Reafirmando seu compromisso com o fortalecimento da economia criativa, do turismo e do audiovisual brasileiro, a Embratur, Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo, marcou presença na 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes com a participação de Marcelo Freixo, presidente da Embratur, e Christiano Braga, supervisor de Audiovisual e Economia Criativa na Gerência de Inovação da Embratur, no evento mineiro.
Dentro deste cenário, a Embratur destaca-se com iniciativas que conectam cinema, economia criativa e o turismo, consolidando o audiovisual como uma ferramenta para promover a imagem do Brasil no cenário global.
Em entrevista exclusiva ao CINEVITOR, Marcelo Freixo, presidente da Embratur, falou sobre essa parceria: “Acho que juntar o turismo com o audiovisual é um casamento bom demais. Porque você pega um Brasil que tem uma potência turística gigantesca para transformar essa potência turística em números, em realidade, com geração de emprego e renda. O turismo pode ser uma grande solução de modelo de desenvolvimento econômico do Brasil durante o século 21. E o audiovisual brasileiro vive seu melhor momento: indicação ao Oscar, orgulho do povo brasileiro com a cultura. Muito diferente do que vivemos em tempos recentes e sombrios”.
Freixo continuou: “Queremos aproximar o audiovisual como uma ferramenta de promover esse Brasil; essa diversidade brasileira, essa cultura, essa democracia. Queremos que as pessoas venham! Hoje, 44% dos norte-americanos escolhem para onde vão viajar a partir do que assistem em séries e filmes. Essa é uma tendência mundial. Vários países já juntaram o audiovisual com o turismo, como a Colômbia e o Uruguai, aqui do lado. Mas tem também a Coreia, Nova Zelândia, Espanha. São muitas experiências bem sucedidas. E isso a gente tem que copiar”.
Com exemplos bem sucedidos, como a São Paulo Film Commission e a Rio Film Commission, Marcelo Freixo detalhou o projeto de criar algo nacional: “O Brasil tem um potencial audiovisual enorme e temos também um potencial turístico muito grande. Para isso, estamos trabalhando há dois anos com a ideia de uma Film Commission Nacional, uma ferramenta pública que vai poder operacionalizar e fazer com que isso aconteça de fato. Esse é um salto muito grande e concreto nessa relação entre esses dois universos do turismo e do audiovisual”.
Além de fomentar a criação artística, a Embratur trabalha ativamente na construção de políticas públicas para o fortalecimento do setor audiovisual. A viabilização de uma Film Commission Nacional será fundamental para atrair produções internacionais, fortalecer a presença dos filmes brasileiros em mercados mundiais e consolidar o Brasil como destino film friendly. Vale lembrar que Film Commission trata-se de uma organização criada com o objetivo de estimular o turismo, auxiliar as equipes com informações e suportes práticos e atrair produções para gerar movimentação econômica, criando empregos e oportunidades para profissionais e empresas locais. Também contribui para fortalecer a sinergia entre trade turístico e o setor audiovisual, aumentando o interesse estrangeiro em conhecer, por exemplo, cenários e paisagens.
Freixo em Tiradentes: conversa sobre cinema e turismo
Ao final da entrevista, questionado sobre as indicações brasileiras ao Oscar 2025 com Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, Freixo brincou: “Nós vamos ter um problema muito grande. A Fernanda Torres é uma amiga querida e, como eu, ela é mangueirense. E o resultado do Oscar vai ser na hora do desfile da Mangueira. Pensa um negócio desses… o Rio de Janeiro vai estar com a Mangueira na Sapucaí e a Fernanda pode ser anunciada no momento do desfile. Eu vou dizer É de arerê, força de Matamba, que é o samba da Mangueira. Vamos pra festa!”.
Durante a Mostra de Tiradentes, Freixo também participou de uma coletiva de imprensa, ao lado de Christiano Braga, supervisor de Audiovisual e Economia Criativa na Gerência de Inovação da Embratur: “Estamos muito felizes por marcar presença aqui em Tiradentes, nesta mostra de cinema consolidada e importante. E pela primeira vez com a Embratur como parceira. Conseguimos fazer uma mudança grande na Embratur, que deixa de ser uma autarquia e passa a ser uma Agência. Deu muito trabalho fazer isso porque pegamos uma Embratur muito destruída. E agora, o turismo vive o seu melhor momento”.
E continuou: “É a primeira vez que a Embratur entra como algo que auxilia na própria realização do festival. Agora isso depende de uma mudança legislativa muito grande, que ficamos mais de um ano operando para que a Embratur virasse uma Agência. Quando assumimos a Embratur, ela tinha um orçamento para funcionar quatro meses e fechar. Foi uma reviravolta de muito trabalho para conseguir manter o formato de Agência, voltar para o orçamento público, poder receber valores e patrocinar eventos. Temos um orçamento que permite fazer tudo que queríamos? Não. Mas hoje a gente consegue”.
