Diretor: Danny Boyle
Elenco: Ewan McGregor, Robert Carlyle, Ewen Bremner, Jonny Lee Miller, Steven Robertson, Gordon Kennedy, Anjela Nedyalkova, Irvine Welsh, Kelly Macdonald, Simon Weir, James Cosmo, Katie Leung, Scot Greenan, Eileen Nicholas, Logan Gillies, Ben Skelton, Aiden Haggarty, Daniel Smith, Elijah Wolf, John Kazek, Shirley Henderson, Charlie Hardie, Scott Aitken, Tereza Duskova, Bradley Welsh, Pauline Turner, James McElvar, Connor McIndoe, Bryan Quinn, Tom Urie, John Bell, Kyle Fitzpatrick, Michael Shaw, Amy Manson, Pauline Lynch, Christopher Mullen, Hamish Haggerty, Daniel Jackson, Svetlana Yancheva, Emil Bonev.
Ano: 2017
Sinopse: Vinte anos se passaram. Muita coisa mudou, mas muita coisa continua exatamente igual. Mark Renton volta ao único lugar que ele já chamou de casa. E eles estão esperando por ele: Spud, Sick Boy e Begbie. Outros velhos amigos também estão à espera: sofrimento, perda, alegria, vingança, ódio, amizade, medo, arrependimento, autodestruição e perigo mortal; eles estão todos em fila, esperando que ele volte a dançar com cada um deles.
Crítica do CINEVITOR: Em 1996, Danny Boyle levou para os cinemas a história de jovens viciados em heroína em Trainspotting – Sem Limites. O filme causou polêmica, burburinho, foi elogiado pela crítica e pelo público, se destacou pela trilha sonora, foi premiado no BAFTA e indicado ao Oscar. Agora, 21 anos depois, o diretor volta a transitar pelo universo daqueles jovens escoceses, só que com outra proposta. Em T2 Trainspotting, as drogas já não são mais as fiéis companheiras de seus protagonistas e o discurso político apresentado no primeiro filme passa batido nessa nova aventura. Porém, o clima aqui é de nostalgia e Boyle introduz esse sentimento com coerência. São diversas referências ao longo da trama, por isso, se você ainda não viu Trainspotting, assista antes de embarcar nessa nova história para entrar ainda mais no clima. Renton, Spud, Sick Boy e Begbie estão mais maduros, mas apesar das mudanças físicas e emocionais, ainda apresentam resquícios do passado. A fila andou, os objetivos são outros, a cidade cresceu e toda aquela baderna causada anos atrás já não faz mais sentido, mas é a maneira como Boyle desenvolve esse reencontro de lembranças que engrandece o filme. O diretor se conecta ao passado em pequenos detalhes que surpreendem o espectador. Ainda que a essência do original seja mantida ao longo dos 117 minutos de projeção, os mesmos personagens e até as mesmas locações revelam novas situações que conseguem caminhar sozinhas. T2 Trainspotting é pura homenagem, mas antes de mais nada, é um novo filme com escolhas diferentes. Boyle se mantém fiel ao seu estilo cinematográfico e apresenta cortes frenéticos em cenas eletrizantes acompanhadas por uma trilha sonora eclética, porém, ao fundo, é possível perceber o embalo de Born Slippy, da banda inglesa Underworld, que marcou o primeiro filme. A questão aqui não é comparar um com o outro, até porque a história se repete, só que com um novo discurso. Se antes Renton, interpretado por Ewan McGregor, dizia para escolher um emprego, uma carreira, uma família, agora, ele se atualiza: “Escolha a vida. Escolha o Facebook, Twitter, Instagram, e torça para que alguém se importe. Escolha procurar amores antigos, desejando que tudo fosse diferente. E escolha ver a história se repetir (…) Escolha a vida. Escolha seu futuro”. E assim, o novo ocupa o lugar do antigo, mas sem deixá-lo de lado. Com T2 Trainspotting, Danny Boyle resgata a essência do antecessor de maneira atualizada, com novos hábitos e vícios, e traz o passado à tona em uma belíssima e merecida homenagem à obra que marcou gerações. (Vitor Búrigo)
Nota do CINEVITOR: