Pasárgada: Dira Paes exibe seu primeiro longa como diretora no Festival de Gramado 2024

por: Cinevitor
Dira Paes: estreia como diretora e na disputa pelo kikito

A noite de terça-feira, 13/08, foi marcada por muitas emoções na 52ª edição do Festival de Cinema de Gramado. A consagrada atriz Dira Paes, que já participou diversas vezes do evento, subiu ao palco do Palácio dos Festivais pela primeira vez como diretora de um longa-metragem.

Pasárgada surgiu de uma experiência pessoal de Dira: durante a pandemia de Covid-19, a artista se isolou entre as montanhas do Arraial do Sana, em Macaé, no Rio de Janeiro, onde o longa foi rodado. Rica em biodiversidade, a região abrange parte da Mata Atlântica e é uma das áreas mais procuradas por pesquisadores de aves no mundo, o que serviu de inspiração para a criação da narrativa.

A sinopse oficial diz: Irene é uma ornitóloga, interpretada por Dira Paes, solitária em seus 50 anos que, durante seu projeto de pesquisa no meio da floresta, redescobre sua tropicalidade após conhecer Manuel, vivido por Humberto Carrão, um jovem guia que fala a língua dos pássaros e traz à tona seus dilemas como mulher, mãe e profissional. O elenco conta também com Cássia Kis, Peter Ketnath e Ilson Gonçalves.

Nascida no Pará, em meio à Floresta Amazônica, a conexão de Dira com a natureza e seu compromisso com o ativismo ambiental foram elementos importantes para a construção da narrativa. Os dados de que, no Brasil, 80% dos animais contrabandeados são pássaros e que o tráfico de animais silvestres é o terceiro maior do mundo, perdendo apenas para armas e drogas, acionaram ainda mais as inquietações da cineasta para tratar desse universo em Pasárgada. Uma de suas principais atividades durante o desenvolvimento do roteiro foi a observação de pássaros, fator determinante para a escolha da profissão da protagonista Irene.

Fafá de Belém e Dira Paes no tapete vermelho

Emocionada, Dira subiu ao palco ao lado de alguns integrantes da equipe, entre eles, Pablo Baião, diretor de fotografia e seu marido; e a cantora Fafá de Belém, que conta com duas músicas na trilha do longa: “É uma honra estar aqui. É emocionante atravessar esse caminho que eu já fiz várias vezes como atriz e agora como diretora. É um novo momento, uma nova emoção. Esse filme surge de um desejo profundo de fazer cinema sobre outra visão. Mas é sobre ser cinema. Eu acho que eu sou cinema. Eu queria a experiência de atravessar um filme desde a sua ideia original”, disse a diretora.

A emoção tomou conta quando Fafá de Belém pegou o microfone para discursar e, na sequência, cantar uma música para Dira: “Você é o cinema brasileiro. Você é a mulher amazônica. Você representa todas nós”.

*Clique aqui e assista aos melhores momentos da apresentação e uma entrevista com Dira Paes.

Depois da exibição de Pasárgada, a noite seguiu com a exibição de seis curtas-metragens brasileiros em competição: Movimentos Migratórios, de Rogério Cathalá; Navio, de Alice Carvalho, Larinha R. Dantas e Vitória Real; Fenda, de Lis Paim; Ressaca, de Pedro Estrada; A Menina e o Pote, de Valentina Homem; e Ana Cecília, de Julia Regis.

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Fotos: Edison Vara e Cleiton Thiele/Agência Pressphoto.

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