A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas divulgou nesta quinta-feira, 21/11, a lista oficial com os títulos elegíveis que estão na disputa pela estatueta dourada de melhor filme internacional no Oscar 2025.
Para esta 97ª edição, 85 países foram classificados. Porém, alguns ficaram de fora, entre eles, Luxemburgo, que estará ausente da competição pela primeira vez desde 2012; Butão e Macedônia do Norte também não enviaram filmes. A China foi desclassificada porque o título escolhido tem mais de 50% de diálogo em inglês; a Jordânia inicialmente enviou My Sweet Land, de Sareen Hairabedian, mas retirou sua inscrição por conta das pressões diplomáticas do Azerbaijão.
Vale lembrar que um longa-metragem internacional é definido como um longa-metragem (mais de 40 minutos) produzido fora dos Estados Unidos com uma faixa de diálogo predominantemente (mais de 50%) não falada em inglês.
Os membros da Academia, de todos os ramos, são convidados a participar da rodada preliminar de votação e devem atender a um requisito mínimo de visualização para serem elegíveis para votar na categoria. A lista com os 15 filmes escolhidos será anunciada no dia 17 de dezembro. Desse grupo saem os cinco finalistas, que serão revelados no dia 17 de janeiro de 2025.
A cerimônia acontecerá no dia 2 de março, no Dolby Theatre, em Hollywood. O Brasil está na disputa com Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, vencedor do prêmio de melhor roteiro no Festival de Veneza deste ano. Estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello, com participação especial de Fernanda Montenegro, o filme reúne a Sony Pictures Classics com Walter Salles 26 anos depois da trajetória de sucesso de Central do Brasil.
Ainda Estou Aqui é inspirado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva sobre a história de sua família. O relato começa no início dos anos 70, quando um ato de violência muda a história da família Paiva para sempre. O livro e o filme abraçam o ponto de vista daqueles que sofrem uma perda em um regime de exceção, mas não se dobram; o roteiro é de Murilo Hauser, de A Vida Invisível, e Heitor Lorega.
A sinopse diz: Rio de Janeiro, início dos anos 70. O país enfrenta o endurecimento da ditadura militar. Estamos no centro de uma família, os Paiva: Rubens, Eunice e seus cinco filhos. Vivem na frente da praia, numa casa de portas abertas para os amigos. Um dia, Rubens Paiva é levado por militares à paisana e desaparece. Eunice , cuja busca pela verdade sobre o destino de seu marido se estenderia por décadas, é obrigada a se reinventar e traçar um novo futuro para si e seus filhos.
O longa, que já alcançou mais de um milhão de espectadores nos cinemas, promove o reencontro entre Fernanda Torres e Walter Salles depois de Terra Estrangeira e O Primeiro Dia. Na última parte do filme, Eunice é interpretada por Fernanda Montenegro, que volta a trabalhar com Walter Salles depois do consagrado Central do Brasil. O elenco principal reúne nomes como Valentina Herszage, Luiza Kosovski, Bárbara Luz, Guilherme Silveira e Cora Ramalho, como os filhos na primeira fase do filme; e Olivia Torres, Antonio Saboia, Marjorie Estiano, Maria Manoella e Gabriela Carneiro da Cunha integram a família no segundo momento. E mais: Guilherme Silveira, Pri Helena, Humberto Carrão, Maeve Jinkings, Dan Stulbach, Camila Márdila, Luiz Bertazzo, Lourinelson Vladmir, Thelmo Fernandes, Carla Ribas, Daniel Dantas, Charles Fricks, Helena Albergaria, Marcelo Varzea, Caio Horowicz, Maitê Padilha, Luana Nastas, Isadora Gupert, Alexandre Mello, Augusto Trainotti, Alan Rocha e Daniel Pereira.
A direção de fotografia de Ainda Estou Aqui é assinada por Adrian Teijido; a direção de arte é de Carlos Conti e o figurino de Cláudia Kopke, com caracterização de Marisa Amenta e Laura Zimmerman no som direto. A montagem é de Affonso Gonçalves e a preparação de elenco de Amanda Gabriel; Daniela Thomas assina como produtora associada. O filme também foi exibido nos festivais de Toronto, San Sebastián e Festival Biarritz Amérique Latine, além de ter sido selecionado para o Festival de Nova York.
A adaptação cinematográfica do livro autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva sobre sua mãe, Eunice Paiva, é produzido pela VideoFilmes, RT Features e Mact Productions; o longa é o primeiro filme original Globoplay, em coprodução com ARTE France e Conspiração. A distribuição nos cinemas brasileiros é realizada pela Sony Pictures.
