Festival de Roterdã 2025 anuncia vencedores; Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, é premiado pelo público

por: Cinevitor
Selton Mello, Guilherme Silveira e Cora Mora no brasileiro Ainda Estou Aqui

Foram anunciados nesta sexta-feira, 07/02, no De Doelen, os vencedores da 54ª edição do Festival Internacional de Cinema de Roterdã (IFFR, International Film Festival Rotterdam), considerado um dos maiores do mundo e que destaca talentos cinematográficos dirigidos por novos cineastas.

O melhor filme da Tiger Competition, a principal mostra competitiva, eleito pelo júri formado por Yuki Aditya, Winnie Lau, Peter Strickland e Andrea Luka Zimmerman, foi o documentário Fiume o morte!, dirigido por Igor Bezinović. A justificativa diz: “Embora seja um filme brincalhão e travesso, ele apresenta um espelho para os nossos dias atuais”.

Na mostra Big Screen Competition, que faz a ponte entre o cinema popular, clássico e de arte, o júri, formado por Bero Beyer, Dewi Reijs, Jia Zhao, Sara Rajaei e Digna Sinke, escolheu o drama Raptures, de Jon Blåhed. A justificativa diz: “O prêmio vai para um filme que explora temas de moralidade, família, resiliência e dogma, um filme em camadas que encapsula uma história muito local e talvez pouco conhecida em um tema profundamente universal. Impulsionado por um papel principal complexo, o filme é incrivelmente filmado, literalmente compondo sua própria linguagem. Um filme que faz perguntas dolorosas que eram relevantes há quase um século e, como se vê, são ainda mais relevantes hoje”.

No dia seguinte à cerimônia de premiação, o festival holandês divulgou em suas redes sociais o grande vencedor do Prêmio do Público: o brasileiro Ainda Estou Aqui, de Walter Salles. Estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello, com participação especial de Fernanda Montenegro, o filme é inspirado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva sobre a história de sua família. O relato começa no início dos anos 70, quando um ato de violência muda a história da família Paiva para sempre. O livro e o filme abraçam o ponto de vista daqueles que sofrem uma perda em um regime de exceção, mas não se dobram; o roteiro é de Murilo Hauser, de A Vida Invisível, e Heitor Lorega.

Além disso, o cinema brasileiro também marcou presença com outras produções nesta 54ª edição, como: os curtas Fale a ela o que me aconteceu, de Pethrus Tibúrcio; Quem se move, de Stephanie Ricci; Tragédia, de Bernardo Zanotta, uma coprodução entre Holanda, Brasil e França; e Bisagras, de Luis Arnías, uma coprodução entre Estados Unidos, Senegal e Brasil. Na mostra Harbour, apresentou o longa Suçuarana, de Clarissa Campolina e Sérgio Borges. E mais: Caigan las rosas blancas!, de Albertina Carri, uma coprodução com a Argentina e a Espanha, na Big Screen Competition; e Levante, de Lillah Halla, premiado na edição passada, na mostra Education.

Conheça os vencedores do International Film Festival Rotterdam 2025:

TIGER COMPETITION
Melhor Filme: Fiume o morte!, de Igor Bezinović (Croácia/Itália/Eslovênia)
Prêmio Especial do Júri: L’arbre de l’authenticité, de Sammy Baloji (República Democrática do Congo/Bélgica) e Im Haus meiner Eltern, de Tim Ellrich (Alemanha)

BIG SCREEN COMPETITION
Melhor Filme: Raptures, de Jon Blåhed (Suécia/Finlândia)

PRÊMIO FIPRESCI
Fiume o morte!, de Igor Bezinović (Croácia/Itália/Eslovênia)

PRÊMIO NETPAC
Bad Girl, de Varsha Bharath (Índia)

MELHOR FILME | JÚRI JOVEM
The Visual Feminist Manifesto, de Farida Baqi (Síria/Líbano/Alemanha/Suécia/Holanda)

TIGER SHORT AWARDS
A Metamorphosis, de Lin Htet Aung (Mianmar)
Temo Re, de Anka Gujabidze (Geórgia)
Merging Bodies, de Adrian Paci (Itália)

EUROPEAN SHORT FILM AWARDS NOMINATION
La durmiente, de Maria Inês Gonçalves (Portugal/Espanha)

PRÊMIO KNF | CURTA-METRAGEM
Temo Re, de Anka Gujabidze (Geórgia)

PRÊMIO DO PÚBLICO
Ainda Estou Aqui, de Walter Salles (Brasil)

Foto: Alile Dara Onawale.

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