Festival Curta Cinema 30 Anos: conheça os filmes selecionados

por: Cinevitor

adamadoestaciocurtacinemaFernanda Montenegro em A Dama do Estácio, de Eduardo Ades.

O Festival Internacional de Curtas-Metragens do Rio de Janeiro, o Curta Cinema, comemora 30 anos com uma edição especial realizada totalmente on-line e gratuita, que acontecerá entre os dias 17 e 24 de março. A programação conta com mais de cem curtas, que serão exibidos através da plataforma Festhome TV e ficarão disponíveis por 24 horas.

O Curta Cinema começou em março de 1991 com o sonho de estabelecer um espaço de contato e de trocas entre os apaixonados por cinema e a exibição de curtas-metragens, que estavam ganhando cada vez mais espaço no meio cinematográfico. O projeto nasceu da luta para restabelecer o apoio à cultura, que tinha se pedido na época: “Trinta anos depois, mantemos o sonho e a força de lutar por estes mesmos objetivos. O Curta Cinema tornou-se uma referência no país e no mundo e agora estamos ingressando no universo virtual para, em breve, retornarmos no presencial, depois de vencermos todas estas lutas”, afirmou Ailton Franco Jr., diretor do festival.

A programação desta edição comemorativa é composta por quatro mostras e um programa educativo direcionado a alunos da rede de ensino médio e fundamental, já tradicional ao longo da história do Curta Cinema: “Por conta da pandemia de Covid-19, o festival optou por apresentar uma curadoria mais enxuta do que a dos anos anteriores e mais adequada ao on-line. Olhando pelo lado positivo, acreditamos que migrar para a internet nesse momento tão delicado que estamos vivendo, é de grande importância para atingir um público maior e levar cultura de forma democrática a todos”, disse Paulo Roberto Jr., coordenador de programação.

A seleção traz filmes que marcaram o cinema brasileiro, como: A Dama do Estácio, de Eduardo Ades, que traz Fernanda Montenegro como a protagonista Zulmira, uma velha prostituta que um dia acorda obcecada com a ideia de que vai morrer e percebe que precisa de um caixão; Uma Estrela para Ioiô, de Bruno Safadi, com Mariana Ximenes, que gira em torno do desejo de Antônio Cleide, papel de Gustavo Falcão, que deseja oferecer uma vida melhor à sua namorada, a prostituta Ioiô; Vestido de Laerte, de Claudia Priscilla e Pedro Marques, estrelado pela própria cartunista; entre outros.

Um dos principais destaques do Panorama Carioca é o documentário inédito Ar, de Beth Formaggini, que traz a visão da cineasta, internada com Covid-19, em uma cama de hospital. A mostra mantém a sua tradição como uma das principais vitrines do cinema independente feito no Estado do Rio de Janeiro.

Já o Panorama Latino-americano traz uma novidade nesta edição: a seleção dos filmes foi feita em parceria com nove importantes festivais latino-americanos, por intermédio da Red Ibero Fest. De forma colaborativa, os festivais Cortópolis (Argentina), Bogoshorts (Colômbia), Iberofest (Colômbia), Cinelebu (Chile), Shorts México (México), GIFF (México), CinefestPy (Paraguai), MUTA Festival Internacional de Apropiación Audiovisual (Peru) e Festival de Cine Nuevo Detour (Uruguai) selecionaram os mais significativos filmes latino-americanos de 2019/20. O resultado é uma curadoria inédita, múltipla e bem diferente dos anos anteriores.

pracawaltdisneycurtacinemaCena do curta pernambucano Praça Walt Disney, de Renata Pinheiro e Sergio Oliveira.

A Mostra Panorama 30 Anos – Miragem reúne uma seleção de curtas exibidos nas três décadas do Festival Curta Cinema, criado em 1991. Os seis programas da mostra, realizada pela jornalista e curadora convidada Lais Rodrigues, trazem filmes de diferentes gerações de diretores que nos proporcionam percepções sobre o mundo e propõem reflexões sobre a produção de narrativas.

Na Mostra Origens, a intenção é trazer curtas-metragens sobre a cultura indígena do ponto de vista dos próprios índios. Com curadoria colaborativa entre o cineasta Takumã Kuikuro e artistas indígenas, a mostra traz uma seleção de filmes experimentais e outros mais produzidos realizados pelos povos nativos e originários do Brasil. O resultado final é um amálgama de propostas estéticas e abordagens muito distintas entre si, que evidencia a riqueza cultural do audiovisual produzida nas tribos brasileiras.