Na última edição do Oscar, o Brasil esteve na disputa com Retratos Fantasmas, de Kleber Mendonça Filho, mas não conseguiu uma vaga na premiação. Vale lembrar que a última vez que o país concorreu na categoria de melhor filme internacional (antes chamada de filme estrangeiro) foi em 1999, com Central do Brasil, também de Walter Salles; e em 2008, O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburger, ficou entre os nove semifinalistas.
A AMPAS, Academy of Motion Picture Arts and Sciences, também divulgou as listas das animações em longa-metragem, com 31 títulos elegíveis, entre eles, Divertida Mente 2; e 169 longas documentais; entre eles, Maya and the Wave, dirigido por Stephanie Johnes, sobre a surfista brasileira campeã mundial Maya Gabeira. A votação preliminar para o 97º Oscar começará no dia 9 de dezembro e terminará no dia 13/12.
Confira a lista completa com os 85 filmes internacionais candidatos ao Oscar 2025:
ÁFRICA DO SUL: Old Righteous Blues, de Muneera Sallies
ALBÂNIA: Pikë uji (Waterdrop), de Robert Budina
ALEMANHA: The Seed of the Sacred Fig, de Mohammad Rasoulof
ARGÉLIA: Algiers (196 مترا/الجزائر), de Chakib Taleb-Bendiab
ARGENTINA: El jockey, de Luis Ortega
ARMÊNIA: Yasha and Leonid Brezhnev (Յաշան և Լեոնիդ Բրեժնևը), de Edgar Baghdasaryan
ÁUSTRIA: Des Teufels Bad (The Devil’s Bath), de Veronika Franz e Severin Fiala
BANGLADESH: The Wrestler (বলী), de Iqbal Hossain Chowdhury
BÉLGICA: Julie zwijgt (Julie Keeps Quiet), de Leonardo Van Dijl
BOLÍVIA: Mano propia, de Gory Patiño
BÓSNIA E HERZEGOVINA: Nakon ljeta (My Late Summer), de Danis Tanović
BRASIL: Ainda Estou Aqui, de Walter Salles
BULGÁRIA: Triumph (Триумф), de Kristina Grozeva e Petar Valchanov
CAMARÕES: Kismet, de Ngang Romanus Ntseh
CAMBOJA: Rendez-vous avec Pol Pot (Meeting with Pol Pot), de Rithy Panh
CANADÁ: Une langue universelle (Universal Language), de Matthew Rankin
CAZAQUISTÃO: Bauryna Salu (Баурына салу), de Askhat Kuchencherekov
CHILE: No Lugar da Outra (El lugar de la otra), de Maite Alberdi
COLÔMBIA: La Suprema, de Felipe Holguin
COREIA DO SUL: 12.12: The Day (서울의 봄), de Kim Sung-su
COSTA RICA: Memorias de un cuerpo que arde, de Antonella Sudasassi
CROÁCIA: Lijepa večer, lijep dan (Beautiful Evening, Beautiful Day), de Ivona Juka
DINAMARCA: Pigen med nålen (The Girl with the Needle), de Magnus von Horn
EGITO: Flight 404 (404 الرحلة), de Hani Khalifa
EQUADOR: Al otro lado de la niebla, de Sebastián Cordero
ESLOVÁQUIA: Ema a smrtihlav (The Hungarian Dressmaker), de Iveta Grófová
ESLOVÊNIA: Odrešitev za začetnike (Family Therapy), de Sonja Prosenc
ESPANHA: Segundo premio, de Isaki Lacuesta e Pol Rodríguez
ESTÔNIA: Biwa järve 8 nägu (8 Views of Lake Biwa), de Marko Raat
FILIPINAS: And So It Begins, de Ramona S. Diaz
FINLÂNDIA: Mummola (Family Time), de Tia Kouvo
FRANÇA: Emilia Pérez, de Jacques Audiard
GEÓRGIA: The Antique (ანტიკვარიატი), de Rusudan Glurjidze
GRÉCIA: Murderess (Φόνισσα), de Eva Nathena
GUATEMALA: Rita, de Jayro Bustamante
