande Sertão: Veredas, no qual recebeu o Prêmio Shell e o Prêmio APTR de Teatro de melhor ator por interpretar o personagem Riobaldo.

Para celebrar sua trajetória, Caio Blat subiu ao palco do Cine PE acompanhado pela esposa, a atriz Luisa Arraes, e foi surpreendido pela presença do cineasta pernambucano Cláudio Assis, com quem trabalhou em Baixio das Bestas, e que lhe entregou o troféu Calunga de Ouro: “Que honra ser homenageado na sua terra, cara! Que lindo, que presente!”, disse emocionado.

E continuou seu discurso: “Uma das maiores honras que eu tive na vida foi ser convidado pra filmar com esse cabra. Pra conhecer a Zona da Mata, o Mestre Barachinha e o Siba. E fazer um filme com esse cara! Eu pisei aqui no Recife pela primeira vez na adolescência e fiquei completamente fascinado por esse lugar. Apaixonado pelas pessoas daqui, pelos artistas. Eu queria que minha trajetória passasse por aqui também. Dirigi peças aqui e tive essa honra gigantesca de filmar com o Claudão, de morar em Nazaré da Mata durante dois ou três meses”.

Caio seguiu elogiando Pernambuco, o festival e a esposa: “Vim várias vezes ao Cine PE. Também como público e em outros lugares em que acontecia. Vi filmes e sessões incríveis. E eu fazia de tudo para ser um pouco pernambucano. Sou completamente apaixonado por essa terra. Só mais recentemente que eu consegui casar com uma mulher pernambucana pra ver se oficializava um pouco a coisa. É o amor da minha vida, minha grande companheira, minha grande parceira há seis anos. É uma mulher incrível. Só tava precisando mesmo agora é de uma filha pernambucana. Se vocês puderem me ajudar…”, disse sorrindo.

O homenageado com o cineasta Cláudio Assis

Em seu discurso, falou também da família: “Tenho uma irmã que tá aqui, a Camila, que nasceu no mesmo dia que eu, tem o mesmo DNA e o mesmo mapa astral. O que foi que Camila fez? Largou o trabalho dela, que levava todo dia uma hora no trânsito na Marginal Tietê em São Paulo, e veio morar aqui em Recife. Ela fez o que eu ainda não tive coragem de fazer”.

Antes de finalizar, Caio celebrou a volta da democracia no país: “Esse prêmio é para celebrar a volta de um governo democrático, a volta do Ministério da Cultura com a maravilhosa Margareth Menezes, a volta da Ancine, a liberação do nosso Fundo Setorial. E que venha a regulamentação da nossa cota de tela, que venha a regulamentação dos nossos direitos na internet e no streaming. E que venham muitas edições do Cine PE para mostrarmos todos os filmes que vamos fazer com a Lei Paulo Gustavo!”.

Ovacionado pelo público, finalizou: “Eu achei que fosse jovem para receber essa homenagem, mas isso aqui é um banho de água fria que você leva. E eu penso: agora eu sou homenageado. Antes eu vinha competir com os filmes, agora eu sou homenageado ao lado de Laura Cardoso e tantos outros nomes. É uma honra ser homenageado nessa terra que eu amo, respeito, admiro e onde se faz o melhor cinema do Brasil, o mais instigante. É a realização de um sonho. Essa noite pra mim vai ser sempre inesquecível. Foi tudo muito lindo! Uma boa noite de cinema para todos vocês!”.

Em razão da homenagem, na mesma noite foi exibido um vídeo especial editado pelo Canal Brasil e o curta-metragem Travessia, dirigido por Gabriel Lima e protagonizado por Caio Blat e pela atriz Juliane Araújo. Clique aqui e assista nossa entrevista com o homenageado.

Na sequência, a programação do Cine PE seguiu com a exibição dos curtas pernambucanos em competição: Depois do Sonho, de Ayodê França; e Invasão ou Contatos Imediatos de Terceiro Mundo, de Hugo Barros Aquino e Maria Eduarda Soares Gazal.

Já na mostra competitiva nacional de curtas, a programação de terça-feira contou com Eles Não São Estrangeiros, de Pedro Bughay; Quintal, de Mariana Netto; Essa Terra é Meu Quilombo, de Rayane Penha; e Moventes, de Jefferson Cabral. O longa exibido em competição foi o catarinense Porto Príncipe, de Maria Emília de Azevedo.

*O CINEVITOR está no Cine PE e você acompanha a cobertura do evento por aqui, pelo canal do YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.

Fotos: Felipe Souto Maior.

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