Festival de Toronto 2023 anuncia novos filmes e homenagem a Pedro Almodóvar e Spike Lee

por: Cinevitor
Pedro Almodóvar nos bastidores de Estranha Forma de Vida

A 48ª edição do Festival Internacional de Cinema de Toronto, que acontecerá entre os dias 7 e 17 de setembro, divulgou os primeiros homenageados deste ano, novidades em sua programação e os filmes selecionados para as mostras Platform, Discovery e Midnight Madness.

Na mostra competitiva Platform, a seleção traz títulos com perspectivas únicas de direção e visões arrojadas; a lista apresenta filmes de 12 países. O júri será formado pelo diretor Barry Jenkins, vencedor do Oscar por Moonlight: Sob a Luz do Luar; Nadine Labaki, premiada em Cannes com Cafarnaum; e Anthony Shim, vencedor deste prêmio no ano passado por Riceboy Sleeps.

“A seleção diversificada deste ano se distingue por estudos de personagens ousados e histórias clássicas contadas por meio de narrativas dinâmicas e abordagens de gênero. O público testemunhará o surgimento de tópicos temáticos como exílio social e reconexão, tecidos de maneiras inesperadamente emocionantes por uma variedade de vozes locais e internacionais cativantes”, disse Robyn Citizen, programador da mostra.

Além disso, o programa Midnight Madness, que apresenta uma seleção iconoclasta e destaca o estranho e o perverso, traz dez títulos; a mostra Discovery, que oferece uma janela para o cinema internacional contemporâneo e apresenta ao público os primeiros filmes de novos cineastas talentosos, conta com 26 filmes. Notavelmente, 13 cineastas femininas representam 50% do programa total.

Em comunicado oficial, Anita Lee, diretora de programação do TIFF, disse: “Estamos entusiasmados por apresentar novas vozes, visão audaciosa e um cinema que mistura gêneros. Os programas Discovery e Midnight Madness do TIFF 2023 serão, mais uma vez, o destino final para formadores de opinião e caçadores de experiências”. Dorota Lech, programadora do TIFF, também comentou: “A seção Discovery, com curadoria de uma equipe brilhante de programadores internacionais, é uma vitrine ousada e empolgante de cinema com talentos emergentes de todo o mundo. Temos a honra de destacar vozes novas e distintas de artistas que criam seu primeiro ou segundo longa em nosso palco global”.

Nicolas Cage em Dream Scenario: filme de abertura da mostra Platform

Neste ano, dois diretores consagrados serão homenageados no festival: Pedro Almodóvar receberá o Jeff Skoll Impact Media Award, que reconhece a liderança na criação de uma união entre impacto social e cinema; e Spike Lee será honrado com o TIFF Ebert Director Award, batizado em homenagem ao lendário crítico de cinema Roger Ebert e que reconhece cineastas que exemplificaram a grandeza em suas carreiras.

Sobre Almodóvar, Cameron Bailey, CEO do TIFF, disse: “É uma verdadeira emoção reconhecer Pedro Almodóvar como o Jeff Skoll Impact Media Award em 2023. Pedro vem ao TIFF há anos e cada vez é melhor do que a anterior. Sua visão artística, narrativa ousada e compromisso inabalável de ultrapassar os limites do cinema tiveram um impacto profundo. Ele desafia as normas sociais, defende a diversidade e ilumina a experiência humana com sensibilidade e graça. Aplaudimos suas contribuições para o cinema e celebramos sua capacidade de inspirar e provocar o público em todo o mundo”. O prêmio já foi entregue para Buffy Sainte-Marie, Alanis Obomsawin e Mira Nair.

Cameron Bailey também falou sobre Spike Lee: “Um dos principais contadores de histórias de nossa era, seus filmes Ela Quer Tudo, Faça a Coisa Certa, Mais e Melhores Blues e American Utopia inspiraram o público e fizeram uma história duradoura. Um impacto na arte de fazer filmes”. O prêmio já foi entregue para Martin Scorsese, Claire Denis, Ava DuVernay, Wim Wenders, Agnès Varda, entre outros.

Além disso, o Festival de Toronto também revelou recentemente que o tão esperado longa-metragem épico fantástico do Studio Ghibli, The Boy and the Heron (Kimitachi wa Dou Ikiru ka), do visionário diretor japonês Hayao Miyazaki, vencedor do Oscar por A Viagem de Chihiro, será o filme de abertura desta 48ª edição.

