Girls/Museum
Direção: Shelly Silver
Elenco: Giulia, Rosalba, Carla, Mila, Paula, Pauline Charly, Ella, Selma, Mira, Farahnaz, Helena, Susanna, Hamse, Luise.
Ano: 2020
Sinopse: Um grupo de garotas, com idades entre 7 e 19 anos, guiam o filme pela histórica coleção de arte do Museum der bildenden Künste, de Leipzig, na Alemanha. Entre uma obra de arte e outra, de século a século, as meninas contam o que elas enxergam.
Crítica: A ideia da cineasta Shelly Silver em documentar um grupo de garotas, entre 7 e 19 anos, analisando uma exposição em um museu da Alemanha é muito interessante. Cada percepção faz um contraponto instigante em relação ao mundo atual com a data das obras de arte. Aqui, falam de poder, ganância, classes sociais, inocência infantil, inveja, machismo, opressão, objetificação, entre tantos outros temas relevantes. A comparação entre as obras e artistas também ganha destaque no filme. Outro ponto que deixa o documentário ainda mais atraente é como algumas delas analisam as pinturas e esculturas de acordo com suas vivências e realidades. Enquanto uma compreende a perturbação do artista, outra analisa a evolução da arte ao longo dos anos. Há espaço também para debater como as mulheres eram retratadas em outras épocas. Ao desenrolar da narrativa, o espectador cria uma certa intimidade com cada personagem, que logo imprime sua personalidade em cena: entre elas, há aquela que compara todas as pinturas com a sua vida, a outra que percebe a forte presença masculina entre os artistas e também a que traz uma visão sobre desigualdade social. São muitas e interessantes visões e análises. Tais observações também dão espaço a reflexões sobre novas percepções artísticas diante de olhares diversos. Porém, o documentário de Shelly Silver perde força no ritmo. Ainda que apresente uma proposta curiosa com debates importantes, a narrativa torna-se repetitiva e não apresenta outras opções de abordagem. Mas, ainda assim, o conteúdo de suas entrevistadas domina a projeção. Garotas | Museu é, ao mesmo tempo, provocativo e estimulante. Com isso, apresenta-se como uma obra repleta de discussões profundas e necessárias. (Vitor Búrigo)
*Filme visto no 10º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba.
Nota do CINEVITOR: