No domingo, 11/08, a mostra competitiva de longas-metragens brasileiros do 52º Festival de Cinema de Gramado exibiu Estômago 2: O Poderoso Chef, de Marcos Jorge. A produção é a sequência de Estômago, lançado em 2008 e que se consagrou como um clássico do cinema nacional, sendo sucesso entre a crítica.
Nesta nova história, o público acompanha o que aconteceu com Raimundo Nonato, interpretado por João Miguel, após estes 16 anos, além da chegada de um novo protagonista: o mafioso Dom Caraglio, vivido por Nicola Siri.
A sinopse diz: a fantástica e divertida jornada do anti-herói Raimundo Nonato e suas aventuras filosófico-culinárias continuam. Dezesseis anos depois dos acontecimentos do primeiro filme, Nonato virou o chef dos chefs na prisão, encantando com seu talento culinário e saborosa lábia tanto o diretor do presídio quanto o veterano líder dos detentos, interpretado por Paulo Miklos. Até que um terceiro chefão, o mafioso italiano Dom Caraglio chega para disputar o controle da penitenciária e o privilégio de ser servido pelo carismático cozinheiro. Ao mesmo tempo, o filme apresenta os tortuosos caminhos que transformaram o pacato filho da dona de um restaurante brasileiro no sul da Itália no poderoso chefe que, anos depois, vem ao Brasil desafiar o crime organizado por causa de Nonato.
Com roteiro de Bernardo Rennó, Lusa Silvestre e Marcos Jorge, o filme conta também com Guenia Lemos, Marco Zenni, Violante Placido, Giulio Beranek, Marisa Laurito, Giorgio Gobbi, Projota e Vincent Riotta.
No palco do Palácio dos Festivais, Marcos Jorge subiu ao lado de diversos integrantes de sua equipe: “Como um sulista, apesar de ser curitibano, quando confundem meu sotaque, meu jeito, minha procedência e acham que sou gaúcho, me sinto honrado. Quanto ao filme, essa é uma ocasião muito especial”, disse o diretor.
O protagonista Nicola Siri também discursou: “Que maravilha estar em Gramado! Que maravilha que a arte e a cultura continuam lutando. Esse é um momento importante para dizer que arte e cultura são os únicos caminhos. Vocês vão assistir a um filme absurdo!”.
Nicola Siri e Projota, de Estômago 2: O Poderoso Chef
A mostra competitiva de longas brasileiros continuou no dia seguinte, segunda-feira, 12/08, com Oeste Outra Vez, dirigido pelo cineasta anapolino Erico Rassi, representante de Goiás. Segundo longa do diretor (o primeiro foi Comeback), começou a ser escrito em 2015 após receber o prêmio de desenvolvimento do Fundo Setorial do Audiovisual. Orientado por um processo criativo pessoal, o diretor embarcou em viagens de imersão e entrevistou alguns personagens da vida real que encontrava pelo caminho.
A locação escolhida para Oeste Outra Vez foi a Chapada dos Veadeiros, tendo São João da Aliança como cenário principal. Segundo Erico, algumas cenas foram escritas em função de paisagens específicas do sertão chapadense. Com direção de fotografia de André Xará Carvalheira, a montagem é de Leopoldo Joe Nakata e Erico Rassi. O desenho de som é de Ricardo Reis e a direção de arte é de Carol Tanajura.
A sinopse diz: no sertão de Goiás, homens brutos que não conseguem lidar com suas fragilidades são constantemente abandonados pelas mulheres que amam. Tristes e amargurados, eles se voltam violentamente uns contra os outros. O elenco conta com Ângelo Antônio, Rodger Rogério, Antonio Pitanga, Babu Santana, Adanilo, Daniel Porpino e Tuanny Araújo.
No palco do Palácio dos Festivais, ao lado de sua equipe, Erico disse: “Eu sei que neste momento o holofote fica no elenco e no diretor, mas eu eu queria aproveitar para exaltar a Cris [Cristiane Miotto], produtora. Todas as decisões que eu tomo passam por ela. O filme é, com certeza, tanto dela quanto meu e de todo mundo que está aqui”.
O protagonista Ângelo Antônio também discursou: “Estou muito feliz de estar aqui apresentando esse filme que eu gosto demais. Agradeço a vocês por estarem aqui. É um momento bem especial para o sul e para o cinema. Agradeço ao Erico por ter me convidado para fazer esse filme”. Babu Santana finalizou: “É um prazer estar de volta aqui em Gramado! O kikito é um prêmio tão almejado e é rara a chance de estar aqui. Agradeço a presença de todos e obrigado Erico por me permitir fazer parte dessa história também”.
Depois de Oeste Outra Vez, foram exibidos seis curtas-metragens brasileiros em competição: Maputo, de Lucas Abrahão; Ponto e Vírgula, de Thiago Kistenmacker; Castanho, de Adanilo; Pastrana, de Melissa Brogni e Gabriel Motta; A Casa Amarela, de Adriel Nizer; e Via Sacra, de João Campos.
*O CINEVITOR está em Gramado e você acompanha a cobertura do evento por aqui, pelo canal do YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.
Fotos: Cleiton Thiele e Edison Vara/Agência Pressphoto.