Festival Biarritz Amérique Latine 2024: filmes brasileiros são selecionados

por: Cinevitor
Cena do curta-metragem brasileiro Esconde-Esconde, de Vitória Vasconcellos

O Festival Biarritz Amérique Latine é um evento realizado desde 1979 com o objetivo de promover o cinema latino-americano na França, além de oferecer oportunidades de distribuição e coprodução para os realizadores.

A seleção conta com três mostras competitivas, de longas de ficção, curtas e documentários, além de sessões especiais fora de competição. O festival também se propõe a descobrir a cultura latino-americana de outras formas, com exposições de fotografia, concertos, encontros literários e universitários em parceria com o IHEAL, Instituto de Estudos Avançados da América Latina, entre outras atividades.

Nesta 33ª edição, que acontecerá entre os dias 21 e 27 de setembro, o cinema brasileiro ganha destaque com diversas produções, entre elas: Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, que será o filme de abertura; o longa é baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva e estrelado por Fernanda Torres, Selton Mello e Fernanda Montenegro.

Na mostra competitiva de longas-metragens, o cinema nacional apresenta: Baby, de Marcelo Caetano, premiado na Semana da Crítica, em Cannes; Senhoritas, da cineasta pernambucana Mykaela Plotkin, que narra a história de uma arquiteta aposentada de classe média alta que encara a busca pela perfeição como prioridade em sua vida e que também se reconecta com sua juventude e com os desejos que manteve reprimidos por anos; e Zafari, de Mariana Rondón, uma coprodução entre Peru, Venezuela, México, Brasil, França, Chile e República Dominicana.

Na seleção de documentários em competição, destaque para No Céu da Pátria Nesse Instante, de Sandra Kogut, que foi rodado ao longo do ano de 2022 e acompanha de perto os meses turbulentos do período eleitoral que culminaram na invasão do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do STF, no dia 8 de janeiro de 2023.

Entre os curtas-metragens, o Brasil aparece com alguns títulos, entre eles: Esconde-Esconde, de Vitória Vasconcellos, uma coprodução Delírio Filmes, Instituto Stanislavsky e Casa da Praia Filmes, que foi rodada nas ruas de São Paulo em película 16mm: “Nossa equipe pequena mas indomável foi pro meio da rua com alguns rolos de película e desenvolveu uma proposta visual provocadora para contar a história de duas irmãs nordestinas e um segredo que pode ser mortal. As conversas, entrevistas, pesquisas e experiências pessoais que inspiraram o roteiro do filme deixaram mais claro do que nunca que é perigoso ser mulher no Brasil. E é por isso que nosso filme precisou existir”, disse a diretora.

Os curtas brasileiros seguem com: A Visita, de Ivan Cordeiro, que utiliza imagens de arquivo restauradas em Super 8 da visita de campanha de Lula ao Recife, em 1982; Utopia Muda, de Julio Matos, que narra a luta pela democratização da mídia no Brasil pela história da Rádio Muda, a mais antiga estação de rádio livre, que desafiou o sistema para defender a liberdade de expressão; e Mala Facha, de Ilén Juambeltz, uma coprodução entre Uruguai e Brasil.

Neste ano, o consagrado cineasta mexicano Alfonso Cuarón, vencedor do Oscar por Gravidade e Roma, será o grande homenageado e receberá o Abrazo d’honneur: “O festival sempre admirou o trabalho excepcional de Alfonso Cuarón. Foi mesmo o primeiro festival europeu a convidá-lo, desde seu primeiro longa-metragem. Hoje, cada novo projeto de Alfonso traz um novo desafio, uma nova dimensão e confirma o seu talento inimitável. Foi natural atribuir a homenagem a esse artista, intelectual e homem excepcional que soube fazer brilhar e aplaudir a cultura latino-americana em todo o mundo. Ele é um dos maiores mestres do cinema contemporâneo”, disse Jean-Christophe Berjon, diretor geral do festival.

Conheça os selecionados para o Festival Biarritz Amérique Latine 2024:

LONGA-METRAGEM | FICÇÃO | COMPETIÇÃO

Baby, de Marcelo Caetano (Brasil/França)
Cuadrilátero, de Daniel Rodríguez Risco (Peru)
El aroma del pasto recién cortado, de Celina Murga (Argentina/Uruguai/Alemanha/México/EUA)
El ladrón de perros, de Vinko Tomicic (Bolívia/México/Chile/França)
La piel en primavera, de Yennifer Uribe Alzate (Colômbia/Chile)
Penal Cordillera, de Felipe Carmona (Chile)
Querido Trópico, de Ana Endara (Panamá/Colômbia)
Raíz, de Franco García Becerra (Peru)
Senhoritas, de Mykaela Plotkin (Brasil)
Zafari, de Mariana Rondón (Peru/Venezuela/México/Brasil/França/Chile/República Dominicana)

LONGA-METRAGEM | DOCUMENTÁRIO | COMPETIÇÃO

Amor Fantasma, de Marusia Estrada (México)
Imprenteros, de Lorena Vega e Gonzalo Javier Zapico (Argentina)
La Laguna del Soldado, de Pablo Álvarez Mesa (Colômbia/Canadá)
Los Últimos, de Sebastián Peña Escobar (Paraguai/Uruguai/França)
Luz de Obra, de Germán Tejeira (Uruguai)
No Céu da Pátria Nesse Instante, de Sandra Kogut (Brasil)
Oasis, de Tamara Uribe e Felipe Morgado (Chile)
Ozogoche, de Joe Houlberg Silva (Equador/Bélgica/Qatar)
Sapos, Momentos de infancia en dictadura, de Lucas Brunetto (Argentina)
Una canción para mi tierra, de Mauricio Albornoz Iniesta (Argentina/Alemanha/Colômbia)

CURTA-METRAGEM | COMPETIÇÃO

A Visita, de Ivan Cordeiro (Brasil/EUA)
Algo Nuevo, de Emilia Mark (Argentina)
Dos Menos, de Taroa Zúñiga Silva e Carlos Zerpa (Venezuela/Chile)
El Canon, de Martín Seeger (Chile)
Esconde-Esconde, de Vitória Vasconcellos (Brasil)
Fieras, de Andrés Felipe Ángel Machete (Colômbia/EUA)
La Marcha del Liquen, de Tania Ximena (México)
Mala Facha, de Ilén Juambeltz (Uruguai/Brasil)
Utopia Muda, de Julio Matos (Brasil)
Xquipi, de Juan Pablo Villalobos (México)

FILME DE ABERTURA
Ainda Estou Aqui, de Walter Salles (Brasil/França)

FILME DE ENCERRAMENTO
Mexico 86, de Cesar Díaz (Bélgica/México/França/Alemanha/Guatemala)

Foto: Divulgação.

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