A Mostra Premiados de 2020 exibe os curtas vencedores das mostras Competitivas Nacional e Internacional que participaram da primeira parte da 30ª edição do Festival Curta Cinema, realizada também on-line em novembro do ano passado.

Além disso, dois filmes premiados na Competitiva Internacional foram indicados ao Oscar 2021 na categoria de melhor curta-metragem. O Presente (The Present), que conta a história de um homem palestino e sua filha tentando cruzar as fronteiras entre a Cisjordânia e Israel para comprar um presente; e White Eye, que aborda um problema familiar em Israel: preconceito de grande parte da população e da polícia contra imigrantes. Os curtas serão exibidos no sábado, dia 20/03, às 18h, e ficarão disponíveis por 24 horas.

Para esta edição comemorativa, o site Vertentes do Cinema propôs a mostra 30 Vertentes do Cinema Brasileiro Através do Curta Cinema, um recorte do que aconteceu nesses trinta anos. Um atravessamento que entrecortou a história do Brasil refletido inteiramente por lentes-olhares de cineastas diversos e ávidos por criar um novo mundo. A curadoria do crítico Fabricio Duque selecionou um curta-metragem de cada ano e que melhor representa mudanças e experimentações narrativas desses trinta anos. Os filmes serão exibidos no próprio site Vertentes do Cinema, em sessões divididas por anos e de acompanhamento linear.

Na segunda parte do festival, haverá ainda atividades paralelas, como Laboratório de Projetos de Curta Metragem, que contempla jovens cineastas com a possibilidade de realização de seus curtas; Oficina de Documentário, ministrada por Beth Formaggini; Oficina Decibéis: as fronteiras entre os curtas-metragens e os videoclipes, com Duda Leite; palestras, masterclasses e o Laboratório de Ideias, espaço virtual de discussão e criação para o desenvolvimento de roteiros de curtas-metragens. Os consultores Paulo Lins e Sylvia Palma conduzirão o debate.

Para esta edição comemorativa, o Festival Curta Cinema reformulou a tradicional Sessões Escolas no Programa Educativo e preparou quatro programas temáticos: renovação e reciclagem, imaginação criativa, família e afeto e inclusão. Cada programa é composto por dois filmes que são apresentados e contextualizados por um educador especialista na área. Os filmes ficarão disponíveis por seis meses no YouTube Sala de Leitura da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro.

Os curtas que compõem os programas do Panorama Carioca e Panorama Latino-americano concorrerão ao prêmio de melhor filme, eleitos pelo voto popular.

Conheça os filmes selecionados para o Festival Curta Cinema 30 Anos:

MIRAGEM – PANORAMA 30 ANOS

4Portes, de Louise Botkay (RJ) (2009)
A Dama do Estácio, de Eduardo Ades (RJ) (2012)
A Janela Aberta, de Philippe Barcinski (SP) (2002)
A Menina do Algodão, de Kleber Mendonça Filho (PE) (2003)
A Onda Traz, O Vento Leva, de Gabriel Mascaro (PE) (2012)
Angeli 24h, de Beth Formaggini (RJ) (2010)
Circuladô, de André Parente (RJ) (2006)
Command Action, de João Paulo Miranda Maria (SP) (2015)
Contos da Maré, de Douglas Soares (RJ) (2013)
De Volta ao Quarto 666, de Gustavo Spolidoro (RS) (2008)
Do Lado de Fora, #MARIELLEVIVE, de Ludmila Curi (RJ) (2018)
Dreznica, de Anna Azevedo (RJ) (2008)
Extratos, de Sinai Sganzerla (SP) (2019)
Geraldo Voador, de Bruno Vianna (RJ) (1994)
Loja de Répteis, de Pedro Severian (PE) (2014)
Natureza Morta, de Mariana Kaufman (RJ) (2015)
O Teu Sorriso, de Pedro Freire (RJ) (2009)
O Velho e o Novo, de Daniel Caetano (RJ) (2012)
Orwo Foma, de Karen Black e Lia Letícia (RJ) (2012)
Pendular, de Julia Murat (RJ) (2009)
Praça Walt Disney, de Renata Pinheiro e Sergio Oliveira (PE) (2011)
Ruído, de Gabraz Sanna (RJ) (2017)
Tropel, de Eduardo Nunes (RJ) (2000)
Um Outro Ensaio, de Natara Ney (RJ) (2010)
Um Sol Alaranjado, de Eduardo Valente (RJ) (2001)
Uma Estrela pra Ioiô, de Bruno Safadi (RJ) (2003)
Vestido de Laerte, de Claudia Priscilla e Pedro Marques (SP) (2012)

