Festival de Clermont-Ferrand 2024: curtas-metragens brasileiros são selecionados

por: Cinevitor
Cena do curta brasileiro Pássaro Memória, de Leonardo Martinelli

Criado em 1979 e organizado pela Sauve qui peut le court métrage, o Festival de curta-metragem de Clermont-Ferrand, que acontecerá entre os dias 2 e 10 de fevereiro de 2024 na França, é considerado o maior evento de curtas-metragens do mundo.

Neste ano, mais de 9.400 filmes foram inscritos; registrando um recorde e um aumento muito significativo de 14% em relação ao ano passado. O comunicado oficial diz: “O coração do cinema nunca parou de bater e Clermont-Ferrand continua sendo o pulmão do curta”.

A 46ª edição contará com alguns títulos brasileiros em sua programação, entre eles, Pássaro Memória, de Leonardo Martinelli, na Competição Internacional. Na trama, um pássaro chamado Memória esquece como voltar para casa. Lua, uma mulher trans, tenta encontrá-la nas ruas do Rio de Janeiro, mas a cidade pode ser um lugar hostil. O elenco conta com Ayla Gabriela e Henrique Bulhões.

Já na mostra Lab Competition, o Brasil aparece com Até Onde o Mundo Alcança, de Daniel Frota de Abreu, que faz uma condenação surpreendente dos efeitos a longo prazo do colonialismo no país. Na Competição Nacional, vale destacar o francês Vambora, de Laurier Fourniau, que foi rodado no Brasil e conta com os brasileiros Ítalo Villani e Camila Guerra no elenco.

A mostra Panorama apresenta uma retrospectiva especial com títulos dirigidos por mulheres inspiradoras. Aqui, o cinema brasileiro marca presença com Quebramar, de Cris Lyra, curta realizado em 2019. Na mostra Enfants, será exibida a animação Lulina e a Lua, de Alois Di Leo e Marcus Vinicius Vasconcelos. Enquanto isso, na seção de mercado, o Brasil conta com Quartas de Final ou Porque Eu Decidi Torcer Contra o Brasil, de Dario Lopes e Vinicius Campos.

Além disso, a Associação Cultural Kinoforum, a Spcine e o Consulado-Geral do Brasil em Marselha levarão ao festival uma programação de curtas brasileiros recentes para promover a diversidade e a criatividade da produção nacional, proporcionando uma capacitação in loco em intercâmbio internacional e nos mecanismos do mercado audiovisual mundial. Os títulos da Spcine Brazilian Shorts no Short Film Market são: Combustão Não Espontânea, de Boni Zanatta (SP); Os Animais Mais Fofos e Engraçados do Mundo, de Renato Sircilli (SP); Ibirapitanga, de Olinda Wanderley (BA); Ava Mocoi: Os Gêmeos, de Luiza Calagian e Vinícius Toro (PR); e Meu Amigo Pedro MIXTAPE, de Lincoln Péricles (SP).

Em comunicado oficial, a organização do evento anunciou algumas mudanças nesta edição por conta de problemas financeiros: “O impacto da Covid-19, o aumento dos custos devido à inflação e, muitas vezes, o financiamento precário deixaram um impacto duradouro no nosso festival, na nossa organização e nas nossas equipas, tal como em muitos outros empreendimentos culturais e festivais de cinema. Então, para podermos recebê-los em fevereiro, tivemos que fazer algumas escolhas. Eles não foram fáceis; e esperamos que não sejam permanentes. Temos trabalhado nessas mudanças desde a primavera, pensando em formas de tornar possível a edição de 2024, mantendo ao mesmo tempo o seu significado e a sua essência”.

Com isso, pela primeira vez na sua história, o festival irá reduzir o número de programas em suas competições. A seleção Nacional passará de doze para dez programas, e a Internacional de quatorze para doze. Além disso, algumas mostras foram cortadas da programação: “Mesmo assim, apostamos que os fãs de curtas-metragens encontrarão o que procuram ao longo dos nove dias de cinema e celebração”, finaliza o comunicado oficial.

Foto: Divulgação.

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