Na ocasião, Freixo também anunciou a segunda edição do edital Brasil com S. Com um investimento de R$ 100 mil por curta-metragem, o programa apoiará a produção de quatro filmes inéditos focados no bioma Amazônia: “Qualquer projeto original é um projeto de estudo e avaliação. Começamos com uma determinada capacidade orçamentária, que já melhoramos para o segundo. O primeiro foi 60 mil e agora teremos 100 mil para cada curta-metragem. Melhoramos os critérios e temos feito muito trabalho em parceria com a produção cinematográfica do Brasil fora dele. Ajudamos Montreal, Montevidéu, Buenos Aires, Paris, Nova York… festivais de cinema brasileiros fora do país. Estamos em todos eles, onde exibimos esses curtas. Passamos nas feiras internacionais também”.
E continuou: “Essa iniciativa reforça o compromisso da Agência em promover a internacionalização do audiovisual brasileiro, estimulando produções que dialoguem com o turismo e a valorização das belezas naturais e culturais do país. Sabemos do poder transformador do cinema para a promoção do Brasil no cenário internacional. Ao investir no audiovisual, fomentamos o turismo, impulsionamos economias locais e projetamos nossa cultura para o mundo”.
Com inscrições entre 1º de fevereiro e 7 de março, o edital está alinhado aos esforços da Agência na COP 30, que acontecerá em Belém, no Pará, em novembro, e integra as iniciativas para promover a Amazônia como destino sustentável. As produções deverão destacar aspectos como a diversidade urbana e natural, sustentabilidade, tradições culturais, gastronomia, música, artesanato, pessoas e paisagens singulares da Amazônia. Clique aqui e saiba mais.
Marcelo Freixo e o cineasta Gabriel Martins no debate em Tiradentes
Além disso, a programação da 28ª edição da Mostra de Tiradentes exibiu no sábado, 01/02, no Cine Petrobras na Praça, a Sessão Cine Embratur LAB, uma seleção especial de curtas-metragens que exploram a diversidade e a riqueza do turismo brasileiro. Os quatro filmes exibidos foram selecionados na primeira edição do edital Brasil com S. Os filmes foram escolhidos por sua capacidade de promover destinos turísticos e histórias brasileiras, destacando a diversidade cultural, natural e humana do país. Cada filme oferece um olhar único sobre diferentes aspectos do turismo no Brasil, desde a cultura e as tradições até a história e a natureza exuberante do país.
Adriana Farias e Maxwell Polimanti dirigem O Carimbó da Amazônia, um documentário que mergulha nas tradições do carimbó e nas paisagens de Alter do Chão, no Pará, revelando a beleza e a riqueza cultural da região amazônica; João Gabriel Ferreira e João Gabriel Kowalski apresentam Entre Sinais e Mares, uma ficção que conta uma história de amor na Ilha do Mel, em Maringá, no Paraná, abordando temas como inclusão e diversidade LGBTQIAP+, com a participação de atores surdos; do Acre, Tatiana Sager e Gabriel Sager Rodrigues apresentam Huni Kuï: O Povo Verdadeiro, um retrato do turismo etnográfico e da cultura indígena Huni Kuï; e Juliano De Paula e Bruna Steudel, em Caminhos do Peabiru, ressignificam e redescobrem a história da estrada transcontinental mais importante da América do Sul antes da chegada dos europeus, revelando um patrimônio histórico e cultural fascinante.
Ainda na Mostra, Marcelo Freixo também participou, na sexta-feira, 31/01, do debate O Brasil nas Telas do Mundo, que aconteceu no Cine-Teatro dentro da programação do Seminário do Cinema Brasileiro. O evento contou também com Gabriel Martins, produtor e cineasta mineiro, e Luana Melgaço, produtora da Anavilhana, também de Minas Gerais. A mediação foi realizada por Pedro Butcher, colaborador do Brasil CineMundi, trazendo uma perspectiva aprofundada sobre a expansão internacional do cinema nacional.
O debate discutiu o reconhecimento crescente do cinema brasileiro no exterior, impulsionado por premiações e seleções em festivais internacionais. A produção nacional tem se destacado por sua originalidade e qualidade artística, atraindo parcerias estratégicas e cooperação internacional. Além de fortalecer a identidade global do Brasil, o setor audiovisual também impulsiona investimentos, gera negócios e fomenta o turismo.
*O CINEVITOR está em Tiradentes e você acompanha a cobertura do festival por aqui, pelo canal do YouTube e pelas redes sociais: Twitter, Facebook e Instagram.
Fotos: Leo Lara/Universo Produção.