PANORAMA CARIOCA

Amor e Luz, de Chico Serra
Aqui é meu lugar, de Breno Soares
Ar, de Beth Formaggini
Arroz, Feijão e Cinema, de Leo Barros
Atordoado, Eu Permaneço Atento, de Lucas H. Rossi dos Santos e Henrique Amud
BIG BANG BOOM, de Lívia Uchôa
Blackout, de Rossandra Leone
Corpo Aberto, de Diego Quinderé
Joãosinho da Goméa, O Rei do Candomblé, de Janaina Oliveira ReFem e Rodrigo Dutra
Maré Mansa Traiçoeira, de Daniel Paes
Memórias de Parede, de Luca Salgado e Rafaela Barreto
Nome de Batismo: Frances, de Tila Chitunda
O Prazer de Matar Insetos, de Leonardo Martinelli
Ouro Para o Bem do Brasil, de Gregory Baltz
Papinha de Goiaba, de Tiago Fonseca
Por trás das Tintas, de Alek Lean
Quem Matou Chiquito Chaves?, de Giovanna Giovanini e Rodrigo Boecker
Travelling Adiante, de Lucio Branco
Viva Alfredinho, de Roberto Berliner
Zona Abissal, de Darks Miranda e Luisa Marques

PREMIADOS 2020 | NACIONAIS

Menarca, de Lillah Halla (SP)
Minha História é Outra, de Mariana Campos (RJ)
O Jardim Fantástico, de Fabio Baldo e Tico Dias (SP)
Prata, de Lucas Melo (RJ)
Sabrina, de Jéssica Barreto (SP)

PREMIADOS 2020 | INTERNACIONAIS

84, de Daniel Santiago Cortés (Colômbia)
Como Desaparecer, de Leonhard Müllner, Michael Stumpf e Robin Klengel (Áustria)
O Presente, de Farah Nabulsi (Palestina)
Wan Ju Wu, de Isabela Bianchi (Espanha)
White Eye, de Tomer Shushan (Israel)

MOSTRA ORIGENS

Anut Gidahankis Minikwekviyenekis: Conhecimento dos Antigos, de Davi Marworno (AM)
Centenário da Aldeia de Dourados, de Rossandra Cabreira (MS)
Equilíbrio, de Olinda Muniz Wanderley – Yawar (SP)
ITO, de Takumã Kuikuro (MT)
Jeroki Gwasu, de Michele Perito Concianza Kaiowá (MS)
Kaapora, de Olinda Muniz Wanderley – Yawar (SP)
Kamukuwaká: A História Sagrada do Povo Alto Xinguano, de Piratá Waurá (MT)
Karioka, de Takumã Kuikuro (MT/RJ)
Kunhangue – Universo de um Novo Mundo, de Graciela Guarani (SP)
Mbya Mirim, de Ariel Duarte Ortega e Patrícia Ferreira (RS)
O Verbo se Fez Carne, de Ziel Karapotó (PE)
Os Encantos do Rio, de Takumã Kuikuro (MT)
Pele de Branco, de Takumã Kuikuro (MT)
Prevenção do Povo Wauja Contra Covid19, de Piratá Waurá (MT)
Quarentena dos Guarani Kaiowa, de Juvenal Hermes da Silva e Thaila Cabreira da Silva
Wate’wa – O Jovens Xavantes que Batem Água, de Caimi Waiassé Xavante e Leandro Pirinai’a (MT)
Xandoca, de Davi Marworno e Takumã Kuikuro (MT)
YWY NHE’EM PORÃ, de Alberto Alvares