Cameron Bailey comentou: “Estamos honrados em abrir o 48º Festival Internacional de Cinema de Toronto com o trabalho de um dos maiores artistas do cinema. Já aclamado como uma obra-prima no Japão, o novo filme de Hayao Miyazaki começa como uma simples história de perda e amor e se eleva a um impressionante trabalho de imaginação. Estou ansioso para que nosso público descubra seus mistérios por si mesmo, mas posso prometer uma experiência singular e transformadora”.

The Boy and the Heron, que estreou com sucesso recorde no Japão, é um filme de animação desenhado à mão e o primeiro longa-metragem do diretor Miyazaki em dez anos; e conta com trilha sonora do colaborador de longa data de Miyazaki, Joe Hisaishi. Em uma extraordinária ruptura com a tradição, o Studio Ghibli lançou o filme no Japão sem nenhuma promoção, material de marketing ou descrição, permitindo que o público descobrisse o título por si mesmo.

Conheça os novos filmes selecionados para o 48º Festival de Toronto:

PLATFORM

Dear Jassi, de Tarsem Singh Dhandwar (Índia)
Dream Scenario, de Kristoffer Borgli (EUA) (filme de abertura)
Great Absence, de Kei Chika-ura (Japão)
HLM Pussy (Sisterhood), de Nora El Hourch (França)
I Told You So (Te l’avevo detto), de Ginevra Elkann (Itália)
La Vénus d’argent (Spirit of Ecstasy), de Héléna Klotz (França)
Not A Word (Kein Wort), de Hanna Slak (Alemanha/Eslovênia/França)
O Corno (The Rye Horn), de Jaione Camborda (Espanha/Bélgica/Portugal)
Syndabocken (Shame on Dry Land), de Axel Petersén (Suécia/Malta)
The King Tide, de Christian Sparkes (Canadá)

MIDNIGHT MADNESS

AGGRO DR1FT, de Harmony Korine (EUA)
Boy Kills World, de Moritz Mohr (Alemanha/África do Sul/EUA)
Dicks: The Musical, de Larry Charles (EUA) (filme de abertura)
Hell of a Summer, de Finn Wolfhard e Billy Bryk (EUA/Canadá)
KILL, de Nikhil Nagesh Bhat (Índia)
NAGA, de Meshal Aljaser (Arábia Saudita)
Riddle of Fire, de Weston Razooli (EUA) (filme de encerramento)
Sleep, de Jason Yu (Coreia do Sul)
When Evil Lurks, de Demián Rugna (Argentina)
Working Class Goes to Hell, de Mladen Đorđević (Sérvia)

DISCOVERY

A Match (Sthal), de Jayant Digambar Somalkar (Índia)
Andragogy, de Wregas Bhanuteja (Indonésia/Singapura)
Arthur & Diana, de Sara Summa (Alemanha)
Ashil (Achilles), de Farhad Delaram (Alemanha/Irã/França)
Avant que les flammes ne s’éteignent (After the fire), de Mehdi Fikri (França)
Backspot, de D.W. Waterson (Canadá)
Frybread Face and Me, de Billy Luther (EUA)
Gonzo Girl, de Patricia Arquette (EUA) (filme de abertura)
Hajjan, de Abu Bakr Shawky (Arábia Saudita/Jordânia)
How to Have Sex, de Molly Manning Walker (Reino Unido)
I Don’t Know Who You Are, de M. H. Murray (Canadá)
La Suprema, de Felipe Holguín Caro (Colômbia)
Mandoob, de Ali Kalthami (Arábia Saudita)
Mimang, de Kim Taeyang (Coreia do Sul)
Seagrass, de Meredith Hama-Brown (Canadá)
Solitude, de Ninna Pálmadóttir (Islândia/Eslováquia/França)
Tautuktavuk (What We See), de Carol Kunnuk e Lucy Tulugarjuk (Canadá)
The Queen of My Dreams, de Fawzia Mirza (Canadá)
The Teacher, de Farah Nabulsi (Reino Unido/Palestina/Qatar)
The Tundra Within Me (Eallugierdi), de Sara Margrethe Oskal (Noruega)
Una sterminata domenica (An Endless Sunday), de Alain Parroni (Itália/Alemanha/Irlanda)
Valentina o la serenidad (Valentina or the Serenity), de Ángeles Cruz (México)
Widow Clicquot, de Thomas Napper (Reino Unido/França)
Wild Woman, de Alán González (Cuba)
Without Air, de Katalin Moldovai (Hungria)
Yellow Bus, de Wendy Bednarz (Emirados Árabes Unidos)

Fotos: Divulgação/A24/Iglesias Más.

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