A primeira edição de FABULOSA – Festival de Cinema Queer Especulativo do Recife terminou neste sábado, 02/12, no Cinema do Porto, no Cais da Apolo, depois de exibir um recorte das mais instigantes produções queers especulativas nacionais e internacionais dos últimos anos.
O júri, composto pela diretora de fotografia Sylara Silvério, pelo ator, diretor e produtor cultural Domingos Jr. e pelo roteirista, diretor e produtor executivo Vinicius Gouveia, elegeu Lamento de Força Travesti, de Renna Costa, como a obra vencedora da Mostra Maracatrônica. A justificativa diz: “Pelo profundo trabalho de pesquisa estética e narrativa subversiva muito bem apresentado, trazendo fortes elementos da cultura popular, da cultura sertaneja, em que ressignifica os símbolos com protagonismo de corpos trans no território rural. Pelo domínio da linguagem fotográfica e de elementos cenográficos, estabelecendo uma estética coerente e transgressora”. A vencedora recebe o Grande Prêmio Mistilka no valor de R$ 5 mil em serviços de pós-produção pela Mistika Post, uma das maiores empresas finalizadoras de imagem do país.
A cerimônia de premiação também foi marcada por surpresas, entre elas, a criação do Troféu Sharlene Esse de Melhor Performance. Muito emocionada, a própria Sharlene Esse surpreendeu a plateia com uma super performance de Divino Maravilhoso, e logo em seguida concedeu o troféu que leva o seu nome à Luty Barteix, por sua performance no curta-metragem maranhense Casa de Bonecas, de George Pedrosa.
“O Troféu Sharlene Esse de Melhor Performance objetiva premiar a performer que se destaca dentre tantas primorosas exibidas no festival. Diante da consistência e desenvolvimento da personagem, tanto na fala quanto nas expressões corporais, o júri concede o prêmio para a atriz Luty Barteix do filme A Casa das Bonecas”, disse a justificativa do júri.
Além disso, Christiane Falcão, a rainha do glamour recifense, foi escolhida pela equipe do festival como a primeira personalidade a receber o troféu de Suprema Fabulosa. Com quase 40 anos de carreira, é uma das pioneiras da cena artística noturna recifense, tendo em seu currículo mais de 30 títulos de beleza, participações nos principais espetáculos da era de ouro do Teatro de Revista pernambucano, e ainda uma inesquecível passagem pelos principais cabarés europeus, entre a década de 1990 e começo dos anos 2000.
Com direção artística do cineasta Henrique Arruda, o festival também levou para dentro do cinema a valorização da arte Drag através das fabulosas da edição, Britnney Hill e Ruby Nox, que além de apresentar as sessões também fizeram performances exclusivas dentro da sala de cinema diariamente.
Foto: Divulgação.