HOLANDA: Memory Lane, de Jelle de Jonge
HONG KONG: Twilight of the Warriors: Walled In (九龍城寨之圍城), de Soi Cheang
HUNGRIA: Semmelweis, de Lajos Koltai
ÍNDIA: Troca Surpresa (Laapataa Ladies), de Kiran Rao
INDONÉSIA: Perempuan Berkelamin Darah (Women from Rote Island), de Jeremias Nyangoen
IRÃ: In the Arms of the Tree (در آغوش درخت), de Babak Lotfi Khajepasha
IRAQUE: Baghdad Messi (ميسي بغداد), de Sahim Omar Kalifa
IRLANDA: Kneecap, de Rich Peppiatt
ISLÂNDIA: Snerting (Touch), de Baltasar Kormákur
ISRAEL: Come Closer (קרוב אלי), de Tom Nesher
ITÁLIA: Vermiglio, de Maura Delpero
JAPÃO: Cloud (クラウド), de Kurosawa Kiyoshi
LETÔNIA: Straume (Flow), de Gints Zilbalodis
LÍBANO: Arzé, de Mira Shaib
LITUÂNIA: Sesės (Drowning Dry), de Laurynas Bareiša
MALÁSIA: Meu Irmão e Eu (Abang Adik), de Jin Ong
MALTA: Castillo, de Abigail Mallia
MARROCOS: Everybody Loves Touda (الجميع يحب تودة), de Nabil Ayouch
MÉXICO: Sujo, de Astrid Rondero e Fernanda Valadez
MONGÓLIA: If Only I Could Hibernate (Баавгай болохсон), de Zoljargal Purevdash
MONTENEGRO: Supermarket, de Nemanja Bečanović
NEPAL: Shambhala (शम्भाला), de Min Bahadur Bham
NIGÉRIA: Mai Martaba, de Prince Aboki
NORUEGA: Armand, de Halfdan Ullmann Tøndel
PALESTINA: From Ground Zero, de Aws Al-Banna, Ahmed Al-Danf, Basil Al-Maqousi, Mustafa Al-Nabih, Muhammad Alshareef, Ala Ayob, Bashar Al Balbisi, Alaa Damo, Awad Hana, Ahmad Hassunah, Mustafa Kallab, Satoum Kareem, Mahdi Karera, Rabab Khamees, Khamees Masharawi, Wissam Moussa, Tamer Najm, Abu Hasna Nidaa, Damo Nidal, Mahmoud Reema, Etimad Weshah e Islam Al Zrieai
PANAMÁ: Despierta mamá, de Arianne Benedetti
PAQUISTÃO: The Glassworker (شیشہ گر,), de Usman Riaz
PARAGUAI: Los últimos, de Sebastián Peña Escobar
PERU: Yana-Wara, de Óscar Catacora e Tito Catacora
POLÔNIA: Pod wulkanem (Under the Volcano), de Damian Kocur
PORTUGAL: Grand Tour, de Miguel Gomes
QUÊNIA: Nawi, de Vallentine Chelluget, Apuu Mourine, Kevin Schmutzler e Toby Schmutzler
QUIRGUISTÃO: Paradise at Mother’s Feet (Бейиш – эненин таманында), de Ruslan Akun
REINO UNIDO: Santosh, de Sandhya Suri
REPÚBLICA CHECA: Waves (Vlny), de Jiří Mádl
REPÚBLICA DOMINICANA: Aire, Just Breathe, de Leticia Tonos
ROMÊNIA: Trei kilometri pâna la capatul lumii, de Emanuel Pârvu
SENEGAL: Dahomey, de Mati Diop
SÉRVIA: Russian Consul, de Miroslav Lekić
SINGAPURA: La Luna, de M. Raihan Halim
SUÉCIA: Den sista resan (The Last Journey), de Filip Hammar e Fredrik Wikingsson
SUÍÇA: Reinas, de Klaudia Reynicke
TAILÂNDIA: How to Make Millions Before Grandma Dies (หลานม่า), de Pat Boonnitipat
TAIWAN: Old Fox (老狐狸), de Hsiao Ya-chuan
TAJIQUISTÃO: Melody (ملودی), de Behrouz Sebt Rasoul
TUNÍSIA: Take My Breath (المباين), de Nada Mezni Hafaiedh
TURQUIA: Hayat (Life), de Zeki Demirkubuz
UCRÂNIA: La Palisiada (Ля Палісіада), de Philip Sotnychenko
VENEZUELA: Vuelve a la vida, de Luis Carlos Hueck e Alfredo Hueck
VIETNÃ: Peach Blossom, Pho and Piano (Đào, phở và piano), de Phi Tiến Sơn
Foto: VideoFilmes/Sony Pictures Classics.