30 VERTENTES DO CINEMA BRASILEIRO

A Galinha que Burlou o Sistema, de Quico Meirelles (SP) (2012)
A Maldita, de Tetê Mattos (RJ) (2007)
A Pessoa é para o que Nasce, de Roberto Berliner (RJ) (1998)
As Sombras, de Juliana Rojas e Marco Dutra (SP) (2009)
Assunto de Família, de Caru Alves de Souza (SP) (2011)
Biografia do Tempo, de Marcos Pimentel e Joana Oliveira (MG) (2004)
Caligrama, de Eliane Caffé (SP) (1995)
Cartão Vermelho, de Laís Bodanzky (SP) (1994)
Ciclo 7×1, de Gil Baroni (PR) (2015)
Como se Morre no Cinema, de Luelane Loiola Corrêa (RJ) (2002)
Dias de Greve, de Adirley Queirós (DF) (2009)
Diz que é Verdade, de Claryssa Almeida e Pedro Estrada (MG) (2019)
Do Dia em que Macunaíma e Gilberto Freire Visitaram o Terreiro de Tia Ciata Mudando o Rumo da Nossa História, de Sérgio Zeigler e Vitor Angelo (SP) (1998)
Dos Restos e das Solidões, de Petrus Cariry (CE) (2006)
Egum, de Yuri Costa (RJ) (2020)
Engano, de Cavi Borges (RJ) (2008)
Esta Não é a Sua Vida, de Jorge Furtado (RS) (1991)
Kairo, de Fábio Rodrigo (SP) (2018)
Lá e Cá, de Sandra Kogut (RJ) (1995)
Macabéia, de Erly Vieira Jr, Lizandro Nunes e Virginia Jorge (ES) (2000)
Mãe de Lesbos, de Marcelo de Trói (BA) (2003)
No Interior da Minha Mãe, de Lucas Sá (MA) (2013)
Nossa Pintura, de Fábio Nascimento e Thiago Oliveira (PA) (2014)
Novela, de Otto Guerra (RS) (1993)
O Jeito Brasileiro de Ser Português, de Gustavo Melo (RJ) (2000)
Rapsódia para um Homem Comum, de Camilo Cavalcante (PE) (2005)
Recife de Dentro para Fora, de Katia Mesel (PE) (1997)
Tentei, de Laís Melo (PR) (2017)
Transverso, de Fernanda Paz (PR) (2015)
Viver a Vida, de Tata Amaral (SP) (1991)

PROGRAMAS EDUCATIVOS

A Viagem de Ícaro, de Kaco Olimpio e Larissa Fernandes (GO)
A Volta para Casa, de Diego Freitas (SP)
Apocalipse de Verão, de Carolina Durão (RJ)
Balão Azul, de Alice Gomes (RJ)
Catadora de Gente, de Mirela Kruel (RS)
O Véu de Amani, de Renata Diniz (DF)
Uma História das Cores, de Victor Hugo Fiuza (RJ)
Viagem na Chuva, de Wesley Rodrigues (GO)

PANORAMA LATINO-AMERICANO

Asi En La Tierra, de Joel Vazquez Cardenas (México)
Atmósferas, de Leinad Pájaro De la Hoz (Colômbia/Cuba)
Cabra Chica, de Maria Jesús Saiz (Chile)
Con olor a mandarina, de Sandra Da Silva (Paraguai)
El dia comenzó ayer, de Julián Hernandez (México)
El dibujo de un pez, de Juana Castro (Colômbia)
El Fin del Invierno, de Macarena Fernández Puig (Uruguai)
El punto verde en el año 3785, de Yassmina Samudio (Paraguai)
El tamaño de las cosas, de Carlos Felipe Montoya (Colômbia)
Esta obra no ha de tener título, de Juan María Bianchini (Argentina)
Expiatório, de Manuel Acuña (Cuba/México)
Fragmentos Petenciales de Obras para Desplegar Fractal e Cíclicamente, de Paola Vela (Peru)
Fronteras II, de Victoria Maréchal (Argentina)
IXCH’UMIL, de Miguel Ajcot (Guatemala)
Juan El Pescador, de Freddy Rojas Matamala (Chile)
La Cama, de Daniela Abad (Colômbia)
La Frontera, de Erika Oreguel (México)
La Fuente de Agua, de Ima Cabrera Abanto (Peru)
La tortuga de plástico, de Claudia Osejo e Miguel León (Colômbia)
La Yuyera, de Maria Avalos (Paraguai)
Lo que nos queda, de Yudiel Landa (México)
Macho, de Emmanuel Vidal Cogollo (Colômbia)
Naayilo’ob ja’ (Sueños de Agua), de Domingo Pablo Ortiz (México)
Recuerdo de mi Presentación, de Antanas Amador (México)
s/t, de Nicole Remy (Peru)
Sueños de Pedro, de Fernando Restelli e Francisco Fantin (Argentina)
Todo lo cercano se aleja, de Francisco Bouzas (Argentina)
Vapor de las raíces, de Paulina Rodríguez (México)
Wheels, de Roberto Fiesco (México)
Yí (el rio que no se corta), de Karin Porley von Bergen (Uruguai)
Yvy Marane’y – La Tierra Sin Mal, de Leticia Vazquez (Paraguai)

*Este projeto é financiado pelos recursos disponibilizados pela Lei Aldir Blanc, geridos pelo Governo Federal, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado do Rio, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura.

Fotos: Divulgação.

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